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ESTUDO DO MODELO DE OBTENÇÃO DO EXÉRCITO: APLICAÇÃO DO MÉTODO MULTICRITÉRIO

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Universidade de Brasília

Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas Departamento de Administração

WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO

ESTUDO DO MODELO DE OBTENÇÃO DO EXÉRCITO:

APLICAÇÃO DO MÉTODO MULTICRITÉRIO

Brasília – DF 2019

(2)

II

WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO

ESTUDO DO MODELO DE OBTENÇÃO DO EXÉRCITO:

APLICAÇÃO DO MÉTODO MULTICRITÉRIO

Monografia apresentada ao Departamento de Administração como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Gestão de Projetos da Universidade de Brasília.

Professor Orientador: Dr. EVALDO CESAR CAVALCANTE RODRIGUES

Professor Coorientador: Cel QEM QEMA e Dr. CLOVIS EDUARDO GODOY ILHA

Brasília – DF 2019

(3)

III

WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO

ESTUDO DO MODELO DE OBTENÇÃO DO EXÉRCITO:

APLICAÇÃO DO MÉTODO MULTICRITÉRIO

A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso de MBA em Gestão de Projetos da Universidade de Brasília do aluno

WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO

Dr. EVALDO CESAR CAVALCANTE RODRIGUES Professor-Orientador

Cel QEM QEMA e Dr. CLOVIS EDUARDO GODOY ILHA Professor-Coorientador

Gen Bda e Dr DÊNIS TAVEIRA MARTINS

Professor-Examinador

Dr. RAFAEL RABELO NUNES

Professor-Examinador

MSc. MAURÍCIO ABE MACHADO Professor-Examinador

Brasília - DF, 21 de agosto de 2019

(4)

IV

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha querida família, Suszy, minha esposa, por todo amor e suporte. Aos meus filhos e nora, Wagner Mateus, Marcos André e Luísa pelo incentivo e compreensão. Ao Professor Evaldo César e ao Cel Ilha por todo apoio e paciência.

(5)

V

O EXÉRCITO BRASILEIRO é uma instituição em constante evolução; preserva os mais fortes sentimentos de orgulho por seu País e de amor por sua gente; e existe para defender a Pátria!

Autor desconhecido.

(6)

VI RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o uso do Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão - Construtivista (MCDA-C) como suporte na tomada de decisão na Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar. Desta forma o trabalho foi conduzido por meio da metodologia MCDA-C, com reuniões de brainstorming, do grupo focal, definições de pontos de vista fundamentais e seus critérios. Com esses dados foi possível realizar uma pesquisa de campo, com aplicação de um questionário, identificando os critérios mais adequados. Após tabulado, os dados obtidos foram aplicados no software MyMCDA-C, sendo seus resultados analisados e identificados. Os critérios apresentados obtiveram avaliação entre os níveis bom, muito bom e excelente, demonstrando as suas pertinências na aplicação de um processo decisório, permitindo assim concluir sobre a utilização da metodologia multicritério como suporte nas decisões do ciclo de vida.

Palavras-chave: Exército Brasileiro. Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão (MCDA- C). Ciclo de Vida. Sistemas e Materiais de Emprego Militar.

(7)

VII ABSTRACT

The following article seeks to analyze the use of the Multicriteria Decision Aid Constructivist Methodology (MCDA-C) as a support mechanism for decision making in the Life-Cycle Management of Military Employment Systems and Materials. In this sense, the research was conducted by the MCDA-C methodology, with brainstorming conferences, the focus group, definitions of fundamental points of views and their criteria. With this data it was then possible to carry out a field research, with the assistance of a questionnaire, identifying the most adequate criteria. After tabulated, the obtained data was transferred to the MyMCDA-C software and the results were then analyzed and identified. The presented criteria were divided into groups ranging from good, very good and excellent. This demonstrated their relevance in the application of the decision-making process. This then led to a conclusion regarding the use of this methodology criteria as a support mechanism in the life-cycle decision process.

Keywords: Brazilian Army. Multicriteria Decision Support Methodology (MCDA-C). Life- Cycle. Military Employment Systems and Materials.

(8)

VIII SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1

1.1 Contextualização 2

1.2 Formulação do problema 2

1.3 Objetivo Geral 3

1.4 Objetivos Específicos 3

1.5 Justificativa 4

2 REFERENCIAL TEÓRICO 5

2.1 O Exército Brasileiro 5

2.2 Escritório de Projetos do Exército 7

2.3 Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar 10

2.3.1 Fase da Formulação Conceitual 12

2.4 Capacidades Militares Terrestres e Operativas 13

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 16

3.1 Tipologia e descrição geral dos métodos de pesquisa 17

3.2 População e amostra 18

3.3 Método de Pesquisa: MCDA-C 19

3.3.1 Arcabouço Teórico do Método MCDA-C 20

3.3.1.1 Teoria Construtivista 20

3.3.1.2 Benchmarking 20

3.3.1.3 Brainstorming 21

3.3.1.4 Grupo Focal 21

3.3.2 Estruturação do Método de Pesquisa 21

3.3.2.1 Rótulo da Pesquisa e Atores da Pesquisa 22

3.3.2.2 Brainstorming e Identificações Preliminares 23

3.3.2.3 Pontos de Vista Elementares (PVE) 23

3.3.3 Identificação dos componentes do Grupo Focal 25

3.3.4 Atuação do Grupo Focal 25

3.3.4.1 Conversão dos Pontos de Vista Elementares (PVE) em Pontos de Vista

Fundamentais (PVF) 26

3.3.4.2 Taxas de Contribuição dos PVF 27

3.3.4.3 Construção dos Descritores 28

3.3.5 Aplicação do Instrumento de Coleta de Dados 29 3.3.6 Tabulação dos Dados Coletados e Identificação da Mediana 29

3.3.7 Modelagem dos dados 29

4 ANÁLISE DOS RESULTADO E DISCUSSÃO 31

(9)

IX

4.1 Análise dos dados profissionais dos entrevistados 31

4.2 Mobilidade Estratégica 32

4.3 Prontidão 34

4.4 Apoio de Fogo 35

4.5 Gestão e Coordenação Logística 36

4.6 Análise Macro da Pertinência dos Requisitos Operacionais 37

4.6 Atingimento dos Objetivos da Pesquisa 40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 41

5.1 LIMITAÇÕES 42

5.2 RECOMENDAÇÕES 43

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS 44

APÊNDICES 50

Apêndice A – Capacidades Militares Terrestres e Operativas 50 Apêndice B – Esforço Ponto de Vista Fundamental e Subponto de Vista Fundamental 59

Apêndice C – Questionário 62

Apêndice D – Tabulação dos resultados dos questionários 64

(10)

1 INTRODUÇÃO

O Exército Brasileiro, instituição nacional, permanente e regular, organizada com base na hierarquia e disciplina, tem como principal missão a defesa da pátria, valendo-se, para isso, da Força Terrestre, seu instrumento de ação.

