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Atenção ao risco reprodutivo pré-concepcional na atenção básica: a gestão na agenda de trabalho de uma equipe de saúde

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Academic year: 2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS (UNA-SUS) - NÚCLEO DO CEARÁ NÚCLEO DE TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EM SAÚDE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO, PESQUISA E INOVAÇÃO EM SAÚDE DA

FAMÍLIA

MAILAY RODRIGUEZ GALVEZ

ATENÇÃO AO RISCO REPRODUTIVO PRÉ-CONCEPCIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA: a gestão na agenda de trabalho de uma equipe de saúde

Frecheirinha-Ceará 2018

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MAILAY RODRIGUEZ GALVEZ

ATENÇÃO AO RISCO REPRODUTIVO PRÉ-CONCEPCIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA: a gestão na agenda de trabalho de uma equipe de saúde

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Coordenação do Curso de Especialização em Saúde da Família, modalidade semipresencial, Universidade Aberta do SUS (Una-SUS) - Núcleo Do Ceará, Núcleo de Tecnologias em Educação a Distância em Saúde, Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista.

Orientadora Dra: Kátia Linhares Lima Costa.

Frecheirinha-Ceará 2018

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MAILAY RODRIGUEZ GALVEZ

ATENÇÃO AO RISCO REPRODUTIVO PRÉ-CONCEPCIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA: a gestão na agenda de trabalho de uma equipe de saúde

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Especialização em Saúde da Família, modalidade semipresencial, Universidade Aberta do SUS (Una-SUS) - Núcleo Do Ceará, Núcleo de Tecnologias em Educação a Distância Em Saúde, Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista.

Aprovado em: __/___/___

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________

Profº., titulação (Dr./Me.), nome.

Instituição

_____________________________________

Profº., titulação (Dr./Me/Esp), nome.

Instituição

____________________________________

Profº., titulação (Dr/Me/Esp), nome.

Instituição

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RESUMO

O presente estudo é composto por revisão bibliográfica narrativa e análise de dados secundários ligados à área que abrange a ESF (Estratégia Saúde da Família) Oiticica, Município de Frecheirinha-CE. Objetivou-se por buscar identificar as dificuldades encontradas pela equipe de saúde, em acompanhar gestantes, de maneira que esse diálogo possa despertar interesse social e político para mudança de postura no que tange a gestão da atenção ao risco reprodutivo pré-concepcional, no sentido de reduzir danos e qualificar a assistência à saúde e pré-natal.

Concomitante a isso, serão narradas às dificuldades encontradas pela equipe de saúde em seguir o protocolo exigido para efetivação do pré-natal em uma unidade básica de saúde da família. Os temas abordados estão ligados a conhecimentos de patologias, vontade de uma gestação saudável e/ou na escola do método contraceptivo. Obtivemos a amostra baseada em dados obtidos por pesquisa na área de abrangência no PSF Oiticica do município Frecheirinha no período janeiro- fevereiro do ano 2018. Foram utilizados como fontes de informação os prontuários das gestantes cadastradas no posto e dados oferecidos pelo SIAB municipal sobre o número de mulheres em idade fértil e outros dados sociais e demográficos que se constituíram fatores de risco. concluir que o controle de risco pré-concepcional, constitui um dos programas importante na atenção à saúde da mulher para assegurar o desenvolvimento de uma gravidez mais saudável para mãe e filho. Vale ressaltar também a importância da consulto de planejamento familiar, de maneira que possa favorecer uma gravidez planejada e com redução de risco. O resultado dessa pesquisa aponta para a compreensão de que é possível o desenvolvimento satisfatório de uma gravidez saudável, diminuindo o índice de mortalidade materna e infantil.

Palavras-chave: Pré-concepcional. Gestação não planejada Estratégias de Gestão.

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ABSTRACT

The present study is composed of bibliographical narrative review and analysis of secondary data related to the area that includes the FHS (Family Health Strategy) Oiticica, Municipality of Frecheirinha-CE. The aim of this study was to identify the difficulties encountered by the health team in accompanying pregnant women, so that this dialogue may arouse social and political interest to change the posture regarding the management of attention to pre-conceptional reproductive risk, in the sense of reduce harm and qualify health care and prenatal care. Concomitant to this, will be narrated to the difficulties encountered by the health team in following the protocol required for prenatal care in a basic unit of family health. The topics covered are linked to knowledge of pathologies, the desire for a healthy pregnancy and / or contraceptive method. We obtained the sample based on data obtained by research in the area covered by the Oiticica PSF in the municipality of Frecheirinha in the period January-February 2018. The records of the pregnant women registered at the post and data provided by the municipal SIAB on the number of women of childbearing age and other social and demographic data that constituted risk factors.

conclude that preconceptional risk control is one of the important programs in women's health care to ensure the development of a healthier pregnancy for both mother and child. It is also worth mentioning the importance of the family planning consultation so that it can favor a planned and risk-reducing pregnancy. The result of this research points to the understanding that it is possible the satisfactory development of a healthy pregnancy, reducing the maternal and infant mortality rate.

