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CURSO RDP Código identificador. CPP Processo Penal. Código de Processo Penal

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Código de Processo Penal

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

LIVRO I

DO PROCESSO EM GERAL TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:

I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;

II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do STF, nos crimes de responsabilidade.

III - os processos da competência da Justiça Militar;

IV - os processos da competência do tribunal especial;

V - os processos por crimes de imprensa. (Na ADPF nº 130, o STF não recepcionou a Lei de Imprensa)

Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

1 GAB: E.

Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Enunciado 8 da DPE-MG: O artigo 3º-A, do CPP, consagra na legislação infraconstitucional o sistema acusatório já previsto no modelo constitucional, revogando tacitamente todos os dispositivos de matriz inquisitorial ainda existentes no CPP.

CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA/PROCESSO ACUSATÓRIO

• Clara distinção entre as atividades de acusar e julgar;

• A iniciativa probatória deve ser das partes e não do juiz;

• O juiz é um terceiro imparcial;

• O procedimento é em regra oral;

• Contraditório e possibilidade de resistência;

• Ausência de uma tarifa probatória;

• Possibilidade de impugnação judicial;

CAIU NA DPE-PA-FMP-CONCURSOS-2015: “Em nenhum momento a Constituição Federal aponta expressamente qual o sistema processual adotado no Brasil, razão pela qual a indicação do sistema acusatório, como sendo o vigente em nosso país, decorre de interpretação doutrinária e jurisprudencial derivada dos princípios, direitos e garantias presentes em nossa Carta Maior”.

(ITEM CORRETO)

DPE-AL-2017-CESPE: “No processo penal, as características do sistema acusatório incluem I. clara distinção entre as atividades de acusar e julgar, iniciativa probatória exclusiva das partes e o juiz como terceiro imparcial e passivo na coleta da prova. II. neutralidade do juiz, igualdade de oportunidades às partes no processo e repúdio à prova tarifada”. (ITEM CORRETO) CAIU NA DPE-MA-2015-FCC1: “O modelo processual acusatório tem sido entendido como o adequado a um Estado Democrático de Direito por ser o mais garantista.

Tem-se como um pressuposto estrutural e lógico do modelo a:

A) possibilidade de emendatio libelli e mutatio libelli.

B) existência de uma investigação prévia por delegado de polícia.

C) possibilidade da prova ser colhida pelo próprio juiz.

D) previsão legal de prisões processuais.

IMPORTANTE

IMPORTANTE

ENUNCIADO NOVIDADES

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E) separação entre juiz e acusação.

Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

JUIZ DAS GARANTIAS E SUSPENSÃO PELO STF Para o Ministro Dias Toffoli, “o prazo de 30 dias fixado no artigo 20 da Lei nº 13.964/2019, de fato, é insuficiente para que os tribunais promovam as devidas adaptações. Impõe-se a fixação de um regime de transição mais adequado e razoável, que viabilize, inclusive, sua adoção de forma progressiva e programada pelos Tribunais." Após essa decisão, o Ministro Fux suspendeu novamente o juiz das garantias (agora por prazo indeterminado e não apenas por 180 dias), além de outros dispositivos que o CPP ganhou com o Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019).

NÃO SE APLICA O JUIZ DAS GARANTIAS, SEGUNDO O STF, AOS:

Processos de competência originária dos tribunais, os quais

são regidos pela Lei nº 8.038/1990:

É que os processos de competência originária dos tribunais superiores e dos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal, e dos Tribunais Regionais Federais são regidos pela Lei nº 8.038/1990. Essa norma não foi alterada pela Lei nº 13.964/2019. Além disso, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal (ADI 4.414/AL), a colegialidade, por si só, é fator e reforço da independência e da imparcialidade judicial.

O juiz das garantias tem como objetivo amenizar os riscos de contaminação subjetiva do julgador e reforçar a imparcialidade do juiz. Ocorre que, nos tribunais, as ações penais são julgadas por órgão colegiado, forma de julgamento que já garante um incremento de imparcialidade.

De fato, tal como consignado no julgamento da ADI nº

4.414/AL (Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 17/6/13), a colegialidade, por si só, é fator e reforço da independência e da imparcialidade judicial.

Processos de competência do Tribunal do Júri:

Do mesmo modo, deve ser afastada a aplicação do juiz de garantias dos processos de competência do Tribunal do Júri, visto que, nesses casos, o veredicto fica a cargo de um órgão coletivo, o Conselho de Sentença. Portanto, opera-se uma lógica semelhante à dos Tribunais: o julgamento coletivo, por si só, é fator de reforço da imparcialidade.

