• Nenhum resultado encontrado

Resumos de comunicações científicas do I Seminário de Teses e Pesquisas do Departamento de Psicologia da UFC

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Resumos de comunicações científicas do I Seminário de Teses e Pesquisas do Departamento de Psicologia da UFC"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

8 C H - P E R I O O I C O ~

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

R E S U M O S D E C O M U N I C A Ç Õ E S C I E N T Í F I C A S D O

I S E M I N Á R I O

D E T E S E S E P E S Q U I S A S

D O

D E P A R T A M E N T O D E P S I C O L O G I A D A U F C

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A n to n io C a u b i R ib e iro T u p in a m b á .

R E S U M O

E n tre o s d ia s

yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

23e26d e o u tu b ro d e 2 0 0 0 fo i re a liza d o oJ S e m in á rio d e T e se se P e sq u isa s d o D e p a rta m e n -to d e P sic o lo g ia d a U F C Op rin c ip a l o b je tiv o d o e v e n to fo i a d iv u lg a ç ã o d e tra b a lh o s d e p e sq u isa re a liza d o s p e lo c o rp o d o c e n te d o D e p a rta m e n to d e P sic o lo g ia d a U F C A c o m u n id a d e a c a d ê m ic a te v e a o p o rtu n id a d e d e se a tu a liza r so b re lin h a s d e p e sq u isa q u e n o rte ia m o s tra b a lh o s d o s p ro fe sso re s e d e c o n h e c e r su a p ro d u ç ã o c ie n tífic a . C a d a p a rtic ip a n te a p re se n to u u m tra b a lh o c ie n tífic o q u e c a ra c te riza su a p re o c u p a ç ã o a c a d ê m ic a a tu a l. O s re su m o s d o s n o m e a d o s tra b a lh o s se rã o tra n sc rito s a se g u ir. O s te m a s a b o rd a d o s re la c io n a m -se a d ife re n te s á re a s d a p sic o lo g ia , a sa b e r: P sic o lo g ia E sc o la r, O rg a n iza c io n a l, C lín ic a e T e o ria P sic o ló g ic a .

O e v e n to se a p re se n to u , p o rta n to , c o m o u m a p rim e ira te n ta tiv a d e se fo rm a r u m flru m a c a d ê m ic o p e r-m a n e n te d e d e b a te s a se r p o ste rio rr-m e n te d iv u lg a d o a tra v é s d a R e v ista d e P sic o lo g ia d a U F C a e x e m p lo d e ste . O s in te re ssa d o s e m o b te r m a io re s in fo rm a ç õ e s so b re o S e m in á rio p o d e m se d irig ir d ire ta m e n te a o e n d e re ç o d a R e v is-ta d e P sic o lo g ia .

Abstracts of the Thesis and Researches Presented during

a n

Academic Meeting of

tb e

Department

of Psychogy at the Ceará Federal University

A B S T R A C T S

T h e m a in g o a l o f th e m e e tin g w a s to c o n g ra g a te th e a c a d e m ia sta ff o f tb e D e p a rtm e n t a n d p re se n t th e ir p re se n t sc ie n tific p ro d u c tio n in o rd e r to in fo rm th e c o m m u n ity a b o u t se le c te d re se a rc h e s a n d o th e r sc ie n tific p ro d u c tio n s th a t h a v e b e e n d e v e lo p e d b y th e m . T h is is a w a y to in te g ra te d iffe re n t w o rk s a n d su p p o rt tb e

d e v e lo p m e n t o f re se a rc b g ro u p s a t th e D e p a rtm e n t o f P sy c h o lo g y . T h e th e m e s th a t w e re p re se n te d d u rin g th e m e e tin g b e lo n g to d iffe re n t fie ld s o f P sy c h o lo y , su c h a s:

O rg a n iza tio n a l, E d u c a tio n a l, C lin ic a n d G e n e ra l P sy c h o lo g y . T h is se c tio n b rin g s th e a b stra c ts o f th e flllo w in g p a p e rs p re se n te d d u rin g th e m e e tin g .

. Professor Adjunto do Departam ento de Psicologia da UFC. Doutor em Psicologia Organizacional.

65

(2)

D I A 2 3 / 1 0 / 2 0 0 0

C o n s i d e r a ç õ e s s o b r e o p a r a d i g m a i n d i c i á r i o

C o n s i d e r a t i o n s a b o u t t h e i n d i c i a

p a r a d i g m

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

L a é ria B e se rra F o n te n e fe

yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

problem a da dem arcação entre o que pode ser considerado racional e irracional, no debate

contem porâneo sobre o pós-m odernism o, tem sido

deslocado das posições clássicas, assum idas na

m odernidade através de estratégias discursivas

silogísticas que tecem as discussões sem fronteiras

-verdadeiros m icrorelatos aglutinados num a anti-form a

- acerca da em ergência do capitalism o tardio e da

cultura pós-m oderna, nos quais o cultural, o político,

o social, o econôm ico, o m etodológico, o estético, o

epistem ológico, dentre outros, perdem suas

especificidades e fronteiras form ais para com por um

corpo m utante, no qual tudo é necessário para

configurar a antiform a das m etanarrativas clássicas.

Se tudo que era sólido se desm anchava no ar, já não

há nenhum a solidez, pois, agora, é de superfícies,

im agens e sim ulacros do que se trata.

Diante disso, e considerando-se a repercussão

de tal deslocam ento discursivo para o tratam ento

reórico-rnetotológico da questão nas ciências hum anas, objetiva-se discutir a proposta do paradigm a indiciário,

form ulada por C. Guinsburg com o alternativa aos

inconvenientes da contraposição entre racional e

irracional. Conclui-se que a proposta de Guinsburg

soluciona o problem a de form a apenas aparente.

A s p s i c o l o g i a s n a m o d e r n i d a d e t a r d i a : o l u g a r v a c a n t e d o o u t r o

P s y c h o l o g i e s i n l a t e m o d e r n i t y : the v a c a n t

locus

o f t h e o t h e r

J o sé C e lio F re ire

O trabalho propõe um a escuta ética das

psico-logias contem porâneas, a partir da ética da alteridade

radical de Em m anuel Lévinas. O lugar do Outro, em

66

quatro abordagens significativas da reorizaçâo e da aplicação psicológicas - behaviorism o radical,

psicogenética, abordagem centrada na pessoa e

análi-se existencial- , é identificado e confrontado com as

exigências da ética levinasiana. Com o resultado, é

pro-posta a inclusão da alteridade na discussão

psicológi-ca, em term os da própria constituição da

subjetivida-de, bem com o da relação com o outro da exterioridade

e da inrerioridade psicológicas.

