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EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR 2º VICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

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EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR 2º VICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Referência: Habeas Corpus nº 0034505-27.2014.8.19.0000 – Quarta Câmara Criminal TJ-RJ.

ADRIANE RODRIGUES FERREIRA, ROSA MARIA DOS SANTOS RODRIGUES E DIEGO LUIZ DA SILVA, já qualificados nos autos do processo em epígrafe vêm, por intermédio da Defensora Pública em atuação junto à Quarta Câmara Criminal deste Egrégio Tribunal de Justiça, nos autos do Habeas Corpus acima referido, originariamente impetrado contra decisão proferida pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Resende - RJ, inconformado com o v. acórdão proferido pela E. 4ª Câmara Criminal, o qual denegou a ordem, interpor

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL EM HABEAS CORPUS (com expresso pedido de liminar)

com fundamento na alínea “a” do inciso II do art. 105 da Constituição da República de 1988 e artigos 30 e 32 da Lei nº 8.038/90, requerendo, desde já, o seu regular

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processamento e remessa, com as razões em anexo, ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2014.

Denise Sclebin Costa Martins Defensora Pública Mat n.º 815.725-7

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RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS

Ref.: Habeas Corpus nº 0034505-27.2014.8.19.0000 - Quarta Câmara Criminal TJRJ.

Recorrentes: Adriane Rodrigues Ferreira, Rosa Maria dos Santos Rodrigues e Diego Luiz da Silva.

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, COLENDA TURMA,

I. DA TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO.

Os Recorrentes são assistidos pela Defensoria Pública, cujos membros gozam da prerrogativa da intimação pessoal e do prazo em dobro, consoante o art. 5º, da Lei nº 1.060/50 e do art. 128, I, da Lei Complementar nº 80, de 12/01/94, com redação dada pela Lei Complementar n.º 132, de 07/10/2010.

Esclarece-se ainda que nos processos eletrônicos considera-se a data da intimação o dia da efetiva consulta ao teor da intimação ou após o término do prazo de dez dias sem que houvesse a efetiva consulta ao conteúdo do mencionado documento, consoante preceituam os parágrafos 1° e 3° do art. 5º da Lei n.° 11.419/06.

No caso dos autos, a intimação eletrônica foi disponibilizada no dia 14.08.2014 (quinta-feira) e não houve a consulta efetiva ao teor da intimação no prazo de dez dias, situação que fixa a data de 23.08.2014 (sábado) como o dia da intimação da

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Defensoria Pública. A partir dessa data incide o regime jurídico dos prazos processuais previsto no artigo 798 do Código de Processo Penal.

Assim, o prazo para a interposição de recurso ordinário se iniciou em 25.08.2014 (primeiro dia útil após a intimação) e, dessa forma, considerando a data da intimação e a contagem do prazo em dobro, o recurso constitucional interposto na presente data se mostra tempestivo.

II. BREVE RESUMO DO CASO.

O Recorrente responde ação penal perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Resende, pela suposta prática do crime descrito no artigo 35 da Lei n.º 11.343/06. Pela defesa foi requerida a revogação da prisão preventiva diante da ausência dos requisitos autorizadores da prisão preventiva. Tal pleito restou indeferido pelo juízo monocrático.

Diante de tal quadro, a defesa impetrou ordem de habeas corpus que foi denegada pela Egrégia Quarta Câmara Criminal, por unanimidade, sob o argumento de que estariam presentes os requisitos que dão suporte ao decreto prisional.

III. DA REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA.

O colegiado da Egrégia Quarta Câmara Criminal ao denegar a ordem de habeas corpus impetrado a favor do Recorrente assim se manifestou:

O decreto prisional (índices 00004/00014 do Anexo 1) está devidamente fundamentado, tendo sido a medida determinada para a garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a

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aplicação da Lei Penal, sendo ressaltado pelo Magistrado a quo que “de acordo com o que restou apurado no mencionado Inquérito Policial 191/2013, tais indivíduos integram grupos criminosos pertencentes às facções denominadas Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando (TCP) e estariam em confronto para a obtenção do domínio sobre pontos de venda de entorpecentes em diversos bairros desta cidade (...)”

Observa-se que a prisão cautelar dos pacientes Adriane, Rosa Maria e Diego foi preservada (índice 00001 do Anexo 1), igualmente de forma fundamentada, tendo em vista a existência de indícios suficientes de autoria e materialidade do crime que lhes é imputado.

