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Alimentos Gravídicos

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Academic year: 2022

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ALIMENTOS GRAVÍDICOS

ORIENTANDA: ISABELLA ALVES TOCANTINS ORIENTADORA:FERNANDA ORSI BALTURNAS

SÃO PAULO

2022

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ISABELLA ALVES TOCANTINS

ALIMENTOS GRAVÍDICOS

Monografia jurídica, apresentada ao curso de Direito e à disciplina de Direito Civil, Universidade São Judas Tadeu.

Prof° Fernanda Orsi Baltrunas

SÃO PAULO

2022

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ISABELLA ALVES TOCANTINS

ALIMENTOS GRAVÍDICO

Defesa da tese em 25 de novembro de 2022.

Banca examinadora

_______________________________

Fernanda Orsi Baltrunas Doretto

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que me capacitou, me deu força e determinação para concluir este curso, aos meus pais Fabiana Barbosa e José Alves, as duas pessoas que dedicaram suas vidas para que a minha fosse um grande sucesso, aos meus irmãos Ana Beatriz, Thiago e Manuella por sempre acreditarem no meu sonho, ao meu marido Eduardo, a pessoa que esteve ao meu lado em todos os momentos desta grande jornada e é o maior dos grandes influenciadores da minha vida.

E por fim não menos importante, dedico este em memória aos aprendizados adquiridos através de duas profissionais da área que me mostraram a melhor versão da profissão escolhida Dra. Glaucia Guimarães e Dra.

Barbara Oliveira.

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Sumário

INTRODUÇÃO ... 1

PARÂMETROS PERTINENTES À RESPONSABILIDADE CIVIL ... 2

RESPONSABILIDADE CIVIL ... 2.1 PRÍNCIPIO DA DIGNIDADE HUMANA ... 3

ALIMENTOS GRAVÍDICOS ... 4

CONCESSÃO E SUA LEGITIMIDADE ... 5

CONVERSÃO PARA PENSÃO ALIMENTICIA ... 6

CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS NO CASO DA GENITORA ...7

DÚVIDAS SOBRE A PATERNIDADE ...8

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1.

INTRODUÇÃO

Conforme trata-se o artigo 5° da Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, o artigo visa garantir os direitos dos brasileiros e estrangeiros que residem do país. Tratando da personalidade civil exposto no artigo 2° do Código Civil, diz que a personalidade da pessoa começa no nascimento com vida, porém a lei também expõe a concepção, os direitos do nascituro.

Com isso é direito do nascituro pedir alimentos, sabendo que ele não possui capacidade postulatória este será representado pela gestante. Necessitando também a mãe de viver uma gestação saudável, procurando adequar a vida ao bebê e sua gestação.

A Lei que iniciava tratar do assunto Alimentos Gravídicos, era composto por 12 artigos, porém alguns geravam controvérsias e desestabilidade a gestante, posto isso, foram vetados seis deles. Através destas mudanças a Lei 11.804 de 2008 teve a sua principal finalidade proteger a gestante.

A Lei 11.804 de 2008 assegura o direito do nascituro ser protegido até adquirir personalidade com o nascimento, em prol das garantias previstas em lei esse direito será apresentado por sua genitora.

É existente na maioria dos artigos o respaldo quanto aos direitos da gestante, cabe mencionar que a Lei de Alimentos Gravídicos não deixa o suposto pai desamparado. Em casos da utilização e comprovação de má fé da mãe da criança o réu poderá ingressar com uma ação de reparação de danos.

Tendo como objetivo geral que deseja alcançar o final do estudo, será de efetividade dos alimentos gravídicos que expõe conflitos da paternidade.

O marco teórico será realizado com base na doutrina do Direito Civil Brasileiro, entendimentos doutrinários e jurisprudências que irão demostrar a veracidade e validade da hipótese do problema aqui proposto.