A Força Terrestre é composta por homens, mulheres, sistemas e equipamentos de emprego militar. Pode-se inferir, que uma das missões mais importantes para o Exército Brasileiro é o permanente estado de prontidão, o que significa recursos humanos capacitados e seus sistemas e equipamentos de emprego militar em condições de serem empregados.

Outra missão importante para o Exército é a excelência na gestão orçamentária, é o fazer mais e melhor com os recursos disponíveis. Para tornar possível, uma das principais ações é a permanente qualificação dos seus quadros, sendo a gestão de projetos um dos ramos mais importantes.

A gestão do ciclo de vida dos sistemas e materiais de emprego militar, base desse trabalho, é regulada por um documento publicado pelo Estado-Maior do Exército, denominado de Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar.

A finalidade do documento acima é regulamentar o processo decisório para obtenção de novos sistemas e materiais, seja por aquisição no mercado de defesa ou por desenvolvimento, ou a modernização dos sistemas e materiais existentes.

Observa-se que as decisões a serem tomadas são complexas, por envolverem principalmente um volume considerável de recursos, principalmente, humanos e financeiros, uma grande quantidade de unidades militares e, dentre outros aspectos, o tempo que deve permanecer em atividade, normalmente 20 anos.

Considerando-se a existência de diversos fatores e critérios conflitantes no âmbito da gestão do ciclo de vida, a utilização do Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão - Construtivista - MCDA-C mostra-se como mais adequada para a obtenção da melhor solução disponível para o problema existente (KOU et al., 2010).

Isso posto, o objetivo do presente trabalho é estudar a validade na utilização da metodologia MCDA-C e seus modelos para a solução de problemas complexos de tomada de decisão no âmbito do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar.

(11)

1.1 Contextualização

Da pesquisa realizada, na documentação que trata do ciclo de vida dos sistemas e materiais de emprego militar, foi possível verificar a existência de decisões a serem tomadas que envolvem situações complexas.

A existência de múltiplos critérios com características qualitativas e quantitativas, necessitando de hierarquização em grau de prioridade e importância, dados de mensuração variáveis e a dificuldade no tratamento subjetivo por parte dos diversos agentes envolvidos no processo decisório, realça de forma inegável a necessidade de uma ferramenta que processe todas essas informações.

Considerando a quantidade de informações existentes em uma decisão desse nível de complexidade, a melhor solução poderá ser feita com o apoio de métodos de análise multicritério.

Como forma de delimitar a pesquisa, serão consideradas como critérios para a construção do modelo de análise multicritério as capacidades militares terrestres e operativas apresentadas no referencial teórico.

1.2 Formulação do problema

A situação observada na pesquisa é a existência de decisão por parte do Alto Comando do Exército, que seria mais bem assessorada pela existência de um modelo gerado por uma análise multicritério.

Em particular, ao final da primeira fase do ciclo de vida, onde serão apresentadas diversas informações, onde a existência de uma metodologia multicritério que pudesse analisar situações complexas, envolvendo indicadores quantitativos e qualitativos distintos, podendo incluir todo tipo de informações (SILVEIRA JR, 2018).

Com uma proposta lógica e sistêmica, com uso de equações matemáticas, das mais simples às mais complexas, buscando selecionar a melhor alternativa e utilizando-se de comparações que determinam os índices numéricos da avaliação, é a base do método multicritério. Podendo os decisores escolherem suas alternativas de forma a balancear entre o

(12)

esforço de tomar a decisão e a precisão desejada no processo (ALMEIDA, 2011; ALMEIDA, 2013).

O método escolhido para auxiliar o processo seletivo é difícil, cabendo ao órgão que organiza a formulação conceitual um esforço na integração dos diversos sistemas e recursos envolvidos no projeto. Stoner e Freeman (1999) apontam a resistência por parte dos decisores em relação ao método multicritério por não dominarem a sua aplicação com profundidade, principalmente em organizações centralizadas.

Isso posto, a pergunta síntese deste estudo será: Como a aplicação de um método de análise multicritério poderá contribuir de forma eficaz no assessoramento das decisões previstas na gestão do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar, em particular, na fase da formulação conceitual?

1.3 Objetivo Geral

Analisar o uso do Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão - Construtivista (MCDA-C) como suporte na tomada de decisão na Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar.

1.4 Objetivos Específicos

Como forma a alcançar o objetivo geral, foram elencados os seguintes objetivos específicos:

- Definir os critérios do processo;

- Atribuir a hierarquia e valores aos critérios avaliados;

- Demonstrar a validade do modelo de análise multicritério;

- Apresentar a melhor alternativa de critérios aos decisores.

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1.5 Justificativa

O ciclo de vida dos sistemas e materiais de emprego militar, principalmente na sua primeira fase, irá decidir pela obtenção de um determinado produto. Essa decisão irá impactar o Exército Brasileiro em diversos pontos: recursos orçamentários, operacionalidade, logística e o tempo de vida útil, dentre outros.

A justificativa dessa pesquisa tem como base validar a metodologia multicritério de apoio a decisões complexas, visando sua aplicação em apoio às reuniões decisórias do ciclo de vida.

Desta forma, o emprego dessa metodologia nas próximas obtenções poderá auxiliar na validação das decisões tomadas, especialmente na sua transparência. A Controladoria-Geral da União considera que a transparência permite à sociedade ver se os recursos públicos estão sendo usados da melhor forma possível.

Além de possibilitar cumprir de forma mais adequada a Lei Nº 8.666, que regula as licitações e contratos na administração pública, determina que o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão (BRASIL, 1993).

