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Exercícios - Cálculo IV - Aula 1 - Semana 24/8 28/8 Sequências Numéricas I

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Exerc´ıcios - C´ alculo IV - Aula 1 - Semana 24/8 – 28/8 Sequˆ encias Num´ ericas I

Uma sequˆ encia de n´ umeros reais ´ e uma fun¸c˜ ao n ∈ N 7→ x n ∈ R , ou seja, uma fun¸c˜ ao cujo dom´ınio ´ e o conjunto dos n´ umeros naturais e o contradom´ınio ´ e o conjunto dos n´ umeros reais. A imagem x n de n ∈ N se chama termo da sequˆ encia, enquanto a pr´ opria sequˆ encia ´ e denotada por (x n ). Tamb´ em se usa a express˜ ao: a sequˆ encia x 0 , x 1 , x 2 , . . . , ou ainda: a sequˆ encia x n ∈ R , n = 0, 1, 2 . . . .

Talvez por influˆ encia das nota¸c˜ oes , ´ e comum pensar-se erroneamente que uma sequˆ encia ´ e o conjunto formado por seus termos, {x n ∈ R : n = 0, 1, . . . }. Entretanto, nota-se, por exemplo, que a sequˆ encia ((−1) n ) ´ e diferente da sequˆ encia ((−1) n+1 ) e, apesar disso, ambas tˆ em o mesmo conjunto de termos {−1, 1}.

Exemplo 0. Em cada um dos seguintes exemplos, definimos uma sequˆ encia (x n ) dando um f´ ormula explicita para seu n-´ esimo termo:

(a) x n = 1, isto ´ e, 1, 1, 1, . . . ;

(b) x n = (1 − (−1) n )/2, isto ´ e, 0, 1, 0, 1, 0 . . . ; (c) x n = 1/n, isto ´ e, 1, 1 2 , 1 3 , . . . ;

(d) x n = 2 n , isto ´ e, 1, 2, 4, 8, 16, . . . ; (e) x n =

n

X

i=1

1

i , isto ´ e, 1, 1 + 1 2 , 1 + 1 2 + 1 3 , 1 + 1 2 + 1 3 + 1 4 , . . . ; (f) x n+1 = √

2x n , n ≥ 1, x 0 = 1, isto ´ e, √ 2, p

2 √ 2,

q 2 p

2 √ 2, . . . .

Defini¸ c˜ ao. Uma sequˆ encia (x n ) se diz convergente se existe uma n´ umero L ∈ R , chamado limite de (x n ), tal que, para todo > 0, existe N ∈ N de modo que

n ≥ N ⇒ |x n − L| < . Neste caso, diz-se que (x n ) converge para L e denota-se

x n → L, com n → ∞, ou lim

n→∞ x n = L.

Se (x n ) n˜ ao for convergente, diz-se que ela ´ e divergente.

Exemplo 1. Considere a sequˆ encia (x n ), cujo n-´ esimo termo ´ e x n = (n − 1)/n:

0, 1 2 , 2

3 , 3 4 , . . . .

Esta sequˆ encia parece convergir para o n´ umero 1. De fato, para cada n ∈ N , n ≥ 1, temos

|x n − 1| =

n − 1 n − 1

=

− 1 n

= 1

n .

Dado > 0, existe N ∈ N tal que N 1 < . Assim,

(2)

como quer´ıamos verificar.

Exemplo 2. A sequˆ encia ((−1) n ) ´ e divergente. Para ver isto ´ e preciso verificar que qualquer n´ umero real n˜ ao ´ e o limite dessa sequˆ encia. De fato, seja L ∈ R qualquer. Se L = 1, considere 0 < < 2. Notando que

|(−1) n − 1| =

0 se n for par, 2 se n for ´ımpar, obtemos

|(−1) n − 1| = 2 > , para todo n ∈ N ´ımpar.

Portanto, (−1) n n˜ ao converge para 1. Se L = −1, basta repetir o esse mesmo argumento. Se L ∈ R \ {−1, 1}, considere 0 < < min{|1 − L|, | − 1 − L|}. Notando que

|(−1) n − L| =

|1 − L| se n for par,

| − 1 − L| se n for ´ımpar, obtemos

|(−1) n − L| > , para todo n ∈ N . Portanto, ((−1) n ) n˜ ao converge para L.