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2. PARÂMETROS PERTINENTES À RESPONSABILIDADE CIVIL

Neste capítulo irá demonstrar o estudo em relação a responsabilidade civil, bem como os princípios que irão regulamentar a dignidade humana, com enfoque doutrinário dos conceitos gerais e assim a relação entre a responsabilidade civil e os alimentos gravídicos.

2.1 RESPONSABILIDADE CIVIL

Responsabilidade Civil são denominados em três elementos a conduta humana, o dano e nexo da causalidade, conforme expressos no artigo 186 do Código Civil brasileiro.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

As maneiras de comportamento humano podem ser elas positivas ou negativas, este comportamento é voluntário, não sendo significativamente conter vontade de causar prejuízo a outrem.

A responsabilidade civil parte do posicionamento que todo aquele que violar um dever jurídico através de um ato lícito ou ilícito, tem o dever de reparar, pois todos temos um dever jurídico originário o de não causar danos a outrem e ao violar este dever jurídico originário, passamos a ter um dever jurídico sucessivo, o de reparar o dano que foi causado. O ato jurídico é espécie de fato jurídico (Cavalieri Filho, Sergio, Programa de Responsabilidade Civil, Ed. Atlas, 2008, p.2).

Os princípios da responsabilidade civil visam restaurar o equilíbrio material e patrimonial que foram infringidos, conforme pensamento do doutrinador Silvio Salvo Venosa, danos não reparados geram inquietação social.

Os ordenamentos jurídicos buscam aumentar cada vez em maior proporção o horizonte do dever de indenizar, para que assim haja cada vez menos danos irrepartíveis, levando em conta que os danos que devem ser reparados são aqueles de índole jurídica, podendo conter conteúdos de valor social, ético e moral, contudo, somente haverá reparação dos danos que descumpram os princípios obrigacionais.

(VENOSA, 2016, p.1).

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3. PRÍNCIPIO DA DIGNIDADE HUMANA

O princípio da dignidade humana fere as garantias das necessidades de cada ser humano. Sua finalidade é manter a dignidade da pessoa, sendo assim, garantindo uma vida digna.

A dignidade da pessoa humana é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se em um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que apenas excepcionalmente possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos. (MORAES, Alexandre de., 2011, página 61).

Neste sentido os direitos que visam garantir a dignidade humana são conceituados pela tutela de promoção da pessoa humana. Este preceito está conceituado na Constituição como cláusula geral, com os direitos de personalidade, com o propósito de preservar o respeito à dignidade e garantindo a livre atuação da personalidade humana.

Sendo assim, o indivíduo tem como direito de conduzir suas vontades de realizar suas próprias escolhas, sendo elas morais ou existências, e através das suas escolhas possibilitar seus desenvolvimentos, morais e pessoais e através deste livre arbítrio ele irá assumir os riscos das suas decisões tomadas.

Assim expõe o ilustríssimo Álvaro Villaça de Azevedo:

“A autonomia e liberdade integram a dignidade. Assim, cada direito fundamental contém uma expressão de dignidade, isto é, de autonomia e de liberdade”. (2010, página 13).

. Conforme o exposto, é existente a valido mencionar o Princípio da Autonomia da Vontade, esta ideia consisti em poder gerar normas e obrigações de pessoa para pessoa.

Assim estabelece a doutrina de Maria Helena Diniz em seu curso de Direito Civil:

“Conceitua autonomia da vontade como “o poder de estipular livremente, como melhor lhes convier, mediante acordo de vontade, a disciplina de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica.” (p. 40, 2011).

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Mediante a todo exposto, sabemos que o princípio da dignidade humana é uma das maiores e principais vertentes a serem analisadas no ordenamento jurídico brasileiro. No rol de Direito de Família, devido à ausência de alimentos em uma gestação, irá acarretar finalidades negativas para o desenvolvimento do bebê.