Portanto, havendo sérios indícios da autoria, como ocorre no presente caso, nenhuma ilegalidade existe na manutenção da prisão dos pacientes, especialmente quando regular e legalmente segregados.

Além disso, aos pacientes é imputado o delito de associação para o tráfico de drogas, crime extremamente grave, que tem causado repulsa e intranquilidade na sociedade e abalo na ordem pública, exigindo-se severidade no tratamento do mesmo.

O eventual fato de os pacientes serem primários, possuírem bons antecedentes e terem residência fixa não é, por si só, fundamento para a pronta colocação dos mesmos em liberdade, notadamente considerando-se a natureza da conduta delituosa em apuração.

Nota-se que a decisão acima se baseou em argumentos genéricos e dissociados, salvo melhor juízo, de elementos colhidos dos autos. É certo que a prisão cautelar requer embasamento concreto para que seja decretada, seja com espeque na garantia da ordem pública ou econômica; conveniência da instrução criminal; ou mesmo necessidade efetiva para a aplicação da lei penal. Isto se dá porque sendo a prisão cautelar uma medida extrema e excepcional, que implica no sacrifício à liberdade individual, é imprescindível, em face do princípio constitucional da presunção de inocência, a demonstração dos elementos objetivos, indicativos dos motivos concretos autorizadores da medida constritiva.

Observa-se nas passagens anteriormente transcritas que a manutenção da prisão cautelar pautou-se na garantia da ordem pública, porém, não há qualquer especificação quanto a fatos concretos que poderiam servir como fundamento dessa garantia. Nesse sentido, argumentos abstratos não são condizentes com o ordenamento

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jurídico, que consagra a fundamentação das decisões no inciso IX do artigo 93, da Constituição da República.

Ainda, é certo que a ordem pública constitui a paz, a tranquilidade social, o bom funcionamento das instituições públicas, inexistindo nos autos qualquer evidência no sentido de que o suposto delito praticado pelo Recorrente tenha causado ou, caso o mesmo seja libertado, possa causar qualquer tipo de abalo às instituições públicas e à ordem constituída, pelo que não procede a manutenção do ergástulo com base no argumento da garantia da ordem pública.

Percebe-se, ainda, que o decreto prisional indevidamente se fundamenta na gravidade em abstrato do delito, argumento que não merece prosperar segundo entendimento estampado nos julgados abaixo colacionados desse Egrégio Superior Tribunal:

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO.

DESCABIMENTO. MODIFICAÇÃO DA ORIENTAÇÃO

JURISPRUDENCIAL DO STJ. ROUBO SIMPLES. PRISÃO EM FLAGRANTE CONVERTIDA EM PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CPP. FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA. GRAVIDADE EM ABSTRATO DO DELITO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.

- O Supremo Tribunal Federal, pela sua Primeira Turma, passou a adotar orientação no sentido de não mais admitir habeas corpus substitutivo de recurso ordinário. Precedentes: HC 109.956/PR, Ministro Marco Aurélio, DJe de 11.9.2012 e HC 104.045/RJ, Ministra Rosa Weber, DJe de 6.9.2012, dentre outros.

- Este Superior Tribunal de Justiça, na esteira de tal entendimento, tem amoldado o cabimento do remédio heroico, sem perder de vista, contudo, princípios constitucionais, sobretudo o do devido processo legal e da ampla defesa. Nessa toada, tem-se analisado as questões suscitadas na exordial a fim de se verificar a existência de constrangimento ilegal para, se for o caso, deferir-se a ordem de ofício. A propósito: HC 221.200/DF, Ministra Laurita Vaz, DJe de 19.9.2012.

- Demonstrada a existência de indícios de autoria e materialidade delitiva, a prisão preventiva somente deve ser decretada de forma excepcional quando evidenciada, no caso concreto, que a soltura do réu possa ser prejudicial à garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei

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penal, nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal, e em observância ao princípio constitucional da presunção de inocência. - Na hipótese dos autos, a prisão preventiva encontra-se deficientemente fundamentada, tendo sido decretada com base em fundamentos genéricos tais como gravidade abstrata do crime, aumento da criminalidade na cidade, acautelamento do meio social, credibilidade da justiça e possibilidade abstrata de constrangimento às testemunhas e vítima. Tais considerações, na linha de precedentes desta Corte, são inaptas a ensejar a decretação da segregação cautelar. Precedentes.

Habeas corpus não conhecido.

Ordem concedida de ofício para revogar a prisão preventiva sem prejuízo de ser novamente decretada com fundamentação concreta.

