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COMO FAZER AMOR BONITO? SEI OU NÃO SEI!

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Academic year: 2021

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COMO FAZER AMOR BONITO? SEI OU NÃO SEI!

Autora: Sinara Ferreira Gomes

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Orientadora – Pricila Rocha dos Santos

Resumo

O presente artigo tem por princípio relatar os dados coletados a partir de uma pesquisa de opinião, idealizada e elaborada por educandos da oitava série de uma escola pública de Santo Antônio da Patrulha, após serem instigados e desafiados, diante de uma socialização de idéias pesquisadas, dialogadas, partilhadas e então, anunciada. O tema anunciado, advém da inquietude dos educandos em saber se os adolescentes da escola mencionada e também de escolas vizinhas, conhecem as D.S.T.s.(Doenças sexualmente transmissíveis) e se tomam os devidos cuidados para evita-las, já que, na comunidade a qual estão inseridos, há um grande número de adolescentes grávidas precocemente, o que não ocorreria se houvesse a prevenção adequada.

Pressupõe-se que a curiosidade sobre o assunto, o anseio em conhecer a opinião dos outros, a ousadia diante de um desafio, tudo isso, contribui com o processo do ensino aprendizagem, associando o prazer de estar na escola com uma sintonia ajustada entre educandos e educadores, a qual permeia por caminhos de satisfação, cooperação, coleguismo, humildade, compreensão e por fim compromisso assumido conscientemente.

Palavras-chave: Adolescente, Amor, Sexo, Prevenção, D.S.T.s.

Introdução

Diante de uma proposta de projeto, enfatizada pelos educadores abordando diferentes assuntos, os educandos de 8ª série de uma escola municipal rural de Santo Antônio da Patrulha, dentro de uma faixa etária de 12 a 18 anos, despertaram o interesse pelo tema sexualidade. Sabendo da amplitude desse tema os educadores sugeriram aos educandos que delimitassem um foco principal dentro do tema escolhido. Após discussões, debates, disposição de ideias, optaram por pesquisar sobre as doenças sexualmente transmissíveis (D.S.T.s), suas causas, prevenção, tratamentos, além de conhecer a opinião dos adolescentes de mesma faixa etária sobre o assunto.

Outro aspecto significativo para a escolha do tema é o fato de haver um grande número de adolescentes grávidas na comunidade onde estão inseridos.

O problema da pesquisa partiu da curiosidade em saber o que os colegas e amigos sabem sobre as D.S.T.s.

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Graduada em Matemática FACOS/RS – Pôs Graduada em Gestão e Supervisão Educacional FACOS/RS.

Professora da rede estadual e municipal de ensino de Santo Antônio da Patrulha/RS –

Tutora presencial no Pólo Universitário de Santo Antônio da Patrulha – FURG.

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Após a delimitação do tema e problematização do mesmo, elaboraram um questionário de abordagem quantitativa envolvendo questões baseadas em hipóteses pré determinadas, que foi respondido pelos adolescentes participantes do projeto, além dos de educandos de 7ª série da mesma escola citada anteriormente.

Diante das respostas foram tabulados os dados através de planilhas e os resultados da pesquisa foram demonstrados através de gráficos.

O texto a seguir enfatiza a importância da pesquisa para o despertar da curiosidade no ambiente escolar, amenizando a rotina dos conteúdos a serem desenvolvidos, uma vez que, o assunto pesquisado é de interesse dos educandos.

1 A pesquisa: fonte de curiosidade

A pesquisa é considerada uma forte aliada na construção do conhecimento, uma vez que a curiosidade dos educandos é de grande importância para a excelência do processo ensino aprendizagem, além de criar um vínculo afetivo entre os envolvidos neste processo, o que torna a escola um ambiente não mais repudiado e sim um local de construção de múltiplos conhecimentos.

É bastante difícil romper definitivamente com os modelos de escola incorporados até os dias atuais. No entanto, esta mudança é necessária. Segundo Assmann

está na hora de fazermos, sem ingenuidades políticas, um esforço para reencantar deveras a educação, porque nisso está em jogo a autovalorização pessoal do professorado, a auto-estima de cada pessoa envolvida, além do fato de que, sem encarar de frente o cerne pedagógico da qualidade de ensino, podemos estar coniventes no crime de um apartheid neuronal que, ao não propiciar ecologias cognitivas, de fato está destruindo vidas (1998, p.23).