Atualmente o Exército Brasileiro vem realizando estudos para a adoção de uma solução para Carro de Combate, mas também blindados de Infantaria, Engenharia, Artilharia e de suporte. A DEFESANET, site especializado em assuntos de defesa, publicou um artigo tratando desse assunto. Um dos pontos levantados pelos autores foi o modelo de obtenção, quando eles observam a possibilidade de utilizar um modelo decisório baseado em múltiplos critérios (CARVALHO et. CARVALHO, 2019).

(14)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico tem por escopo apresentar o estudo realizado e os tópicos necessários para o entendimento desta pesquisa.

O primeiro tópico apresenta o Exército Brasileiro, sua organização e os principais decisores. Em seguida, o Escritório de Projetos do Exército e a documentação relacionada a projetos.

Os dois últimos tópicos são a gestão do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar, apresentando uma visão geral de todo o ciclo de vida e em especial da sua primeira fase, e finalizando com as capacidades militares terrestres e operativas que orientam os requisitos operacionais.

2.1 O Exército Brasileiro

A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em outubro de 1988, estabelece, no seu Artigo 142, que o Exército, junto com a Marinha e a Aeronáutica constituem as Forças Armadas Brasileiras, sendo instituições nacionais permanentes e regulares, destinam- se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer deles, da lei e da ordem (BRASIL, 1988).

Com base na sua missão constitucional, a qual serve de farol para toda a sua concepção estratégica, o Exército Brasileiro procura de todas as formas manter os seus recursos humanos e materiais em condições de serem empregados a qualquer momento, mantendo a Força Terrestre em permanente estado de prontidão. (BRASIL,1999 e END, 2012)

A Força Terrestre é o instrumento de ação do Exército Brasileiro, a qual inclui todos os elementos da instituição com capacidade para atuar nos diversos ambientes operacionais previstos na concepção estratégica. (BRASIL, 2014)

O propósito deste trabalho de conclusão de curso é apresentar o ciclo de vida dos recursos materiais que compõem a Força Terrestre, as quais são denominadas de Sistema e Material de Emprego Militar - SMEM.

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O Exército Brasileiro, para o cumprimento da sua missão constitucional, possui uma estrutura hierarquizada e complexa, que é denominada de Organização Básica do Exército (BRASIL, 2014).

Para o nosso estudo vamos focar no Estado-Maior do Exército, Órgão de Direção Geral, o Comando de Operações Terrestres, Órgão de Direção Operacional, e o Comando Logístico e o Departamento de Ciência e Tecnologia, Órgãos de Direção Setorial, os principais atores envolvidos no tema de Sistema e Material de Emprego Militar.

O Estado-Maior do Exército - EME, como Órgão de Direção Geral do Exército, tem como responsabilidade o planejamento estratégico e a emissão de diretrizes estratégicas que orientam o preparo e o emprego da Força Terrestre (BRASIL, 2014).

O EME na sua estrutura organizacional possui o Escritório de Projetos do Exército, que será estudado posteriormente, é o coordenador dos Programas Estratégicos do Exército e os programas são os principais vetores de obtenção de Sistemas e Materiais de Emprego Militar.

(BRASIL, 2014)

Deve ser levado em consideração que o EME é a principal autoridade patrocinadora dos programas e projetos do Exército, sendo, dessa forma, o principal órgão envolvido na gestão do ciclo de vida de Sistemas e Materiais de Emprego Militar (BRASIL, 2016).

O Comando de Operações Terrestres, como Órgão de Direção Operacional do Exército, tem por missão principal a orientação e a coordenação do preparo e do emprega da Força Terrestre, bem como elaborar e manter atualizada, no nível tático, a Doutrina Militar Terrestre (BRASIL, 2018).

O preparo e o emprego da Força Terrestre é o principal vetor na determinação da necessidade de Sistemas e Materiais de Emprego Militar, fruto da imposição de capacidades militares terrestres para o cumprimento das missões constitucionais.

Um grupo de capacidades operacionais com ligações funcionais, reunidas para que seus desenvolvimentos potencializem as aptidões da Força Terrestre para cumprir uma determinada tarefa dentro de uma missão constituem uma capacidade militar terrestre (BRASIL, 2015).

O Departamento de Ciência e Tecnologia, um dos Órgãos de Direção Setorial, tem como missão principal a condução das atividades científicas, tecnológicas e de inovação no âmbito do Exército, desenvolvendo atividades de pesquisa, desenvolvimento, avaliação e prospecção tecnológica relacionadas a SMEM (BRASIL, 2005).

O departamento, fruto da sua missão, possui forte ligação com Base Industrial de Defesa e o meio acadêmico, permitindo a abordagem da Hélice Tríplice, a qual é baseada na relação

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entre empresas, universidades e o governo, visando a produção de novos conhecimentos, inovação tecnológica e desenvolvimento econômico (ETZKOWITZ, 1995).

O Comando Logístico, como Órgão de Direção Setorial, tem como principal missão a orientação e coordenação do apoio logístico ao preparo e emprego da Força Terrestre, atuando diretamente com o Comando de Operações Terrestres.

É o principal órgão comprador do Exército de Sistemas e Materiais de Emprego Militar, tem na sua estrutura diretorias voltadas para todas as classes de material, destacando a Diretoria de Material direcionada para viaturas sobre rodas e sobre lagartas, armamentos leves e pesados, a Diretoria de Abastecimento, responsável pela área de munição, equipamentos individuais e de campanha, e a Diretoria de Material de Aviação.

Pode-se depreender da estrutura apresentada, no que toca a obtenção de Sistema e Material de Emprego Militar, que o Estado-Maior do Exército orienta, coordena e provê recursos, o Comando de Operações Terrestres determina a necessidade, o Departamento de Ciência e Tecnologia desenvolve, quando não for possível a aquisição, e o Comando Logístico realiza a compra, quando disponível no mercado.

Após o estudo dos órgãos decisores do processo de obtenção, passaremos a estudar o Escritório de Projetos do Exército, o qual tem participação importante na aquisição dos nossos meios, considerando que a compra de um sistema ou material de emprego militar é uma atividade complexa.