E claro que continuam valendo para as sequˆ ´ encias as t´ ecnicas e os resultados sobre limites no infinito de fun¸c˜ oes em geral estudados no C´ alculo I. Com se tratam dos mesmos resultados, ´ e desnecess´ ario pormerizar e apresentar as demonstra¸c˜ ao outra vez. Nesse sentido, temos a seguinte reformula¸c˜ ao para o Teorema de Confronto.

Teorema de Confronto. Se x n ≤ y n ≤ z n para todo n ≥ N , para algum N ∈ N , e lim

n→∞ x n =

n→∞ lim z n = L, ent˜ ao lim

n→∞ y n = L.

Exemplo 3. Se |x n | → 0, ent˜ ao x n → 0. De fato, basta observar que

−|x n | ≤ x n ≤ |x n |, ∀ n ∈ N

e, como −|x n | → 0 e |x n | → 0, segue do Teorema do Confronto que x n → 0.

Exemplo 4. cos n

n → 0. De fato, note que

−1

n ≤ cos n

n ≤ 1

n , n = 1, 2, . . . e use o Teorema do Confronto.

Exemplo 5. Usando as regras operat´ orias de limites no infinito podemos calcular os seguintes limites:

(a) lim

n→∞

2n 3 + n − 5

7n 3 − 2n 2 + 4 = lim

n→∞

2 + 1/n 2 − 5/n 3 7 − 2/n + 4/n 3 = 2

7 . (b) lim

n→∞ ( √

n + 1 − √

n) = lim

n→∞

( √

n + 1 − √ n)( √

n + 1 + √

√ n)

n + 1 + √

n = lim

n→∞

√ 1

n + 1 + √ n = 0.

Observa¸ c˜ ao 1. Se reconhecermos uma sequˆ encia (x n ) como a restri¸c˜ ao a N de uma fun¸c˜ ao f : (0, ∞) → R , isto ´ e, x n = f(n), tal que lim

x→∞ f(x) = α, α ∈ R ∪ {−∞, +∞}, ent˜ ao x n → α.

(3)

Exemplo 6.

(a) lim

n→∞

ln n n = 0.

De fato, aplicando a regra de L’Hˆ opital, obtemos que lim

x→∞

ln x x = 0.

(b) lim

n→∞

1 + 1

n n

= e.

De fato, com f(x) = 1 + x 1 x

, basta aplicar o segundo limite fundamental estudado no C´ alculo I.

(c) A sequˆ encia geom´ etrica (r n ) converge para 0 se |r| < 1. De fato, pelo Exemplo 3, basta mostrar que (|r| n ) converge para 0. Para tanto, considere a fun¸c˜ ao exponencial relacionada f (x) = |r| x . Usando que ln |r| < 0, temos

x→∞ lim f (x) = lim

x→∞ |r| x = lim

x→∞ e x ln |r| = 0.

Pela Observa¸c˜ ao 1, lim

n→∞ |r| n = 0. Pelo Exemplo 3, lim

n→∞ r n = 0.

Observa¸ c˜ ao 2. Lembre-se de que se f ´ e uma fun¸c˜ ao cont´ınua em um ponto de acumula¸c˜ ao L do dom´ınio de f, ent˜ ao f (x) → f(L), com x → L. Esta ideia se aplica a sequˆ encias tamb´ em.

Suponha que uma sequˆ encia x n → L e uma fun¸c˜ ao f seja cont´ınua em L. Ent˜ ao f (x n ) → f(L).

Essa propriedade geralmente nos permite encontrar limites para sequˆ encias complicadas. Por exemplo, considere a sequˆ encia q

5 − n 3

2

. Como 5 − n 3

2

→ 5 e √

x ´ e cont´ınua em x = 5,

n→∞ lim r

5 − 3 n 2 =

s

n→∞ lim

5 − 3 n 2

= √ 5.

Exerc´ıcio 1. Determine se a sequˆ encia

cos

2n + 1 3n + 5

converge. Se convergir, encontre seu limite.

Exerc´ıcio 2. Determine se a sequˆ encia a n =

n + 3 n + 2

n

´

e convergente ou divergente e, caso convergente, determine o seu limite.

Agora voltamos nossa aten¸c˜ ao para um dos teoremas mais importantes envolvendo sequˆ encias:

o Teorema da Convergˆ encia Mon´ otona. Antes de enunciar o teorema, precisamos apresentar alguma terminologia e motiva¸c˜ ao. Come¸camos definindo o que significa uma sequˆ encia ser limitada Defini¸ c˜ ao. Uma sequˆ encia (x n ) ´ e limitada superiormente se existe um n´ umero real M tal que

x n ≤ M para todo n ∈ N .

