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1 Graduanda no Curso de Ciências Contábeis na Faculdade Dom Alberto.

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QUAIS OS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED) NO ESCRITÓRIO DV CONTABILIDADE E EM

SEUS CLIENTES OPTANTES PELO REGIME TRIBUTÁRIO DE LUCRO REAL?

Eliane Regina Bello1 Heitor Luis Konzen2

RESUMO

O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) altera e moderniza o cumprimento das obrigações acessórias do contribuinte, substituindo documentos fiscais físicos por arquivos eletrônicos. O objetivo da pesquisa é relacionar os impactos e as mudanças do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), bem como verificar as vantagens e desvantagens trazidas pela implantação do SPED. A metodologia utilizada é caracterizada como um estudo de caso exploratório, de abordagem qualitativa dos dados, realizada por meio de pesquisa bibliográfica com base na literatura disponível. O resultando da pesquisa identifica o detalhamento das informações ao Sistema SPED como gerador dos impactos e das mudanças tanto para os contadores como para os contribuintes.

Palavras-chave: SPED/ Impactos/ Mudanças.

ABSTRACT

The Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) changes and modernizes the compliance of ancillary obligations of the taxpayer, replacing physical tax documents by electronic files. The objective of the research is to relate the impacts and changes of Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) and check the advantages and disadvantages brought about by the implementation of SPED. The methodology is characterized as an exploratory case study, of qualitative approach, performed by means of literature based on the available literature. The result of the research identifies the details of the information to the SPED system as a generator of impacts and changes to both the counters and for taxpayers.

Key words: SPED/Impacts/Changes.

1 Graduanda no Curso de Ciências Contábeis na Faculdade Dom Alberto.

2 Pós-graduado em Controladoria de Gestão, orientador e docente na Faculdade Dom Alberto.

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1 INTRODUÇÃO

Com o advento da evolução cientifico tecnológica em todas as áreas do saber, fato este que inevitavelmente abrange o nosso cotidiano em todas suas nuances, a Contabilidade acompanhando o desenvolvimento deste saber técnico- cientifico, adequa-se a este movimento na tentativa de obter dados mais fidedignos correspondentes a realidade do contribuinte, teve o Governo Federal em conjunto com a Receita Federal do Brasil (RFB) a iniciativa de criar o SPED, cuja sigla significa Sistema Público de Escrituração Digital

O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) representa a evolução tecnológica da fiscalização brasileira. É um novo sistema para os contribuintes repassarem as informações detalhadas e completas das suas movimentações contábeis e tributárias. Formando através deste um banco de dados a ser compartilhados entre as três esferas dos governos Municipais, Estaduais, Federal e do Distrito Federal.

Os objetivos da pesquisa são verificar os impactos da implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) no Escritório DV Contabilidade e em seus clientes optantes pelo Regime Tributário de Lucro Real, exaltando as mudanças e alterações nos métodos de trabalho do profissional contábil para atender as necessidades do novo sistema. Além disso, verificar se a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) trouxe benefícios para o contribuinte ao Escritório DV Contabilidade.

A metodologia e seus instrumentos aplicados à pesquisa é caracterizada por um estudo de caso exploratório realizado em três escritórios contábeis de diferentes regiões do estado do Rio Grande do Sul, e em seus clientes para a coleta de dados em caráter qualitativo. A pesquisa foi desenvolvida no Escritório DV Contabilidade localizado em Vera Cruz, no Super Visão que atende Santa Maria e a fronteira Oeste e no Escritório Santa Cruz que desempenha atividades em Santa Cruz do Sul. O procedimento utilizado foi a pesquisa bibliográfica na literatura disponível a cerca do tema SPED.

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2 REVISÃO TEÓRICA

2.1 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

A Contabilidade Tributária é uma das ramificações da Contabilidade, que apresenta como objeto principal os tributos. Esta faz parte dos estudos das Ciências Contábeis, que utiliza a contabilidade (lançamentos contábeis das movimentações da empresa) que compõem o fator gerador dos tributos e sucessivamente para gerar as obrigações acessórias do contribuinte. Assim a Contabilidade Tributária define-se como um conjunto de procedimentos e ações que visam aplicar as normas da Legislação Tributária e da Contabilidade para apurar os tributos de um contribuinte.