Keywords: Preconception. Unplanned pregnancy Management Strategies.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 6

2 PROBLEMA ... 8

3 JUSTIFICATIVA ... 9

4 OBJETIVOS GERAIS...9

4.1Objetivos Específicos ... 9

4 REVISÃO DE LITERATURA ... 10

5 PROPOSTA METODOLÓGICA ... 14

6 ANÁLISE DE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 15

7.1 Avaliação das pacientes incluídas na pesquisa ... 21

7.2 Atividades educativas e planos de aconselhamento ... 22

8 CRONOGRAMA ... 23

9 RECURSOS NECESSÁRIOS ... 24

1 INTRODUÇÃO

A definição legal de gravidez segue a definição médica: para Organização Mundial da Saúde (OMS) começa quando termina a implantação, que é o processo que começa quando o blastocisto adere a parede do útero (cerca de 5 ou 6 dias

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após a fertilização, então isso, atravessa o endométrio e invade o estroma. O processo de implementação termina Quando o defeito na superfície do epitélio é fechado e o processo de aninhamento é concluído, começando então a gravidez.

Isso ocorre entre os dias 12 a 16 após a fertilização. (BRASIL, 2000).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde reprodutiva como o estado completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença durante o processo de reprodução. A mesma inclui a atenção pré- concepcional, pré-natal, parto, recém-nascido, puerpério e neonatal precoce (BRASIL, 2005).

É conhecido como Risco Pré-concepcional à probabilidade de uma mulher não engravidar a sofrer danos (ela ou seu produto) durante o processo de reprodução. Isto é condicionado por uma série de fatores, doenças ou circunstâncias únicas ou associadas que possam afetar negativamente a binomial, durante a gravidez, parto ou puerpério (RESENDE 2012).

O risco pré-concepcional é aplicado às mulheres em idade fértil nos períodos não gestacional é por isso que o objetivo é classificar as mulheres em idade reprodutiva não gestante a de acordo com o risco de que no futuro uma gravidez possa afetar sua saúde, tanto no feto quanto no recém-nascido. Portanto, é conhecido que mulheres que apresentam um alto risco pré-concepcional possivelmente apresentarão alto risco obstétrico, no caso de gravidez. Por isso é necessário atuar no período pré-concepcional, a fim de identificar mulheres que têm um alto risco de lhes dar mais atenção usando sempre as regras e procedimentos estabelecidos.

Educação pré-concepcional em saúde focada na minimização dos riscos reprodutivos por meio da conscientização e sensibilização em todas as mulheres em idade fértil. Uma entrevista agendada antes da gravidez é necessária (consulta ou cuidados Pré-concepcional), para identificar, eliminar, corrigir ou reduzir o risco.

Os objetivos do cuidado pré-concepcional são:

 Orientar o casal se a mulher não for capaz de engravidar adiar até o momento em que é.

 Promover ações para melhorar a saúde das mulheres e recém-nascidos.

 Identificar fatores que condicionam um risco reprodutivo para mulheres e seu recém-nascido.

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Rezende (2012) aponta que a assistência pré-natal e a pré-concepcional é um direito de todas as mães. Por isso, os serviços de saúde precisam criar estratégias para essa prática, abrangendo um maior número de mulheres em idade fértil, estejam elas desejosas ou não de engravidar. A autora conclui que: muitas gestações não são desejadas, o que ocasiona maior risco gestacional e indica ausência de aconselhamento pré-concepcional. (MAGALHÂES, 2006 apud REZENDE, 2012, p.20).

O município de Frecheirinha, no estado do Ceará tem uma população de 13.669 habitantes, desses 6.350 são homens e 7.319 são mulheres. Moram na zona urbana 5.890 pessoas e na zona rural 7.779 pessoas. Com uma área territorial de 181.240 km quadrados, com aproximadamente 71.7 habitantes por km quadrado segundo o IBGE. O Município presta serviço de atenção primaria e secundaria sendo uma unidade mista e seis unidades básicas. A Unidade Básica de Saúde de Oiticica está localizada na área rural, sendo 2.888 o número de pessoas atendidas.

Na sua área de abrangência é extensa e muito variada, pois têm áreas urbanizadas e vilas, a maior parte de seu território é rural.

O território foi dividido em 7 micro áreas cobertas por agentes comunitários de saúde (ACS). Reside um total de 569 mulheres entre 15 e 49 anos no ano 2018, destas temos 19 grávidas, 3 delas menores de 18 anos e 4 maiores de 35 anos . A grande rotatividade de profissionais nas equipes de saúde da família e desenvolvimento de ações preventivas na atenção básica era limitada em grande porcentagem ao trabalho de assistência, se começa a dar grandes passos no trabalho de promoção e prevenção, mas ainda assim há muito a ser feito para dar uma abordagem de risco a um problema tão sério e urgente como o risco reprodutivo pré-concepcional e, assim, garantir uma maternidade sem riscos.

Tendo em conta os resultados esperados como este projeto de intervenção pode ser sem dúvidas um instrumento para melhorar os serviços de saúde da Equipe de Saúde Familiar de Oiticica em quanto a saúde sexual e reprodutiva sana com o fim de diminuir a morbimortalidade materna.

2 PROBLEMA

De que maneira pode-se sistematizar de forma planejada, interdisciplinar e prioritária a atenção ao risco reprodutivo pré-concepcional.