D I A 2 4 / 1 0 / 2 0 0 0

S o b r e a a n g ú s t i a e s u a r e l a ç ã o c o m o c o r p o q u e a d o e c e

A b o u t t h e a n g u i s h a n d i t s r e l a t i o n t o the

s u f f e r i n g b o d y

R o se a n e F re ita s N ic o la u

Este trabalho visa apresentar algum as

coloca-ções a respeito dos resultados parciais da pesquisa

"Sobre a Angústia e sua Relação com o Corpo que

Adoece". Discutirem os com o se construiu o

pro-blem a da pesquisa, os objetivos, a m etodologia

adotada e algum as conclusões iniciais.

A pesquisa visou, a princípio, responder a

al-gum as questões surgidas no cam po da clínica

psi-canalítica, um a vez que esta defronta-se com um

im passe frente àqueles pacientes que procuram a

aná-lise pela via do sintom a orgânico, da doença física,

encam inhados pelo m édico que não sabe o que

fa-zer quando não há referência a um a causa orgânica.

As doenças dos pacientes orgânicos podem ser um

enigm a, com o é o caso das enxaquecas, da dor de

cabeça, dificuldades digestivas, respiratórias, dores

difusas, dor em um órgão que não se consegue

ex-plicar. Não encontrando no corpo referência

possí-vel ao sofrim ento do paciente, o m édico o envia ao

psicanalista.

No caso do encam inham ento psicológico, será

este suficiente para possibilitar um a análise? Que

escuta oferecer a este paciente? Qual a condução

adequada a um atendim ento que não vem pela via

do sofrim ento em ocional, do saber sobre ele? Se a

busca do saber m ove a análise, o que fazer? Com o

(3)

tratar da dor de quem não quer saber? De quem só

quer aliviar seu sintom a? O que a psicanálise tem a

dizer sobre isto? Foram questões desta natureza que

nos im puseram a necessidade de pesquisar m ais

criteriosam ente as queixas relacionadas ao sintom a

físico, ao corpo que adoece.

Nossa hipótese inicial é de que estes pacientes

apresentam um a certa dificuldade de elaborar

psi-quicam ente sua angústia: o corpo adoece no lugar

da m ente? Queixar-se do corpo é m ais confortável

que cuidar da alm a? Em preendem os um estudo

teó-rico-clínico que tentou responder a algum as destas

questões e que trazem os com o resultados iniciais de

nossa pesquisa.

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

P r o j e t o d e P s i c o d r a m a

A p r o j e c t o f p s y c h o d r a m a

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

L ilia n A d e o d a to C a rv a lh o

JIHGFEDCBA

o

Projeto de Psicodram a presta serviço de atendim ento psicológico a adolescentes inscritos na

Clínica de Psicologia da UFC. O principal objetivo

é oferecer ao estudante e estagiário do Curso de

Psi-cologia a oportunidade de trabalhar com

profissio-nais treinados na abordagem psicodram ática,

inte-grando a equipe terapêutica.

Em funcionam ento desde m arço de 1993,

de-senvolve um plano de atividades elaborado anualm

en-te, adaptado às necessidades dos estudantes e

estagiá-rios e à clientela que se disponibiliza a atender.

A abordagem psicodram ática busca através do teatro espontâneo e do teatro terapêutico trabalhar as

em oções, conflitos e tensões dos clientes num

con-texto grupal. O grupo tem um a função relevante no

processo terapêutico, especialm ente para o adolescen-te, pois perm ite a expressão dos sentim entos e

pensa-m entos num am biente de proteção, onde o cliente

que não quiser se expor poderá usufruir do trabalho

desenvolvido por outro integrante do grupo.

A form ação do grupo, no projeto, se realiza por

um processo de triagem e avaliação psicológica em

ses-sões individuais e/ou de grupo. Os diferentes grupos de

psicorerapia (hom ogêneos, m istos, com

pré-adolescen-tes, etc.) utilizam m odelos de intervenção terapêutica

com patíveis com tais características. As sessões sem anais

se desenvolvem com o uso de diversos recursos e jogos

dram áticos e aplicam técnicas com o solilóquio,

inver-são de papéis, duplo, im agens, entre outras. Os pais

re-cebem acom panham ento através de reuniões e/ou

ses-sões conjuntas que perm item a aprendizagem de novos

papéis que irão colaborar na reorganização da dinâm ica

fam iliar e no vínculo pais-filho. O processo terapêutico

grupal atinge cada cliente de m odo diferente. A

avalia-ção do processo terapêutico é feita no grupo, com a

participação de cada integrante que identifica as m

u-danças e objetivos, alcançados ou não.

O bolsista e os esrudantes que participam do

projeto exercem a função de terapeuta auxiliar e

desenvolvem atividades com plem entares com o

triagem , sessões de atendim ento individual, registro

das sessões, entre outras.

O Projeto de Psicodram a registra os dados do

processo terapêutico de cada cliente e das sessões de

grupo. Estes registros dão suporte a diferentes

tra-balhos que são apresentados nos congressos de

psicodram a e fornecem dados para a elaboração de

um m aterial didático que é utilizado nas disciplinas

do Curso de Psicologia: A d o le sc ê n c ia e P sic o te ra p ia , E stu d o In d iv id u a l: P sic o d ra m a c o m A d o le sc e n te s e

S u p e rv isã o d e E stá g io n a Á re a C lín ic a .

o

p r o c e s s o d e s u b l i m a ç ã o d e e x c e l ê n c i a n o h o m o s s e x u a l i s m o i d e a t i v o T h e p r o c e s s o o f e x c e l e n c e s u b l i m a t i o n o n

i d e a l h o m o s s e x u a l i s m

O rla n d o S o e iro C ru x ê n

Nosso trabalho confronta dois m aternas de

hom ossexualism o m asculino que corresponderiam

a dois processos de sublim ação.

Tem os com o ponto de partida um

questiona-m ento sobre os m aternas possíveis de ho

rno-ssexualism o, em suas relações com o tratam ento

analítico. A sublim ação surge nesse contexto com o

um a saída, ainda que paradoxal, no percurso do su-jeito em relação à realização de seu desejo.

O eixo fundam ental do trabalho consiste

num a releirura dos conceitos de hom osexualism o

m asculino e sublim ação a partir do entrecruzam ento

(4)

dos textos de Freud e Lacan. Dois estudos de casos:

o "caso Leonardo da Vinci" e o "caso Caravaggio",

tanto evocaram quanto guiaram nossa análise.