(FABRETTI, 2007).

A Contabilidade Tributária tem como objeto a apuração exata do resultado econômico da empresa, e atender a legislação brasileira quanto ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro (CSSL). Após é conhecida a base de cálculo destes tributos e o lucro líquido do contruibuinte.

(FABRETTI, 2007).

2.2 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

Para realizar a cobrança dos tributos o governo necessita realizar um ato jurídico, que é chamado de lançamento do fato gerador do tributo, que conta com 3 modalidades: lançamento por homologação, por declaração e de ofício. No lançamento por homologação o próprio contribuinte gera as informações referentes aos tributos e os paga. Posteriormente o fisco pode verificar essas informações, que são enviadas através das obrigações acessórias. (AZEVEDO; MARIANO, 2014).

As obrigações acessórias são geradas mediante arquivos eletrônicos de declarações ao Fisco, que apresentam detalhamento de informações sobre as movimentações dos contribuintes. Composto pelos documentos fiscais de entradas e saídas das empresas, lançamentos contábeis, demonstrativos de inventários, apuração de impostos, informações trabalhistas e de retenções de impostos. As obrigações acessórias são encaminhadas para as esferas de fiscalização as

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Municipais, as Estaduais, a Federal e ao Distrito Federal. (AZEVEDO; MARIANO, 2014).

2.3 DOCUMENTOS FISCAIS ELETRÔNICOS

Os documentos fiscais eletrônicos implantados no Brasil para atender as necessidades do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e informações em tempo real ao fisco nos últimos anos foram: a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e), a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) e o Manifesto Eletrônico de Documento Fiscal (MDF-e).

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) tem o conceito de documento exclusivamente digital, que apenas pode ser emitido eletronicamente e armazenado desta forma. O documento físico que muitas vezes é chamado de NF-e é o Documento Aulixiar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe). Tem o objetivo de documentar as operaçôes de circularização de mercadorias. Como é um documento eletronico é necessaria a assinatura digital do emissor para gerar a NF-e, que proporciona a validade jurídica.

E instantaneamente a missão da nota ocorre a transmissão das informações contidas no documento e sua autorização pela administração tributária. (AZEVEDO;

MARIANO, 2014).

A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) foi instituída pelo Protocolo de Cooperação ENAT nº 02, de 7 de dezembro de 2007, que atribuiu a coordenação e a responsabilidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto da NFS-e.

(BRASIL, 2007). A NFS-e é documento digital para registrar as prestações de serviços, gerado e armazenado em Ambiente Nacional pela prefeitura, Receita Federal do Brasil, ou agente conveniado para registrar as prestações de serviços. A emissão é realizada por serviços informatizados onde o contribuinte informa os dados da nota e após analise, processamento, validações gera se o documento.

(YOUNG, 2009).

A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e) substitui o Cupom Fiscal e a Nota Fiscal de Venda a Consumidor de modelo 2. Documentos estes utilizados para

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venda ao consumidor final que é emitida pelos estabelecimento de varejo. Passa a ter os mesmos objetivos da NF-e como documento exclusivamente eletrônico.

O Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) é o documento fiscal de circulação de mercadorias ou prestação de serviços emitido pelas empresas transportadoras. O Projeto foi desenvolvido pela Receita Federal do Brasil e pelas Secretarias das Fazendas dos Estados, que se deu após 2006 quando foi assinado o Protocolo Encontro Nacional de Administradores Tributários (ENAT) 03/2006 para este fim.

O Manifesto Eletrônico de Documento Fiscal (MDF-e) é um documento eletrônico para substituir o Manifesto Fiscal que era emitido anteriormente em formulário ou manual. Tem como objeto a vinculação dos documentos fiscais eletrônicos transportados em cada veículo.