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3 JUSTIFICATIVA

A inviabilização da consulta pré-concepcional ou de sua eficácia pode ser, além de gestações não planejadas, devido a: fatores de risco que não são modificáveis, idade materna avançada, história familiar de doenças genéticas e minorias étnicas, aspectos socioeconômicos familiares e falhas nos sistemas de saúde, profissionais inadequadamente treinados, tempo de espera para consulta muito extenso, entre outros. (ZUBAIG 2008 apud REZENDE, 2012, p.20)

De acordo com Nakamura ET al.(2007 apud REZENDE, 2012) tanto a morbidade quanto a mortalidade materna estão alicerçados num tripé constituído por planejamento familiar, seja para a gravidez desejada ou para não planejada, a assistência pré-natal e assistência ao parto.

O processo de desenvolvimento da mulher, no geral, é acompanhado de sobrecarga e descontinuidade de tarefas que na maioria dos casos afeta sua saúde física, social e mental. Para encontrar uma nova maneira de viver, é importante identificar o nível de qualidade de vida, de bem-estar e satisfação das mulheres, principalmente no ciclo gravídico-puerperal. Diante do exposto, surgiu o interesse de realizar essa pesquisa, abordando o tema que trata de identificar as dificuldades encontradas pela equipe de saúde, em acompanhar gestantes, de maneira que esse diálogo possa despertar interesse social e político para mudança de postura no que tange a gestão da atenção ao risco reprodutivo pré-concepcional, no sentido de reduzir danos e qualificar a assistência à saúde e pré-natal. Concomitante a isso, narradar às dificuldades encontradas pela equipe de saúde em seguir o protocolo exigido para efetivação do pré-natal em uma unidade básica de saúde da família.

4 OBJETIVO GERAL

Elaborar um projeto de intervenção para melhorar a gestão da atenção ao Risco Reprodutivo Pré-concepcional na agenda de prioridades de uma Equipe Básica de Saúde.

4.1Objetivos Específicos

 Identificar o numero de mulheres em idade reprodutiva que apresentam algum tipo de Risco Reprodutivo Pré-concepcional;

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 Identificar as dificuldades encontradas pela equipe de saúde, em acompanhar gestantes;

 Apresentar às dificuldades encontradas pela equipe de saúde em seguir o protocolo exigido para efetivação do pré-natal em uma unidade básica de saúde da família.

4 REVISÃO DE LITERATURA 4.1 SUS princípios e estratégias

O SUS é um projeto que assume e consagra os princípios da Universalidade, Equidade e Integralidade da atenção à saúde da população brasileira, o que implica conceber como “imagem-objetivo” de um processo de reforma do sistema de saúde

“herdado” do período anterior, um “sistema de saúde”, capaz de garantir o acesso universal da população a bens e serviços que garantam sua saúde e bem-estar, de forma equitativa e integral. Ademais, se acrescenta aos chamados “princípios finalísticos”, que dizem respeito à natureza do sistema que se pretende conformar, os chamados “princípios estratégicos”, que dizem respeito à diretrizes políticas, organizativas e operacionais, que apontam “como” deve vir a ser construído o

“sistema” que se quer conformar, institucionalizar.Tais princípios, são,como vocês sabem, a Descentralização, a Regionalização, a Hierarquização e a Participação social. (TEXEIRA, 2005).

O princípio fundamental que articula o conjunto de leis e normas que constituem a base jurídica da política de saúde e do processo de organização do SUS no Brasil hoje está explicitado no artigo 196 da Constituição Federal (1988), que afirma: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Esse artigo traz, além da idéia central do direito à saúde como direito de cidadania, inerente a todos aqueles que sejam brasileiros, por nascimento ou naturalização, a noção de que cabe ao Estado a responsabilidade por promover a saúde, proteger o cidadão contra os riscos a que ele se expõe e assegurar a assistência em caso de doença ou outro agravo à saúde. (TEXEIRA, 2003).

4.2 Histórico sobre promoção de saúde sexual e reprodutiva

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A promoção da saúde sexual e reprodutiva obteve grande avanço no cenário internacional e nacional nos últimos anos. O ponto de partida para que isso venha acontecendo foram a Conferência Internacional Sobre População e Desenvolvimento, realizada na cidade do Cairo, em 1994, e a IV Conferencia Mundial Sobre a Mulher, realizada em Pequim, em 1995(Correa, Ávila, 2003), por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU). Até aquela ocasião, o debate sobre a promoção da saúde sexual e reprodutiva era centrado no crescimento populacional e seus efeitos no desenvolvimento econômico, sendo a população vista como objeto de políticas coercitivas (Corrêa, Alves, Jannuzzi, 2016).

Por meio da pressão de grupos feministas e de outros atores sociais, nessas conferencias foram consagrados os conceitos de saúde sexual e reprodutiva, bem como dos direitos sexuais e reprodutivos. Na Conferência do Cairo a Saúde Sexual e reprodutiva foi definida como: “ estado de completo bem-estar físico, mental e social em todas as matérias concernentes ao sistema reprodutivo, suas funções e processos, e não a simples ausência de doença ou enfermidade” (NAÇÕES UNIDAS, 1994).