2.2 Escritório de Projetos do Exército

A Estratégia de Defesa Nacional, elaborada pelo Ministério da Defesa e aprovada pelo Governo Federal, em 2008, orientou o Exército Brasileiro a preparar um planejamento, conduzido pelo Estado-Maior de Defesa, seu Órgão de Direção Geral, com o propósito de atender as demandas dessa nova estratégia, contendo projetos voltados para articulação e equipamentos (BRASIL, 2012).

Ao final desse planejamento, denominado de Estratégia Braço Forte, o Estado-Maior do Exército observou a necessidade de uma nova estrutura voltada para condução dos projetos do Exército. Em 2010 surge a Assessoria Especial de Gestão e Projetos, a qual deu origem em 2012, ao Escritório de Projetos do Exército, criado pela Portaria nº 134, do Estado-Maior do Exército, de 10 de setembro de 2012.

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A importância da maturidade em gerenciamento de projetos nas organizações tem sido tratada por vários autores (FRAME, 1999; RABECHINI JR., 2003) ao sugerirem três tipos de competências associadas ao tema: as individuais, as de equipe e as da organização. Esses tipos podem ser vistos como se fossem três vetores conceituais.

O primeiro refere-se às aptidões e habilidades dos indivíduos na solução de problemas.

As competências da equipe, segundo vetor, relacionam-se com a capacidade de resolução de problemas complexos em contexto multidisciplinar. As competências da empresa formam o terceiro vetor, que lida com a capacidade de criação de um ambiente que possibilite o envolvimento tanto do indivíduo quanto das equipes para que possam tocar seus projetos de forma eficaz.

A gestão de projetos permite desdobrar a estratégia para toda a organização, é por meio dos Escritórios de Projetos, como unidades ou estruturas centralizadoras desta competência, que se dá o alinhamento e a sustentação ativa com o planejamento estratégico da organização (KEZNER, 2002; KING, 1993).

A adoção e o desenvolvimento da metodologia de gerenciamento de projetos demandam transformações profundas na cultura organizacional (RABECHINI JR, 2003;

DINSMORE, 2003).

O próprio entendimento do Escritório de Projetos como elemento importante na geração de resultados desejados aos negócios da organização, seja pelo melhor desempenho dos projetos, seja por sua função de suporte ao planejamento estratégico das organizações, influencia o próprio processo de sua criação e implementação (DINSMORE, 2003).

Naquele momento, o Escritório de Projetos passou a coordenar os Projetos Estratégicos do Exército: ASTROS 2020, DEFESA ANTIAÉREA, GUARANI, PROTEGER, SISFRON, OCOP, DEFESA CIBERNÉTICA e Parceria Público-privada, incluindo, principalmente, a gestão da aquisição, modernização e desenvolvimento de Sistemas e Materiais de Emprego Militar.

Com a finalidade de complementar os fundamentos, com o detalhamento dos processos e documentos que compõem a gestão de projetos, o escritório difunde, em 2013, as Normas para Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento de Projetos no Exército Brasileiro - NEGAPEB (BRASIL, 2013).

As normas são alinhadas ao Project Management Body of Knowledge - PMBOK, um guia de melhores práticas na gestão de projetos, coletadas e editadas pelo Project Management Institute - PMI, e adaptadas para as peculiaridades do Exército Brasileiro (PMI, 2017).

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As NEGAPEB, seguindo o PMBOK, define projeto como um esforço temporário para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo, sendo bem definidos o início e o término. O entendimento de projeto, com relação a sua duração, considera que ele será necessário até que o escopo proposto seja completo, podendo tornar-se um processo.

As normas preconizam que a pessoa que tem autoridade para iniciar o projeto, baseado no estudo de viabilidade prévio, é chamada de Autoridade Patrocinadora. No caso dos projetos estratégicos essa autoridade é o Chefe do Estado-Maior do Exército, que tem entre as suas diversas missões a de conduzir o orçamento do Exército.

Desta forma, e com uma visão geral da Instituição, o Chefe do Estado-Maior estabelece prioridades e distribui corretamente os recursos humanos e financeiros necessários à gestão e atingimento das metas do Exército Brasileiro, dentre eles os projetos estratégicos (BRASIL, 2018).

Com o decorrer do tempo e das experiências colhidas, o EPEx foi ganhando maturidade, tornando-se referência dentro do Governo Federal pela condução dos seus projetos. Fruto dessa maturidade o escritório diagnosticou a necessidade de mudanças.

Com base no diagnóstico alcançado e do estudo do referencial teórico existente, foi possível afirmar que o Exército possui projetos, programas, subportfólios e um portfólio. Assim sendo, o Estado-Maior do Exército, aprovada pelo Comandante do Exército, publicou em 2017, as Normas para Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento do Portfólio e dos Programas Estratégicos do Exército Brasileiro - NEGAPORT-EB (BRASIL, 2017).

As novas normas não substituem as NEGAPEB, que continua em vigor. Fica determinado que o Comandante do Exército é a Autoridade Patrocinadora do Portfólio Estratégico do Exército e que o Chefe do Estado-Maior é o seu Gerente, tendo como órgão de coordenação executiva o EPEx (BRASIL, 2017).

Desta forma, fica o entendimento que os grandes compradores de Sistemas e Equipamentos de Emprego Militar para a Força Terrestre são os programas estratégicos, por intermédio dos seus projetos.

Os programas seguem as normas de gestão de programas e projetos do Exército para a sua concepção e desenvolvimento. No tocante a obtenção, deverá ser seguida, também, as Instruções Gerais para a Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar, a qual será vista a seguir (BRASIL, 2016).

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2.3 Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar

A Diretriz do Comando do Exército - 2019, dentro das orientações gerais, determina considerar o ciclo completo de vida na adoção, padronização, desativação, transformação e modernização dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar (BRASIL, 2019).

Entendendo a complexidade das missões constitucionais do Exército Brasileiro e a amplitude da sua área de atuação pode-se depreender a quantidade de meios existentes no Exército.

Com a finalidade de normatizar a gestão de todo esses meios utilizados pela Força Terrestre em operações militares de guerra e não guerra, desde a década de 80 do século passado, o Exército Brasileiro possui uma publicação com a finalidade de ordenar e descrever os principais processos, atividades e eventos, além de fixar a ordem e os órgãos responsáveis pela gestão do ciclo de vida do seu material (BRASIL, 2016).