Os objetivos para a implantação dos documentos fiscais eletrônicos foram a criação de um modelo nacional para cada tipo de documento fiscal, pela substituição da emissão do documentos em papel, por arquivo eletrônico, o que proporcionou o fortalecimento da fiscalização e do controle por parte do Fisco, perante a informatização dos documentos. Com a possibilidade de verificação tanto da autenticidade dos documentos fiscais, como também cruzamento com as obrigações acessórias para controle dos tributos, e ainda o controle das operações comerciais entre contribuintes em tempo real. E proporcionava aos contribuintes a diminuição dos custos referentes a documentos fiscais eletrônicos, por eliminar o arquivamento das notas, a impressão, envio de documentos ao fisco, diminuição da quantidade de obrigações acessórias e digitação das notas em diversos sistemas. (AZEVEDO;

MARIANO, 2014).

Os benefícios atributos aos documentos fiscais eletrônicos por Azevedo e Mariano (2014) e Young (2009) às administrações tributárias são: maior confiabilidade, decorrente da possibilidade de checar a sua validade e dados pela chave de acesso; melhor controle fiscal com a criação de um único banco de dados, que proporcione intercâmbio e compartilhamento de informações por todas as esferas do Fisco; rapidez da fiscalização nos Postos de Fronteira, pela possibilidade do uso de leitora ótica de código de barras, para acessar a Nota e verificar a validade; diminuição da sonegação fiscal pelo aumento do controle pelo Fisco,

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refletindo no aumento da arrecadação de impostos; os documentos fiscais eletrônicos dão suporte ao Projeto SPED e possibilitam o cruzamento de dados que aumenta a fiscalização e o controle do Fisco.

Os benefícios ao comprador ou receptor dos documentos fiscais eletrônicos, relatados por Azevedo e Mariano (2014) e Young (2009): a eliminação da digitação dos documentos, pois podem ser rapidamente importadas dos Portais Federal e Estaduais para o sistema do contribuinte; redução de erros na escrituração fiscal do contribuinte causados por erros de digitação dos documentos que não se faz mais necessário; recebimento antecipado dos documentos por serviços eletrônicos, permitindo planejamento de armazenagem, e assim possibilitando redução de custos operacionais.

2.4 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)

O projeto SPED – Sistema Público de Escrituração Digital do Governo Federal que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que altera e moderniza o cumprimento das obrigações acessórias do contribuinte, substituindo livros e documento fiscais e contábeis impressos por documentos eletrônicos assinados digitalmente com certificação digital. Desta forma diminui a impressão de documentos e consequentemente a necessidade de espaço para arquivá-los, pois passaram a ser armazenados eletronicamente. (AZEVEDO; MARIANO, 2014).

Este projeto tem como um dos objetivos promove a integração das três esferas governamentais da administração tributária, sendo o governo Federal, os Estaduais e Municipais, por meio da padronização e compartilhamento das informações contábeis e fiscais. O que possibilita maior fiscalização e rapidez para identificar ilícitos tributários, agilidade no processo de fiscalização por não haver necessidades de coletar documentos e arquivos. Também vem para racionalizar e uniformizar as declarações, com isso o contribuinte poderá reduzir seus custos com emissão e armazenamento como também o custo Brasil para regularização de estabelecimentos. (YOUNG, 2009).

Atualmente os contribuintes cumprem diversas obrigações acessórias com leiautes diferentes para atender a cada órgão fiscalizador. Sendo as informações

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das obrigações iguais, mas entregue em arquivo específico a cada órgão de fiscalização. Porém o projeto SPED irá uniformizar as obrigações, facilitando o compartilhamento das informações entre os diversos órgãos e o contribuinte não terá que enviar diversas vezes as mesmas informações. (AZEVEDO; MARIANO, 2014).

2.4.1 ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL – EFD OU SPED FISCAL

De acordo com o Convênio ICMS nº 143/2006, a Escrituração Fiscal Digital (EFD) é um arquivo digital, que apresenta a escrituração fiscal das movimentações do contribuinte, os registros de apuração do ICMS e IPI e outras informações de interesse do Fisco. (BRASIL, 2006).

