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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

A PADRONIZAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO PROCESSO JURISDICIONAL CIVEL: UMA CRÍTICA À NOVA

CIÊNCIA DO DIREITO 1

Matheus Boniatti Feksa 2

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO; 1. A ALTA MODERNIDADE E O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO: antecedentes históricos das novas tecnologias e o surgimento da Inteligência Artificial; 2. A APLICAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA O APERFEIÇOAMENTO DE TAREFAS DO PODER JUDICIÁRIO: O início de uma nova era; 3. DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL CONGÊNERE À AUTOMATIZAÇÃO PROCESSUAL: um olhar direcionado ao no processo jurisdicional civil. CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS.

RESUMO

O advento da modernização em meio ao judiciário já é uma realidade inegável. No entanto marchar ao encontro de padronização de decisões pela informática do direito, visando uma ciência exata seria resultar em uma ciência na qual o progresso e transformações conforme a atividade social/fática não impulsionassem o surgimento de novos direitos ou a readequação dos já positivados. Partindo desta reflexão, o presente artigo se propôs a examinar, por meio de uma análise doutrinário-crítica, os impactos do avanço da nova técnica automatizada do direito, especialmente considerando as configurações de um fordismo jurídico. Com efeito, buscou-se responder qual a possibilidade de implementação da Inteligência Artificial no processo jurisdicional cível e quais seriam as possíveis consequências, no que tange ao avanço dos direitos já positivados e o advento de novos direitos por meio da prestação jurisdicional. Para fluência do presente trabalho, optou-se pela utilização do método de abordagem hipotético-dedutivo tendo como fito a análise da problemática quanto às falhas da ciência jurídica fordista. Ademais, utilizou-se dos métodos de procedimento monográfico e histórico, aliados à técnica de pesquisa bibliográfica, para melhor análise do tema e embasamento da análise crítico-conclusiva. Finalmente, o que se depreende é a necessidade de aprimoramento constante e estudos aprofundados antes da máquina artificial que não é capaz de, sequer, entender os princípios básicos do direito como uma garantia de humanidade do cidadão, adentrar à produção de sentenças, estas tão bem analisadas pelos magistrados, figuras seculares que não podem serem descartadas pelo progresso ao progresso.

Palavras-Chave: Inteligência Artificial; Fordismo Jurídico; Softwares; Padronização Sentencial Civil.

1 Artigo realizado como requisito de obtenção parcial de aprovação da disciplina de Trabalho Final de Graduação II, do Curso de Direito da Faculdade Metodista Centenário – FMC, sob a orientação do(a) Profª. Drª. Michele Camargo

2 Acadêmico do Curso de Direito da FMC. Endereço eletrônico: boniattiboni@gmail.com

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THE STANDARDIZATION OF JUDICIAL DECISIONS BY ARTIFICIAL INTELLIGENCE IN THE CIVIL JUDICIAL PROCESS: A CRITIQUE OF THE NEW

SCIENCE OF LAW

SUMMARY: INTRODUCTION; 1. HIGH MODERNITY AND TECHNOLOGICAL DEVELOPMENT: historical background of new technologies and the emergence of Artificial Intelligence; 2. THE APPLICATION OF ARTIFICIAL INTELLIGENCE FOR THE IMPROVEMENT OF JUDICIAL POWER TASKS: The beginning of a new era; 3. FROM CONGENERIAL ARTIFICIAL INTELLIGENCE TO PROCESS AUTOMATIZATION: a look at the civil judicial process.

CONCLUSION. REFERENCES.

ABSTRACT

The advent of modernization in the judiciary is already an undeniable reality. However, to march towards the standardization of decisions by the informatics of law, aiming at an exact science would result in a science in which progress and transformations according to social/practical activity would not drive the emergence of new rights or the readjustment of those already established. Based on this reflection, the present article proposed to examine, by means of a doctrinal-critical analysis, the impacts of the advance of the new automated technique of law, especially considering the configurations of a legal fordism. In effect, we sought to answer what is the possibility of implementing Artificial Intelligence in the civil jurisdictional process and what would be the possible consequences, with regard to the advancement of rights already established and the advent of new rights through jurisdictional provision. For the flow of this work, the hypothetical-deductive approach was chosen, with the purpose of analyzing the problematic regarding the failures of the Fordist legal science.