A Portaria Nº 233, de 15 de março de 2016, do Comandante do Exército, aprova as Instruções Gerais para a Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar - EB10-IG-01.018, em substituição a anterior de 1994.

O objeto das instruções gerais são de estabelecer uma sistemática e atribuir responsabilidades aos diversos órgãos envolvidos para as atividades e os eventos que ocorrem durante o ciclo de vida.

A instrução geral divide a gestão do ciclo de vida em quatro fases: 1ª - formulação conceitual, 2ª - obtenção, 3ª - produção, utilização e manutenção, e 4ª - desativação.

A fase da formulação conceitual, o início do processo do ciclo de vida, contém as informações necessárias para orientar a concepção integrada do sistema e material, tais como a missão e o ambiente operacional que será empregado, tipo de operação, funcionalidades a serem executadas e o desempenho esperado.

A formulação conceitual será utilizada na Diretriz de Iniciação do Projeto, que vai comportar o estudo de viabilidade, considerando que o processo de obtenção será conduzido por um projeto, atendendo as normas próprias.

Ao final da fase de formulação conceitual será realizada uma reunião decisória, que tem como finalidade analisar os resultados levantados e determinar, se for o caso, o passo seguinte.

A fase de obtenção segue à formulação conceitual e tem como foco a materialização do sistema ou material propriamente dito. Esse processo pode ser de duas formas, ou por desenvolvimento ou por aquisição, ou mesmo, por uma mescla das duas formas.

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Outra característica dessa fase é que ela é considerada como um projeto, passando a trabalhar com os diversos documentos previstos nas NEGAPEB, dentre os principais, a diretriz de implantação, os relatórios de situação de projetos e os termos de encerramento.

Por ser um projeto e estar no portfólio, o Estado-Maior do Exército controla as atividades de obtenção. Sendo a autoridade patrocinadora, ele poderá a qualquer momento, por intermédio de uma reunião decisória especial, deliberar pela continuidade ou não do projeto.

Ao término da fase de obtenção será realizada a segunda reunião decisória, determinado que o sistema ou material de emprego militar atende à formulação conceitual do início do processo e está em condições de seguir para o próximo passo do ciclo de vida, este ponto marca o fim do projeto, a entrega do produto.

A terceira fase do ciclo de vida corresponde a produção, utilização e manutenção do sistema ou material adotado. Essa etapa é logística e operacional, onde é desenvolvida a obtenção em quantidade e qualidade adequada, a seleção e formação dos recursos humanos para utilização e manutenção do material, o recebimento e distribuição, emprego, manutenção e avaliação do desempenho.

Ao fim da vida útil do sistema ou material, que pode ser motivada por diversas áreas, entre elas, a logística, a doutrinária, a técnica, ou mesmo uma combinação delas, ele deixa de servir adequadamente as suas funções estabelecidas é realizada a terceira reunião decisória.

Essa reunião tem diversas possibilidades que serão estudadas, dentre elas, a revitalização, a repotencialização, a modernização e, caso não seja economicamente e tecnicamente viável, a sua desativação e, se necessário, a obtenção de um novo produto.

A revitalização compreende trabalho executado em um material ou sistema, com a finalidade de restaurar a capacidade operacional ou prolongar a vida útil. Por sua vez, a repotencialização abrange a substituição de partes ou componentes de um material de emprego militar com o objetivo de melhorar-lhe o desempenho. Por fim, a modernização consiste na modificação introduzida no material ou sistema, ou sua total substituição, com a finalidade de atualizá-lo ou readequá-lo às necessidades operacionais (BRASIL, 2016) Para todas as situações descritas anteriormente será iniciado um projeto, seja ele para revitalizar, repotencializar ou modernizar e, em alguns casos, para a sua desativação também, dependendo do grau de complexidade do sistema ou material de emprego militar.

No caso da desativação, será feito um planejamento, o qual regulará o seu recolhimento, desfazimento, que poderá ser sua venda, doação ou destruição, a logística reversa e o final do ciclo de vida.

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Do estudado, pode-se depreender que o ciclo de vida, principalmente nas suas duas primeiras fases, são um projeto na sua essência, onde é determinado um problema ou uma necessidade e realizado um planejamento para entrega de um produto que supra essa lacuna.

Foi observar a existência de reuniões decisórias ao fim de cada fase, objetivando ou o prosseguimento ou o encerramento, o que caracteriza o estudo continuado no negócio.

Na área civil ou mercadológica tradicional, de acordo com o Portal dos Administradores (2014), o ciclo de vida de um produto pode ser entendido como a história completa do produto através de suas fases de interação junto ao mercado: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Estabelecendo o conceito de obsolescência planejada, ou seja, os produtos já nascem com data prevista para serem retirados do mercado. As referidas fases são tratadas após a fase de gestão projeto e durante a fase seguinte de gestão de processo produtivo, que corresponde ao processo de produção continuada e com o produto ofertado para comercialização.

A seguir será detalhado e estudado com mais profundidade a primeira fase do ciclo de vida, a formulação conceitual, da qual vai derivar a reunião decisória mais importante.

2.3.1 Fase da Formulação Conceitual

O ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar é dividida, como vimos anteriormente, em quatro fases. Essas fases, por sua vez, são divididas em blocos, sendo feito de forma a facilitar o entendimento do assunto e, também, permitindo a localização rápida do ponto em que se encontra o ciclo de vida.

No caso da formulação conceitual ela é dividida em sete blocos, sendo conduzida pelo Órgão de Direção Geral, o Estado-Maior do Exército, que determina a realização de estudos para avaliar a possibilidade de preenchimento de lacuna e/ou manutenção de capacidade operativa (BRASIL, 2015).

Com a finalidade de orientar a concepção integrada do sistema ou material de emprego militar, o ODG elabora a Compreensão das Operações - COMOP, reunindo informações suficientes para o início da formulação conceitual. Tais como: missão, ambiente operacional, tipos de operações, funcionalidades a serem executadas e as intenções.

Com esses dados básicos e observando as normas de gerenciamento de projetos, o ODG emite a diretriz de iniciação de projeto, o qual poderá contar com a participação dos diversos

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órgãos setoriais e operacional, necessários para conduzir a concepção do sistema ou material de emprego militar desejado (BRASIL, 2013).