Analisando o que foi dito, considero ainda o processo de mudança como um

dos principais empecilhos que os educadores encontram quando se deparam com

os projetos advindos da curiosidade dos educandos. No entanto, podemos nos

utilizar de tais curiosidades a fim de, reencantá-los e transformar as dificuldades que

afetam diretamente seu cotidiano escolar e extra-escolar, em valores como o

respeito, afetividade, tolerância, companheirismo e assim essas dificuldades só

contribuirão para alcançar a excelência do processo educativo.

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A seguir, o assunto a ser dado ênfase são os motivos pelos quais educadores devem trabalhar projetos nas escolas.

2 Projetos: Motivos para trabalhar

Ao elaborar projetos de aprendizagem, tanto os educadores como os educandos constroem um elo diante da proposta educativa, criando entre os mesmos, potenciais cognitivos e afetivos, o que os ajudarão a permear por um caminho sem rupturas, aprendendo a aprender, aprendendo a fazer, aprendendo a ser e finalmente a conviver em grupos.

Nesta perspectiva, acredito que os educandos precisam de mais estímulos por parte dos educadores. O educador não é dono do saber, do pensar certo, no entanto, os educandos depositam nele a expectativa de trocas inerentes ao processo educativo. Segundo Delors

[...] mais do que nunca a educação parece ter como papel essencial, conferir a todos os seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que necessitam para desenvolver os seus talentos e permanecerem, tanto quanto possível, donos do seu próprio destino (2001, p.100).

Os relacionamentos entre sujeitos geram emoções. No processo do desenvolvimento do projeto, não poderia ser diferente.

Trabalhar projetos vem sendo considerado por muitos estudiosos uma

maneira mais agradável de equilibrar prática com teoria, pois, transfere o foco

principal do processo ensino aprendizagem, que até então, na escola tradicional se

encontra na figura do educador, para o educando, e assim ambos exercem função

de agentes capazes de investigar e pesquisar sobre situações problemas

evidenciadas no cotidiano dos educandos. Levando-os ainda, por um caminho que

visa estreitar as relações interpessoais dos indivíduos envolvidos no processo de

ruptura do método de ensino não mais aceitável em tempos modernos, mas ao

mesmo tempo vasto caminho, trilhado pelos agentes da transformação, educandos e

educadores aptos a serem pesquisadores, desafiadores, argumentadores, seres

mais alegres para aprender, para construir, para se relacionar e para se reconhecer

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como seres humanos importantes, autocríticos, capazes de desenvolver habilidades essenciais para o desenvolvimento social, intelectual e psíquico.

Segundo o modelo de educação vigente

[...] formar para a vida significa mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos. Significa: saber se informar, comunicar-se, argumentar, compreender e agir; enfrentar problemas de diferentes naturezas; participar socialmente, de forma prática e solidária;

ser capaz de elaborar críticas ou propostas; e, especialmente adquirir uma atitude de permanente aprendizado (PCNEM,2002, p.9).

Acredito que este modelo de educação condiz com a visão atual do processo de ensino aprendizagem, pois não é reproduzindo dados que se ancora o aprendizado. É preciso dar oportunidades de associar problemas reais e situações socializadas pelo grupo ao aprendizado. E nesse sentido a pesquisa é considerada fundamental, já que é ela quem orienta todo o processo e faz com que os indivíduos envolvidos se desprendam do modelo tradicional e se tornem autoconfiantes e responsáveis pelo seu próprio conhecimento.

A seguir serão abordados os resultados obtidos na pesquisa com breves comentários dos adolescentes envolvidos no projeto.

3 Resultados inerentes ao projeto de pesquisa

A pesquisa de opinião foi desenvolvida pelo grupo de adolescentes da turma e escola já mencionada, e logo após, aplicada ao grupo e também aos adolescentes da 7ª série da mesma instituição.

Após aplicar o questionário da pesquisa, o grupo organizou os dados em uma planilha, construída em aula e então, avaliamos os resultados relacionando-os as ideias previamente estabelecidas através das hipóteses geradas sobre o assunto.

Da população entrevistada 57,1% são meninos e 42,9% meninas. Ao serem perguntados sobre a importância do uso dos métodos preventivos, tanto para evitar D.S.T.s, como também uma possível gravidez, os adolescentes garantem ter consciência, pois 97% das respostas analisadas foram positivas, no entanto, ao responder se usariam algum tipo de método preventivo durante o sexo apenas 74%

do público entrevistado disse que sim.