Na mesma conferência foi relatada a importância da pessoa ter uma vida sexual segura e poder decidir quantos e quando ter filhos. Dessa forma fica implícito o direito de homens e mulheres de terem acesso a informações e ter acesso aos métodos de planejamento familiar nos serviços de saúde. As mulheres devem ter uma gestação e um parto seguro, propiciando maior probabilidade de um filho saudável ao casal (NAÇÕES UNIDAS, 1994).

Além disso, nesta Conferência foi definido como direito básico de todo casal e ou indivíduo: “decidir livre e responsavelmente sobre o número, o espaçamento e a oportunidade de ter filhos e de ter a informação e os meios de assim o fazer, e o direito de gozar do mais elevado padrão de saúde sexual e reprodutiva. Inclui também seu direito de tomar decisões sobre a reprodução, livre de discriminação, coerção ou violência” (Nações Unidas, 1994,1995).

4.3 Pré-concepção: conceito e leis brasileiras

O período que antecede a concepção é crucial para o desenvolvimento de uma gravidez saudável. Segundo Brasil (2013) a avaliação realizada no casal antes da concepção a fim de identificar fatores de riscos ou doenças preexistentes das

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quais possam culminar em uma futura gestação de risco, dá-se o nome de avaliação pré-concepcional. A avaliação pré-concepcional consiste em uma consulta que tem o objetivo de identificar fatores de riscos ou doenças preexistentes das quais possam desencadear alguns riscos para futura gestação (JOHNSON et al,2006; WHO, 2012). Esta é considerada um importante instrumento na melhoria dos índices de morbidade e mortalidade materna e infantil.

Conforme Brasil (2013), a lei nº 9.263/96, que regulamenta o planejamento familiar, trata dos direitos reprodutivos de mulheres e homens e defini o planejamento familiar como sendo “o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garante direitos iguais de constituição, limitação, ou aumento da prole pela mulher, pelo homem, ou pelo casal.”. Dessa forma o planejamento familiar colabora para o bom desenvolvimento da gestação. ”O planejamento inclui a concepção e a contracepção, a anamnese e o exame físico, com exame ginecológico, além de alguns exames laboratoriais para definir o risco gestacional”

(Brasil, 2005).

Como afirma Brasil (2013), a falta de orientação e oportunidade para aquisição de método contraceptivo é o que leva mulheres a gestações indesejadas em pelo menos metade destas, principalmente, nas adolescentes. Nesse contexto, a prática da atenção em planejamento familiar, sob escolha livre e informada, com ênfase na dupla proteção, durante as consultas, medicas e de enfermagem, visitas domiciliares, puericulturas, puerpério e atividades de imunização é de suma importância.

4.4 Ações pré-conceptivas: abordagem e consulta

Apesar da procura por parte das mulheres não ser tão significativa para essa atividade, Brasil (2005) ressalta que os profissionais de saúde podem aproveitar as oportunidades para aborda-las, em diferentes momentos, como durante a educação em saúde e em consultas médicas ou de enfermagem a fim de motivá-las a procurar pela atividade sem esquecer-se de incluir, nesse grupo, as adolescentes.

Sendo a gestação um fenômeno fisiológico, esta deve ser encarada como uma experiência de vida saudável; contudo, a gestação é também momento de mudanças em vários órgãos e sistemas da mulher a fim de que haja a criação de ambiente favorável ao desenvolvimento fetal. Na maioria dos casos, evolui sem maiores complicações, porém, tais alterações podem levar à descompensação de

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doenças preexistentes, doenças específicas da gravidez e incômodas não patológicas. Algumas gestantes que possuem determinados fatores de risco podem ter maior probabilidade de evolução desfavorável da gravidez e por isso deverão ser acompanhadas no pré-natal de alto risco. As alterações próprias do processo da gravidez afetam a mulher grávida e as pessoas que estão envolvidas com ela (CORRÊA et al.,2004).

A avaliação pré-concepcional faz parte de um grupo de ações do planejamento familiar que inclui também as orientações anticoncepcionais, evitando gravidezes indesejadas, orientando os casais quanto ao método anticoncepcional mais indicado e contribuindo para a redução de abortos provocados (SERRUYA;

LAGO; CECATTI, 2004)

Além disso, no momento da avaliação pré-concepcional, durante a consulta médica ou de enfermagem, a equipe de saúde tem a oportunidade de contribuir para a redução da mortalidade materna e neonatal através de orientações ao casal sobre o intervalo adequado entre as gestações e a solicitação de exames laboratoriais para detecção de doenças infecciosas de transmissão vertical. Nesse momento a equipe, também, aborda mulheres com patologias crônicas descompensadas favorecendo, assim, o planejamento, por parte do casal, do melhor momento para uma gestação (SERRUYA; LAGO; CECATTI, 2004).