Casos de violência doméstica e

familiar:

De fato, a violência doméstica é um fenômeno dinâmico, caracterizado por uma linha temporal que inicia com a comunicação da agressão.

Depois dessa comunicação, sucede-se, no decorrer do tempo, ou a minoração ou o agravamento do quadro. Uma cisão rígida entre as fases de

investigação e de

instrução/julgamento

impediria que o juiz conhecesse toda a dinâmica do contexto de agressão.

Portanto, pela sua natureza, os casos de violência doméstica e familiar exigem disciplina processual penal específica, que traduza um procedimento mais dinâmico, apto a promover o pronto e efetivo amparo e proteção da vítima de violência doméstica.

Processos criminais de competência da Justiça Eleitoral.

Não se pode ignorar que a Justiça Eleitoral brasileira, em sua arquitetura ímpar, estruturada para conduzir o processo democrático, dotada

de competências

administrativa e jurisdicional, não dispõe de quadro próprio de magistrados, sendo composta por membros oriundos de outros ramos da Justiça, situação que poderá dificultar a aplicação do juiz de garantias. Com efeito, é possível que um magistrado que atue como juiz das NOVIDADES

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garantias em uma investigação de competência estadual fique impedido, em seguida, de atuar no processo criminal, caso se entenda que há crime eleitoral no fato investigado, causando embaraços ao regular andamento do processo, em prejuízo dos princípios da celeridade e da preclusão, que regem o processo eleitoral. Portanto, a aplicação do juiz das garantias ao Processo Eleitoral é tema que merece maior reflexão e,

conforme o caso,

regulamentação específica, fator que recomenda, em juízo liminar, a exclusão dos processos criminais de competência da Justiça Eleitoral do âmbito de incidência do juiz de garantias.

I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; (Lei Anticrime – 13.964/19)

II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art.

310 deste Código; (Lei Anticrime – 13.964/19) III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; (Lei Anticrime – 13.964/19)

IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; (Lei Anticrime – 13.964/19) V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; (Lei Anticrime – 13.964/19)

VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; (Lei Anticrime – 13.964/19)

VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; (Lei Anticrime – 13.964/19)

VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; (Lei Anticrime – 13.964/19)

IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; (Lei Anticrime – 13.964/19)

X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; (Lei Anticrime – 13.964/19)

XI - decidir sobre os requerimentos de: (Lei Anticrime – 13.964/19)

a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; (Lei Anticrime – 13.964/19) b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Lei Anticrime – 13.964/19)

c) busca e apreensão domiciliar; (Lei Anticrime – 13.964/19)

d) acesso a informações sigilosas; (Lei Anticrime – 13.964/19)

e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; (Lei Anticrime – 13.964/19)

XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; (Lei Anticrime – 13.964/19) XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Lei Anticrime – 13.964/19) XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Lei Anticrime – 13.964/19)

XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; (Lei Anticrime – 13.964/19)

XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; (Lei Anticrime – 13.964/19)

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XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; (Lei Anticrime – 13.964/19)

XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. (Lei Anticrime – 13.964/19)

§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24 horas, momento em que se realizará audiência com a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de VIDEOCONFERÊNCIA. (Lei Anticrime – 13.964/19)

§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (Lei Anticrime – 13.964/19)

Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. (Lei Anticrime – 13.964/19)

CRÍTICAS AO JUIZ DAS GARANTIAS

O “juiz de garantias”, apesar de “novidade”, não está isento a críticas. Para alguns, o fato de o juiz ter contato direto com a prova produzida na fase investigativa não viola a imparcialidade, isto porque poderá o magistrado, ao final do processo, visualizar a inexistência de provas suficientes para um decreto condenatório. Outra crítica que tem se considerado é a impossibilidade prática da concretização do juiz das garantias, isto porque, em tese, haveria de existir pelo menos dois juízes em cada comarca, ainda que Vara Única, o que comprometeria, em tese, o orçamento dos Tribunais, já que em diversas comarcas no Brasil há déficit de magistrados. Em contrapartida, em resposta a esta crítica, tem se levando a possibilidade de criação de um sistema de revezamento entre juízes de comarcas contíguas, sem causar, assim, impacto financeiro ao Judiciário.