A Escrituração Fiscal Digital “obriga o contribuinte informar suas operações de forma mais detalhada ao Fisco, ao contrário das obrigações de escrituração dos livros fiscais em papel que contemplavam apenas dados totais dos documentos fiscais”. (AZEVEDO; MARIANO, 2014, p. 219)

A EFD é uma declaração dividida em 8 (oito) Blocos de informações, o primeiro quadro de informações do Bloco 0 é denominado Informações Cadastrais, contém o período a que se refere a declaração, o tipo de declaração sendo original ou de substituição. Aos dados complementares da entidade são solicitadas informações referentes à identificação do informante do arquivo sendo o nome fantasia, Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do Contribuinte, Inscrição Estadual, endereço, contato da empresa, contabilista responsável e seus dados. No registro dos dados do contabilista há a identificação deste que se responsabiliza pelo conteúdo escrituração fiscal do contribuinte seja prestador de serviço ou funcionário da própria empresa.

Contêm as Tabelas do Participante que são importados os cadastros do sistema da empresa de todos os clientes e fornecedores que a empresa realizou transações no período. Que deve apresentar todos estes dados: Código de identificação, Nome pessoal ou empresarial, Código do país do participante, CNPJ ou CPF, Inscrição Estadual, Código do município, Número de inscrição do participante na SUFRAMA e Endereço completo. Também são importadas as

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unidades de medidas utilizadas nos documentos fiscais do período, como exemplo:

quilos, unidades, peças, mililitros, etc. O cadastro dos produtos movimentados que obrigatoriamente deve conter código de NCM e alíquota do ICMS. Além disso, há uma tabela destinadas as informações complementares dos documentos fiscais, que geralmente se referem ao regime de tributação da empresa emitente, ou a tributação dos produtos, ou ao tipo de frete, e etc.

O Bloco C substitui os Livros de Entradas e de Saídas, porém na EFD não haverá um livro específico para entradas e saídas. Assim os Blocos C e D formam a escrituração de Documentos Fiscais de Entradas/Aquisições e de Documentos Fiscais de Saídas/Prestações.

O Bloco D é destinado às informações de documentos fiscais de prestação de serviços que estão sujeitas ao ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, caracterizando como serviços de comunicação e transporte intermunicipal e interestadual.

O Bloco E as informações as são referentes as créditos e débitos apuração do ICMS, ICMS – Substituição Tributária dos contribuintes inscritos como substituto tributário e ainda do IPI quando for o caso.

O Bloco G é referente às informações do CIAP – Controle do ICMS do Ativo Permanente juntamente com seus valores e controle de movimentação. O CIAP é uma declaração para comprovar o crédito de ICMS decorrente de entrada de mercadoria destinada a compor o ativo imobilizado da entidade.

O Bloco H é referente ao Inventário Físico é a contagem da quantidade de mercadorias em estoque. Normalmente a contagem é realizada no encerramento do exercício (31/12).

O Bloco K é apresentado como Controle de Produção e do Estoque, estas informações são compostas por várias etapas: entrada de mercadorias juntamente com o documento fiscal, a movimentação da mercadoria dentro da empresa (processo de transformação de produto), o produto para venda, e a venda deste.

O Bloco 1 solicita informações sobre créditos fiscais, exportações, conhecimento de transporte de exportação, combustíveis, operações interestaduais de energia elétrica e valor agregado.

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2.4.2 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL (ECD)

A Escrituração Contábil Digital (ECD) que também pode ser tratado pela denominação de SPED Contábil. O arquivo ECD faz parte do Projeto SPED, e é utilizado para fins fiscais e previdenciários, que devera ser transmitida pelas pessoas jurídicas obrigadas a este modelo de declaração. (AZEVEDO; MARIANO, 2014).

Conforme Azevedo e Mariano (2014), o SPED Contábil tem a finalidade de substituir os livros da escrituração mercantil por arquivos digitais. E apresenta regras de obrigatoriedade diferente das demais declarações, que dispensam a entidade de apresenta-las quando não há movimento. Mas para o sistema do SPED isso não será usual, pois considera eventos de ocorrência mensal como de depreciação, pagamento de aluguel, pagamento de luz, incidência de tributos, honorário do contador, entre outras.

