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Romanceiro de um morto vivo

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Academic year: 2018

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MAGNE, Pe. Augusto .. Boosco Delleitoso. Editado por -. Rio de Janeiro, INL, 1950.

MATOS, Gregório de. Obras Completas. Rio de Janeiro, Gráfica Editora Livro S. A. sjd.

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98 Rev. de Letras, Fortaleza, 8 (1) - jan.jjun. 1985

ROMANCEIRO DE UM MORTO VIVO

Unhares Filho

1 . Reflexão do Porta-Voz

Eu que, sabendo a verdade, fiz qual se não a soubesse,

mantendo, mas sem maldade, todo o País numa prece,

como soltarei a bomba ou o furo de reportagem? Antes, da paz fosse a pomba

so lta em minha voz e imagem.

Com voz grave e comovida darei essa derradeira,

mortal notícia. De vida terna será a primeira.

Primeira, pois inaugura

urn

novo tempo. Do cume

dn notfcia de amargura brilhará na Pátria um lume.

(2)

2 . Fala de Risol.eta Neves

Renunciei por vós ao direito do pranto . Fiel ao meu Brasil , fiel ao Companheiro, anulei-me na dor de sup ortar o espanto . Toda silêncio fui e digna por intei ro.

Eu soube ser mulher, soube ser brasileira.

À varanda que tanto ornamentou o amor,

vos · peço calma agora, e segui reis a esteira, depois, de quem vos deu de novo esse fervor.

Amai quem vos amou , ouvi-lhe a voz vibrante nos vossos vendavais de infortún io e de grita. Pigmeus já não se reis, que ele, sendo um gigante, conquistou para vós liberdade infinita.

100 Rev. de Letras, Fortaleza , 8 (1 ) - jan.jjun. 1985

3. Murmúrio do Coveiro "Mão de

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Quereria que eu tivesse mão de anjo e não de onça, para enganar, com uma prece

ou mágica, a morte sonsa.

Plantarei esta semente cheio de dor e sem pressa,

mas como quem já pressente ser realidade a promessa.

Demorarei meia hora a plantar esta semente, mas da treva feito aurora surgirá meu Presidente.

Chora a colher de pedreiro

セ[ッ「 イ ・@ as pedras desta cova.

Correrá daqui ligei ro

o

rio de uma luz nova.

Minha mão deita o cimento, rnnssa com o pranto da massa

quo inchará, como fermento

lot to, a invadir toda a praça.

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(3)

2. Fala de Risol-eta Neves

Renunciei por vós ao direito do pranto. Fiel ao meu Brasil, fiel ao Companheiro, anulei-me na dor de suportar o espanto. Toda silêncio fui e digna por inteiro.

Eu soube ser mulh3r, soube ser brasileira.

À varanda que tarto ornamentou o amor,

vos · peço calma agora, e segui reis a esteira, depois, de quem vos deu de· novo esse fervor.

Amai quem vos amou, ouvi-lhe a voz vibrante nos vossos vendavais de infortúnio e de grita. Pigmeus já não se·eis, que ele, sendo um gigante, conquistou para vós liberdade infinita.

100 Rev. de Letras, Fortaleza, 8 (1) - jan.jjun. 1985

3 . Murmúrio do Coveiro "Mão de oョ￧セᄋᄋ N@

Quereria que eu tivesse mão de anjo e não de onça, para enganar, com uma prece

ou mágica, a morte sonsa.

Plantarei esta semente cheio de dor e sem pressa,

mas como quem já pressente se r realidade a promessa.

Demorarei meia hora a plantar esta semente, mas da treva feito aurora surgirá meu Presidente.

Chora a colher de pedreiro sobre as pedras desta cova . .Correrá daqui ligeiro

o rio de uma luz nova.

Minha mão deita o cimento, massa com o pranto da massa que inchará, como fermento forte, a invadir toda a praça.

A velha mão já se cansa de trabalhar com esta massa, porém não cansa a esperança: Tancredo enterra a desgraça.