No entanto, não foi essa a posição do Ministro Fux na ADI 6299 MC / DF, que concedeu Medida cautelar para suspensão da eficácia dos artigos 3º-A a 3º-F do

Código de Processo Penal (Inconstitucionalidades formal e material).

ARGUMENTOS UTILIZADOS POR FUX PARA SUSPENSÃO DO JUIZ DAS GARANTIAS (a1) Entende Fux que o juiz das garantias, embora formalmente concebido pela lei como norma processual geral, altera materialmente a divisão e a organização de serviços judiciários em nível tal que enseja completa reorganização da justiça criminal do país, de sorte que inafastável considerar que os artigos 3º-A a 3º-F consistem preponderantemente em normas de organização judiciária, sobre as quais o Poder Judiciário tem iniciativa legislativa própria (Art. 96 da Constituição);

(a2) O juízo das garantias e sua implementação causam impacto financeiro relevante ao Poder Judiciário, especialmente com as necessárias reestruturações e redistribuições de recursos humanos e materiais, bem como com o incremento dos sistemas processuais e das soluções de tecnologia da informação correlatas;

(a3) A ausência de prévia dotação orçamentária para a instituição de gastospor parte da União e dos Estados viola diretamente o artigo 169 da Constituição e prejudica a autonomia financeira do Poder Judiciário, assegurada pelo artigo 99 da Constituição;

(a4) Deveras, o artigo 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, acrescentado pela Emenda Constitucional nº 95/2016, determina que

“[a] proposição legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de receita deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro”;

(a5) cediço em abalizados estudos comportamentais que, mercê de os seres humanos desenvolverem vieses em seus processos decisórios, isso por si só não autoriza a aplicação automática dessa premissa ao sistema de justiça criminal brasileiro, criando-se uma presunção generalizada de que qualquer juiz criminal do país tem tendências que favoreçam a acusação, nem permite inferir, a partir dessa ideia geral, que a estratégia institucional mais eficiente para minimizar eventuais vieses cognitivos de juízes criminais seja repartir as funções entre o juiz das garantias e o juiz da instrução;

(a6) A complexidade da matéria em análise reclama a reunião de melhores subsídiosque indiquem, acima de qualquer dúvida razoável, os reais impactos do juízo das garantias para os diversos interesses tutelados pela Constituição Federal, incluídos o NOVIDADES

IMPORTANTE

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devido processo legal, a duração razoável do processo e a eficiência da justiça criminal;

§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 dias. (Lei Anticrime – 13.964/19)

§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. (Lei Anticrime – 13.964/19)

§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias. (Lei Anticrime – 13.964/19)

Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. (Lei Anticrime – 13.964/19)

Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. (Lei Anticrime – 13.964/19)

Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. (Lei Anticrime – 13.964/19) Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. (Lei Anticrime – 13.964/19)

Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 dias, o modo

pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. (Lei Anticrime – 13.964/19)

NOVIDADES

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

TÍTULO II DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;

II - mediante requisição da autoridade judiciária* ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. *(a requisição do IP pela autoridade judiciária viola o sistema acusatório, segundo parte da doutrina).

§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

ESCRITO

Segundo o Art. 9º, CPP, todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

SIGILOSO

Nos termos art. 20 do CPP, a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Lembre que o Enunciado de Súmula Vinculante nº 14 aduz que é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

OFICIAL

O inquérito policial é uma atividade investigatória feita por órgãos oficiais, não podendo ficar a cargo do particular, ainda que a titularidade da ação penal seja atribuída ao ofendido. Não caia na armadilha do examinador ao confundir oficialidade com oficiosidade, vista a seguir.

OFICIOSO

Em resumo, significa que a autoridade policial não dependerá de qualquer espécie de provocação para a instauração do inquérito policial nos casos de ação penal pública incondicionada.

INDISPONÍVEL

É comum aparecer em provas que a autoridade policial, a depender do caso concreto, pode arquivar autos de inquérito policial. Isso não está correto. Apenas o Ministério Público pode requerer o arquivamento do inquérito ao magistrado. O art. 17 do CPP é claro ao afirmar que a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

INQUISITIVO

Para a maioria da doutrina, caracteriza-se como inquisitivo o procedimento em que as atividades persecutórias se concentram nas mãos de uma única autoridade.

Assim, em regra, não há observação de contraditório e ampla defesa nessa fase. Por outro lado, as medidas invasivas e redutoras da privacidade, deferidas judicialmente, devem, contudo, ser submetidas a esse princípio quando cessadas e reunidas as provas colhidas por esses meios. Por fim, o inquérito instaurado com a finalidade de expulsão de estrangeiro também deve ter o contraditório e a mais ampla defesa garantida.