A prim eira parte trabalha os conceitos cruciais

que em basaram nossa pesquisa: a coisa, o objeto/abjeto,

os m aternas do hom osexualism o m asculino, etc.

A segunda parte clarifica a problem ática a

partir dos estudos de casos já m encionados,

subli-nhando aspectos clínicos.

A terceira e últim a parte com para os aspectos teóricos com os dados clínicos, visando o cam po

dos aspectos conclusivos. Questões enigm áticas e

linhas de futuras investigaçóes são, tam bém ,

evocadas.

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

D I A 2 5 / 1 0 / 2 0 0 0

M a d i s o n : f a z e n d o a s p o n t e s e n t r e o c o m -p o r t a m e n t o e s e u s d e t e r m i n a n t e s

M a d i s o n : m a k i n g the l i a i s o n s b e t w e e n

b e h a v i o r a n d its d e t e r m i n a n t s

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Jo ã o Ilo C o elh o B a rb o sa

JIHGFEDCBA

o

rrabalho apresenta a experiência de

utilização didática do film e A s p o n te s d e M a d iso n

para a diferenciação dos conceitos de

com portam ento governado por contingência e

com portam ento governado por regra. Antes do

início da exposição do film e é pedido aos presentes

que procurem fazer um a análise funcional do

com portam ento da personagem principal. O

film e tem sido escolhido com o instrum ento

didático, em prim eiro lugar, pelo fato de levar o

estudante a analisar os determ inantes de um

com portam ento a partir de um a situação m ais

próxim a da realidade. Isto proporciona a

observação de um m aior núm ero de detalhes que

enriquece a discussão. Em segundo lugar, porque

m ostra que norm alm en te há vários fatores

envolvidos na determ inação do com portam ento.

E por últim o, porque o film e dá um bom exem plo

de com o um com portam ento pode sofrer

influências deste conflito, o resultado leva-os às

68

tarefas de discrim inar, classificar e diferenciar

teoricam ente o com portam ento governado por

contingências e o com portam ento governado por

regras. Além de tornar a aprendizagem m uito m ais

dinâm ica que a sim ples apresentação oral de exem plos,

o film e em questão presta-se particularm ente a esta

finalidade porque consegue descrever o am biente

físico e social da personagem , apresentando relatos

da história de vida da personagem , e ainda m ostra

fragm entos de seus com portam entos encobertos.

F a t o r e s d e t e r m i n a n t e s d a a v a l i a ç ã o d a m u d a n ç a d e c o n d u t a m e d i a n t e a n á l i s e

v i s u a l e m g r á f i c o s

D e t e r m i n a t i n g f a c t o r s o f the b e h a v i o r c h a n g e i n f a c e o f v i s u a l g r a p h i c a n a l y s i s

V erô n ica M o ra is X im e n e s

A análise visual, tam bém denom inada

inspeção ou inferência visual, tem sido um a

estratégia para avaliar a m udança de

com portam ento e atitudes m ais difundida e

utilizada em Psicologia. A origem desta técnica

está relacionada aos trabalhos experim entais no

início da Psicologia Científica. No século XX já

era um a prática com um entre os psicólogos

aplicados utilizar um sistem a de representação

gráfica para determ inar a efetividade ou não das

intervenções psicológicas. Atualm ente, o estudo

da m udança de com portam ento através da análise

de gráficos está difundido nos diferentes âm bitos

aplicados e experim entais da Psicologia e em

outras áreas da ciência.

Os objetivos deste trabalho foram :

1. determ inar a incidência da dependência

serial (séries de dados com diferentes níveis de

auto correlação) sobre a eficácia dos avaliadores

(psi-cólogos e estudantes de psicologia) na detenção da

m udança de com portam ento;

2. estabelecer o efeito sobre a análise visual

para os diversos níveis de variabilidade nas séries dos

dados;

3. conhecer a incidência da m agnitude da

m udança sobre a decisão dos avaliadores;

(5)

4. estabelecer as possíveis diferenças entre o

critério visual e estatístico para analisar os dados;

5. conhecer se existem diferenças ou não nas

decisões tom adas pelos psicólogos

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(e x p e rts) e os

es-tudantes de Psicologia (não e x p e rts) em desenhos de

caso único, com o tam bém a consistência das

res-postas destes avaliadores;

6. construir gráficos dentro do padrão

desen-volvido por Cleveland (1994);

7. com parar os resultados da análise visual dos

avaliadores com os resultados da técnica S p lit-M id d le

(W hite, 1974).

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

J o g o d i s c u r s i v o e p r o d u ç ã o d e h i s t ó r i a s : a n á l i s e d a p r o d u ç ã o n a r r a t i v a

e m c o n t e x t o

D i s c u r s i v e p I a y a n d the p r o d u c t i o n o f h i s t o r i e s : the a n a l y s i s o f c o n t e x t u a l i z e d

n a r r a t i v e p r o d u c t i o n

S u sa n a K ra m e r d eM e sq u ita O liv e ira

Assum indo-se a natureza sim bólica e

interdependente das ações dos sujeitos e a partir da

aná-lise m icrogenética de um a atividade de produção coletiva

de histórias num a turm a de 1a série do Curso

Funda-m ental, este estudo pretendeu discutir estabeleciFunda-m entos

teóricos sobre a intersubjetividade, oferecendo

concei-tos que pusessem em evidência a interpretação sobre as

relações que envolvem o processo de produção do

co-nhecim ento e dos m odos de fazê-Ia num a sala de aula.

A "história" (processo) da produção coletiva de

"histórias" (produto) foi analisada a partir do interior

das relações entre, "processo e produto", no qual se

dis-cutiu aa va lia çã o eva lid a çã o das propostas dos Gram áticas de História (em particular a de Rego) à luz dos m

ovi-m entos sociodiscursivos que foraovi-m identificados no curso

da tarefa - a qual foi se definindo na sala de aula e que se

fez contexto tanto de pesquisa, com o de ensino.

O m odo de se conceber os processos dessa

elabaração foi, inicialm ente, configurado a partir do

arcabouço teórico do m ovim ento histórico-cultural

(especialm ente Vygotsky, Leontiev e Saxe), sendo

apropriado e transform ado no contexto de um a

interlocução específicade natureza teórica (principalm ente

Bakthin e Goffm an) e em pírica (a atividadeltarefa que foi

sendo definida durante a pesquisa). A análise desta

elaboração teórico-em pírica é o grande foco do presente

estudo.