Em observação a Lei 11.804 de 2008 que se estingue na personalidade desde a concepção do ser humano. Então, os alimentos destinados ao nascituro já eram fixados de lege ferenda pelos Tribunais.

Assim expõe o entendimento de Dias:

Pai é pai desde a concepção do filho. A partir daí, nascem todos os ônus, encargos e deveres decorrentes do poder familiar. O simples fato de não assumir a responsabilidade parental não pode desonerá-lo. O filho necessita de cuidados ainda durante a vida intrauterina, a mãe tem de submeter- se a exames pré-natais, e o parto sempre gera despesas, ainda que feito pelo SUS. Durante a gravidez, a mãe precisa de roupas especiais e alimentação adequada, sem olvidar que tem sua capacidade laboral reduzida não só nesse período, como também depois do nascimento do filho, sendo limitados os seus ganhos durante a licençamaternidade (DIAS, 2006, p. 113).

A Constituição Federal do Brasil, considera como princípio ao direito de família o reconhecimento da responsabilidade paterna somente após o nascimento, porém este entendimento encontra-se ultrapassado, não vai de acordo com os avanços da medicina nos dias de hoje.

4. ALIMENTOS GRAVÍDICOS

As normas que regulamentam o ordenamento jurídico através da Lei 11.804 de 05 de novembro de 2008, estabelecem através de seus artigos a garantia a gestante que os momentos vividos durante a gestação sejam saudáveis tragam a ela dignidade e tranquilidade, conforme expressa em seu artigo segundo.

Art. 2° Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.

Cabe mencionar o entendimento de Freitas:

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O tema tem uma grande importância jurídico-social, pois visa assegurar o direito à vida do nascituro, representado pela genitora, uma vez que a justiça sempre foi cautelosa no que diz respeito a alimentos ao nascituro, tendo em vista que a Lei de Alimentos (Lei 5.478, de 25 de julho de 1968) exige provas cabais de parentesco.

(FREITAS, 2011, p.12)

Os alimentos exigidos nesta fase, não serão exigidos em nome do nascituro, mas sim e nome da gestante. Os direitos do nascituro estão resguardados através do artigo 2° do Código Civil, sendo pleiteados através de sua representante legal, neste sentido:

"FAMILIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE E ALIMENTOS. NATUREZA PERSONALÍSSIMA DA AÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA. DIREITO DO NASCITURO.

São legitimados ativamente para a ação de investigação de paternidade e ALIMENTOS o investigante, o Ministério Público, e também o nascituro, representado pela mãe gestante" (TJMG, processo 10024.04.377309-2/001, Des. Rel. Duarte de Paula, D.J. 10/03/2005, D.P. 10/06/2005).

É existente uma grande complexidade com os princípios, tal compreendimento irá ser voltado a tudo que será necessário para o sustento e dignidade do alimentado.

Assim relata o direito de alimentos no código Civil:

Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.

Essas normas estabelecidas pela Lei, se referem aos alimentos devidos ao nascituro que serão recebidos pela gestante no período de sua gravidez, os valores são cordados através do juiz após o convencimento da existência de indícios de paternidade juntados aos autos.

O cálculo do valor dos alimentos deve ser feito com prudência, pois a finalidade não poderá causar dano, assim, pleiteando benefícios a ambas as partes. Portanto, os alimentos devem ser pagos pelo cidadão capacitado financeiramente, analisando suas condições atuais.

Os alimentos poderão ser revistos, para que isso aconteça será necessária uma Ação Revisional, caso ocorra alterações na vida no pagador, esta revisão poderá ter a sua finalidade para majoração ou redução dos valores pagos.

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Alguns doutrinadores dizem que com a falta de recurso do pai os avós não podem figurar como réus. Porém, uma grande maioria que expõe suas doutrinas diz que podem ser condenados a arcar com as devidas despesas, caso não haja tais condições financeiras pelo suposto pai.