DISPONÍVEL O inquérito não é uma peça indispensável. Isto é, se o membro

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do MP tem elementos suficientes para oferecer denúncia, ele poderá oferecer sem que seja necessário o inquérito policial.

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DEFENSIVA Sobre o tema, é importante conhecermos detalhes sobre a chamada investigação criminal exercida pelo Defensor Público (investigação criminal defensiva).

Conforme os ensinamentos do professor Franklyn Roger Alves Silva, Defensor Público do Rio de Janeiro2:

“Em nosso sistema processual penal a atividade defensiva foi construída a partir de uma premissa de resistência à pretensão. O desenho do Código de Processo Penal atribui o encargo probatório ao Ministério Público, ainda que de forma dúbia e incompleta e prevê o papel da defesa técnica no processo penal, sem, contudo, trazer um regramento eficaz da atuação defensiva na fase pré-processual. A investigação criminal direta pela defesa ou investigação defensiva corresponde a uma atividade de coleta de elementos desempenhada pelo advogado ou Defensoria Pública, com propósitos e metodologia específicos, a partir de regras deontológicas e transparência no atuar defensivo, sempre em vistas a proporcionar a imediação da defesa com o conteúdo probatório e permitir a elucidação do fato criminoso dentro de uma perspectiva de boa-fé, paridade de armas e lealdade na relação processual.

(...) O interesse da defesa em provar determinados fatos pode se inserir em contexto de estratégia probatória, com vistas à extinção prematura de uma ação penal, seja pelo juízo de rejeição da denúncia ou da absolvição sumária. Podemos considerar que embora a defesa não tenha um ônus de prova equivalente ao do Ministério Público a ela se atribui o ônus de comprovar fatos ou elementos que gerem dúvida suficiente para a absolvição e daí a necessidade de seu fortalecimento através da possibilidade de realização da investigação defensiva.

Certo das particularidades dos sistemas norte- americano e italiano, a experiência de investigação criminal defensiva de ambos os países contribui para a compreensão do tema no Brasil, especialmente o desenho do instituto; Isso nos leva a perceber que a atividade de investigação criminal não pode mais ser encarada como sinônimo de inquérito policial e polícia judiciária. Outras formas de investigação são admitidas pelo ordenamento jurídico, a exemplo da

2 SILVA, Franklyn R. A. A investigação criminal direta pela defesa – instrumento de qualificação do debate probatório na relação processual penal. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, vol. 6, n. 1, p. 41-80, jan./abr.

2020. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i1.308

investigação direta pelo Ministério Público e as investigações produzidas em procedimentos sancionatórios; Com a ampliação do conceito de investigação criminal, torna-se possível inserir a investigação defensiva como uma de suas espécies, compreendida através do inquérito defensivo (em favor do imputado) e do inquérito auxiliar (em favor da vítima); Algumas normas de nosso sistema jurídico já se revelam adequadas como instrumental para o desenvolvimento de investigações pela defesa.

Todavia, para uma efetiva investigação defensiva, outros ajustes tornar-se-ão necessários, principalmente ao Código de Processo Penal e nas leis que regem a advocacia e Defensoria Pública.” .3

§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá- la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

3 Para ler o arquivo na íntegra:

http://www.ibraspp.com.br/revista/index.php/RBDPP/article/view/308. Acesso em: 03/02/2021.

IMPORTANTE

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V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

PRAZO PARA FINALIZAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL JUSTIÇA

ESTADUAL

PRESO – 10 dias (CUIDADO: A Lei nº 13.964/2019 trouxe o art. 3º-B,

§ 2º, segundo o qual, se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.) SOLTO – 30 dias

JUSTIÇA FEDERAL

PRESO – 15 dias + 15 dias

SOLTO – 30 dias

LEI DE DROGAS

PRESO – 30 dias SOLTO – 90 dias

Os prazos podem ser duplicados.

CRIMES CONTRA ECONOMIA

POPULAR

PRESO: 10 dias SOLTO: 10 dias

CRIMES HEDIONDOS

No caso de crimes hediondos, caso tenha sido decretada a prisão temporária, o prazo para a conclusão do IP passa a ser de 60 dias. Isso porque a prisão temporária em caso de crime hediondo tem o prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias.