D I A 2 6 / 1 0 / 2 0 0 0

M e t á f o r a s d e v i a g e m n a m e m ó r i a f i c c i o n a l d o B r a s i l

M e t a p h o r s o f a t r i p i n the b r a z i I i a n f i c t i o n a l m e m o r y

Id ilv a M a ria P ire s G e rm a n o

Um a longa expedição literária aos

terri-tórios nacionais tem construído continuam

en-te a m em ória nacional com o um destino

coletivo m arcado pela incom pletude, senão

com o um a desesperança de chegar a lugar

ne-nhum . Os escritores e intelectuais, com prom

e-tidos em explicar quem som os nós brasileiros e

que futuro nos aguarda, se valem das im agens

dos longos percursos no solo nacional, das lem

-branças de viagens passadas e dos relatos de

ex-pediçóes alheias, para tentar "localizar" a

cul-tura brasileira, circunscrever seus lim ites diante

de m odos de vida forasteiros e m arcar suas

fron-teiras espirituais face a outros povos.

O resultado dessa odisséia nacional é sem

-pre um percurso no espaço e no tem po: os

escn-tores buscam as origens da form ação do país,

vol-vendo ao seu passado histórico e esquadrinham

as diferentes regiões do solo pátria, m apeando a

sua topografia e descrevendo os diferentes m

o-dos de ser brasileiro encarnados pelos variados

tipos hum anos que encontram e im aginam .

Neste trabalho, analisam os as m etáforas

de viagem que percorrem as obras de José de

Alencar e de Antônio Callado, em penhadas na

invenção do Brasil e da brasilidade. Tais m

etá-foras são indicativas do sentido de errância na

localização do ser nacional e na definição dos

cam inhos da cultura brasileira. As obras são

interpretadas com o "viagem da razão" (a obra

com o m eio de conhecim ento e reconhecim

(6)

ro da nação); com o "viagem do corpo"

(resul-tado de viagens históricas); com o "viagem

es-tética" (recriação textual); com o "viagem do

es-cri ror" (resultado da trajetória do escritor no

cam po intelectual e na tradição letrada).

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

U m e s t u d o c o m p a r a t i v o e n t r e p e q u e n o s e m p r e s á r i o s b r a s i l e i r o s e a l e m ã e s : a i n f l u ê n c i a d e d i m e n s õ e s c u l t u r a i s n a

e f i c á c i a d e e s t r a t é g i a s e m p r e s a r i a s

A c o m p a r a t i v e s t u d y a m o n g s m a l l B r a z i l i a n a n d G e r m a n e n t r e p r e n e u r s : the

i n f l u e n c e o f c u l t u r a l d i m e n s i o n s o n the

e f f i c a c y o f e n t r e p r e n e u r i a l s t r a t e g i e s

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A n to n io C a u b i R ib e iro T u p in a m b d

A im portância econôm ica e social das

peque-nas em presas já obteve o seu reconhecim ento de

longa data. A relação deste setor da econom ia com

a solução de diversos problem as pessoais e sociais,

bem com o com a efetiva participação nos

resulta-dos econôm icos e políticos das nações, inclusive do

Brasil, pode ser vista, por exem plo, através do

nú-m ero crescente de organizações de apoio e do

inte-resse geral por esse tipo de em presa.

As denom inações para este tipo de negócio

são variadas, dependendo de diversos aspectos e

dim ensões, pode-se falar de em presa de subsistên-cia, negócios subterrâneos, m icroem presa,

peque-na em presa, em presa de m édio porte, etc. Apesar

destas diferenças e independentem ente de suas de-nom inações, estudiosos e praticantes do assunto

dividem a m esm a opinião de que o em presário à

frente deste tipo de negócio pode ser diferenciado

de outros em presários, por exem plo, daqueles que

estão à frente de grandes coorporações e m ais

ain-da de outros profissionais, por exem plo, gerentes

ou professores.

O reconhecim ento do papel social e econôm ico

de pequenos em preendim entos não tem gerado,

con-tudo, estudos teóricos significativos na área.

Principal-m ente no caPrincipal-m po da psicologia tePrincipal-m -se tratado o

assun-to apenas num a perspectiva da experiência cotidiana,

resultado de discussões pessoais assistem áticas para a

tom ada de decisão face a assuntos de interesse desse

70

setor da econom ia. Apesar de haver um a tendência por

parte dos órgãos financeiros, representativos e

associa-ções voltadas para os pequenos em presários em

acredi-tar na relevância da abordagem psicológica do

assun-to, o conhecim ento sistem atizado acum ulado que possa

ajudá-Ios ainda é escasso. Tópicos de interesse nessa

área podem versar sobre conhecim entos que

contribu-am para que esses profissionais, dentre outras coisas,

sobrevivam , cresçam e se realizem através dos seus

em preendim entos, conhecim entos esses que

contribu-am para a definição das condições psicológicas neces-sárias para se falar em êxito em presarial. Além disso

sabe-se pouco sobre tom ada de decisão, uso de

estraté-gias adequadas e seu desenvolvim ento no âm bito do

negócio; sobre o aproveitam ento correto de habilida-des e sobre conhecim entos pessoais acum ulados

nou-tras situações para benefício do atual em preendim

en-to (capital hum ano).

Elaboram os um m odelo para pensar as

peque-nas em presas e o com portam ento do pequeno em

-presário, buscando esclarecer as relações que existem

entre características de personalidade e resultados em

-presariais nas suas m ais variadas possibilidades.

Esse m odelo de abordagem da pequena

em presa que passam os a denom inar "m odelo de

m ediação" deveria ser testado a partir de dados

coletados em diferentes realidades nacionais.

Iniciam os com três países, a saber, Alem anha, Irlanda

e Brasil. No núcleo do m odelo encontra-se um a

relação que é m ediada por ações em presariais, bem

com o estratégias em presariais.

Neste contexto o trabalho foi desenvolvido e

recebeu especial atenção nos seguintes elem entos do

m odelo: a relação entre fatores de personalidade,

es-tratégias e sucesso em presarial no caso de pequenos

em presários à luz de um a com paração internacional.

Um a das principais m etas da parte do trabalho

concernente à com paração Alem anha e Brasil

consis-te em consis-testar o m odelo de m ediação com dados de

um a am ostra original, isto é, organizada a d h o c no

Brasil.

O m odelo de m ediação pode ser de fato com

-provado na am ostra brasileira para várias estratégias,

bem com o para várias constelações de características

de personalidade, estratégias e m etas em presarias alcançadas.

Nós nos utilizam os de duas m edidas de

resul-tados em presariais (sucesso no em preendim ento) já

(7)

am plam ente urilizadas e conhecidas na literatura

es-pecífica que são respectivam ente consideradas com o m edidas subjetiva e objetiva de sucesso em presarial.