Uma sequˆ encia (x n ) ´ e limitada inferiormente se existe um n´ umero real K tal que K ≤ x n para todo n ∈ N .

Uma sequˆ encia (x n ) ´ e uma sequˆ encia limitada se for limitada inferiormente e superiormente. Se

uma sequˆ encia n˜ ao for limitada diz-se ilimitada.

(4)

(a) A sequˆ encia (sin(n)) ´ e limitada.

(b) A sequˆ encia geom´ etrica (e n ) ´ e limitada inferiormente, mas n˜ ao ´ e limitada superiormente, portanto, ´ e ilimitada.

(c) A sequˆ encia x n =

n

X

i=1

1

i ´ e limitada inferiormente, mas n˜ ao ´ e limitada superiormente (veri- fique), portanto, ´ e ilimitada.

Discutimos agora a rela¸c˜ ao entre limita¸c˜ ao e convergˆ encia. Suponha que uma sequˆ encia (x n ) seja ilimitada. Ent˜ ao, ele n˜ ao ´ e limitado superiormente, ou inferiormente, ou ambos. Em ambos os casos, existem termos x n que s˜ ao arbitrariamente grandes em magnitude ` a medida que n aumenta. Como resultado, a sequˆ encia (x n ) n˜ ao pode convergir. Portanto, ser limitado ´ e uma condi¸c˜ ao necess´ aria para que uma sequˆ encia convirja, ou seja:

Teorema. Se (x n ) ´ e uma sequˆ encia convergente, ent˜ ao ela ´ e limitada.

Observe que uma sequˆ encia ser limitada n˜ ao ´ e uma condi¸c˜ ao suficiente para convergir. Por exemplo, a sequˆ encia ((−1) n ) ´ e limitada, mas ´ e divergente.

Defini¸ c˜ ao. Uma sequˆ encia (x n ) ´ e crescente todo n ≥ N se x n ≤ x n+1 para todo n ≥ N . Uma sequˆ encia (x n ) ´ e decrescente todo n ≥ N se

x n ≥ x n+1 para todo n ≥ N .

Uma sequˆ encia (x n ) ´ e uma sequncia mon´ otona para todo n ≥ N se for crescente para todo n ≥ N ou decrescente para todo n ≥ N .

Discutimos agora uma condi¸c˜ ao suficiente (mas n˜ ao necess´ aria) para que uma sequˆ encia li- mitada convirja. Considere uma sequˆ encia limitada (x n ). Suponha que a sequˆ encia (x n ) seja crescente. Como a sequˆ encia (x n ) ´ e crescente, os termos n˜ ao est˜ ao oscilando. Portanto, existem duas possibilidades. A sequˆ encia pode divergir para o infinito ou pode convergir. No entanto, como a sequˆ encia ´ e limitada, ela ´ e limitada superiormente e a sequˆ encia n˜ ao pode divergir para o infinito e, portanto, conclu´ımos que (x n ) converge.

Teorema da Convergˆ encia Mon´ otona. Se (x n ) ´ e uma sequˆ encia limitada e existe um inteiro positivo N tal que (x n ) ´ e mon´ otona para todo n ≥ N , ent˜ ao (x n ) converge.

Exemplo 8. Para cada uma das seguintes sequˆ encias, use o Teorema da Convergˆ encia Mon´ otona para mostrar a convergˆ encia da sequˆ encia e encontrar seu limite.

(a) 4 n

n!

.

(b) (x n ) ´ e definida recursivamente de modo que x 1 = 2 e x n+1 = x n

2 + 1

2x n para todo n ≥ 1.

Solu¸ c˜ ao.

(5)

(a) Escrevendo os primeiros termos, vemos que 4 n

n!

=

4, 8, 32 3 , 32

3 , 128 15 , . . .

.

No in´ıcio, os termos aumentam. No entanto, ap´ os o terceiro termo, os termos diminuem.

Na verdade, os termos diminuem para todos os n ≥ 3. Podemos mostrar isso da seguinte maneira.

x n+1 = 4 n+1

(n + 1)! = 4 n + 1

4 n

n! = 4

n + 1 x n ≤ x n se n ≥ 3.

Portanto, a sequˆ encia ´ e decrescente para todo n ≥ 3. Al´ em disso, a sequˆ encia ´ e limitada in- feriormente por 0 porque 4 n

n! > 0 para todo n ∈ N . Portanto, pelo Teorema da Convergˆ encia Mon´ ona, a sequˆ encia converge.