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ltt•v. de Letras, Fortaleza, 8 (1) - jan.jjun. 1985

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(4)

4. Voz do Vento

Eu que agito o pavilhão, vibrando nas festas, cedo,

não diviso no saguão a figura de Tancredo.

Pergunto ao' lábaro, ao povo,

à dúvida, ao grande medo:

Onde está o velho, o novo, o são-joanense Tancredo?

Eu, testemunha dos males, do coluio e do segredo; eu que vim por serras, vales, chego e não acho Tancredo.

Eu que exultei com a anistia e que embalei, no degredo, sonhos de democracia, já não avisto Tancredo.

Eu que percorro este mundo em volteios bruscos, leves, sinto com pesar profundo que falta Tancredo Neves.

Eu que vi o riso antigo do menino ativo e ledo, passo por sobre o jazigo do eterno mito Tancredo.

Trautearei, por vales, montes, entre bemóis, semibreves,

contando, a transpor mil pontes, que morreu Tancredo Neves.

102 Rev. de Letr as, F ortaleza, 8 (1) - jan .jjun . 1985

5 . Um Diálogo nas Trevas

Tancredo foi a vítima escolhida para ser i molada em re paração do s pecados daquel es que não souberam administrar bem. - Mons,. Mauro Herbster. O martírio· de Tancredo. O Povo, Fortal eza, 25/ abr.j 85.

Eu não merecia isto. Sofreste pela Nação, cujos chefes a Mefisto deram o seu coração.

Eu não merecia isto. Por crimes do alto escalão padeceste, novo Cristo, e por dias que virão.

Eu não merecia isto. Pela paz de cada irmão e contra um pútrido quisto não foi t.eu martírio em vão.

Eu não merecia isto .

Mas fecunda é a negação :

de herói e mártir um misto todos te proclamarão .

(5)

4. Voz do Vento

Eu que agito o pavilhão, vibrando nas festas, cedo,

não diviso no saguão a figura de Tancredo.

Pergunto ao' lábaro, ao povo,

à dúvida, ao grande medo:

Onde está o velho, o novo, o são-joanense Tancredo?

Eu, testemunha dos males, do coluio e do segredo; eu que vim por serras, vales, chego e não acho Tancredo.

Eu que exultei com a anistia e que embalei, no degredo, sonhos de democracia, já não avisto Tancredo.

Eu que percorro este mundo em volteios bruscos, leves, sinto com pesar profundo que falta Tancredo Neves.

Eu que vi o riso antigo do menino ativo e ledo, passo por sobre o jazigo do eterno mito Tancredo.

Trautearei, por vales, montes, entre bemóis, semibreves,

contando, a transpor mil pontes, que morreu Tancredo Neves.

102 R ev. de Letr as, Fortaleza, 8 (1 ) - j a n ,fjun. 1985

5. Um Diálogo nas Trevas

Tanc redo foi a vítima escolhida para ser imolada em reparação dos pecados daqueles que não souberam administrar bem. - Mons,. Mauro Herbster. O martírio de Tancredo. O Povo, Fortaleza, 25/abr.j85.

- Eu não merecia isto.

Sofreste pela Nação, cujos chefes a Mefisto deram o seu coração.

Eu não merecia isto.

Por crimes do alto escalão padeceste, novo Cristo, e por dias que virão.

Eu não merecia isto. Pela paz de cada irmão e contra um pútrido quisto não foi teu martírio em vão.

Eu não merecia isto.

Mas fecunda é a negação:

de herói e mártir um misto todos te proclamarão.

(6)

6 . Uma Voz nas Trevas

Tuas sete c irurgias são tuas sete palavras. As sete c hagas, as vias em que teus dec retos lavras.

Intervieste em nossa Histó ria co m as sete intervençõ.es tuas. Nume sobre a nossa escória, para aboli-la, flutuas.

Deus do céu ata e desata, unindo c hamas de círios. Três vezes sete, e eis a data de dois íntimos martí rios ...