No caso do Brasil, diferentem ente dos outros dois

países, teve-se que levar em conta o freqüente desco-nhecim ento ou desorganização face às variáveis

cor-respondentes às m edidas objetivas de resultados em

-presariais alcançados, um a característica m uito

observada em países em vias de desenvolvim ento ou

subdesenvolvidos. Frese

JIHGFEDCBA

& Friedrich (1997)

observa-ram o m esm o em países africanos com o Zim babwe.

Desta form a, a m edida subjetiva de sucesso term ina

por ter um papel acentuadam ente m aior num

estu-do desta natureza.

Além disso procuram os com provar o papel

m ediador de determ inadas estratégias que até o m

o-m ento não tinhao-m sido com provadas.

M ais adiante foi questionado se na am ostra de

pequenos em presários alem ães e brasileiros as m

es-m as estratégias se fazees-m coes-m provar iguales-m ente coes-m o

m ediadoras.

A prática em presarial, juntam ente com m uitos

resultados de pesquisas em píricas ilustram que

estratégias em presariais podem ser diferentem ente

associadas a sucesso em presarial em diferentes culturas.

Baseando-se nesta inform ação, alguns

pesquisa-dores do assunto procuraram identificar, por exem plo,

num determ inado país africano (Zim babwe),

estratégi-as de sucesso específicestratégi-as utilizadestratégi-as por pequenos em

pre-sários, evitando se portarem de form a eurocêntrica.

Utilizando-se da am ostra de pequenos em

pre-sários alem ães e irlandêses, Rauch (1998) observou

que a relação da estratégia "planejam ento detalhado"

e sucesso em presarial na Alem anha e Irlanda tinha

valores claram ente distintos. Esta estratégia

corresponde, com o podem os observar na teoria, com

a dim ensão denom inada por Hofstede (1984), no

seu livro

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

C u ltu re s C o n se q u e n c e s, de "Evitaçâo de Se-gurança". Diga-se de passagem que a Alem anha e a

Irlanda diferenciam -se claram ente quanto à nom

ea-da dim ensão. As dim ensões de Hofstede são dim

en-sões culturais de valor e têm um a fundam entação

em pírica. Rauch constatou no ano de 1998 a

exis-tência de um a relação entre a diferença da dim ensão

acim a m encionada, por um lado, e a diferença das

correlações tam bém já m encionadas, por outro.

Lenartowicz m ostrou na sua tese de

doutora-do para um a universidade am ericana, em 1996,

in-clusive diferenças inter-regionais do potencial de

su-cesso de determ inadas estratégias no caso de

peque-nos em presários.

Nesse trabalho nós pesquisam os quais estratégias

em presarias correspondem às dim ensões de valor

culturais conform e concebidas por Hofstede no caso

dos pequenos em presários. Das quatro dim ensões

foram selecionadas as dim ensões culturais denom inadas

"distância de poder" e "individualism o / coletivism o".

Baseando-nos no estudo com parativo de Rauch

entre Alem anha e Irlanda, tentam os com provar o

quanto a diferença no nível destas dim ensões com

-parativam ente entre os dois países considerados tem

a ver com as diferenças nas relações entre estratégia e

sucesso nos m esm os países. Desta feita consideram os

o Brasil e a Alem anha para esta com paração.

Além das duas dim ensões culturais de

Hofstede acrescentam os na nossa pesquisa um a

di-m ensão socioeconôdi-m ica que denom inam os

"hosti-lidade am bienta!".

Partim os do pressuposto de que:

a) a dim ensão "distância de poder" corresponde

à estratégia "incentivo ao desenvolvim ento de com

pe-tência e responsabilidade pessoal dos colaboradores",

"desenvolvim ento de pessoal", "m otivação dos

cola-boradores" e "gerência autoritária dos colacola-boradores";

b) "individualism o/coletivism o" corresponde à

estratégia em presarial "desenvolvim ento de

relacionam ento pessoal com os colaboradores";

c) "hostilidade am biental" corresponde às

estratégias em presariais "utilização de cadeias de

relacionam ento" e "grau de valoração do trabalho".

Tom ando com o referência a literatura

con-siderada até o m om ento, vim os serem

desenvolvi-dos pela prim eira vez teorem as válidos para a

par-tir deles elaborar hipóteses sobre correlações entre

estratégias e sucesso em presarial binacionalm ente

diferentes, levando-se em conta as dim ensões com

graus diferentes num a perspectiva tam bém

binacional. Apesar de term os, com base nos

teorem as sobre a eficácia de estratégias em

dife-rentes culturas, afirm ado apenas tendências do

sen-tido em que as diferenças correlacionais

aconte-cem , foi possível inclusive encontrar diferenças

correlacionais significantes binacionalm ente das

relações entre estratégia e sucesso. Para am bos os

países foi possível selecionar estratégias com

bas-71

(8)

tante potencial de sucesso, baseando-se nos nom

e-ados teorernas correspondentes. No âm bito desta

pesquisa não foi possível encontrar nenhum dado

que negasse a hipótese da m oderação cultural

bem com o socioeconôm ica das relações de m

e-diação. No caso de trabalhos posteriores a este

constatarem que as dim ensões de valor e

socioeconôm icas atuam de fato sobre as relações

de m ediação, esta integração de aspectos

cultu-rais poderia aum entar o grau de generalização

do atual m odelo de sucesso proposto. Na

práti-ca é possível com base nos presentes resultados

sugerir critérios seletivos, de treinam ento,

crité-rios e m odelos de apoio em presarial para

peque-nas em presas levando-se em conta especificidades

culturais.

M ultirrepetênciacbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

n a U n i v e r s i d a d e : t r a j e t ó r i a d o d i s c u r s o

M ulti-repetition a t the u n i v e r s i t y : the

t r a j e c t o r y o f a d i s c u s s

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Jesu s G a rcia P a scu a l

A trajetória deste estudo se situa entre dois

extrem os de um discurso, que m ostra a

deteriora-ção do seu conteúdo, ao longo da cam inhada

uni-versi tária.

No início havia sonhos ...

U F C , fá b ric a d e so n h o s. N ó s, u n iv e rsitá rio s, te -m o s fe b re d e a p re n d e r. I-m a g in a -m o s u -m a u n iv e r-sid a d e c o m p ro je to , h istó ria , te c n o lo g ia , d isc ip

li-n a , fo to re s q u e sirv a m c o m o p e d a is d o fu tu ro .