Esta concepção deverá gerar as Condicionantes Doutrinários e Operacionais - CONDOP, definindo o emprego e o desempenho esperado, os Requisitos Operacionais - RO, apresentando as características restritas aos aspectos operacionais, os Requisitos Técnicos, Logísticos e Industriais - RTLI, fixando os conceitos que o sistema ou material deverá ter para cumprir os RO, o Mapa de Tecnologias - MAPATEC, indicando as tecnologias necessárias e o projeto conceitual, um esboço do sistema delineado.

Por fim, será elaborado um modelo de obtenção, que nada mais é do que o estudo de viabilidade, conforme as normas de gerenciamento de projetos, com a finalidade de investigar a possibilidade de êxito do projeto (BRASIL, 2013).

De posse de todos os documentos descritos acima, será realizada a primeira reunião decisória, sob coordenação do ODS e com a participação de todos os órgãos setoriais e operacional envolvidos.

O tema dessa reunião de alto nível será decidir sobre o prosseguimento ou não do projeto e a forma de obtenção, que poderá ser por aquisição direta no mercado nacional ou internacional, pelo desenvolvimento por PD&I ou uma mescla de aquisição e desenvolvimento.

Fica entendido que pelo alto nível dos decisores, pelos valores envolvidos, pela capacidade que será gerada, dentre os principais aspectos, configura uma decisão é complexa.

O Chefe do Estado-Maior do Exército, como autoridade patrocinadora do projeto, caso ele seja estratégico, deverá confirmar o seu alinhamento, a relação custo/benefício para o Exército e a análise de riscos, emitindo a Diretriz de Implantação, o que caracteriza a abertura do projeto (BRASIL, 2013).

Toda seleção é sempre baseada em critérios, que podem ser, principalmente, operacionais, técnicos, logísticos e financeiros, o Exército considerando a sua Força Terrestre seu braço forte para cumprimento das suas obrigações constitucionais, orienta todo o seu preparo baseado em capacidades, que a seguir serão estudadas.

2.4 Capacidades Militares Terrestres e Operativas

O Exército Brasileiro, em 2013, considerando as suas áreas estratégicas do território nacional, o entorno estratégico e outras áreas de interesse, mapeou as capacidades militares

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terrestres e operativas necessárias para o cumprimento das suas missões constitucionais (BRASIL, 1988).

De acordo com Rodrigues (2013), o conceito de capacidade como forma de planejamento militar nasceu, por iniciativa dos pesquisadores do Exército dos EUA, no final da década de oitenta, com o fim da Guerra Fria. O objetivo era responder ao imperativo de substituir o planejamento baseado numa ameaça, que era então muito específica, por um planejamento pensado para enfrentar o imprevisto e o desconhecido, portanto, baseado na definição de um dispositivo que deveria estar disponível para um conjunto diversificado de situações.

O conceito de planejamento baseado em capacidades vem ao encontro do Livro Branco de Defesa, 2013, a Doutrina Militar de Defesa, 2007, a Estratégia Militar de Defesa, 2006 e a Doutrina Militar Terrestre, 2014, com vistas a se contrapor às ameaças dentro das áreas estratégicas, atuando no amplo espectro dos conflitos (BRASIL, 2007; BRASIL, 2006).

O que leva a necessidade de ter um conjunto de capacidades adequadas e flexíveis para conseguir a resposta desejada, independentemente do cenário que serão empregados (SACCHETTI et CAJARABILLE, 2002).

As capacidades mapeadas permitem ao Exército manter a sua Força Terrestre permanente apta a atuar em conjunto com as demais forças ou de forma isolada, tendo como farol a missão constitucional.

O conceito de capacidades permite uma melhor gestão do ciclo de vida das partes componentes da Força Terrestre, recursos humanos, sistemas e materiais, orientando, principalmente, os requisitos técnicos.

Desta forma, foi publicado em 2015 o Catálogo de Capacidades do Exército, pelo Estado-Maior do Exército, determinando as capacidades necessárias para a Força Terrestre.

Para o estudo em questão foram eleitas as capacidades abaixo, como as mais importantes:

- Mobilidade Estratégica, ser capaz de transportar uma força em grandes distâncias, proporcionando velocidade de intervenção e flexibilidade de emprego, entre áreas estratégicas diferentes do território nacional, do entorno estratégico e em área de interesse;

- Prontidão, ser capaz de, no prazo adequado, estar em condições de empregar uma força no cumprimento de missões, valendo-se de seus próprios recursos orgânicos e meios adjudicados;

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- Apoio de Fogo, ser capaz de apoiar as operações das forças amigas com fogos potentes, profundos e precisos, buscando a destruição, neutralização ou supressão de objetivos e das forças inimigas; e

- Gestão e Coordenação Logística, ser capaz de planejar, monitorar e controlar o apoio logístico direta ou indiretamente relacionado com a sustentação da força desdobrada, permitindo a identificação antecipada e solução das suas necessidades logísticas (BRASIL, 2015).

No Apêndice A são apresentadas as demais capacidades militares e operativas, com as suas definições.

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3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

A proposta dessa pesquisa é apresentar um modelo de análise multicritério, visando dar suporte nas decisões relativas ao ciclo de vida de materiais e sistemas de emprego militar.

Os principais participantes da pesquisa estão distribuídos da seguinte forma: o lócus da pesquisa é o Alto Comando do Exército, que é gerido pelos dirigentes máximos da instituição

“Exército Brasileiro”; o objeto da pesquisa é a decisão a ser tomada para a obtenção de equipamento militar; e, os sujeitos ou atores da pesquisa, que são compostos pelos decisores (gestores, seus assessores representantes e especialistas ou pesquisadores da área), agidos ou usuários do sistema (pessoas que usam o sistema e com relativa atribuição de decidir) e pelo moderador/relator responsável pela condução da presente pesquisa.

Ensslin et al. (2001) apresentam duas classificações de atores: intervenientes e agidos.

A separação entre intervenientes e agidos se dá a partir de sua ação passiva ou ativa no processo.

Neste estudo, os agidos são os militares que trabalham nos projetos do Exército e que irão responder aos questionários. Já os intervenientes são aqueles que possuem algum poder de decisão no processo e influenciam de acordo com valores pessoais, nesse caso os representes dos órgãos envolvidos. Estes atores estão apresentados na Figura Nº 2 – Atores da pesquisa.