(HC 248.673/MG, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), QUINTA TURMA, julgado em 18/10/2012, DJe 23/10/2012)

PENAL. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL. ROUBO DUPLAMENTE QUALIFICADO. CORRUPÇÃO DE MENORES. PACIENTE PRESO EM FLAGRANTE. INDÍCIOS DE AUTORIA E PROVA DA MATERIALIDADE DO CRIME. GRAVIDADE GENÉRICA DO DELITO. INTRANQUILIDADE DA SOCIEDADE. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. MODUS OPERANDI NÃO CONFIGURADO. RÉU QUE NÃO ESTAVA NO LOCAL DOS FATOS. NECESSIDADE DA CUSTÓDIA NÃO DEMONSTRADA. RECURSO PROVIDO.

I. A prisão preventiva é medida excepcional e deve ser decretada apenas quando devidamente amparada pelos requisitos legais, em observância ao princípio constitucional da presunção de inocência ou da não culpabilidade, sob pena de antecipar a reprimenda a ser cumprida quando da condenação.

II. O juízo valorativo a respeito da periculosidade do agente e da gravidade genérica do crime, em tese, praticado pelo paciente, a existência de prova da materialidade e indícios de autoria, não constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão para garantia da ordem pública, se desvinculados de fatores concretos, que não a própria conduta, em tese, delituosa, sendo certo que qualquer prática criminosa, por si só, intranquiliza a sociedade. Precedentes.

III. Hipótese na qual, apesar de a conduta praticada ter excedido a descrição contida no tipo penal, em razão de os fatos terem sido perpetrados por quatro agentes, dentre os quais dois menores, que adentraram, encapuzados e portando arma de fogo, o estabelecimento comercial, efetuando disparos em direção ao teto e ameaçando as funcionárias que estavam nos caixas para que entregassem todo o dinheiro, consta da denúncia que o paciente não estava no local dos fatos. IV. Evidenciado que o paciente não se encontrava no local dos fatos, tendo emprestado sua motocicleta aos corréus, em troca de receber 1/3 do

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valor subtraído, o modus operandi do delito não pode ser a ele atribuído, restando afastada a justificativa da custódia referente à garantia da ordem pública.

V. Deve ser cassado o acórdão recorrido, bem como a decisão monocrática que decretou a custódia do réu, determinando-se a expedição de alvará de soltura em seu favor, se por outro motivo não estiver preso, sem prejuízo de que seja decretada novamente sua prisão preventiva, com base em fundamentação concreta.

VI. Recurso provido, nos termos do voto do Relator.

(RHC 31.104/MG, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe 14/08/2012)

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO EM FLAGRANTE CONVERTIDA EM PREVENTIVA. GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO. MENÇÃO GENÉRICA AOS PRESSUPOSTOS INSERTOS NO ART. 312 DO CPP. SEGREGAÇÃO INJUSTIFICADA E DESNECESSÁRIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. ORDEM CONCEDIDA.

1. Para que a prisão cautelar, que é medida de exceção, subsista, não basta que se indiquem abstratamente as hipóteses do art. 312 do Código de Processo Penal, devendo-se apontar os fatores concretos que levaram à identificação dos pressupostos da medida extrema, sem o que se mostra imperioso o deferimento da liberdade.

2. Habeas corpus concedido para revogar a custódia preventiva do paciente, mediante o compromisso de comparecimento a todos os atos processuais, determinando-se seja expedido o competente alvará de soltura em seu favor, se por outro motivo não estiver preso.

(HC 226.445/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 06/03/2012)

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. LIBERDADE PROVISÓRIA. CABIMENTO. FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA. 1. A vedação da liberdade provisória não pode estar fundamentada apenas na gravidade abstrata do crime, nem em meras conjecturas e nas suas consequências sociais. Precedentes.

2. A Sexta Turma desta Corte, tem firmado o entendimento segundo o qual, ainda que se trate de delito de tráfico, a Lei n. 11.464/2007, ao suprimir do art. 2º, II, da Lei n. 8.072/1990 a vedação à liberdade provisória nos crimes hediondos, adequou a lei infraconstitucional ao texto da Constituição Federal de 1988, sendo inadmissível a manutenção do acusado no cárcere quando não demonstrados os requisitos autorizadores de sua prisão preventiva.