JIHGFEDCBA

O m e rc a d o é c a d a v e z m a is e x ig e n te q u a n to à c a p a

-c id a d e d o d ip lo m a d o d e u sa r a -c a b e ç a . A fo -c u l-d a l-d e é o m o m e n to l-d e b u rila r e ssa h a b ilil-d a l-d e e é p o r isso q u e so n h a m o s c o m u m m u n d o d e o p o rtu -n id a d e s. Q u e re m o s se r a c a ra d a u -n iv e rsid a d e . O

fu tu ro a g ra d e c e !(Pensam ento expresso por um grupo de alunos recém -ingressos, durante um a

sessão psicopedagógica do projeto: Entrei na

Universidade ... e Agora)

72

Depois vem a decepção ...

T u d o isso m e fa z fic a r in c o n fo rm a d a , d e c e p -c io n a d a , c a n sa d a e se m e stím u lo p a ra c o n ti-n u a r o s m e u s e stu d o s n a u n iv e rsid a d e . M i-n h a m a io r m o tiv a ç ã o p a ra c o i-n tii-n u a r te m sid o a v o n ta d e d e sa ir. Q u a n to m a is p e n so q u e d e -te sto a U n iv e rsid a d e , m a is m e e sfo rç o p a ra sa ir d e la . A ssim , e sto u te n ta n d o n ã o a b a n d o n a r m a is d isc ip lin a s, te n ta n d o a u m e n ta r m e u IR A p a ra p a g a r to d o s o s c ré d ito s e , fin a lm e n te , re

-c e b e r o m e u d ip lo m a . (Fala proferida por um a aluna rnultirreperente do nono sem

es-tre, em entrevista).

A evasão escolar, e seus m ecanism os

des-vinculantes, se destaca com o um dos fenôm enos

m ais preocupantes no panoram a educacional

pú-blico latino-am ericano, seja na form a de fracasso dos

indivíduos (Poppovic, Esposito & Cam pos, 1970);

ou fracasso dos sistem as socioeducacionais (Fraitag,

1979; Ferreiro, 1985) ou fracasso da própria escola

(Pano, 1990). Existe um a preocupação com o

fra-casso escolar e a busca de soluções alternativas, com o

m ostra a farra bibliografia sobre o assunto nas duas

últim as décadas (Scoz, 1987, 1991, 1994; Visca,

1987, 1991; Pam plona, 1988; Fernandez, 1990;

Paín, 1992; W eiss, 1992; Lajonquiere, 1992; M asini,

1993; Horisch, 1993; Neves, 1993; Baraldi, 1994;

Sisto, 1996).

Entretanto, o tem a abordado nesta

pesqui-sa, paradoxalm ente, se concentra na perm anência

escolar vinculante, que desafia o ciclo característi-co do fracasso escaracterísti-colar: re p ro u a ç ã o -re p e tê n c ia -e o a sã o .

Há alunos na Universidade Federal do Ceará que

repetem até oito (8) vezes a m esm a disciplina!

Al-guns alunos m antêm o vínculo acadêm ico com esta

Instituição por m ais de onze (11) anos. Com o com

-preender esses fenôm enos (des)educacionais ?

A rnultirrepetência se constitui em um fenôm eno

psicosocioeducacional m uito com plexo, que requer um a

aproxim ação científica cuidadosa. Interligar os diversos

aspectos que a com põem - intelectivos, aíerivos, sociais,

políticos, econôm icos, educacionais, biológicos - torna a

sua investigação m uito com plexa, pois abrangê-los todos

sim ultaneam ente requer um a equipe inrerdisciplinar para

- além de preservar a validade epistem ológica dos

resultados - conseguir a necessária sincronicidade da

investigação. Não é o caso deste estudo.

(9)

Qual é o perfil do aluno m ultirrepetente e a

que causas esses próprios alunos e seus professores

atribuem a m ultirreperência constituem as duas

questões m atriciais desta pesquisa.

Quanto à prim eira questão - o perfil do

alu-no m ultirrepetente - foram pesquisados:

a) aspectos intelectivo-estrururais dos alunos

em relação ao conhecim ento, através do M étodo

Clí-nico de Piaget (Prova da Flutuação dos corpos);

b) aspectos afetivo-energéticos em relação à

aprendizagem , através da form a reduzida do Teste

de Apercepção Tem ática;

c) aspectos socioeducativos através de um a

Entrevista Tem ática, elaboradajihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa d h o c.

O universo da pesquisa ficou restrito, nesta fase

de seu andam ento, a alunos do Centto de Hum

anida-des, para a qual inicialm ente se inscreveram dezoito

JIHGFEDCBA

( 1 8 ) alunostas) m ultirrepetentes através de um a ficha

de inscrição; dos quais apenas oito (8) se subm eteram

ao processo investigatório; foi constatada um a certa

resistência à investigação por parte dos alunos.

Considera-se aluno m ultirreperente, para

efei-tos desta pesquisa, aquele que tenha sido reprovado

pelo m enos quatro vezes na m esm a ou em

diferen-tes disciplinas, sucessivam ente ou não.

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

P e r f i l d o a l u n o m u l t i r r e p e t e n t e d o C e n t r o

d e H u m a n i d a d e s

Iniciam os a apresentação dos dados colhidos

durante a pesquisa, apresentando um quadro

sinóptico dos oito (8) estudantes que se subm ete-ram ao processo investigatório.

Relendo as falas obtidas na pesquisa,

consta-tam -se alguns dados que m erecem reflexões do

pon-to de vista da Psicologia Escolar, no sentido de

ajudar educadores e alunos a superar esse cancro do

ensino brasileiro cham ado fracasso escolar:

1- os resultados da pesquisa m ostram que se

trata de alunos oriundos das classes social e econôm ica baixa e m édia, que exercem atividades

rem uneradas e paralelas ao estudo com o ajuda para

m elhorar o orçam ento pessoal. Entretanto, o fato

de sobrepor o trabalho ao estudo, quando acontece

a incom patibilidade entre am bos, não pode ser

atribuído exclusivam ente às necessidades

econôm icas, m as tam bém à falta de credibilidade e

interesse na form ação acadêm ica que os sujeitos

entrevistados têm pelo curso escolhido: " .... quando

com ecei a trabalhar, eu fiquei entusiasm ada, né, com

BA

S u j e i t o S e x o I d a d e N a t u r a l R e n d a I n g r e s s o A n o C r é d i t o s R e p r o v . I R A

1

F

20

O u t r o

5 -10

V e s t ib

94.1

98

05

06362

2

F

28

F o r t a le z

1 - 3

V e s t ib

90.1

162

21

03992

3

F

23

F o r t a le z

5 - 10

V e s t ib

94.1

116

04

06527

4 F

25

O u t r o

1 - 3

V e s t ib

89.2

168

22

04138

5

M

20

F o r t a le z

1- 3 .