2.4.3 ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL CONTRIBUIÇÕES

A Escrituração Fiscal Digital Contribuições abrange informações que compõem o Pis/Pasep, Cofins e a Contribuição Previdenciária sobre a receita do contribuinte. É um arquivo que compõe o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, basicamente apresenta todos os documentos fiscais das operações do contribuinte no período. Através destes documentos é possível a identificação das receitas, dos custos, das despesas, dos encargos e fatores geradores de créditos fiscais no caso do regime não cumulativo. (BRASIL, 2011).

A EFD Contribuições tem como base para a sua criação a GIA. Porém a quantidade de informações deste arquivo é extremamente superior ao que é informado na GIA, pois apresenta cada documento fiscal com todas as informações detalhadas. No caso da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) os dados apresentados são: a identificação completa do emitente e do destinatário do documento, incluindo endereço, que possibilita o cruzamento de dados das declarações de movimentação entre os contribuintes, assim se um contribuinte declarar a venda o outro deve declarar a compra e vice-versa; também apresenta a chave da NF-e, meio que

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possibilita a consulta do documento na Secretaria da Fazenda e Portal da NF-e, pela qual o programa realiza cruzamento para confirmar autenticidade de dados;

descrição completa da mercadoria incluindo Código de Situação Tributária (CST) do ICMS e Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) por item, com a finalidade de verificação da tributação dos produtos em ICMS, ICMS/ST, PIS/PASEP, COFINS e IPI, que a verificação ocorre por cruzamento com base nestes códigos.

O Bloco A é destinado ao preenchimento de Notas Fiscais de Serviços Eletrônicas (NFS-e), tanto de saída de serviços quanto aquisição. Que tem incidência de Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISSQN. Também apresenta as retenções realizadas em prestação de serviços como PIS/PASEP, COFINS, CSLL, IRRF e INSS. Possibilitando cruzamento com a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) e futuramente com o e-Social.

O Bloco C apresenta todos os documentos fiscais referentes a mercadorias que apresentam incidência de PIS/PASEP e COFINS.

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta pesquisa é caracterizada como um estudo de caso, que parte de uma pesquisa aplicada a área contábil que busca conhecer os impactos SPED que vem sendo implantado no Escritório DV Contabilidade e identificar os reflexos aos clientes optantes pelo Regime de Tributação do Lucro Real. Conforme Silva (2010, p. 57) o estudo de caso “é um estudo que analisa um ou poucos fatos com profundidade”. A importância do uso do estudo de caso é porque permite um leque maior de informações e detalhes sobre determinado assunto. Permitindo assim, quando necessário maior rapidez na resolução de problemas, por ter pleno conhecimento da situação. Nesse sentido, “o objeto a ser pesquisado neste tipo de pesquisa pode ser o individuo, a empresa, uma atividade, uma organização ao até uma situação”. (SILVA, 2010, p. 94).

O tipo de pesquisa adotado é explicativa, isso é, pesquisa com o objetivo de aprofundar o conhecimento da situação, porque permite explicar o porquê das coisas e a razão, justificando os motivos. Conforme Gil apud Silva (2010, p.60) “o

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conhecimento científico está assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos”.

O procedimento de pesquisa adotado vem a ser a pesquisa bibliográfica com a finalidade de explicar o problema em que a pesquisa esta inserida, com base na literatura publicada em diversas fontes que abordam o tema Sistema Público de Escrituração Digital. A pesquisa bibliográfica permite explicar e também discutir o problema a partir de conhecimentos científicos já publicados como livros, artigos científicos, jornais, revistas, sites, pesquisas, monografias, teses, manuais, entre outros. São os conhecimentos que o estudante agrega como base para o desenvolvimento da pesquisa, e a pesquisa pode ser exclusivamente baseada em fontes bibliográficas. (SILVA, 2010).