Sendo assim o entendimento de Dias:

“É possível exigir alimentos gravídicos avoengos, com base no Código Civil, (1.696 e 1698) e em toda a construção jurisprudência e doutrinária sobre o tema agora desenvolvido”. Dias (2010, p.528).

No ordenamento jurídico existe uma flexibilidade de como esses alimentos possam ser pagos, essas modalidades são explicadas através de Freitas:

a) Alimentos Gravídicos vitais: podem ser fixados a título de pensionamento, inclusive com o desconto no salário do alimentante, já que, em raras ocasiões, quando há premente necessidade da gestante, por exemplo, em caso de doença ou de proibição de trabalhar, não há como custear as despesas adicionais decorrentes da gravidez, mais imprescindível o custeio das despesas da própria gestante para que se possa viabilizar a gravidez.

b) Alimentos Gravídicos indenizatórios: são por sua natureza, a regra do instituto, onde se indenizam as despesas adicionais decorrentes da gravidez, da concepção do parto, como regulamenta o art. 2° da Lei de Alimentos Gravídicos. Seu pagamento poderá ser integral ou parcelado, no tocante as despesas apresentadas (já realizadas ou a serem promovidas). (FREITAS, 2011, p.89).

Para que essas modalidades sejam aceitas, será necessário apresentação de laudos médicos pela genitora e devem ser feitos acompanhamentos médicos especializados, como também uso de medicamentos e podendo ser solicitada alimentação especial da qual se enquadre no quadro clínico, e assim será fixado o valo a ser pago através do juiz.

Os doutrinadores explanam seus entendimentos de que os alimentos são tudo que é essencial e necessário a estabilidade humana, cabe mencionar alguns relatos doutrinários:

A expressão “alimentos” vem adquirindo dimensão cada vez mais abrangente.

Engloba tudo o que é necessário para alguém viver com 19 dignidade, dispondo o juiz de poder discricionário para quantificar seu valor”. (DIAS, 2006, p.407)

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Alimentos compreende o que é imprescindível à vida da pessoa como alimentação, vestuário, habitação, tratamento médico, diversões, e, se a pessoa alimentada for menor de idade, ainda verbas para sua instrução e educação”. (DINIZ, 2008, p. 198).

Cabe mencionar que esta prestação pode ser caracterizar como alimentos civis, que terá como desígnio o mantimento de qualidade de vida da pessoa que o recebe, assim será conservado todo o padrão social.

Por conseguinte, ao que se diz respeito aos alimentos que são necessários e fundamentais para manter e conservar o padrão estes são: alimentação, habitação, lazer, vestuário, saúde etc.”

Diante ao exposto:

Os alimentos gravídicos destinam-se às despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, desde o momento da concepção até o parto, os referentes à alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais necessidades, de acordo com o que o médico julgue necessário e o juiz considere adequado.

(NOGUEIRA, 2017, p.1).

5. CONCESSÃO E SUA LEGITIMIDADE

Esta legitimidade será com a propositura a gestação, por mais que o direito seja do nascituro, uma vez que ele não possui capacidade postulatória. Sendo assim, a atuação da genitora será como substituta processual, agindo em defesa do direito alheio. Em casos da gestante ser menor ou incapaz, a parte ativa e legitima será seu tutor ou curador da demanda.

Menciona-se:

“Uma considerável parcela da jurisprudência tem reconhecido a legitimidade processual do nascituro, representado pela mãe, para propor ação de alimentos ou ação de investigação de paternidade com pedido de alimentos.” Gonçalves (2011, p.

575).

O processo será integralizado pelo suposto pai, na ausência deste, os avós.

O réu terá o prazo de 05 (cinco) dias para apresentação da sua proposta conforma expressa o artigo 7° da Lei 11.804 de 2008.

“Art. 7o O réu será citado para apresentar resposta em 5 (cinco) dias.”