Furthermore, the monographic and historical methods of procedure were used, together with the bibliographical research technique, for a better analysis of the theme and the basis of the critical- conclusive analysis. Finally, what can be deduced is the need for constant improvement and in-depth studies before the artificial machine, which is not even capable of understanding the basic principles of law as a guarantee of the citizen's humanity, enters into the production of sentences, which are so well analyzed by magistrates, secular figures who cannot be discarded by progress to progress.

Key Words: Artificial Intelligence; Legal Fordism; Softwares; Civil Sentential Standardization

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“Na vida urbana, impessoal e mecanizada, o homem já não pode ser aquilo que ele faz; é aquilo que ele encontra feito na sequência das coisas acabadas e uniformizadas que ele consome, tornando-se um objeto amorfo entre outros objetos amorfos.”

(Flávio Loureiro Chaves)

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Dedico este trabalho à minha família, em

especial às minhas avós, que me

ensinaram a ser um homem de coragem e

garra e aos meus avôs, in memoriam, que

sempre me incentivaram a encontrar o

limite das minhas forças e a ultrapassá-lo.

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INTRODUÇÃO

Séculos antes da eclosão do direito digital ou de grandes ideais para a ciência do direito, as transformações jurídicas decorrentes das sociais já foram objetos de estudos filosóficos 3 .

Atualmente, transformações sociais são fenômenos comuns e constantes em qualquer sociedade contemporânea, a sede por novas formas de acesso à justiça e segurança é o que move o ser social a ainda usar cadeias artificiais – neste tempo, as de inteligência artificial – e estudos para que o objetivo à alcançar seja o da celeridade na conquista de novos direitos e na reciclagem de antigos. O ponto central não é a celeridade, sequer a incessante busca dela, mas sim a consequência que a aceleração ocasiona. A produção em massa de sentenças no meio civil poderá progredir com direitos? A máquina jurídica não está preparada para comportar exatidão em decisões das mais diversas áreas, uma vez que a analogia do aparato jurídico é fundamental para a resolução de conflitos surgidos destas modificações sociais.

Decorrente da evolução tecnológica, pelo desenvolvimento da informatização em rede e pela digitalização da maioria dos meios laborais, a nova ciência do direito, aqui diretamente relacionada à padronização judicial, também pode ser denominada como fordismo jurídico.

O nominado Fordismo Jurídico acaba sendo a produção em massa de decisões judiciais, estas baseadas em ferramentas tecnológicas sobre as quais ainda não há comprovação de que haveria uma apreciação correta pela legislação vigente, muito menos em prover uma atualização legal, visto ser o processo decisional, como também o processo legislativo, um procedimento que carece de analogias.

O contraste decorrente da falta de uma base sólida teórica importa para o entendimento das consequências da futura massificação judicial perante o ordenamento jurídico que, em partes, não tem uma estrutura formada de modo concreto a recepcionar o acompanhamento e adequações das revoluções digitais,

3

Segundo Thomas Hobbes, (1974, cap. 21): os homens, tendo em vista conseguir a paz, e através

disso sua própria conservação, criaram um homem artificial, ao qual chamamos Estado, assim

também criaram cadeias artificiais, chamadas leis civis […]”.

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gerando desta forma uma possível ofensa à conjuntura de direitos positivados e futuros adventos de novas tutelas de direito em textos legais. Não é por menos que a análise feita por inúmeros doutrinadores modernos sugere a reforma dos tipos de decisão tomadas pelos operadores do direito, visto a dificuldade de encontrar, em meio a diferentes entendimentos uma decisão exata para o caso concreto.