O método científico compreende basicamente um conjunto de dados iniciais e um sistema de operações ordenadas, com o intuito de organizar a formulação de conclusões, de acordo com os objetivos predeterminados (TARTUCE, 2006).

A pesquisa foi baseada na formulação conceitual da documentação que regula o ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar no Exército Brasileiro.

Esta formulação conceitual é concebida por um grupo de trabalho, na maioria das vezes estabelecido pelo Estado-Maior do Exército e composto por representantes dos órgãos envolvidos, especialistas no assunto dentro das suas áreas. Na maioria das vezes da área operacional, científica e tecnológica e logística, podendo contar com a base industrial de defesa (BRASIL, 2016).

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3.1 Tipologia e descrição geral dos métodos de pesquisa

Figura Nº 1 - Resumo da classificação da pesquisa

Quanto à base de dados: Primária e secundária

A técnica de brainstorming é uma base ou fonte primária que se estrutura com a formação de um grupo criterioso de conhecedores do assunto parta gerar ideias ou fazer a Chamada “tempestade de ideias”.

A técnica de Grupo Focal é uma base primária que se desenvolve com a montagem de uma equipe multidisciplinar, que em reuniões e debates, com as áreas da instituição envolvidas com a decisão, segundo Duarte e Furtado (2014). O grupo tem como objetivo avaliar, discutir e validar os critérios, subcritérios, importância e determinar o seu sistema de medida, através do sistema de pesos, tudo de forma participativa, em conformidade com o método proposto por Borda (1871) onde se prioriza a avaliação das alternativas de acordo com as preferências do grupo envolvido na decisão (SILVA, 2015).

A aplicação de formulário de coleta de dados junto aos agidos também constitui uma base de dados primárias, por buscar na fonte direta as realidades identificadas pelas pessoas.

Para Severino (2016) a coleta de dados utiliza documentos em sentido amplo, e se diferencia da pesquisa bibliográfica pela natureza da fonte secundária. A pesquisa em si se sustenta a partir de documentos que ainda não foram analisados, ou que possa ser reelaborado.

CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA

BASE DE DADOS

PRIMÁRIOS

SECUNDÁRIOS

NATUREZA

APLICADA

BÁSICA

ABORDAGEM

QUALITATIVA

QUANTITATIVA

OBJETIVOS

DESCRITIVA

EXPLORATÓRIA

PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

PESQUISA DE CAMPO

PESQUISA DOCUMENTAL

TEMPORALIDADE

TRANSVERSAL

LONGETUDINAL

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Além de outros documentos que possam ser processados para extrair novas informações.

Exemplo: Relatórios empresariais, livros, periódicos científicos e tabelas.

A pesquisa documental também se caracteriza como secundária, conforme proposta, examinará as principais documentações oficiais disponíveis, que serão analisadas, de forma a identificar possíveis critérios que embasam a aplicação da ferramenta.

Quanto a natureza: É uma pesquisa aplicada

É uma aplicada por buscar orientação prática para solução imediata de problemas concretos do ciclo de vida.

Neste contexto, é uma pesquisa aplicada, por investigar uma solução para o desafio do decisor ao fim da fase da formulação conceitual.

População e amostra

De acordo com Hair Jr. (2005) a população alvo da pesquisa é definida como um grupo de elementos relevantes para o projeto de pesquisa e que compartilhem algum conjunto comum de características. No caso específico dessa pesquisa, a população é constituída por 10 militares do Estado-Maior do Exército, 30 militares do Escritório de Projetos do Exército e de 30 alunos do Curso de MBA em Gestão de Projetos, desenvolvido pela Universidade de Brasília, totalizando 70 militares.

A pesquisa foi aplicada em 39 militares, o que corresponde a uma amostra de 56% da população.

Quanto à abordagem: Qualitativa e quantitativa

Considera-se qualitativa a pesquisa que explora e busca os aspectos próprios dos acontecimentos e suas motivações, demandando a compreensão da subjetividade, onde prevalece a visão do sujeito (LANDRY, 1995).

A pesquisa passa a ser quantitativa ao determinar índices numéricos aplicados pela avaliação criterial, utilizando-se de indicadores de expectativas (ENSSLIN, 2001).

Caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto na modalidade de coleta de informação, quanto no tratamento delas. O que significa em números opiniões e informações para classificar e analisá-las, necessitando do uso de recursos e técnicas estatísticas.

Estas duas formas se completam por um processo de “triangulação”, numa espécie de combinação entre elas, fornecendo um quadro mais geral da questão em estudo, auxiliando na análise dos aspectos estruturais e processuais com o uso de abordagem multicritérios (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Quanto aos objetivos da pesquisa: Exploratórios e Descritivos

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A pesquisa é exploratória e descritiva, levando a ter mais proximidade com o problema.

Antecede outra pesquisa com planejamentos e estruturas mais sistematizadas.

É exploratória por ser baseada, principalmente, em entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado, participação em reuniões e apoio na literatura existente.

Destaca-se, também, como descritiva por procurar conhecer a natureza, as características, a composição e os processos que delimitam o problema. Os resultados apresentados podem ou não serem utilizados pelo decisor, isso não depende do pesquisador.

Quanto aos procedimentos técnicos: Pesquisa de campo

A pesquisa de campo tem por aspecto principal realizar uma ação de forma participativa, desde a nomeação do problema até a resolução e encaminhamento. É de caráter técnico.

A pesquisa de campo propõe a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo na solução dos problemas que se apresentam para serem solucionados (GIL, 2008).

Considerando os aspectos acima, será uma pesquisa de campo, pois, o autor participa da pesquisa como facilitador, de forma a propor uma solução para o desafio de quantificar a qualidade das capacidades militares terrestres.

3.2 Método de Pesquisa: MCDA-C

O Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão - Construtivista - MCDA-C, é indicado para decisões de problemas complexos, que levam em conta tanto os fatores quantitativos, quanto os fatores qualitativos, que consideram indispensáveis a incorporação dos aspectos subjetivos, para que esses aspectos sejam explicitados e quantificados, conforme ressaltam Ensslin et. Al (2001).