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Com estes resultados podemos analisar que vários fatores influenciam no posicionamento dos adolescentes. Alguns desses fatores são impregnados por uma sociedade ainda considerada machista, já que os percentuais são maiores entre os meninos. Mesmo em tempos modernos, observamos que a maioria dos adolescentes se informam ou são informados sobre os métodos preventivos em ambientes diversos como, por exemplo, na escola, em casa, através da mídia, enfim, sabem como usar os preservativos e conhecem a maioria das D.S.T.s, no entanto, não usariam nenhum método preventivo, numa relação sexual.

Estes resultados nos levam a pensar no comportamento humano durante este momento de transição, de conflitos. Os adolescentes sentem-se desorientados, pois não sabem se seguem os valores adquiridos na infância ou se assumem um comportamento norteado pelo grupo. Fica evidenciado que precisam de apoio durante esta transição, já que a modernidade assegura certa liberdade sexual, onde tudo pode, e sendo assim, os adolescentes acabam iniciando a vida sexual precipitadamente, agindo pelo imediatismo e ignorando as consequências e responsabilidades deste ato.

Segundo relato de uma adolescente “cada pessoa tem que conhecer o seu momento, se está pronta”. Com estas palavras demonstra sua insegurança, seu sentimento de desproteção, seu anseio pelo conhecimento a fim de, reconhecer a sua própria sexualidade.

Dentre as D.S.T.s, as mais conhecidas pelos adolescentes são o vírus HIV, seguido pela hepatite B. Esses dados nos revelam o quanto a mídia está presente na vida diária destes adolescentes e sendo assim, poderia contribuir mais com seu público informando sobre assuntos referentes à sexualidade e não deturpando valores construídos, na maioria das vezes.

Vários assuntos referentes à sexualidade, como por exemplo, gravidez na adolescência, prostituição infantil, abusos, dentre outros, foram discutidos e socializados pelo grupo de educandos envolvidos e educadores de diferentes áreas de conhecimento. Durante a realização do projeto, também tivemos mais orientações sobre as D.S.T.s através de palestras com profissionais da saúde de nosso município.

Considerações

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A pesquisa foi considerada pelo grupo, importante já que o tema ficou livre e assim escolheram um assunto de seu próprio interesse.

Para mim, enquanto educadora, acredito que a educação precisa realmente tomar novos rumos, adequar conteúdos básicos às reais curiosidades dos educandos, estimulando-os a se apropriar de conhecimentos, de posicionamento diante do grupo, e por fim, da sua própria construção enquanto indivíduo.

Estamos num momento de transição, principalmente na educação, onde nós, educadores precisamos nos encontrar a fim de, possibilitar construções norteadas por experiências pedagógicas, com a finalidade de constituir como aprendizado principalmente o respeito sobre si mesmo, pois é saindo de si, abrindo-se amorosamente ao outro que o sentido da existência e da convivência assume a consciência sobre a felicidade que se aprende ao ensinar. Vivenciar os movimentos de tempo inicial, as primeiras experiências de educados no amor, na felicidade, no afeto fortalece a direção da escolha por uma docência permanente de luta e conquista da humanização.

Referências

ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 5.ed.

Rio de janeiro/ Petrópolis: Vozes, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:

terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/Secretaria de educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.

PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.

Brasília, 2002.

CARBONARA, Vanderlei. A pesquisa na vida universitária. In: BUOGO, Ana L.

CHIAPINOTTO, Diego. CARBONARA, Vanderlei (Org.). O Desafio de Aprender:

ultrapassando horizontes. Caxias do Sul: Educs, 2006.

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DELORS, Jaques (Org.). Educação um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI. 6.ed. São Paulo: Cortez, 2001.

MEYER, Dagmar E. Estermann (Org.). Saúde e sexualidade na escola. Porto Alegre: Mediação, 1998.

MONTENEGRO, Fábio; RIBEIRO, Vera Masagão. Nossa escola pesquisa sua opinião: manual do professor. São Paulo: Global, 2002.

STECANELA, Nilda. A organização do ensino e seus elementos constitutivos. In:

STECANELA, Nilda; MORÉ, Marisa Mathilde; ERBS, Rita Tatiana. Fundamentos da Práxis Pedagógica. Caxias do Sul: EDUCS, 2006. (p.161-180). 2 v.

http://www.tecnologiadeprojetos.com.br/banco_objetos/%7B28A0E37E-294A-4107-

906C-914B445E1A40%7D_pedagogia-metodologia.pdf. Acesso em: 13 ago. 2009.

Referências

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