Para encontrar o limite, usamos o fato de que a sequˆ encia converge e seja L = lim

n→∞ x n . Agora observe esta importante observa¸c˜ ao: considere lim

n→∞ x n+1 . Desde que (x n+1 ) = (x 2 , x 3 , x 4 , . . . ),

a ´ unica diferen¸ca entre as sequˆ encias (x n+1 ) e (x n ) ´ e que (x n+1 ) omite o primeiro termo.

Uma vez que um n´ umero finito de termos n˜ ao afeta a convergˆ encia de uma sequˆ encia,

n→∞ lim x n+1 = lim

n→∞ x n = L.

Combinando este fato com a equa¸c˜ ao

x n+1 = 4 n + 1 x n e tomando o limite de ambos os lados da equa¸c˜ ao, obtemos

L = 0L = 0.

(b) Escrevendo os primeiros termos,

2, 5 4 , 41

40 , 3281 3280 , . . .

.

podemos conjecturar que a sequˆ encia ´ e decrescente e limitada inferiormente por 1. Para mostrar que a sequˆ encia ´ e limitada inferiormente por 1, primeiro reescreva

x n+1 = x n

2 + 1

2x n = x 2 n + 1 2x n Portanto,

x 2 n + 1 2x n

≥ 1 se, e somente se, x 2 n + 1 ≥ 2x n .

Reescrevendo a desigualdade x 2 n + 1 ≥ 2x n como x 2 n − 2x n + 1 ≥ 0, e usando o fato de que x 2 n − 2x n + 1 = (x n − 1) 2 ≥ 0,

podemos concluir que x 2 n + 1 ≥ 2x n para todo n ≥ 1 e, portanto,

2

(6)

Para mostrar que a sequˆ encia ´ e decrescente, devemos mostrar que x n+1 ≤ x n para todo n ≥ 1. Como 1 ≤ x 2 n , somando x 2 n em ambos lados dessa ´ ultima inequa¸c˜ ao, segue que

x 2 n + 1 ≤ 2x 2 n . Dividindo os dois lados por 2x n , obtemos

x n 2 + 1

2x n ≤ x n . Usando a defini¸c˜ ao de x n+1 , conclu´ımos que

x n+1 = x n 2 + 1

2x n

≤ x n .

Visto que (x n ) ´ e limitada inferiormente e decrescente, pelo Teorema da Convergˆ encia Mon´ otona, (x n ) converge. Para encontrar o limite, seja L = lim n→ x n . Ent˜ ao, usando a rela¸c˜ ao de recorrˆ encia e o fato de que lim

n→∞ x n+1 = lim

n→∞ x n , temos

n→∞ lim x n+1 = lim

n→∞

x n 2 + 1

2x n

, e portanto

L = L 2 + 1

2L . Assim,

2L 2 = L 2 + 1.

Resolvendo esta equa¸c˜ ao para L, conclu´ımos que L 2 = 1, o que implica L = ±1. Como todos os termos s˜ ao positivos, o limite L = 1.

Observa¸ c˜ ao 3 (M´ etodo dos babilˆ onios para o c´ alculo de raiz quadrada). O item (b) do Exemplo 8 pode ser generalizado para obter uma aproxima¸c˜ ao (por falta) da raiz quadrada de um n´ umero real positivo. Considere a sequˆ encia (x n ) dada por

x n+1 = x n 2 + α

2x n para todo n ≥ 1,

onde x 1 e α s˜ ao n´ umeros reais positivos dados. O leitor pode repetir os argumentos da solu¸c˜ ao do item (b) do Exemplo 8 para mostrar que x n ≥ √

α para todo n ≥ 2 e (x n ) ´ e decrescente para todo n ≥ 2. Assim, (x n ) ´ e convergente. Repetindo o argmento do item (b) do Exemplo 8, o limite de (x n ) ´ e L = √

α. O fato de x n ≥ √

α ´ e o que significa x n ser uma aproxima¸c˜ ao por falta de √ α.

Exemplo 9. (Exemplo da Parte 4 da Aula 1) Determine se a sequˆ encia definida a seguir tem um limite. Em caso afirmativo, encontre o limite.

a 1 = √

2, a 2 = p 2 √

2, a 3 = q

2 p 2 √

2, . . . . Note que (a n ) pode ser definida recursivamente como a 1 = √

2 e a n+1 = √

2a n para n ≥ 1.

