Página | 1 ORIENTAÇÃO
ROSA DOS VENTOS
A Rosa dos Ventos é constituída por 4 Pontos Cardeais, 4 Pontos Colaterais e 8 Pontos Sub-Colaterais.
Página | 2 ORIENTAÇÃO PELO SOL
O sol nasce aproximadamente a Este e põe-se a Oeste, encontrando-se a Sul ao meio-dia solar. A hora legal (dos relógios) está adiantada em relação à hora solar: no Inverno está adiantada cerca de 36 minutos, enquanto que no verão a diferença passa para cerca de 1h36m.
ORIENTAÇÃO PELO SOL COM RELOGIO
Para o Hemisfério Norte (onde se encontra Portugal) o método a usar é o seguinte: mantendo o relógio na horizontal, com o mostrador para cima, procura-se uma, posição em que o ponteiro das horas esteja na direção do sol. A bissetriz do menor ângulo formado pelo ponteiro das horas e pela linha das 12h define a direção Norte-Sul.
No caso do Hemisfério Sul, o método é semelhante, só que, neste caso, é a linha das 12h que fica na direção do sol, fazendo-se depois do mesmo modo a bissetriz entre o ponteiro das horas e a linha das 12h.
Página | 3 ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
A orientação pelas estrelas é um dos métodos naturais mais antigos, em todas as civilizações. As constelações visíveis no Hemisfério Norte, são a Ursa Maior, Ursa Menor, Órion e a Cassiopeia.
A Ursa Maior é uma das constelações que mais facilmente se identifica no céu. Tem forma de uma caçarola, embora alguns povos antigos a identificassem como uma caravana no horizonte, bois atrelados, uma concha e mesmo um homem sem uma perna. O par de estrelas Merak e Dubhe formam as chamadas «Guardas», muito úteis para se localizar a Estrela Polar. Curiosamente, existem duas estrelas (Mizar e Alcor) que se confundem com uma apenas, mas um bom observador consegue distingui-las a olho nu.
A Ursa Menor, ligeiramente mais pequena que a Ursa Maior é também mais difícil de identificar, principalmente com o céu ligeiramente nublado, uma vez que as suas estrelas são menos brilhantes. A sua forma é idêntica à da Ursa Maior. Na ponta da sua «cauda» fica a Estrela Polar, bastante mais brilhante que as outras estrelas, e fundamental para a orientação. Esta estrela tem este nome precisamente por indicar a direção do Pólo Norte. As restantes constelações rodam aparentemente em torno da Estrela Polar, a qual se mantém fixa.
Página | 4 A constelação de Órion ou Orionte é apenas visível no Inverno, pois a partir de abril desaparece a Oeste, mas é muito facilmente identificável. A constelação de Órion parece, assim, um homem, sendo as estrelas Saiph e Rigel os pés. Ao meio aparecem 3 estrelas em linha reta, que se reconhecem imediatamente, dispostas obliquamente em relação ao horizonte. Este trio forma o Cinturão de Órion, do qual pende uma espada, constituída por outras 3 estrelas, dispostas na vertical. Prolongando uma linha imaginária que passe pela estrela central do Cinturão de Órion, passando pelas 3 estrelas da
«cabeça», vamos encontrar a Estrela Polar.
Se traçarmos uma linha imaginária que passe pelas duas «Guardas» da Ursa Maior, e a prolongarmos 5 vezes a distância entre elas, iremos encontrar a Estrela Polar. A figura ilustra este procedimento, e
Página | 5 mostra também o sentido de rotação aparente das constelações em torno da Estrela Polar, a qual se mantém fixa. Se prolongarmos uma linha imaginária passando pela primeira estrela da cauda da Ursa Maior (a estrela Megrez) e pela Estrela Polar, numa distância igual, iremos encontrar a constelação da Cassiopeia, em forma de «M» ou «W», a qual é facilmente identificável no céu. Assim, a Cassiopeia e a Ursa Maior estão sempre em simetria em relação à Estrela Polar. Para obter o Norte, para nos orientarmos de noite, basta descobrir a Estrela Polar. Se a «deixarmos cair» até ao horizonte, é nessa direção que fica o Norte.
Página | 6 ORIENTAÇÃO POR INDÍCIOS
Orientação por indícios que se pode encontrar no campo e nas aldeias.