Pelos erros de vinte anos sete feridas sof reste. Para sarar desenganos,

teu próprio sangue escorreste.

Decerto predestinado o teu discurso de elipse,

em sete lances ditado, com força de Apocalipse .

Sobre o alicerce do sete se erguerá novo ed ifíc io. Honrai, co mo vos compete,

essa ara do sacrifício.

Vós, que ficais, compreendei as lições desse holocausto.

Da fonte, em São João del-Rei, sorvei-as em grande hausto.

104 Rev. de Letras, Fortaleza, 8 (1) - jan ./jun. 1985

7 . Mensagem de Tancredo Neves

Na última nau do Quinto Império apo rtarei um dia aqui.

Mas, antes, dou-vos meu mistéri o feito de quanto padeci,

Podeis em mim ver entrementes D. Sebasti ão ou Rei Artur.

Hão de abundar meus descende.ntes : Patriarca sou como o de Ur.

Am ei meu povo até o sacrifício na luta triun fal contra a opressão. Todos un i, e espero que um propício vento de paz percorra esta Nação.

Palavra e exemplo fui. A vida e a morte no alma seio da Pátria agora ponho. Morri para viver no anseio forte

de tod os, eu que fui um grande Sonho.

Não temereis a dor, que a dor fecunda determinação do vosso anseio. Parto, mas sentireis que vos inunda n luz de minha voz em vosso meio.

ndo Minas no sangue, ao povo dei que o Brasil pediu: semente em ferro

do uma ordem nova. Em meu São João del-Rei pl antam-me, e pelo céu em fluidos erro.

íxo de corpo ser velho e sofrido pnra me transformar em nuvem, pão: pal rarei sobre quem eu fiz unido,

\ fé sustentarei de cada irmão .

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6 . Uma Voz nas Trevas

Tuas sete cirurgias são tuas sete palavras. As s.ete chagas, as vias em que teus decretos lavras.

Intervieste em nossa História com as sete intervenções tuas. Nume sobre a nossa escória, para aboli-la, flutuas.

Deus do céu ata e desata, unindo chamas de círios. Três vezes sete, e eis a data de dois íntimos martírios ...

Pelos erros de vinte anos sete feridas sofreste. Para sarar desenganos,

teu próprio sangu.e escorreste.

Decerto predestinado o teu discurso de elipse, em sete lances ditado, com força de Apocalipse .

Sobre o alicerce do sete se erguerá novo edifíc io. Honrai, como vos compete, essa ara do sacri fício .

Vós, que ficais, compreendei

as lições desse holocausto. Da fonte, em São João del-Rei, sorvei-as em grande hau sto.

104 Rev. de Letras, Fortaleza, 8 (1) - jan.jjun. 1985

Mensagem de Tancredo Neves

Na ultima nau do Qu into Império aportarei um dia aqui .

Mas, antes, dou-vos meu mistéri o feito de quanto padeci .

Podeis em mi m ver entrementes D. Sebastião ou Rei Artur.

Hão de abundar meus descende,ntes : Patriarca sou como o de Ur.

Amei meu povo até o sacrifício na luta triunfa l cont ra a opressão. Todos uni, e espero que um propício vento de paz percorra esta Nação.

Palavra e exemplo fui. A vida e a morte no almo sei o da Pátria agora ponho. Morri para viver no anseio forte

.te tod os, eu que fu i um grand e Sonho.

Não teme reis a dor, que a dor fecunda determi nação do vosso anseio.

rto, mas sentireis que vos inunda ,, luz de minha voz em vosso meio.

ndo Minas no sangue, ao povo dei o que o Brasil ped iu: semente em ferro

do uma ordem nova. Em meu São João del-Rei plnntam-me, e pelo céu em fluidos erro.

I l olxo de corpo se r velho e sofrido pmn me transformar em nuvem, pão :

p11lt nr ei sob re quem eu fiz unido,

1 16 sustentarei de cada irmão .

Referências

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