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Celular e Saúde: Os efeitos das ondas eletromagnéticas na saúde humana

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Academic year: 2021

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1 Celular e Saúde: Os efeitos das ondas eletromagnéticas na saúde humana

Com o crescimento dos usuários de telefones celulares, é natural que surjam dúvidas sobre saúde e segurança no uso diário de tais aparelhos.

Este tutorial procura elucidar essa questão, apresentando valores limites e condições de exposição de pessoas às radiações eletromagnéticas geradas pelos sistemas celulares, e os órgão que mantém informações e recomendações para o uso e implantação desses sistemas.

Marilson Duarte Soares

Engenheiro de Telecomunicações com onze anos de experiência na área de rádio e sistemas móveis celulares.

Duração estimada: 15 minutos

Publicado em: 12/03/2007

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Celular e Saúde: Introdução

Com o crescimento dos usuários de telefones celulares, é natural que surjam dúvidas sobre saúde e segurança no uso diário de tais aparelhos.

Em 1997, o número de aparelhos no mundo girava em torno de 150 milhões e nos dias atuais podem-se observar números superiores aos 2 bilhões.

O aumento dos usuários implica na melhoria da cobertura dos sistemas, com o respectivo crescimento do número de antenas instaladas em torres e postes, gerando uma maior atenção e questionamento por parte da sociedade.

Estudos procuram garantir o bem estar da população mundial, apontando limites seguros para exposição às ondas eletromagnéticas dos celulares e das ERB’s (Estações Rádio Base).

Entretanto, é importante verificar qual a fonte de tais estudos, afinal, uma parte dos boatos sobre malefícios acaba tendo origem em trabalhos científicos não compreendidos, ou não reconhecidos, sendo impossível que outros pesquisadores possam reproduzir a maioria deles.

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3 Celular e Saúde: Espectro de Freqüências

A OMS (Organização Mundial da Saúde – www.who.int/peh-emf) tem um extenso banco de dados com evidências científicas sobre possíveis efeitos à saúde provocados por campos eletromagnéticos. Vale ressaltar que esses estudos também estão relacionados com outras transmissões de ondas eletromagnéticas e não somente com sistemas móveis celulares.

Afinal, a sociedade vive exposta a uma série de fontes de ondas eletromagnéticas no dia a dia, entre elas podemos rapidamente destacar: linhas de transmissão de energia elétrica, radiodifusão sonora (AM e FM), radioamador, TV, fornos de microondas, lâmpadas, a luz do sol, etc.

A OMS afirma que nenhum dos recentes trabalhos científicos concluiu que a exposição a campos de radiofreqüência (RF) de telefones celulares ou por suas ERB’s, cause quaisquer conseqüências adversas à saúde.

É importante destacar que uma ERB apresenta potências na ordem de 50 Watts, enquanto fontes como transmissores de TV e rádio (AM/FM) chegam a potências da ordem de 500.000 Watts, ou seja, uma potência dez mil vezes maior.

Figura 1: Espectro eletromagnético (baseada na OMS).

Na figura 1, pode-se observar que os campos eletromagnéticos são classificados em ionizantes e não- ionizantes. O primeiro tipo é extremamente nocivo a saúde quando utilizado sem o devido controle, sendo geralmente aplicável à área de instrumentação médica, onde temos o raio-X, que pode quebrar ligações químicas e danificar o material genético das células, ocasionando doenças como o câncer.

O segundo tipo apresenta freqüências mais baixas que a luz, podendo ser encontrado em praticamente todas as aplicações da área de telecomunicações, não possuindo capacidade para quebrar ligações químicas. A interação dos campos não-ionizantes com os seres vivos gera efeito térmico através do aquecimento dos tecidos, resultado da absorção da energia. Para o corpo humano essa absorção varia com a freqüência e a potência do campo eletromagnético.

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Celular e Saúde: Limites para Celulares

Diretrizes internacionais regulam a exposição às ondas eletromagnéticas, como pode ser observado na C95.1 adotada pelo ANSI (American National Standards Institute) e também nas recomendações do CENELEC (Comitté Européen de Normalisation Eletrotechnique), que aplicam valores padrões que garantam uma margem substancial de segurança, com o objetivo de proteger todas as pessoas, independente da idade ou da condição de saúde. Os telefones celulares são fabricados atendendo a esses limites padrões.