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Nos termos de alimentos gravídicos, o ônus das provas será exclusivo da gestante, a genitora deverá apresentar fatos do qual comprovem o vínculo com o suposto pai, sendo essas: pesquisas em redes sociais, fotos, cartas ou quaisquer outros documentos que comprovará um possível relacionamento entre as partes. E assim irá argumentar suas razões e fundamentos.

Poderão ser aceito prova oral, a tudo que se relacione os indícios de paternidade. Caso aceito pelo magistrado.

Neste sentindo o entendimento do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:

ALIMENTOS GRAVÍDICOS – Concessão - Necessidade - Oitiva das partes em audiência de justificação confirmando o relacionamento amoroso – Idade gestacional compatível com o início do namoro - Fortes indícios de paternidade - Redução dos alimentos - Descabimento - 22 Observância do binômio necessidade e possibilidade - Incidência do percentual sobre férias, 13° salário, horas extras e verbas rescisórias - Impossibilidade - Rendimentos que possuem caráter indenizatório ou de prêmio ao esforço empreendido pelo trabalhador – Decisão parcialmente reformada - Recurso provido em parte. (TJSP, 7ª Câmara de Direito Privado, AI 646.712-4/5-00, rel.Des.Alvaro Passos, j. 16.09.2009).

6. CONVERSÃO PARA PENSÃO ALIMENTICIA

Na Lei qual disciplina os alimentos gravídicos, expressa em seu artigo 6° que após o nascimento com vida os alimentos gravídicos passarão a ser pensão alimentícia, essa regulamentação é a favor do menor até que seja solicitado revisão dos valores pagos.

Artigo .6. Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.

Diante disso, após o convencimento será fixado o valor da pensão alimentícia.

Este valor será voltado e dependerá as necessidades da mãe da criança. Os valores serão convertidos automaticamente, sem necessária decisão judicial.

Assim menciona-se o entendimento do ilustríssimo Dias:

Quando do nascimento, os alimentos gravídicos mudam de natureza, se convertem em favor do filho, apesar do encargo do poder familiar ter parâmetro diverso, pois deve garantir ao credor o direito de desfrutar da mesma condição social do devedor. Nada

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impede que o juiz estabeleça um valor para a gestante, até o nascimento e atendendo ao critério da proporcionalidade, fixe alimentos para o filho, a partir de seu nascimento (DIAS apud MAIORALLI, 2011, p. 02).

7. CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS NO CASO DA GENITORA APONTAR PESSOA COMO PAI, E QUE SABIA NÃO SER O GENITOR

Para Cavalieri, todo aquele que violar um determinado dever jurídico através de um ato lícito ou ilícito, tem o dever de reparar. O ordenamento jurídico brasileiro impõe que os atos quais possam causar danos a outrem deve por conseguinte ser reparado.

A responsabilidade civil consiste na espécie que todo aquele que violar um dever jurídico através de um ato lícito ou ilícito, tem o dever de reparar, pois a todos é conferido o dever jurídico originário de não causar danos a outrem e ao violar este dever jurídico originário, decorre, então, o dever de reparar o dano que foi causado”. (CAVALIERI, 2008, p.

2).

O artigo 186 do Código Civil diz que a responsabilidade subjetiva necessita de culpabilidade do autor, com isso não poderá apenas ser baseado somente na conduta, ou também de um possível dano. Para isso precisamente terá que ter provas de que o agente agiu com dolo ou culpa. Relatando assim o artigo:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Uma determinada ação ou omissão poderá resultar projuízo a outrem e atrás destes atos por consequência resultam no problema da resposabilidade. Mas a responsabilidade da genirora irá depender de comprovações de dolo ou culpa, para que os seu ato seja corrigido atráves de indenização por danos morais e materias.

Em caso de comprovação de negativa para a paternidade, o réu terá seu amparo caso haja má fé por parte da genitora. O ocasionamento da atitude tem a finalidade em constranger o réu, afetando também a sua honra e imagem.