A abordagem dos problemas é qualitativa, pois a pesquisa tem o ambiente como fonte dos dados descritivos, relatando os impactos, mudanças, alterações, vantagens e desvantagens da implantação SPED para o escritório contábil e seus clientes. A metodologia qualitativa permite descrever, classificar, analisar e compreender por completo o estudo. Essa abordagem possibilita aprofundar os conhecimentos sobre o SPED e destacar suas características assim como no estudo de caso.

4 DESCRIÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O processo que mais apresenta evolução juntamente com o SPED é a Escrituração Fiscal dos contribuintes onde o controle total e conferência das informações é realizado por meios eletrônicos tanto de importações de dados como de consultas. Os contabilistas não se mostram basicamente dependentes dos documentos fiscais auxiliares que o contribuinte encaminha ao escritório. Os próprios clientes enviam em formato digital seus documentos fiscais de suas saídas (Nota Fiscal Eletrônica, Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica, Cupom Fiscal).

Também as alternativas para a importação dos documentos fiscais foram adotadas no escritório através do Portal da Nota Fiscal Eletrônica e o Portal da Secretaria da Fazenda (Sefaz), com a possibilidade de consulta das entradas e saídas de

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mercadorias e serviços. Assim a escrituração tornou se mais rápida e há conferência da escrituração de todos os documentos fiscais válidos.

O contribuinte passou a utilizar os sistemas para a emissão de seus documentos fiscais, neste tipo de sistema, além da emissão dos documentos fiscais é preciso cadastrar todos os produtos com a sua descrição, NCM, e tributação do PIS, COFINS, ICMS e IPI. Também é necessário cadastrar os fornecedores e clientes com nome do contribuinte, CNPJ ou CPF, inscrição estadual e endereço completo. Sendo todos estes dados obrigatórios para os envios dos arquivos digitais ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). O contribuinte passou a lançar no seu sistema além das saídas, as entradas de mercadorias para ter controle e mensuração da produção e do estoque. Pois o Bloco K da EFD que torna se obrigatório para alguns contribuintes em janeiro de 2017 exige as informações completas e precisas do estoque, da produçao, da composição de cada item de produção.

Todos os dados que o clientes tem sobre os documentos fiscais são importados para o sistema de Escrituração Fiscal do escritório, após conferencia o arquivo digital é exportado e importado no Programa Validador do SPED. Este programa verifica se há alguma inconsistência ou nos códigos de tributação ou dados incompletos por meio de relatório para que seja corrigido. Somente após todos os dados estarem completos e corretos é possível transmitir o arquivo digital e assina-lo digitalmente.

Antes do SPED a apuração do PIS, COFINS e ICMS era feita manual, o contabilistas não tinha conhecimento da tributação de todos os itens, então não da para se dizer que era feita corretamente a apuração. O contribuinte que já utilizava algum tipo de sistema emitia um relatório totalizado por produto, das vendas do período, e este servia de base para o contabilista. Manualmente o profissional separava e calculava o total de débito dos tributos. Já o crédito das entradas de mercadorias e serviços era calculado através das Notas Fiscais. Nas declarações eram informados os montantes dos créditos e débitos para apurar o ICMS e o total das saídas para apurar o PIS e COFINS.

Os clientes do escritório optantes pelo Lucro Real apresentam investimentos em tecnologia, em cursos, software e funcionários capacitados para se adequar ao

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SPED. No inicio de 2014 o escritório frisou a estes a importância de manterem os cadastros de produtos, clientes e fornecedores atualizados e corretos para evitar problemas futuros de cruzamentos e para validação do arquivo digital.

O Escritório DV Contabilidade em busca da redução de custos e também de tempo gasto para organizar, separar, arquivar, espaço destinado ao arquivo e transtornos para devolver esta documentação aos clientes, investiu em um software de arquivo. Este arquivo digital salva automaticamente os documentos fiscais do contribuinte, mediante autorização de certificado digital. E como é hospedado em um site com usuário e senha para acesso dos contabilistas não se torna de alto custo para manter e acessar.

Além disso, o software permite encontrar as notas mais facilmente, por pesquisa do nome do fornecedor, CNPJ, número da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e descrição do conteúdo da nota ou nome do produto. Que são muito utilizadas para devolução de produtos. A NF-e neste arquivo contem todas as informações necessárias para as devoluções, o que no Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica (DANFE) muitas vezes não é possível identificar, como o Índice de Valor Agregado (IVA) da substituição tributária.