O padrão de exposição dos telefones celulares emprega uma unidade de medição conhecida como Nível de Absorção Especifica (SAR - “Specific Absorption Rate”). A Resolução 303, de julho de 2002, publicada pela ANATEL, segue as diretrizes internacionais e adota o valor de 2 W/kg, na faixa de freqüência dos aparelhos utilizados no Brasil, independente da tecnologia.

Os telefones celulares são certificados em sua potência máxima, abaixo do limite de 2W/kg, porém, durante o uso, o valor da potência que os mesmos podem estar emitindo costuma situar-se abaixo do máximo. Isso ocorre porque o aparelho celular opera com vários níveis de potência, sendo o valor máximo encontrado somente quando o aparelho está longe de uma ERB e o sinal está muito fraco. Desta forma, quanto mais perto de uma ERB a pessoa estiver, menor a potência utilizada pelo telefone.

Outra pergunta que as pessoas sempre fazem é sobre os fones de ouvido, pois esses são bem populares entre os usuários de telefones celulares, graças à flexibilidade que proporcionam. Todos os testes feitos pela indústria e por laboratórios independentes demonstram que o SAR produzido quando se usa o fone de ouvido em sua posição normal é significativamente menor que o produzido sem o fone.

Sobre uso de celulares em postos de gasolina, o relatório “Exponent Failure Analysis Associates”

(http://www.wow-com.com/consumer/issues/health/articles.cfm?ID=1040), publicado em 1999 nos EUA, concluiu que “o uso de telefones celulares em postos de gasolina, sob condições normais de operação, apresenta um risco insignificante”, e que a probabilidade de tal incidente, sob quaisquer condições, “é muito remota”. “Os automóveis, que têm várias fontes potenciais de combustão, possuem um maior risco de causar combustão”, afirmou o relatório. “Finalmente, outras fontes potenciais de combustão estão presentes, como a descarga estática entre uma pessoa e um veículo”.

Uma análise do Centro de Estudos de Compatibilidade Eletromagnética Sem Fio, da Universidade de Oklahoma, encontrou uma conclusão similar, em agosto de 2001. De acordo com essa análise, as pesquisas sobre esses assuntos “não forneceram qualquer evidência sugerindo que os telefones celulares apresentam riscos em postos de gasolina”.

A opinião desses especialistas também se apóia no fato de que não houve, no mundo, nenhum incidente em postos de gasolina causados pelo uso de telefone celular, sendo esses usados a mais de uma década pela população mundial.

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5 Celular e Saúde: Limites para ERB's

Segundo a Resolução 303, para os níveis de exposição associados à irradiação das ERB’s, deve ser observado o valor de densidade de potência, expresso pela fórmula f / 200, onde f é a freqüência em MHz, definido pela ICNIRP (International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection).

Desta forma, devem ser encontrados valores iguais ou menores que 4,35 W/m2, para medidas ao redor de uma estação operando em 870 MHz, e valores iguais ou menores que 9 W/m2, para estações operando em 1,8 GHz. Essas medidas devem ser realizadas onde possam residir ou passar pessoas.

Utilizando os valores acima, pode-se concluir que uma distância mínima de seis metros da frente de uma antena nas faixas de operação dos sistemas móveis é suficiente para garantir medidas que não gerem malefícios à saúde. Essa distância está considerando um indivíduo no mesmo nível que a antena, ou seja, podendo ver à frente da antena a seis metros desta.

Uma antena instalada em uma torre ou poste (ERB) costuma estar entre 10 a 50 metros de altura. Portanto, a única forma de um indivíduo estar a seis metros do centro da antena e com visada direta (em sua frente), seria em um apartamento próximo, que nesse caso precisaria estar afastado desta distância mínima.

As pessoas podem andar na área interna reservada a operadora e, até mesmo tocar na torre da ERB, que vão receber uma densidade de potência muito menor que os limites especificados pela ICNIRP.

Figura 2: As ondas eletromagnéticas (sinal) e suas direções.

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Quando a antena é colocada no topo de um prédio, as ondas eletromagnéticas enviadas por ela serão direcionadas para frente, a fim de alcançar os telefones celulares que estejam nas ruas próximas ao edifício.