Assim, os cuidados na saúde reprodutiva são constituídos por uma diversidade de serviços, técnicas e métodos que colaboram para o bem-estar reprodutivo por meio da prevenção e resolução de problemas, resultando em respostas adequadas às necessidades peculiares a homens e mulheres, nesta área, ao longo do ciclo da vida. Nesse contexto, as atividades voltadas para o planejamento familiar torna-se um importante elemento para prestação integrada de cuidados em saúde reprodutiva. Dessa forma, a realização deste deve garantir, também, outras atividades de promoção da saúde como informação e aconselhamento sexual, prevenção e diagnóstico precoce das Infecções de transmissão sexual, câncer do colo do útero e mama, prestação de cuidados pré- concepcionais e no puerpério. Na Atenção Primária as atividades de planejamento familiar são organizadas, em cada unidade de saúde, como parte integrante dos cuidados à população adscrita (BRASIL, 2005).

Assim, o período que antecede a concepção, ou seja, o período pré- concepcional, é o período crucial para proporcionar ações de desenvolvimento de

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uma gravidez saudável com efeitos positivos para a saúde materna e infantil. Nesse sentido são propostas ações de promoção da saúde e prevenção a agravos a serem implementados antes da concepção e que permitem resultados maternos e infantis satisfatórios (WHO, 2012).

5 PROPOSTA METODOLÓGICA

Para a presente pesquisa optou-se pela revisão bibliográfica do tipo narrativa, e de análise de dados secundários relativos à área de abrangência da Estratégia Saúde da família. Posterior a isso, optou-se por analisar os dados encontrados na literatura, comparando- os com aqueles encontrados na unidade básica, aliados a experiência vivenciada pela autora do presente trabalho de pesquisa.

Como revisão narrativa de literatura compreende-se ligando a Cordeiro et al. (2007), que esta apresenta uma temática aberta, não necessitando partir de uma questão específica bem definida, e não exige um protocolo rígido para sua confecção. Assim, a busca das fontes não é pré-determinada e a seleção dos artigos é arbitrária, de acordo com a visão do autor, provendo-o de informações sujeitas a viés de seleção, com grande interferência da percepção subjetiva.

O levantamento foi realizado em artigos publicados em periódicos brasileiros, sobre a competência da unidade básica de Saúde na atenção no pré-natal, e dificuldades em acompanhar gestantes pela equipe de saúde da família. A pesquisa foi realizada através dos sites: Scielo, Lilacs e Ministério da saúde. Utilizamos a base de dados de pesquisa com as palavras chaves: Pré- concepcional. Gestação não planejada Estratégias de Gestão. Gestação não- planejada.

Foram utilizados os dados obtidos por pesquisa na área de abrangência no PSF Oiticica do município Frecheirinha no período janeiro-fevereiro do ano 2018.

Nesse sentido, foram utilizados como fontes de informação 15 (quinze) prontuários das gestantes cadastradas na unidade básica de saúde.

Após isso foi, então, realizada leitura crítica de todo o material e procedido à análise dos dados, quando se comparou as publicações e estas a realidade vivenciada pela autora.

5.1 Ações educativas

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Frente aos resultados encontrados, a ação educativa realizada está ligada ao fato da importância de conscientizar e motivar as mulheres e casais a planejar sua vida reprodutiva, haja vista que nem todas as mulheres que planejaram a gravidez realizaram o preparo pré-concepcional, indicando a urgência de que o mesmo faça parte de ações rotineiras dos serviços de saúde.

5.2 Aspectos éticos

Os dados foram coletados após autorização do local do estudo e do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do CEARÁ- UFC, respeitando a Resolução 466/12 do CNS/MS. Esta resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, os quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, dentre outros e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado (BRASIL, 2012).

De acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta o desenvolvimento de pesquisas no Brasil, ressaltando o respeito, a dignidade e segurança dos sujeitos envolvidos, a pesquisa não oferece riscos em função de o seu acontecimento ser por meio de perguntas em que o sujeito fica à vontade para responder ou não. Assim não existe a possibilidade de danos a moral, intelectual, social, espiritual, física ou psíquica aos sujeitos da pesquisa.

6 ANÁLISE DE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O município de Frecheirinha, no estado do Ceará tem uma população de 13.669 habitantes, desses 6.350 são homens e 7.319 são mulheres. Moram na zona urbana 5.890 pessoas e na zona rural 7.779 pessoas. Com uma área territorial de 181.240 km quadrados, com aproximadamente 71.7 habitantes por km quadrado segundo o IBGE. O Município presta serviço de atenção primaria e secundaria sendo uma unidade mista e seis unidades básicas. A Unidade Básica de Saúde de Oiticica está localizada na área rural, sendo 2.888 o número de pessoas atendidas.

Na sua área de abrangência é extensa e muito variada, pois têm áreas urbanizadas e vilas, a maior parte de seu território é rural.

O território foi dividido em 7 micro áreas cobertas por agentes comunitários de saúde (ACS). Reside um total de 569 mulheres entre 15 e 49 anos no ano 2018,

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destas temos 19 grávidas, 3 delas menores de 18 anos e 4 maiores de 35 anos . A grande rotatividade de profissionais nas equipes de saúde da família e desenvolvimento de ações preventivas na atenção básica era limitada em grande porcentagem ao trabalho de assistência, se começa a dar grandes passos no trabalho de promoção e prevenção, mas ainda assim há muito a ser feito para dar uma abordagem de risco a um problema tão sério e urgente como o risco reprodutivo pré-concepcional e, assim, garantir uma maternidade sem riscos.