Portanto, o suposto pai poderá entrar com uma ação para responsabilizar a gestante, qual utilizou de má fé para se beneficiar de Alimentos Gravídicos. Conforme expressa o artigo 373 do Código de Processo Civil, o suposto pai deverá juntar provas para alegar os fatos, podendo também a gestante comprovar sua devida inocência.

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Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

A Lei 11.804 de 2088 teve o artigo 10 vetado, o qual defendia a busca de reparação de dados caso o DNA fosse negativo. O artigo foi vetado e por conseguinte a genitora estará livre de pagamento de indenização, o artigo se referia a responsabilidade objetiva, porém para o legislador não exclui-se a resposabilidade subjetiva.

Por se tratar de alimentos irrepetíveis, não podendo ser devolvidos cabe ao suposto pai solicitar uma indenização por danos morais e materiais, podendo defender a tese de que o caso resultou negativamente sob a sua honra e imagem além de causar diminuição ao seu patrimônio. Atraves desta ação, devevrá ser comprovado dos danos materiais que foram sofridos, esses poderão ser contatados por extratos bancários ou até em folhas de pagamento.

Podendo também solicitar o pedido de danos morais, pois além dos prejuízos causados financeiramente, foi promovido também lesões na vida pessoal e danos psicológicos no suposto pai.

Wald sustenta que:

Admite-se a restituição dos alimentos quando quem os prestou não os devia, mas somente quando se fizer a prova de que cabia a terceiro a obrigação alimentar. A norma adotada pelo nosso direito é destarte a seguinte: quem forneceu os alimentos pensando erradamente que os devia, pode exigir a restituição do valor dos mesmos do terceiro que realmente devia fornecê-los. (WALD, 2009, p. 107).

8. DÚVIDAS SOBRE A PATERNIDADE - POSSIBILIDADE OU NÃO DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO ENTRE OS SUPOSTOS PAIS.

O direito à paternidade é garantido pela constituição federal. O reconhecimento pode ser pedido pela mãe se o filho for menor de idade, ou pelo próprio filho se ele já tiver 18 anos. O pai pode também reconhecer o filho espontaneamente. Neste caso, o pai deve ir ao cartório onde a criança foi registrada (GONÇALVES, 2018).

Em caso de dúvidas sobre a comprovação da paternidade, poderá ser solicitado o fornecimento de amostras de sangue do suposto pai, esse procedimento por si só não levará a constrangimento a nenhuma parte envolvida. A negativa do réu poderá levar o juiz a interpretar de forma que será desfavorável, contudo o réu poderá caso tenha comprovar com outras formas que não seja o pai.

Assim preceitua o artigo 231 do Código Civil:

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Artigo 231 “Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa”. O artigo 232 do mesmo diploma complementa o artigo anterior e diz que: “A recusa à pericia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame”.

Poderá ser admitida ação anulatória de reconhecimento, essa se da quando verificado a desconformidade com a verdadeira filiação biólogia. Assim expõe o artigo 113 da Lei dos Registros Públicos:

Lei 6.015 “As questões de filiação legitima ou ilegítima serão decididas em processo contencioso para anulação ou reforma do assento”

Para que seja anulado ou descontruído o assento do reconhecimento voluntário, não presumindo-se a aqueles que tenham justos interesses em contestar a ação, sendo essas as pessoas afetadas no caso, diretamente ou indiretamente.

Ocorre que tal instituto não se faz logicamente necessário à um reconhecimento ocorrido dentro de uma ação de alimentos gravídicos, vez que tal ação somente tem seu objeto alcançado quando há indícios de paternidade, ainda que sejam mínimos, outrossim, deve observar aliás que quando convertidos em 26 alimentos para o nascido vivo podem ser contestados e realizado o exame de DNA para constatação de vinculo sanguíneo, caso não haja tal confirmação a ação de alimentos perde sua finalidade. (RODRIGUES, Silvio. Direito de Família. 2 ed. Rio de Janeiro; Forense, 2010)

9. CONCLUSÃO

Este trabalho teve como objetivo o estudo da Lei 11.804 de 2008, qual menciona alguns pontos referente aos Alimentos Gravídicos. Por haver questões inovadoras, aos direitos do nascituro. O Tema foi abordado através de doutrinas, jurisprudências.