Caracóis - encontram mais nos muros e paredes voltados para Leste e para Sul.
Formigas - têm o formigueiro, especialmente as entradas, abrigadas dos ventos frios do Norte.
Igrejas - as igrejas costumavam ser construídas com o Altar-Mor voltado para Este (nascente) e a porta principal para Oeste (Poente), o que já não acontece em todas as igrejas construídas recentemente.
Campanários e Torres - normalmente possuem no cimo um cata-vento, o qual possui uma cruzeta indicando os Pontos Cardeais.
Casca das Árvores - a casca das árvores é mais rugosa e com mais fendas do lado que é batido pelas chuvas, ou seja, do lado Norte.
Folhas de Eucalipto - torcem-se de modo a ficarem mesmo expostas ao sol, apresentando assim as
«faces» viradas para Leste e Oeste.
Moinhos - as portas dos moinhos portugueses ficam geralmente viradas para Sudoeste. Inclinação das Árvores - se soubermos qual a direção do vento dominante numa região, através da inclinação das árvores conseguimos determinar os pontos cardeais.
Musgos e Cogumelos - desenvolvem-se mais facilmente em locais sombrios, ou seja, do lado Norte.
Girassóis - voltam a sua flor para Sul, em busca do sol. No entanto só um poder de observação bastante desenvolvido e uma grande prática podem permitir-nos confiar, com certas seguranças, na utilização dos meios de orientação que acabam de ser escritos.
Página | 7 A BÚSSOLA
Régua: Serve para duas coisas: medir a distância entre dois pontos para calcular a distância entre eles baseado na escala do mapa; e traçar linhas retas entre dois pontos do mapa para fins de navegação.
Escalas: Servem para simplificar o uso da régua, usando as escalas você não precisa calcular a distância entre os pontos, pois as escalas já são graduadas em metros ou quilómetros de acordo com o padrão indicado próximo a elas.
Seta de direção ou azimute: é usada para localizar a direção em graus de um determinado ponto, ou seja, o azimute de um ponto (veremos depois o que isso significa).
Limbo giratório: possui a marcação dos pontos cardeais e dos graus, fundamental para o uso da bússola.
Portão: uma marcação logo abaixo da marca do norte que fica no limbo, é usado no processo de navegação. Pode ser uma seta como na foto ou duas marcas paralelas. - Linhas meridionais: servem para alinhar a bússola com as linhas do mapa, garantindo assim que ela esteja apontando a direção exata.
Escala de declinação: serve para ajustar a graduação da bússola em relação à declinação magnética (diferença entre o norte magnético e o verdadeiro norte, explicarei melhor isso em outro artigo.
Agulha imantada: é a agulha que aponta o norte (parte vermelha).
Página | 8 LEITURA DE BÚSSOLA SEM RÉGUA:
-Deixar a bússola no plano horizontal.
-Girar a bússola para que a letra "N" (Norte) fique sob o ponteiro magnético vermelho que indica o Norte magnético da terra;
- Mantendo o ponteiro vermelho posicionado exatamente acima da letra "N", siga na direção do grau desejado.
Página | 9 MÉTODO DE TRIANGULAÇÃO
Este método permite-nos localizar, com bastante precisão, a nossa posição numa carta. Exemplo:
Começa-se por identificar, no terreno e na carta dois pontos à vista. Neste caso escolheu-se um marco geodésico e um cruzamento, pois ambos estão à vista do observador e são facilmente identificados na carta através de símbolos.
De seguida com a bússola determina-se os azimutes dos dois pontos, 340º e 30º, para o marco geodésico e para o cruzamento.
Conhecidos os azimutes, passamos a calcular os azimutes inversos respetivamente: 160º é o azimute inverso de 360º e 210º o de 30º.
Na carta e com o auxílio de um transferidor, traçam-se os azimutes inversos a partir de cada um dos pontos (160º para o marco geodésico e 210º para o cruzamento).
O ponto onde as linhas dos dois azimutes inversos se cruzam corresponde à nossa localização.
CARTA TOPOGRÁFICA
As cartas e as plantas topográficas são representações planas da informação dita topográfica. Esta informação engloba tanto objetos naturais como artificiais sobre a superfície terrestre: relevo, hidrografia, vegetação, edificado, vias de comunicação, redes de transporte de energia, limites administrativos, etc..