CRIMES MILITARES

PRESO – 20 dias

SOLTO – 40 dias (prorrogáveis por mais 20)

§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

NOVIDADE

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I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;

II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;

III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;

IV - representar acerca da prisão preventiva.

Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148 (Sequestro e cárcere privado), 149 (Redução a condição análoga à de escravo) e 149-A (Tráfico de Pessoas), no § 3º do art.

158 (Extorsão com restrição da liberdade da vítima) e no art. 159 do Código Penal (Extorsão mediante sequestro), e no art. 239 do ECA (Envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro) membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)

Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 horas, conterá:

I - o nome da autoridade requisitante;

II - o número do inquérito policial; e

III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.

Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)

§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)

§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei

II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 dias, renovável por uma única vez, por igual período;

III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II (30 dias + 30), será necessária a apresentação de ordem judicial.

§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)

§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 horas, a autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 horas a contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

NOVIDADE

IMPORTANTE

NOVIDADE

(11)

11

§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 horas, indique defensor para a representação do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que NÃO EXISTE DEFENSOR PÚBLICO LOTADO na área territorial onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da Administração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses dos investigados nos procedimentos de que trata este artigo correrão por conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.

Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes.

MOTIVO DO ARQUIVAMENTO

É POSSÍVEL DESARQUIVAR?

1) Insuficiência de provas SIM (Súmula 524-STF) 2) Ausência de

pressuposto processual ou de condição da ação penal

SIM 3) Falta de justa causa

para a ação penal (não há indícios de autoria ou prova da materialidade)

SIM

4) Atipicidade (fato

narrado não é crime) NÃO

5) Existência manifesta de causa excludente de

ilicitude

STJ: NÃO (REsp 791471/RJ) STF: SIM (HC

125101/SP) 6) Existência manifesta de

causa excludente de culpabilidade*

NÃO (Posição da doutrina)

7) Existência manifesta de causa extintiva da

punibilidade

NÃO (STJ HC 307.562/RS)

(STF Pet 3943) Exceção: certidão de

óbito falsa IMPORTANTE

IMPORTANTE

(12)

12

* Situação ainda não apreciada pelo STF. Esta é a posição defendida pela doutrina. 4

ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO

ARQUIVAMENTO INDIRETO Ocorre quando o MP

deixa de oferecer denúncia contra um dos indiciados. Essa hipótese de arquivamento não é aceita pelo STJ.

O MP não está obrigado a denunciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso, não se podendo falar em arquivamento implícito em relação a quem não foi denunciado. STJ. 6ª Turma. RHC 34233-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 6/5/2014 (Info 540).

Nesta hipótese, o promotor alega a incompetência do juízo, requerendo a remessa dos autos do inquérito para aquele que considera competente.

Neste caso, se o magistrado discordar e

afirmar a sua

competência, o

resultado é pela inexistência de conflito de jurisdição ou de atribuições, devendo ser recebido como pedido

indireto de

arquivamento.

Segundo Eugênio Pacelli (Curso de Processo Penal, 2018, p.79),

“como o não

oferecimento da peça acusatória não constitui

provocação da

jurisdição, que somente surge com a denúncia ou com queixa, na ação privada, não deveria o juiz, nessa fase, discutir questões ligadas às atribuições ministeriais.

Deveria ele deixar a solução da questão ao âmbito do Ministério Público, seja pela concordância entre aqueles envolvidos, seja por meio do conflito de atribuições, que veremos a seguir.”

ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO OBJETIVO

ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO SUBJETIVO Quando a omissão se dá

com relação às infrações (fatos) praticadas.

Quando a omissão se dá com relação aos acusados.

4 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. (Im)possibilidade de reabertura de inquérito policial arquivado por excludente de ilicitude. Buscador Dizer o Direito,

Manaus. Disponível em:

Ex.: delegado indicia João e Pedro por homicídio e lesão corporal. O promotor denuncia João e Pedro apenas por lesão corporal.

Ex.: delegado indicia João e Pedro por homicídio e lesão corporal. O promotor denuncia apenas João.

Há, assim, arquivamento implícito subjetivo com relação ao crime de homicídio

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. (artigo não recepcionado pela Constituição Federal, pois a incomunicabilidade do preso não é permitida).

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n.

4.215, de 27 de abril de 1963) (artigo não recepcionado pela Constituição Federal, pois a incomunicabilidade do preso não é permitida).

Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver + de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.

Súmula vinculante 14-STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/5352696 a9ca3397beb79f116f3a33991>. Acesso em: 05/04/2021

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