V e s t ib

94.2

98

09

0505

6

F

24

O u t r o

+10

T r a n s f

91.1

137

24

03248

7

M

20

C E

1 - 3

V e s t ib

94.1

76

19

03618

8

F

23

O u t r o

1 -3

V e s t ib

91.1

170

10

06789

Legenda: Natural: Forralezae Fortalez: CE =Ceará; Outro =Outro Estado do Brasil. Renda: Expressa em salários m ínim os. Ingresso: Form a de ingresso

na UFC ( Vestibular ou Transferência). Créditos: Créditos cursados durante o período com preendido entre a data de ingresso e 96.2. Reprov. : Núm ero de

reprovações acum uladas em várias disciplinas até 96.2. IRA : fndice de Rendim ento Acadêm ico.

73

(10)

o trabalho; achava bom ... pensei em trancar o

Curso... chegava um m om ento que não dava para

conciliar. .. eu sem pre priorizei o trabalho" (sujeito

6). " ... só que quando eu entrei no Curso, eu m e

decepcionei, sabe? O Curso básico não é assim ...

não am arra bem o que é que a gente vai ser ... eu não

gostei e surgiu um em prego ... eu disse assim : entre

um e outro eu não estou gostando m uito m esm o e

acho que vou trancar ... "(sujeito 8).

2- Aparece nos sujeitos um conhecim ento

cla-ro da sua situação acadêm ica de m ultirrepetência, que

se reflete no sentim ento de culpabilidade m anifesto;

sem tom ar, porém , atitudes concretas para m odificar

a situação de reprovação reiterada: " ... agora de

cabe-ça eu não m e lem bro bem , eu devo ter já perdido um

sem estre inteiro m esm o, abandonei; e m ais um as oito

(8) disciplinas ou m ais (sujeito nº7).

3- Constata-se um a fratura na interação

pro-fessor e alunos, tanto em nível didático com o

vin-cular. Os alunos consideram os professores bem

qua-lificados, porém , não apresentam um a didática

condizente com essa qualificação profissional.

"Po-dem ser bem inform ados, podem ser capazes, m as

não são didáticos; o problem a é didática. Não há didática, infelizm ente ... Eu tive um professor que

se orgulhava em dizer que ele com eçava com um a

turm a de 45 e term inava com 10" (sujeito nº4). Os

professores, entretanto, queixam -se da falta de

estí-m ulo e estudo por parte dos alunos reprovados. As

relações em sala de aula são perpassadas pela sim

pa-tia dos professores em relação a alguns alunos e não

pela necessidade de ajuda pedagógica. Aparecem ,

tam bém , sentim entos de m edo, receio e antipatia

por parte de alunos em relação a certos professores:

" ... a gente sem pre costum a dizer que é o professor

que m arca a gente, m as não é, não, não é querendo

m e safar, não; m as essa realm ente foi ... não sei bem

o que aconteceu, sei que saí reprovada novam ente,

por coincidência do destino foi com o m esm o

pro-fessor, entendeu? quando foi a quarta vez, no caso,

fui cursar com outro professor ... foi outra história,

em bora seja ... fosse o m esm o conteúdo ... pra m im

foi m uito enriquecedor; se você vir m inha nota, lá

dez (10,0), né? com o é que um a pessoa que foi

re-provada três vezes, tá com nota dez?"(sujeito nº8).

Quanto à intervenção dos professores no sentido

de ajudar os alunos m ulrirrepetentes, observa-se a

74

queixa da falta de estím ulo: "Bem , eu acho que

de-pende m uito do professor, não é um a coisa de

to-dos ... m as alguns, você precisa ver, não incentiva,

m esm o" (sujeito nº3). " ... eu acho que não tem m ui-to incentivo prático, eu não vejo m uito incentivo,

não ... eu vejo m uito isso, tem que estudar, tem que decorar isso e isso, né?"(sujeito nº7).

4- Os sujeitos utilizam , com m aior freqüência,

para resolver problem as, repertórios cognitivos que

apresentam estruturas da lógica operatório-concreta;

em bora não se possa afirm ar que não tenham

atingi-do o estágio das operações form ais. A utilização atingi-dos repertórios operatório-concretos por parte dos

alu-nos diz respeito apenas às situações de avaliação do

desem penho [as provas piagetianas ou as histórias no

Teste de Apercepção Tem ática]. Quando os m esm os

alunos constatavam que a tarefa não im plicava

avali-ação do desem penho, com o por exem plo, nas

entre-vistas, eles recorriam freqüentem ente a repertórios

operatório-form ais. A fim de tornar m ais clara a

clas-sificação dos sujeitos nesta dim ensão, apresentam os

alguns conceitos básicos da epistem ologia genética.

Inhelder e Piaget ( 1976) estabelecem três níveis de

classificação para as respostas dos sujeitos:

Nível I - A. Equivale ao pré-operatório; o

sujeito não consegue classificar os objetos, pois lhe

falta critério exaustivo; apenas agrupa os objetos em

classes inconsistentes através da argum entação do

exam inador, que se desfazem à m edida que

avan-çam os questionam entos deste. Aparece, por vezes,

um pensam ento anirnista.

Nível 1 -B. Interm ediário entre o

pré-opera-tório e o operapré-opera-tório-concreto, pois o sujeito realiza

classificações de objetos baseado nas qualidades

físi-cas destes; porém sem usar um critério consistente,

isto é, não percebe as contradições.

Nível II - A. Estabelece-se o

operatório-con-creto, pois o sujeito tenta encontrar um critério

único para a classificação, porém fazendo subclasses

para não desm anchar o critério encontrado. Usa a

noção de peso absoluto.

Nível II - B. Caracteriza-se com o transição entre

o operatório-concreto e o iníco do operatório-form al,

pois o sujeito tem noção de peso específico dos corpos,

m as com o não tem ainda a conservação de peso nem de

volum e, não pode estabelecer relações entre si para

(11)

gar à nocão de densidade. A solução é falar em objetos

concretos, com o o ar que entra, etc. Tam bém leva em

com a a água, m as não com parando os pesos específicos

dela e dos objetos.

Nível

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

l U - A com preensão da conservação

do volum e perm ite ao sujeito a form ação

operató-ria de densidade, que a estabelece com o critério

exaustivo e consistente. Além do m ais, passa a

raci-ocinar através de proposições, onde encontra que a

proposição p im plica q (p

JIHGFEDCBA

= objetos leves; q =

flutu-ar) não pode ser sustentada, a partir do m om ento

em que experim enta que há corpos leves (agulha) e

não flutuam , pois existe p.não-q. Da m esm a form a

que há corpos pesados que flutuam (tora de m

adei-ra) não-p. q. Bem com o encontram os corpos que

são pesados e não flutuam , que é o m ais com um

(m etal) não-p.não-q.