A designação carta topográfica costuma ser utilizada para representações compreendidas entre as escalas 1:10000 e 1:500000, enquanto a planta topográfica é usada para representações a escalas iguais ou superiores a 1:10000.
Página | 10 As cartas e plantas topográficas são utilizadas em diversas funções como, por exemplo, no planeamento e ordenamento do território, em atividades de laser, etc, etc. Atualmente a carta de maior escala que cobre a totalidade do país é Carta Militar de Portugal à escala 1:25000, produzida e publicada pelo Instituto Geográfico do Exército (IGeoE).
Página | 11 INFORMAÇÃO MARGINAL DAS CARTAS TOPOGRÁFICAS PORTUGUESAS
As cartas topográficas portuguesas além de apresentarem a informação topográfica impressa, apresentam ainda uma série de informações relativas ao modo como a folha foi produzida, sistemas de coordenadas, escala, data de produção, legenda, etc., impressas nas margens da folha que facilitam a sua leitura e interpretação. A seguir apresentam-se a título de exemplo, as informações marginais constantes na Carta Militar de Portugal à escala 1/25000 (1cm na carta equivale a 250m no terreno).
Sistema de Projeção Cartográfica: associado a cada carta há um sistema de projeção cartográfico, relativo a uma dada projeção cartográfica, posicionado num determinado ponto, que dá origem a um dado sistema de coordenadas (por exemplo para esta carta foi usada a projeção de Gauss, sobre o elipsoide de Hayford, posicionado pelo datum de Lisboa para as coordenadas cartográficas, e com altitudes relativas ao datum altimétrico de Cascais.
Escala: as cartas podem apresentar uma escala numérica (p. ex. 1:25000) e uma escala gráfica;
enquanto para a escala numérica é necessário fazer umas pequenas contas para determinar as dimensões de um dado objeto, com a gráfica pode-se ler diretamente o comprimento de um objeto, utilizando conveniente o talão da escala (parte à esquerda da escala gráfica).
Página | 12 Norte Cartográfico: o norte cartográfico é paralelo à imagem da meridiana (meridiano central de projeção); as folhas costumam ser seccionadas segundo a direção da meridiana e da perpendicular à meridiana.
O norte geográfico é o norte verdadeiro, e o norte magnético representa o local para onde aponta a parte magnetizada da agulha da bússola; o ângulo entre as direções do norte magnético e do norte geográfico é designado por declinação magnética, e o ângulo entre a direções do norte cartográfico e do norte geográfico por convergência dos meridianos. Equidistância Natural: é a diferença de altitude entre duas curvas de nível consecutivas.
Página | 13 Legenda:
Sépia: Curvas de nível, vértices geodésicos.
Azul: Cursos de água, barragens, lagoas, poços, fontes, nascentes e Linhas de alta tensão.
Vermelho: Estradas asfaltadas, Nomes dos vértices geodésicos.
Preto: estradas não asfaltadas, caminhos ou trilhos estreitos; aglomerados populacionais e seus nomes (toponímia); acidentes geográficos: como rochedos.
Verde: Tipo de vegetação local.
Página | 14 Curvas de Nível
Equidistância Natural: é a diferença de altitude entre duas curvas de nível consecutivas.
Página | 15 TIRAR AZIMUTES POR CARTA TOPOGRÁFICA
Orientar a Carta:
• Coloca-se a Bússola sobre a carta, de modo a que as respetivas linhas Norte – Sul fiquem paralelas.
• Roda-se todo o conjunto (a carta e o mostrador da Bússola devem manter as mesmas posições relativas), até que a ponta da agulha que indica o Norte Magnético fique sobre o ponto do mostrador que define a Declinação Magnética.
Tirar um Azimute – Técnica 1-2-3
• Traça-se uma linha que una o ponto onde estamos com aquele para que pretendemos ir, e alinha-se a Bússola com essa direção.
• Roda-se o mostrador da Bússola até o Norte do mostrador ficar alinhado com o Norte Magnético.
• Pega-se na Bússola e, fazendo coincidir a extremidade da agulha que indica o Norte Magnético com o Norte do mostrador, escolhe-se um ponto de referência bem distinto no terreno, até que se avança.
Repetir todo este processo até atingir-se o destino final.