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(HC 210.348/AC, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), SEXTA TURMA, julgado em 22/11/2011, DJe 05/12/2011)

Neste sentido, este Egrégio Superior Tribunal de Justiça entende ser imprescindível a presença de fundamentação concreta para que seja decretada a prisão cautelar como forma de assegurar os bens protegidos pelo artigo 312 do Código de Processo Penal. Senão, vejamos:

CRIMINAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE

ENTORPECENTES. RELAXAMENTO DA PRISÃO EM

FLAGRANTE. PRISÃO PREVENTIVA. GRAVIDADE GENÉRICA DO DELITO. CLAMOR SOCIAL. PRESUNÇÕES ABSTRATAS. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. ORDEM CONCEDIDA.

I. Não se aplica a vedação do art. 44 da Lei nº 11.343/06, que obstrui a concessão de liberdade provisória aos acusados pelo delito de tráfico ilícito de entorpecentes, em hipótese na qual o flagrante foi relaxado por inexistência do estado de flagrância. II. A prisão preventiva é medida excepcional que deve ser decretada apenas quando devidamente amparada pelos requisitos legais previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, em observância ao princípio constitucional da presunção de inocência ou da não culpabilidade, sob pena de antecipar a reprimenda e a ser cumprida quando da condenação.

III. O simples juízo valorativo sobre a gravidade genérica do delito imputado ao recorrente, assim como o volume de drogas apreendidas - cerca de 105 gramas - ou o clamor social não constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão cautelar, se desvinculados de qualquer fator concreto ensejador da configuração dos requisitos do art. 312 do CPP. IV. Ordem concedida, nos termos do voto do relator.

(HC 211.700/CE, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 14/02/2012, DJe 24/02/2012)

De outro lado, não se pode olvidar que a prisão preventiva passou a apresentar novos requisitos para sua decretação, além daqueles insculpidos no art. 312 do CPP. Previu-se expressamente que a prisão em flagrante somente poderá ser convertida em preventiva se, além dos requisitos anteriores, mostrarem-se inadequadas ou insuficientes as demais medidas cautelares, estampadas no art. 319 do CPP.

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Assim, percebe-se que o legislador infraconstitucional buscou dar aplicabilidade aos princípios constitucionais da proporcionalidade e da razoabilidade na esfera processual penal, especificamente, na medida em que exige do julgador que, no caso concreto, somente sacrifique a liberdade individual quando as circunstâncias fáticas indicarem que nenhuma das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP serão adequadas ou suficientes até o deslinde final da causa.

Ora, no caso concreto, não há qualquer fato ou indício que impeça a aplicação do art. 319 do CPP - no caso de ser entendida necessária a imposição de alguma medida cautelar - motivo pelo qual não poderia o colegiado recorrido optar diretamente pela medida extrema em detrimento de outra diversa da prisão.

Por tais fundamentos, observa-se que não estão presentes os requisitos legais que autorizam a prisão preventiva, em violação à razoável duração do processo e à presunção de inocência constitucionalmente garantida, o que evidencia o uso da prisão cautelar como verdadeira aplicação de pena antecipada, vedada pela Constituição da República.

IV. DA CONCESSÃO DE LIMINAR.

Imperiosa se faz a medida liminar pugnada diante do flagrante constrangimento ilegal no direito de ir e vir dos ora Recorrentes. Os pressupostos para a contracautela estão presentes:

A probabilidade e aparência do direito alegado estão consubstanciadas por todo o corpo da presente impugnação e nos documentos anexados, demonstrando a flagrante violação à liberdade de ir e vir dos ora Recorrentes. A jurisprudência deste Egrégio Tribunal Superior é firme em rechaçar a prisão provisória com base na gravidade em abstrato do crime, bem como exige a presença de elementos concretos que demonstrem

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a presença dos requisitos do art. 312 do CPP e não apenas meras conjecturas ou argumentos genéricos.

Já o perigo na demora da prestação estatal, em face do dano irreparável e imediato à liberdade advém do fato de que a manutenção da decisão que ora se combate fará com que os Recorrentes respondam a todo o processo no cárcere, o que caracteriza indevido cumprimento antecipado de pena.

IV. DO PEDIDO.

Por todo o exposto, os Recorrentes requerem a esta Egrégia Corte seja deferida liminar para que aguardem o julgamento deste recurso ordinário em liberdade, eis que presentes os pressupostos autorizadores.

No mérito, requerem seja provido o presente recurso com a reforma do v. acórdão proferido pela Egrégia Quarta Câmara Criminal do TJ-RJ, revogando-se a prisão preventiva eis que ausentes os requisitos autorizadores.

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2014.

Denise Sclebin Costa Martins Defensora Pública Mat n.º 815.725-7

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