No plano estratégico Saúde da Família Oiticica, a captação e o cadastro da atividade de planejamento familiar são realizados por demanda espontânea, e a conscientização da população da necessidade do planejamento familiar é realizada por busca ativa, abordando o usuário e explicando sobre os grupos e funcionamento dos métodos contraceptivos.

O acompanhamento é realizado mensalmente com reuniões de apoio e consultas individuais com o médico e enfermeiro responsável. As atividades de grupo são desenvolvidas por toda equipe distribuindo-se em ante-salas pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS), que abordam o tema pelo menos uma semana de cada mês, contendo pelo menos vinte pessoas e durando em média trinta minutos, onde detectamos usuários com a necessidade do planejamento.

Nesse processo, existe também uma equipe de apoio que realiza grupos operativos nas áreas desassistidas pela ESF. Este desenvolve palestras educativas, orientando sobre métodos contraceptivos e encaminhando os usuários para o setor responsável de atendimento.

A capacitação que os profissionais recebem serve para desenvolver as atividades disponibilizadas pela Secretaria de Saúde Municipal que juntamente com Órgãos Estaduais, realiza periodicamente capacitações, incluindo o tema de planejamento familiar. Para casais inférteis o médico da equipe procede à propedêutica inicial de tratamento de casos menos complexos e orienta sobre os centros especializados, já na contracepção definitiva é realizado protocolo inicial, porém não existe referência no município para realização da cirurgia.

No Município de Frecheirinha, especificamente na Unidade de Saúde da Família Oiticica, onde foi realizada coleta de dados, existe a dificuldade de cadastramento e acompanhamento das gestantes por se tratar de território rural sem acessibilidade, o que dificulta dados fidedignos. Na UBS possui dez consultas

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semanais disponíveis para pré-natal incluindo consultas de enfermagem e consultas médicas.

Como existe esta deficiência de acesso às famílias, há dificuldade em acompanhamento de vacinas, exames e notificações de abortos. As principais intercorrências são partos domiciliares, complicações com hipertensão arterial e diabetes, sendo o Hospital Ester Faria de Almeida, referência para estas intercorrências e com atendimento para parto normal, cesáreo e de alto risco.

Nesse município não existe um número de exames estabelecido pelo município, e por isso o laboratório atende toda a população de acordo com a demanda e programação do setor responsável. As atividades educativas se limitam ao atendimento em cada microárea e consultas de pré- natal devido à dificuldade de acesso ás famílias, se confirmando pela inexistência de visitas puerperais de maneira ativa mostrado no QUADRO 1. O Planejamento familiar também é ineficaz pela falta de insumos disponíveis no município.

TABELA 1 – Relação entre gestantes e acompanhamento pré-natal janeiro/fevereiro 2018 – Saúde da Família Oiticica – No Município de Frecheirinha – CE.

Descritores Valores Fontes

Gestantes cadastradas 19 Registro USB

Gestantes confirmadas 12 Registro:

equipe/Pesquisa Gestantes acompanhadas conforme

protocolo

07 Registro:

equipe/Pesquisa Óbitos materno / infantil notificados 00 Registro:

equipe/Pesquisa Internações por complicações

na gestação

02 Registro Hospital

Partos domiciliares 00 Registro da equipe

N° de recém nascidos 10 SIAB

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N° consulta pré-natal por gestante 05 SISPRENATAL

N° consulta puerperal 02 SISPRENATAL

N° de abortos notificados 03 Registro: Hospital

Observando os dados apresentados acima da ESF Oiticica, podemos identificar a necessidade de cadastrar as gestantes precocemente evitando o inicio tardio do pré-natal (depois do terceiro trimestre), haja vista que essa gestante deve ter no mínimo seis consultas de pré-natal durante gestação a fim de evitar agravos e a necessidade de internações.

A equipe Oiticica reconhece as complicações das Gestantes sem cadastramento e acompanhamento, apesar de ter ciência e ter acesso a algumas tecnologias para prevenção de novos casos de gestantes sem cadastro, como ações educativas, incentivo ao pré-natal entre outros. Ela também não tem controle sobre medidas de prevenção/ promoção mais efetiva, como a busca ativa (possibilidade de visitas domiciliares em regiões com dificuldade de acesso), e em consequência disso:

 Aumento da demanda aos serviços de saúde, incluindo internações;

 Interferência na gestação saudável, nascimento de crianças prematuras e com baixo peso;

 Falta de planejamento familiar e aumento de gestações indesejáveis;

 Sobrecarga e trabalho para a família;

 Aumento do absenteísmo e risco de desemprego;

O ambiente de trabalho e social em que a equipe está atuando é um fator determinante para o aumento das dificuldades do ponto de vista de atendimento. Podemos perceber conforme as informações a seguir:

 Moradias em locais de difícil acesso;

 Falta de orientação sobre a necessidade do pré-natal e cadastramento precoce;

 Pouco acesso por parte da população às informações relativas ao pré- natal;

(19)

 Baixa cobertura/resolução dos serviços de saúde.