Pelo fato de a Lei não ser totalmente clara, se fez necessário analisar alguns pontos do Código Civil brasileiro e o ordenamento jurídico. O trabalho tem como principal objetivo abordar o ponto principal da Constituição Federal que se trata sobre a Dignidade da Pessoa Humana, da qual resguarda os direitos desde a gestação, que irá condizer com as condições que a gestante e o feto terão, como dignidade e saúde.

Abordando o tema do qual tem a finalidade de dissertar sobre os diretos do nascituro, sabendo que ele não possui capacidade postulatória este será representado pela gestante. E que a mãe necessita de viver uma gestação saudável,

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procurando adequar a vida ao bebê e sua gestação. Tratando que a Lei n°

1.804/2008 respalda em todos seus artigos a gestante, mesmo sendo vetados alguns deles. A Lei serve para amparar a gestante e o nascituro, procurando garantir a vida da mãe de do bebê. Relatar sobre dignidade da pessoa humana, conforme previsto no artigo 5° e 1° III, da Constituição Federal de 1988. Tratando o entendimento de amparo que deve ser concedido pelos pais, podendo através de todos os cuidados mencionados garantir a sobrevivência e a saúde da gestante durante a gestação.

Conclui-se dentre as possibilidades de o alimentante arcar com a pensão alimentícia. Derivando e fundamentando a prestação de alimentos no artigo 1694 do Código Civil, onde os parentes, cônjuges ou companheiros podem solicitar uns aos outros o benefício de alimentação. O tema foi bordado de forma cuidadosa, visando o entendimento da lei e das doutrinas referente as condições do alimentante a fornecer de forma responsável e que não haja qualquer privação a sua condição natural. Caso não haja condições para fornecer o apoio total dos alimentos necessários, este deverá fazer dentro do limite, para que não afete a sua dignidade e condições anteriores. Tendo de extrema importância tratar e expor a garantia aos princípios da dignidade da pessoa humana, e o direito do nascituro aos alimentos conforme a Lei 11.804/08 embasados pelas normas do direito constitucional.

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REFERÊNCIAS

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Cavalieri Filho, Sergio, Programa de Responsabilidade Civil, Ed. Atlas, 2008, p.2).

VENOSA, S.S Direito Civil: Direito de Família. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

DINIZ, Maria Helena. Código civil anotado. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 1999.Compêndio de introdução à ciência do direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MORAES, Alexandre de., 2011, página 61).

CÓDIGO CIVIL ANOTADO, 18. Ed. Saraiva

BRASIL. Lei 11.804 de 05 e3 novembro de 2008. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11804.htm

CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Responsabilidade Civil. 6. ed. São Paulo:

Malheiros, 2005.

(DIAS, 2006, p. 113

CAVALIERI NETO, S. Programa de Responsabilidade Civil. 10. Ed. São Paulo: Atlas Álvaro Villaça de Azevedo ”. (2010, página 13).

DIAS, M. B. Manual de Direito das Famílias. 12. ed. São Paulo: RT, Revista dos Tribunais, 2017.S

(DIAS apud MAIORALLI, 2011, p. 02).

" (TJMG, processo 10024.04.377309-2/001, Des. Rel. Duarte de Paula, D.J.

10/03/2005, D.P. 10/06/2005).

(TJSP, 7ª Câmara de Direito Privado, AI 646.712-4/5-00, rel.Des.Alvaro Passos, j.

16.09.2009).

RODRIGUES, Silvio. Direito de Família. 2 ed. Rio de Janeiro; Forense, 2010

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