(a) Prove que a n < a n+1 < 2 para todo n ≥ 1. Isto mostra que (a n ) ´ e crescente e limitada superiormente e, portanto, convergente a um limite L ≤ 2.

(b) Mostre que L = 2.

Solu¸ c˜ ao.

(7)

(a) Usaremos o Princ´ıpio da Indu¸c˜ ao Matem´ atica 1 para provar que a sequˆ encia ´ e crescente. A afirma¸c˜ ao que queremos provar envolvendo um n´ umero natural ´ e

a n < a n+1 , ∀ n ≥ 1.

O passo base (1) ´ e verdadeiro porque a 1 = √

2 < p 2 √

2 = a 2 .

Para provar o passo indutivo (2), suponha que a afirma¸c˜ ao ´ e verdadeira para n ≥ 1 (isto ´ e, a n < a n+1 ) e provemos a afirma¸c˜ ao ´ e verdadeira para n + 1. De fato, como a n+2 = √

2a n+1 . Pela hip´ otese de indu¸c˜ ao, a n < a n+1 . Assim, a n+2 = √

2a n+1 > √

2a n = a n+1 , como quer´ıamos provar. Pelo princ´ıpio de indu¸c˜ ao matem´ atica, a n < a n+1 , ∀ n ≥ 1.

Vamos provar agora que a n < 2 para todo n ≥ 1. Poder´ıamos usar novamente princ´ıpio de indu¸c˜ ao matem´ atica para fazer isso, mas vamos usar o fato que a sequˆ encia ´ e crescente. De fato, para todo n ≥ 1,

a n < a n+1 = √ 2a n . Elevando o quadrado em ambos os lados, temos

a 2 n < 2a n .

Usando que a n ´ e positivo para todo n ≥ 1 (a n ≥ a 1 = √

2), segue que a n < 2 para todo n ≥ 1.

(b) Pelo item (a) e o Teorema da Convergˆ encia Mon´ otona, existe L ∈ R tal que L = lim n→∞ a n . Fazendo n → ∞ na f´ ormula a n+1 = √

2a n , obtemos L = √

2L.

Elevando o quadrado em ambos os lados e usando que L > 0 (isto porque a 1 > 0 e (a n ) ´ e crescente), obtemos L = 2.

Observa¸ c˜ ao 4. Um outro modo de resolu¸c˜ ao do Exemplo 9 seria obter uma f´ ormula explicita para a n em termos de n. Podemos usar o princ´ıpio de indu¸c˜ ao matem´ atica para mostrar que a sequˆ encia (a n ) do Exemplo 7 pode ser escrita explicitamente por

a n = 2(

12

+

221

+···+

21n

) Como

1 2 + 1

2 2 + · · · + 1 2 n = 1

2

1 + 1

2 + · · · + 1 2 n−1

= 1 2

1 − 1 2 n

1 − 1 2

!

= 1 − 1

2 n

.

1

O Princ´ıpio da Indu¸ c˜ ao Matem´ atica ´ e um axioma do sistema de n´ umeros que pode ser usado para provar afirma¸ c˜ oes matem´ aticas envolvendo um n´ umero natural n, como 1 + 2 + · · · +n = n(n + 1)/2. Para provar que uma afirma¸ c˜ ao P (n) ´ e verdadeira para todos os n´ umeros naturais n ≥ n

0

, onde n

0

´ e um n´ umero natural, procedemos da seguinte forma:

(1) Prove que P (n

0

) ´ e verdadeiro.

(2) Prove que para qualquer n ≥ n

0

, se P (n) for verdadeiro (chamada hip´ otese de indu¸ c˜ ao), ent˜ ao P (n + 1) ´ e

verdadeiro.

(8)

Portanto,

a n = 2( 1− (

12

)

n

) → 2 1 = 2, com n → ∞.

Exerc´ıcio 3. Verifique se existe lim

n→∞ a n se a n = 1

n

3.6.9. . . . .(3n) 1.4.7. · · · .(3n − 2) . Sugest˜ ao: mostre que (a n ) ´ e decrescente e limitada inferiormente.

Exerc´ıcio 4. Determine se a sequˆ encia definida a seguir tem um limite. Em caso afirmativo, encontre o limite.

a 1 = √

a, a 2 = p a + √

a, a 3 = q

a + p a + √

a, . . . , onde a > 0 um n´ umero real fixo.

Exerc´ıcio 5. Determine se a sequˆ encia definida a seguir tem um limite. Em caso afirmativo, encontre o limite.

a 1 = 3, a n = √

2a n−1 , n = 2, 3, . . . .

