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Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 número5

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Bassi DG etal.

520

Rev Assoc Med Bras 2010; 56(5): 520-1

hemorragia

digestiva

alta

causada

por

gist

deomir germano Bassi1, Fernanda perez adornoda silva2, Flavia mariade oliveira sousa3 Trabalho realizado no Hospital Universitário de Taubaté, São Paulo, SP

1- Professor Titular - Doutor da Disciplina de Clínica Cirúrgica da Universidade de Taubaté e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia, São Paulo, SP 2- Acadêmica de Medicina da Universidade de Taubaté, São Paulo, SP

3- Residente de Cirurgia Geral do Hospital Universitário de Taubaté, São Paulo, SP

Imagem em Medicina

O tumor estromal intestinal (GIST) é uma neoplasia rara que acomete, principalmente, pacientes acima de 50 anos de idade, sem predileção pelo sexo1,2. O diagnóstico é feito através

da imunohistoquímica, com pesquisa do CD-117 (C-Kit) e o tratamento cirúrgico associado à quimioterapia adjuvante em casos avançados tem apresentado bons resultados3. Este

trabalho apresenta um caso de GIST gástrico descoberto após episódio de hemorragia digestiva alta, tratado com sucesso por gastrectomia central.

c

aso

Paciente masculino, branco, 51 anos, com história de dor abdominal tipo cólica localizado no mesogástrio há cinco dias de moderada intensidade, associada a náuseas, tontura e melena. Há um dia relata hematêmese, associado à lipotímia. Endoscopia digestiva alta: Lesão submucosa gástrica com úlcera na sua superfície, com sinais de sangramento recente, com coágulo aderido (leiomioma?); bulboduodenite leve; duas

úlceras bulbares crônicas cicatrizadas. Realizado tomograia

computadorizada de abdome que evidenciou lesão tumoral em parede anterior de estômago (Foto 1). Foi submetido à gastrec-tomia central no quarto dia de internação. No intra-operatório observou-se tumoração em parede anterior do corpo gástrico a aproximadamente 6 cm do cárdia, medindo cerca de 8 cm em seu maior eixo (Foto 2 e 3).

Anatomopatológico: neoplasia mesenquimal de células

fusi-formes, pleomorismo celular discreto, índice mitótico zero,

presença de necrose e degeneração hialina, margens cirúrgicas livres.

Iminuhistoquímica: CD-117 difusamente positivo. Sendo

classiicado como GIST de risco intermediário. Evoluiu sem

intercorrências recebendo alta no quinto dia de pós-operatório.

d

iscussão

Tumor estromal gastrointestinal (GIST) é um nome genérico do tumor mesenquimal originado da célula intestinal de Cajal, célula marcapasso do plexo mioentérico gastrointestinal que expressa o CD-117 (c-Kit) que é uma proteína protooncogênica. A expressão dessa proteína diferencia o GIST de leiomioma, leiomioblastoma e outros tumores mesenquimais do trato gastrointestinal1,3,4.

Os tumores em sua maioria são sintomáticos, localizados 60% a 70% no estômago, intestino delgado e reto sendo que as

manifestações mais comuns são: hemorragias gastrointestinais, obstrução e dor2. Ainda não é possível uma investigação

labora-torial pré-operatória para diagnóstico e marcadores especíicos

estão em estudos2,4.

Em relação ao conhecimento adquirido sobre o GIST, ao longo dos últimos anos, persistem ainda dúvidas relacionadas

aos possíveis fatores prognósticos. A identiicação destes se prende à importância da estratiicação dos pacientes em grupos

de risco e, por conseguinte, do reconhecimento daqueles com maior possibilidade de recidiva da doença ou de menor sobrevida após o tratamento cirúrgico, permitindo com isso o emprego de terapia adjuvante nos casos de pior prognóstico3.

O tratamento é cirúrgico com margem de segurança de pelo menos 2 a 4 cm1,2,3,4. A localização da lesão é um importante

fator para a ressecção, pois para as lesões situadas anteriormente utiliza-se a ressecção em forma de cunha e, nas posteriores a gastrectomia2. Nos tumores de baixíssimo e baixo risco realiza-se

a cirurgia e faz-se acompanhamento ambulatorial; nos de alto risco, além da cirurgia, é feita terapia adjuvante com imatinibe, entretanto nos tumores de risco intermediário não existe um consenso em relação ao seu tratamento.

Figura 1 - Tomograia computadorizada de abdome com contraste evidenciando lesão hipodensa causando abaulamento para

(2)

HemorraGiaDiGestivaaltacausaDaporGIST

521

Rev Assoc Med Bras 2010; 56(5): 520-1

Concluímos que ainda há diiculdade de estabelecer um diagnóstico preciso pré-operatório, o que inluencia na tera

-pêutia cirúrgica, além da diiculdade no manejo dos pacientes com tumores classiicados como risco intermediário. E quando

abordarmos um paciente com hemorragia digestiva alta devemos investigar o GIST como possível causa de sangramento.

r

eFerências

1. John SK, Basu S, Lawrance RJ, Davies N. An unusual presentation of a Gastrointestinal stromal tumour (GIST). World J Surg Oncol. 2007;5:78. 2. Consolo FS, Cardoso AAP, Branco OM, Lamego H, Arruda L. Hemorragia

digestiva por tumor estromal gástrico: relato de caso. Rev Col Bras Cir. 2007; 34(1).

Figura 2- Peça cirúrgica da gastrectomia central mostrando a neoplasia

Figura 3- Peça cirúrgica aberta onde é possível observar o ponto central em que ocorreu o sangramento do tumor

3. Basilio PRO, Pannain VL, Portari P, Iglesias CA, Basilio ACO. GIST: avaliações morfológica e imuno-histoquímica do prognóstico. J Bras Patol. Med Lab. 2009; 45:49-54

4. Cruz RJ, Vincenzi R, Ketzer BM, Cecilio AL, Cepeda LA. Spontaneous intra-tumoral bleeding and rupture of giant gastric stromal tumor (> 30 cm) in a young patient. World J Surg Oncol. 2008;6:76.

*Correspondência:

Av. Tiradentes, 500 - Bom Conselho Taubaté - SP

CEP: 12030-180

Imagem

Figura 1 - Tomograia computadorizada de abdome com contraste  evidenciando lesão hipodensa causando abaulamento para
Figura 3- Peça cirúrgica aberta onde é possível observar o ponto  central em que ocorreu o sangramento do tumor

Referências

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