De acordo com os mesmos autores, Ensslin et. Al (2001), esse método parte do princípio que os envolvidos na decisão participam da construção do modelo de avaliação de alternativas, por procedimentos formais. Entendendo que não será encontrada a solução ótima, mas compreendendo o cenário decisório.

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3.2.1 Arcabouço Teórico do Método MCDA-C

A Multicriteria Decision Aid Constructivist, termo em inglês para MCDA-C, tem a sua origem na Pesquisa Operacional, que tem como proposta a obtenção de soluções precisas, partindo de elementos bem definidos, de acordo com Roy e Vanderpooten (1996).

O MCDA-C por sua vez é indicada para situações complexas, considerando indicadores quantitativos e qualitativos, podendo ser fatores ambientais, sociais, organizacionais, custos, variáveis físicas, dentre outras, de acordo com Ensslin et. Al (2001).

A seguir serão apresentados os conceitos necessários para o entendimento dessa metodologia.

3.2.1.1 Teoria Construtivista

A metodologia MCDA-C, como já foi possível depreender, é fundamentada no paradigma construtivista, seguindo o modelo de Jean Piaget, que constrói o conhecimento da interação entre o sujeito e o objeto estudado.

Para Silveira Jr. (2018) e Gomes (2007), essa metodologia tem como base o fato de reconhecer a importância da subjetividade de todos os envolvidos no processo decisório, onde suas interações dos valores, objetivos, critérios, aspirações, cultura, intuição, preferências, entre outros, permitirá a construção da base de apoio à decisão.

3.2.1.2 Benchmarking

O benchmarking é considerado um pressuposto para o método MCDA-C, por ser um processo de comparação das melhores práticas e processos da própria instituição ou empresa envolvida na decisão, como de outras que representam o que melhor existe (LEIBFRIED, 1994).

O benchmarking pode ser interno, quando compara os diversos órgãos internos da instituição ou empresa, e externo quando a comparação é com elementos de fora. De qualquer forma, ele é mais eficaz quando realizado de forma contínua e estruturada, e de longo prazo.

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3.2.1.3 Brainstorming

A “tempestade de ideias”, tradução livre para brainstorming, é uma atividade bastante difundida, consistindo em coletar um conjunto de ideias de um grupo de pessoas, e procurar um consenso de propostas para a solução de um problema específico.

No caso de estudo do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar, o grupo de trabalho envolvido no problema será de representantes dos diversos órgãos envolvidos no estudo da solução que irá atender à necessidade específica. O grupo será formados por especialistas, nas principais áreas envolvidas - em operações militares, logística, pessoal, ciência e tecnologia, dentre outras. Podendo ter representantes de empresas da base industrial de defesa.

Todas as informações coletadas serão apresentadas ao grupo focal.

No caso dessa pesquisa foram realizadas duas reuniões de brainstorming.

3.2.1.4 Grupo Focal

O Grupo Focal é a reunião de pessoas com conhecimentos mais específicos e ligados ao sistema ou material que está sendo estudado. É normalmente formado entre seis a dez componentes (BAUER; GASKELL, 2002).

O grupo parte das ideias levantadas no brainstorming e têm como proposta a validação e qualificação das informações levantadas. Normalmente, o mediador da atividade é pesquisador.

No caso desta pesquisa o grupo foi formado por sete especialistas no assunto.

3.2.2 Estruturação do Método de Pesquisa

O método MCDA-C sempre deverá possuir uma estrutura que servirá de base para os trabalhos a serem realizados, como será apresentada a seguir.

A escolha do Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão – Construtivista (MCDA-C) foi pautada no fato de que este instrumento é construído com a intensa participação de pessoas que participam dos processos analisados, conforme relata Rodrigues (2014), e por se tratar de uma ferramenta de apoio a decisão, cuja participação de gestores e personagens atuantes nos processos é fundamental, de modo a produzir conhecimento de modo metodológico, conforme ressaltam Roy (1993) e Landry (1995).

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Por tratar-se de uma ferramenta complexa, e para a melhor compreensão das atividades executadas, serão apresentadas com maiores detalhes cada etapa realizada, na sequência deste capítulo.

3.2.2.1 Rótulo da Pesquisa e Atores da Pesquisa

Para Ensslin et. Al (2001), o rótulo da pesquisa é a primeira etapa, é o enunciado do problema, ele deve ser objetivo e claro, delimitando o escopo decisório e facilitando alcançar a solução. Para essa pesquisa, o rótulo determinado foi: ‘Requisitos Operacionais do Obus 105mm Auto Rebocado da Linha de Fogo das Brigadas Leve, Paraquedista, Selva e Motorizada’.

No que toca aos atores da pesquisa, Ensslin et. Al (2001) atribuem um papel de destaque, apresentando como fundamentais ao modelo, considerando o modelo construtivista. A maior parte desses atores são estão presentes no grupo focal e fazem parte da instituição.

Ensslin et. Al (2001) apresentam duas classificações de atores: os intervenientes e os agidos, essa separação se mostra pela ação de cada um, podendo ser ativa ou passiva no processo.

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Diretorias Estratégicas:

Alto Comando do Exército Estado-Maior do Exército

Representantes:

Diretos: Militares pertencentes:

ODG, ODOp e ODS Indiretos: Especialistas

P R O C E S S O

D E C I S Ó R I O

Agidos:

Executores de Projetos

Moderador:

Pesquisador

Moderador:

Pesquisador

Evento a Avaliar:

Requisitos Operacionais do Obus 105mm Auto Rebocado da Linha de Fogo das Brigadas Leve, Paraquedista, Selva e Motorizada.

Figura Nº 2 - Atores da pesquisa

3.2.2.2 Brainstorming e Identificações Preliminares

Definido o rótulo da pesquisa e seus atores foi possível realizar o brainstorming, onde foram levantadas as ideias. Em seguida foram identificados os pontos de vista elementares (PVE) da pesquisa.

3.2.2.3 Pontos de Vista Elementares (PVE)

Segundo Ensslin et. Al (2001), os Pontos de Vista Elementares são objetos, valores, metas e ações considerados pelos decisores como pontos pertinentes para o objeto da pesquisa.

No caso desta pesquisa serão utilizados, como referencial para definição dos pontos de vista elementares, as capacidades operativas apresentadas anteriormente.

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