Observa¸ c˜ ao 4. Combinando o Exemplo 9 e o Exerc´ıcio 5, podemos nos perguntar quais valores de a 1 determinam que (a n ) ´ e crescente ou decrescente? Outro fato interessante ´ e que independente do valor de a 1 > 0, a sequˆ encia (a n ) converge para 2, o qual ´ e o ponto fixo da fun¸c˜ ao f (x) = √

2x, x ∈ (0, ∞) (Figuras 1 e 2 acima).

Figure 1: a 1 < 2 Figure 2: a 1 > 2

Exerc´ıcio 6. Mostre que se a n → 0 e a sequˆ encia (b n ) ´ e limitada, ent˜ ao a n b n → 0. Use isso para mostrar que e −n cos 4 → 0.

Exerc´ıcio 7. Calcule lim

n→∞ x n se (a) x n = √

n √

n + a − √ n

. (resp.: a/2) (b) x n = n h

a + n 1 4

− a 4 i

. (resp.: 4a 3 )

Observa¸ c˜ ao 6. Nesta disciplina, a discuss˜ ao de sequˆ encias num´ ericas ´ e bem resumida e ´ e ap- resentado o suficiente para o estudo razoavelmente satisfat´ orio de s´ eries num´ ericas, o qual est´ a baseado na defini¸c˜ ao de convergˆ encia de sequˆ encias. No entanto, sequˆ encias num´ ericas ´ e um tema riqu´ısimo. Para citar um exemplo, os n´ umeros primos formam uma das sequˆ encia mais interessantes

2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29 . . .

Um teorema da Teoria dos N´ umeros mostra que h´ a infinitos primos. A sequˆ encia dos n´ umeros

primos ´ e divergente, e pode parecer que o conceito de convergˆ encia de sequˆ encias tem pouco ou

(9)

nada de relevante com rela¸c˜ ao aos n´ umeros primos. Em verdade, essa impress˜ ao ´ e errˆ onea, pois a convergˆ encia de certas sequˆ encias est´ a intimamente ligado ` a teoria do n´ umeros primos. Para refor¸car essa observa¸c˜ ao, citamos o interessante teorema sobre o valor aproximado do n-´ esimo primo: se p n denota o n-´ esimo primo, ent˜ ao p n ´ e “assintoticamente igual” a n ln n, no sentido que

n→∞ lim p n

n ln n = 1.

EXTRA: N´ umeros de Fibonacci (comentados na Aula 1)

Os n´ umeros de Fibonacci s˜ ao definidos recursivamente pela sequˆ encia F n onde F 0 = 0, F 1 = 1 e para n ≥ 2, F n = F n−1 + F n−2 .

Aqui, examinamos as propriedades dos n´ umeros de Fibonacci.

1. Escreva os primeiros vinte n´ umeros de Fibonacci.

2. Encontre uma f´ ormula fechada para a sequˆ encia de Fibonacci usando as seguintes etapas.

a. Considere a sequˆ encia definida recursivamente (x n ) onde x 0 = c e x n+1 = ax n . Mostre que essa sequˆ encia pode ser descrita pela f´ ormula fechada x n = ca n para todo n ≥ 0.

b. Usando o resultado da parte a. como motiva¸c˜ ao, procure uma solu¸c˜ ao para a equa¸c˜ ao F n = F n−1 + F n−2

da forma F n = cλ n . Determine quais s˜ ao os dois valores de λ que permitir˜ ao a F n satisfazer esta equa¸c˜ ao.

c. Considere as duas solu¸c˜ oes da parte b .: λ 1 e λ 2 . Seja F n = c 1 λ n 1 +c 2 λ n 2 . Use as condi¸c˜ oes iniciais F 0 e F 1 para determinar os valores para as constantes c 1 e c 2 e escreva a f´ ormula fechada F n .

3. Use a resposta em 2 c. para mostrar que

n→∞ lim F n+1

F n = 1 + √ 5 2 . O n´ umero φ = 1+

√ 5

2 ´ e conhecido como a raz˜ ao ´ aurea.

Figure 3: As sementes do girassol exibem padr˜ oes de espiral curvando-se para a esquerda e para a direita. O n´ umero de espirais em cada dire¸c˜ ao ´ e sempre um n´ umero de Fibonacci. (cr´ edito:

modifica¸c˜ ao do trabalho de Esdras Calderan, Wikimedia Commons)

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