Como o SPED dispensa a necessidade de impressão de livros fiscais e contábeis, e apuração de inventários, apuração de tributos e diminui a quantidade de vias dos documentos fiscais pode ser confirmada a hipótese de redução dos custos com papel, impressão, encadernação e consequentemente da disposição de local adequado para arquivo dos mesmos.

O maior impacto possível do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) vem a ser a necessidade de envio de informações adequadas e corretas da realidade do contribuinte em concordância com a legislação tributária vigente no país. Pois vem sendo um desafio muito grande ao escritório conscientizar os pequenos, médios e principalmente as entidades de cunho familiar das mudanças indispensáveis nos seus métodos de controle, informação e de assistência tecnológica para facilitar as obrigações ao Fisco.

Outro impacto que preocupa de forma expressiva os contribuintes é a possibilidade de cruzamento de dados permitida pela padronização das informações e alimentação de um banco de dados nacional que integra todas as entidades

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brasileiras e suas diversas movimentações. Este cruzamento significa agilidade e eficiência jamais vista antes no sistema de fiscalização do País. E assim como a maioria dos contribuintes esta acostumado ao desleixo das suas informações e consequentemente a sonegação fiscal, abre se o caminho para intensificação das autuações fiscais.

Um dos benefícios do SPED confirmados com o andamento da pesquisa é a valorização do profissional contábil. Que é decorrente da ênfase aos seus serviços visando o preenchimento das informações adequadas ao cumprimento do Sistema Público de Escrituração Digital.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pontos positivos da implantação do SPED

Pontos negativos da implantação do SPED

 Procura por Escritórios Contábeis atualizados sobre as mudanças do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED);

 Melhora na qualidade das informações contábeis para a tomada de decisão e planejamento tributário;

 Redução dos custos do contribuinte por não precisar imprimir as notas fiscais para enviar ao escritório, e consequentemente de espaço para arquivos dos documentos;

 Redução dos custos pela extinção da impressão de livros fiscais, e encadernação e armazenamento dos mesmos;

 Rapidez no envio de informações entre contribuinte e escritório por meio de arquivo digital;

 Precisão das informações pela conferência dos documentos fiscais nos portais eletrônicos da Receita Federal e Secretaria da Fazenda;

 As pequenas empresas buscam se adaptar para contabilizar todas as movimentações realizadas, por receio de serem penalizadas. Aumentando seus sistemas de controle.

 Aumento na quantidade de declarações de um mesmo período, onde as informações são as mesmas;

 A duplicidade de informações das declarações permite o cruzamento de dados, que aumenta a probabilidade de pendências fiscais e consequentemente de multas;

 Maior tempo de trabalho para validação e entrega das declarações devido ao detalhamento das informações que antes não eram exigidos;

 Aumento de investimentos do contribuinte e do escritório contábil em equipamentos tecnológicos;

 Aumento dos custos com treinamentos de contabilistas, contadores, funcionários de empresas contribuintes e contratação de consultoria tributária;

 Adaptação dos profissionais contábeis em despedir-se da “era do papel”;

 Aumento dos custos com tributos devida a correta aplicação da legislação tributária.

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6 REFERÊNCIAS

AZEVEDO, O. R.; MARIANO, P. A. SPED: Sistema Público de Escrituração Fiscal Digital. 6. ed. São Paulo: IOB, 2014.

BRASIL. Decreto n. 7.979, de 8 de abril de 2013. Altera o Decreto n. 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que instituiu o Sistema Público de Escrituração Digital - SPED.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2013/Decreto/D7979.htm#art1>. Acesso em: 15 jun. 2015.

FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

SILVA, A. C. R. da. Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade:

orientações de estudos, projetos, relatórios, monografias, dissertações, teses. 3. ed.

São Paulo: Atlas, 2010.

YOUNG, L. H. B. SPED: Sistema Público de Escrituração Digital. Curitiba: Juruá, 2009.

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