Para identificar mulheres da comunidade desta zona rural do município de Frecheirinha-CE é necessário considerar o contexto cultural em que vivem as mulheres de trabalhos domésticos, haja vista que no geral, se ocupam desses trabalhos, e às vezes em pequenas propriedades rurais roçando a terra. Existe, porém, vários casos de mulheres que são chefes das famílias sem a existência de um companheiro para ajudar com as finanças, ficando dependentes de ajuda como a “bolsa família” oferecida pelo Estado para suprir a renda.

Como fonte de renda, as mulheres residentes no território do ESF Oiticica trabalham em pequenas plantações onde tiram alimento para o sustento ou para vender em feiras da cidade. Ganham pouco pelo trabalho e junto com renda de seu companheiro e bolsas oferecidas pelo governo completam a renda para toda família.

A partir dos dados coletados da ESF, verificou-se que mais de 40% são analfabetas, e as que são alfabetizadas são estudantes adolescentes ou tiveram pouca oportunidade de estudar na escola. A maioria estudou até o sexto ano do ensino fundamental, oferecido por escolas rurais onde residem.

7 RESULTADOS

Os resultados revelam uma grande necessidade de assistência nutricional no pré- natal e deficiências na sua estrutura e processo nas unidades de saúde da família. Isso demonstra a importância da dimensão correta da equipe, da formação continuada desta equipe e da implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, na ampliação da abrangência e da integralidade da assistência pré-natal. Observou-se também a inadequação da assistência, com a utilização dos indicadores de processo do Ministério da Saúde, tendo como fator relevante à falta de registros. O MS recomenda a utilização de instrumentos de registros, tais como: o cartão da gestante, a ficha perinatal, a ficha de cadastramento de gestante e o mapa de registro diário (de consultas).

Já em relação às consultas subsequentes as anotações, na maioria dos

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prontuários, apresentaram-se incompletas quanto à resultados de exames laboratoriais, exame clínico, vacinação e prescrições.

Tudo isso indica que o programa de pré-natal ainda apresenta características do modelo dominante, centrado nos procedimentos e na atenção da biomedicina. A partir dos dados coletados, dois artigos comentam que existe deficiência no planejamento das atividades de saúde, em nível grupal, identificou-se ausência de planejamento das atividades grupais, prejudicando sua execução de maneira sistemática e contínua.

A análise das pesquisas encontradas nos permite identificar práticas inadequadas das equipes do PSF, pelo fato de planejarem suas ações com base no perfil social da clientela, se sujeitando a obterem pouco impacto nas condições de saúde de mãe e filho. No entanto, há muitas variáveis que resultam no sucesso da assistência pré-natal. Isso faz com que o profissional fuja da responsabilidade de encontrar orientações em outros modelos de ações e práticas de maneira que possa expandir o pensamento para exigir o investimento em políticas sociais e de saúde, resultando em melhoria de acesso, aumento do número de consultas pré-natais, melhor cobertura vacinal e captação precoce das gestantes.

É importante também ter atenção ao impacto dessas ações para a melhoria na qualidade de vida dessas mulheres; há, também, que se estabelecer um protocolo a ser seguido por médicos e enfermeiros no processo da assistência pré-natal, bem como ser garantida a consulta médica nessa ação.

O motivo para o não uso da anticoncepção de emergência quando indicada esteve relacionada à falta de consciência do risco de engravidar, haja vista que a maioria das mulheres referiu não usar anticoncepção de emergência por pensar que não correria o risco de engravidar, confirmando resultados de estudos realizados em outros países.

Tabela 2 – Número e porcentagem de mulheres com risco pré-concepcional

Faixa etária Número %

15-19 8 8%

20-25 27 27%

26-35 49 49%

(21)

36-40 12 12%

40-9 3 3%

No tocante à idade e risco pré-concepcional, verificou-se que as mulheres em idade sexualmente ativa, em especial entre os 26 e 35 anos eram de 49%, como apresentado na tabela 2. Este dado se alinha aos autores estudados que fazem ligação com o risco reprodutivo, em sua maioria, com idade fértil.

É importante destacar que a consciência do risco de engravidar pode variar ao longo do tempo e que existem algumas características que levam a mulher a subestimar tal risco, tais como se sentirem invulneráveis à gravidez, de modo que acreditem que a gravidez não acontecerá com elas; se sentirem ou pensarem que seus maridos eram inférteis; alguns estressores como violência interpessoal, uso de drogas, brigas com o parceiro, divórcio, que provocam desatenção na saúde reprodutiva.

7.1 Avaliação das pacientes incluídas na pesquisa

Outro aspecto analisado foi o estado civil das mulheres que tem de arcar com suas despesas e a de seus filhos, sem ter um parceiro com quem pudesse contar com a quitação das despesas e na educação dos filhos. Essas possuem um fator de risco maior durante a gravidez. Verificou-se que 47% delas são solteiras e 33%

correspondem às mulheres com companheiro. Observe a tabela 3.

Tabela 3 – Número e percentual de mulheres em relação ao estado civil.

Estado civil N %

Solteiras 47 47%

Casadas 20 20%

Acompanhada 33 33%

Em primeiro lugar, chama a atenção que as mulheres com gravidez planejada afirmaram, em maior número, ter realizado o preparo pré-concepcional do que o grupo que considera todas as mulheres do estudo. Em segundo lugar, as principais medidas adotadas como preparo pré-concepcional foram semelhantes entre os

(22)

grupos, sendo a mais frequente ter procurado assistência médica, seguida por passar a comer de forma saudável.