Após estas notas introdutórias ao assunto,

apresentam os o quadro que classifica as respostas

dos sujeitos.

As respostas foram classificadas a partir das

seguintes explicações dos sujeitos:jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

N ív e l I " b o ia rã o p e la le v e za ': " p e la te x tu ra ta m

-b é m d o p lá stic o ': " ép e la c o m p o siç ã o d e le , a c h o ':

" a q u i é m a is p e lo fo rm a to ': " op a ra fu so b ó ia n a

á g u a e e u n ã o sa b ia , e n tã o fo i isso , in d e p e n d e n

-te m e n -te d a [orma".

" V tti a fu n d a r. E u n u n c a v i u m a p ilh a d e n tro

d a á g u a , m a s c re io q u e a p ilh a v a i a fu n d a r, se a

p ilh a n ã o a fu n d a r, e u m a to e la ': " d e ix a e u m e

le m b ra r. .. lá e m c a sa... "

N ív e l 1 1 - " a í n ã o e n tra m a is a q u e stã o d o p e so ,

é d o m a te ria l...a m a d e ira g e ra lm e n te b ó ia , n é ?

(um a subclasse para não desm anchar o

crité-rio usado).

" E sse so b je to s q u e flu tu a m , te n d e m a flu tu a r à

m a n e ira p re c á ria d e v id o à te n sã o su p e rfic ia l d a

á g u a ': " a fu n d a p o rq u e fic o u c h e io d e á g u a '~

N ív e l IJ I - " e le sa fu n d a m p o rq u e e le s tê m u m a

m a ssa m u ito p e sa d a , q u e r d ize r, a d e n sid a d e d e la

é p e sa d a e m re la ç ã o

à

á g u a ': " h á u m a h ip ó te se

q u e e u p o d e ria fa ze r ... ': "td e n te n d e n d o , a m b o s

te m 1q u ilo , m a s e m re la ç ã o

à

o c u p a ç ã o d o e

sp a ç o , o q u e o c u sp a m a is e ssp a ç o é m e n o s c o n c e n

-tra d o d o q u e o q u e o c u p a e sp a ç o m a io r, a p e sa r

J "

a e te r o m e sm o p e so ... .

5 - M anifestam um bloqueio afetivo em

re-lação ao conhecim ento, o que pode ser considerado

um obstáculo epistem ofílico, isso significa afirm ar que estam os diante de sujeitos cuja inteligência está

a p risio n a d a (Fernandez, 1990: 110), isto é, ela

(in-teligência) não consegue se m anifestar em toda sua

fecundidade por estar am arrada por liam es da

or-Q uadro de classificação das respostas

BA

E X A U S T I V O C O N S I S T E N T E P E S O H I P Ó T E S E N í V E L

1 S im n ã o a b s o lu t o n ã o 1 8 - liA

2 S im s im e s p e c í f ic o s im 1 1 8 - 1 1 1

3 S im n ã o a b s o lu t o n ã o 1 8

4 S im n ã o a b s o lu t o n ã o 1 8 - liA

5 S im n ã o a b s o lu t o n ã o 1 8 - liA

6 S im s im e s p e c í f ic o s im 1 1 8 - 1 1 1

7 S im n ã o a b s o lu t o n ã o 1 8 - liA

8 S im s im e s p e c í f ic o s im 1 1 8 - 1 1 1

75

(12)

dem afetiva. Estados psicoafetivos de depressão,

so-lidão etc. ficaram nítidos nas estórias que eles cria-ram a partir dos quadros do T.A.T..

6 - Prevalece a atitude da

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

b ip e ra c o m o d a ç ã o em relação ao conhecim ento e às relações interpessoais.

Isso significa que os alunos se adaptam de form a

não m uito inteligente (segundo Piaget) às solicita-ções do m eio. :" P o d e m o s d e sc re v e r a b ip o a ssim ila ç ã o c o m o u m a p o b re za d e c o n ta to c o m o o b je to q u e re d u n -d a e m e sq u e m a s -d e o b je to e m p o b re c i-d o s, -d é fic it lú -d ic o e c ria tiv o . A h ip e ra c o m o d a ç ã o , c o m o p o b re za d e c o n ta to c o m a su b je tiv id a d e , su p e re stim u la ç ã o d a im ita ç ã o , fa lta d e in ic ia tiv a , o b e d iê n c ia a c rític a à s n o rm a s, su b

-76

m issã o ... A b ip o a c o m o d a ç ã o c o m o p o b re za d e c o n ta to c o m o o b je to , d ific u ld a d e n a in te rn a liza ç ã o d e im a -g e n s. A b ipe ra ssim ila ç ã o c o m o p re d o m ín io d a su b je tiu a ç ã o , d e sre a liza ç ã o d o p e n sa m e n to , d ific u ld a -d e p a ra re sig n a r-se " (Fernandez, 1990: 110), isto é, ela (inteligência) não consegue se m anifestar em toda

sua fecundidade.

7 - A investigação sobre o percurso escolar

dos alunos, no eixo diacrônico, m anifesta que as

re-provações se intensificam no terceiro grau; portan-to, estam os falando de sujeitos que percorreram o

Ensino Fundam ental e M édio sem m uitos tropeços

na aprendizagem !

Referências

Documentos relacionados

Profissionais especializados criam novos métodos para minimizar os impactos causados pelo ambiente de trabalho. Torna-se primordial manter a Qualidade de Vida no

Esta realidade exige uma abordagem baseada mais numa engenharia de segu- rança do que na regulamentação prescritiva existente para estes CUA [7], pelo que as medidas de segurança

Além disso, esse indicador pode ser desdobrado com a apuração dos custos comprometidos de cada empreendimento (CTE – FTE), tendo assim o gestor a informação de

The objective of this study was to evaluate the effect of low-level laser therapy (LLLT) on radiotherapy- induced morphological changes and caspase-3 immunodetection in parotids

The Anti-de Sitter/Conformal field theory (AdS/CFT) correspondence is a relation between a conformal field theory (CFT) in a d dimensional flat spacetime and a gravity theory in d +

Os pedidos para dispensa de medicamentos antibióticos sem receita médica junto das farmácias são mais do que frequentes, e cabe aos profissionais que nelas trabalham, a obrigação

No Estado do Pará as seguintes potencialidades são observadas a partir do processo de descentralização da gestão florestal: i desenvolvimento da política florestal estadual; ii

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se