Como as antenas possuem esse direcionamento de energia, a quantidade de energia irradiada para baixo (na direção dos telhados) passa a ser praticamente nula, reduzindo a distância mínima em alguns centímetros na direção do telhado, não resultando em riscos para pessoas que estejam no último andar.

No caso de antenas de micro-células em operação nas fachadas de prédios, as distâncias passam a ser de alguns centímetros, pois a potência transmitida por esse tipo de antena é cerca de dez vezes menor quando comparada a uma ERB.

Quando a aplicação passa a ser “indoor”, ou seja, pequenas antenas para sistemas móveis dentro de lojas, prédios, etc, a potência transmitida passa a ser cerca de cinqüenta vezes menor que a potência de uma ERB.

Portanto, pouquíssimos centímetros são suficientes para garantir segurança.

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7 Celular e Saúde: Considerações Finais

Avaliações técnicas, operacionais e civis, vão permitir a implantação das ERB’s em cidades e municípios, garantindo a segurança e o bem estar da população. Essas avaliações são de competência da ANATEL, quando os aspectos são relacionados com a prestação do serviço, e das prefeituras, governos estaduais e federais, quando são relacionados com aspectos civis.

Figura 3: Distribuição correta das competências para garantir segurança.

O aumento no uso de telefones móveis gera dúvidas na sociedade em relação à sua segurança, sendo grande parte destas dúvidas relacionadas a problemas de acesso a informações especializadas de instituições sérias como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e ANATEL, bem como a falta de sua apresentação de forma inteligível à população em geral.

Portanto, a divulgação destas informações par a sociedade passa a ser de grande importância para evitar confusões e temores infundados que podem gerar um atraso em nossa sociedade com a não utilização dos benefícios que a comunicação móvel pode oferecer.

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Celular e Saúde: Teste seu Entendimento

1. Qual é a ordem de grandeza da potência emitida pelas ERB’s das redes celulares e sua comparação com a potência emitida por transmissores de Rádio e TV?

ERB – 500.000 Watts (média), Rádio e TV – 50 Watts (média), 10.000 vezes inferior.

ERB – 50 Watts (média), Rádio e TV – 500.000 Watts (média), 10.000 vezes superior.

ERB – 50 Watts (média), Rádio e TV – 50 Watts (média), mesma ordem de grandeza.

ERB – 500.000 Watts (média), Rádio e TV – 500.000 Watts (média), mesma ordem de grandeza.

2. Qual é o limite de exposição aceitável para as pessoas ao utilizarem o telefone celular? Quando esse limite é atingido?

O valor limite é 0,2 W/kg, atingido apenas quando o celular está muito longe de uma ERB e o sinal está muito fraco, fato que ocorre raramente.

O valor limite é 2 W/kg, atingido apenas quando o celular está muito perto de uma ERB e o sinal está muito forte.

O valor limite é 2 W/kg, atingido apenas quando o celular está muito longe de uma ERB e o sinal está muito fraco, fato que ocorre raramente.

O valor limite é 2 W/kg, atingido apenas quando o celular está muito perto de uma ERB e o sinal está muito fraco, fato que ocorre frequentemente.

3. Qual é o limite de exposição associados à irradiação das ERB’s aceitável para as pessoas? Qual a distância mínima da frente da antena para garantir que esse limite não seja atingido?

O valor limite é 4,35 W/m2, para uma estação operando em 870 MHz, e 9 W/m2, para estações operando em 1,8 GHz. A distância mínima para garantir esses valores é de 6 metros da parte traseira da antena.

O valor limite é 4,35 W/m2, para uma estação operando em qualquer freqüência. A distância mínima para garantir esses valores é de 600 metros da frente da antena.

O valor limite é 0,35 W/m2, para uma estação operando em 870 MHz, e 0,9 W/m2, para estações operando em 1,8 GHz. A distância mínima para garantir esses valores é de 0,6 metros da frente da antena.

O valor limite é 4,35 W/m2, para uma estação operando em 870 MHz, e 9 W/m2, para estações operando em 1,8 GHz. A distância mínima para garantir esses valores é de 6 metros da frente da antena.

Referências

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