Apenas um sexto das mulheres entrevistadas, que eram usuárias do SUS, realizou algum tipo de preparo pré-concepcional. Ao examinarmos a realização do preparo pré-concepcional de forma geral, tomamos como orientação que as medidas para melhorar a saúde durante a gravidez são inúmeras e compõem um quadro mais amplo de ações para promover a saúde das mulheres e seus filhos.

7.2 Atividades educativas e planos de aconselhamento

Foram desenvolvidas as atividades no que se refere ao planejamento reprodutivo orientado por os Cadernos de Atenção básica. Saúde sexual e Saúde reprodutiva do Ministério da saúde. Envolveu, principalmente, três tipos de atividades: Aconselhamento, Atividades educativas e Atividades clínicas. Essas atividades foram desenvolvidas de forma integrada, tendo-se sempre em vista que toda visita ao serviço de saúde constituiu-se numa oportunidade para a prática de ações educativas.

Foi realizada a apresentação do projeto de intervenção para a equipe de saúde, a fim de socializar os objetivos, metodologia e resultados esperados além de esclarecer dúvidas entre os membros da equipe e promover a interação dos membros, de forma a permitir uma atuação multi e interdisciplinar.

Secretária Municipal de Saúde: para solicitar recursos materiais como métodos contraceptivos que tem por objetivo aprazar uma possível gravidez até o momento mais adequado de acordo com o plano negociado com a paciente e o parceiro.

Foram realizados encontros onde realizou-se rodas de conversas na qual foram abordados assuntos referentes aos métodos contraceptivos, infecções sexualmente transmissíveis, doenças crônicas, a importância de bons hábitos alimentares e a prática de atividade física como fatores determinantes para o desenvolvimento de uma gestação saudável.

Os resultados que encontramos nesta pesquisa nos permitiu sugerir a necessidade o valor das atividades educativas e do treinamento profissional periodicamente constitui a linha mestra para a formação de uma equipe de saúde, crítica e consciente do seu papel acompanhar as gestantes pela equipe de saúde da família. Sendo assim, necessário se faz intensificar as pesquisas assim como as

(23)

atividades educativas que promovam a reflexão, atualização e a mudança de comportamento, com vistas à qualidade do desempenho dos profissionais de saúde.

Se no planejamento e implementação dos cuidados de enfermagem forem observadas as condições de risco conhecidas, as características do serviço e tratamento, as medidas de prevenção e controle estabelecidas em protocolos de confiabilidade comprovada, adicionada à adoção de educação continuada permanente para viabilizar a necessária atualização do conhecimento, sem dúvida, a qualidade da assistência estará garantida.

8 CRONOGRAMA

Atividade Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Apresentação da

proposta à UBS e a Coordenação Municipal de Saúde

X

Organizar os materiais

X

Identificação de mulheres entre 10 e 49 anos que tenham menstruação e Risco

Reprodutivo Pré- concepcional

X

X

X

x

X

(24)

Desenvolver atividades de Aconselhamento,

Atividades educativas, Atividades clínicas.

x

X

x

X

Acompanhamento e avaliação do risco de

maneira individualizada.

X

x

X

Avaliar processo em Reuniões da UBS

x

X

9 RECURSOS NECESSÁRIOS

Recursos humanos:

Equipe de saúde da família composto por:

 1 médico

 1 enfermeiro

 2 técnicos de enfermagem

 1 dentista

 1 técnico de saúde bucal

 7 agentes de saúde comunitário Recursos materiais:

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 Computador

 Folha A4

 Canetas 2

 Impressora

 Boletins sobre tipos de métodos anticoncepcionais assim como vantagem e desvantagem de cada um.

 Datashow

 Prontuários dos pacientes escolhidos.

 Disponibilização de Métodos Anticoncepcionais

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apontam que foi possível identificar o número de mulheres com idade reprodutiva que apresentam algum tipo de risco reprodutivo pré-concepcional.

A idade adequada para gestação encontra-se na faixa etária de 20 a 29 anos, pois apresenta riscos mais reduzidos. A mulher bem jovem pode também, apresentar riscos, bem como as mais maduras em relação ao aspecto biológico.

A atenção a mulher desde a etapa pré-concepcional com a identificação precoce dos riscos é reconhecida como um fator indispensável para garantir uma atenção pré-natal de qualidade. Assim, planejar a gravidez alinhada aos protocolos estabelecidos, tendo em conta estratificação de risco pré-concepcional, continua em andamento e produzindo uma motivação favorável em toda equipe de saúde.

(26)

Pode-se concluir que o controle de risco pré-concepcional, constitui um dos programas importante na atenção à saúde da mulher para assegurar o desenvolvimento de uma gravidez mais saudável para mãe e filho. Vale ressaltar também a importância da consulta de planejamento familiar, de maneira que possa favorecer uma gravidez planejada e com redução de risco. O resultado dessa pesquisa aponta para a compreensão de que é possível o desenvolvimento satisfatório de uma gravidez saudável, diminuindo o índice de mortalidade materna e infantil.

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Referências

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