Os sentenciamentos são processos de entendimento construídos por análises legais, portanto, não podem ser considerados uma forma de resultado irredutível, visto que toda a norma tem textura aberta para analogias necessárias.

Logo, a implementação e utilização da inteligência artificial aplicada à informática do direito, ira encaminhar a ciência do direito para um futuro sem pretensões, no que diz respeito especialmente às normas e sentenças serem dotadas deste caráter análogo e interpretativo.

A adequação do direito à mudança é de total necessidade, já que a digitalização dos processos já é realidade. No entanto, marchar ao encontro de padronização de decisões pela informática do direito, visando uma ciência exata seria resultar em uma ciência na qual o progresso e transformações conforme a atividade social/fática não impulsionassem o surgimento de novos direitos ou a readequação dos que há muito ficaram obsoletos.

A fim de exaurir o tema de forma objetiva, o artigo irá evidenciar os contornos propiciados pelas novas tecnologias informacionais aplicadas à esfera jurisdicional, informando o leitor de uma maneira pedagógico-construtiva de como o processo evolutivo dessas tecnologias acorreu até o surgimento das Inteligências Artificiais e o momento de sua inclusão no Poder Judiciário. Ainda, pretende-se analisar a evolução da aplicação das Inteligências Artificiais por meio de softwares dotados de dados, sejam eles automáticos, retirados da rede ou por alimentação humana, evidenciando as possíveis consequências e eficácia da massificação das decisões (o novo “fordismo judicial”), no que diz respeito ao alcance de direitos já positivados e de novos direitos por meio da legislatura advinda do processo decisional civil.

Para tanto, o tema do presente trabalho será seccionado em três capítulos:

o primeiro capítulo amadurecerá a ideia da evolução tecnológica dos aparatos

informacionais, até o momento do surgimento da Inteligência Artificial, sua

conceituação e quais são as suas características no que diz respeito aos seus usos;

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O segundo capítulo passará a englobar algumas possibilidades de inserção da inteligência Artificial no poder judiciário; Por fim, o terceiro capítulo adentra ainda mais na esfera judicial e analisa a possibilidade de inclusão da inteligência artificial como ferramenta para proferir sentenças cíveis, relacionando os métodos sentenciáveis com a grande discussão entre Hart e Dworkin, havendo sempre um resgate da própria evolução da inteligência artificial para que haja correlação durante o desenvolvimento do assunto a fim de orientar o leitor e encaminhar a construção da ideia para conclusão.

Durante o desenvolvimento do artigo, o discorrer do assunto far-se-á por meio do método de abordagem hipotético-dedutivo tendo como fito a explanação da possível problemática quanto às falhas da nova ciência jurídica. No que diz respeito ao método de procedimento, utiliza-se da combinação do método monográfico para a formulação da base teórica, juntamente com o método Histórico, que resgata a evolução das tecnologias de informação e comunicação até o surgimento da Inteligência Artificial, a fim de levantar aspectos para uma crítica construtiva baseada na possibilidade ou não da efetivação da implementação da Inteligência Artificial como ferramenta para obter os julgados processuais civis, tomando como base a estruturação da evolução digital e da nova ciência do direito.

Ademais, a técnica de pesquisa a ser utilizada srá a Bibliográfica, a fim de desvendar os principais conceitos e abordagens que tangencia a problemática da temática proposta, e quanto à linha de pesquisa, o trabalho se encontra inserido na linha "Novos direitos na sociedade globalizada”, uma vez que o estudo baseia-se no Direito de Informática a fim de realizar uma crítica aos problemas da desigualdade no que tange à ameaça de exclusão ou supressão de direitos.

1. A ALTA MODERNIDADE E O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO:

antecedentes históricos das novas tecnologias e o surgimento da Inteligência Artificial

A história da humanidade transcorre em tempos de conflitos e

transformações. A linha contínua dos eventos históricos durante os marcos

seculares tornou-se cada vez mais calejada devido aos grandes acontecimentos

sócio revolucionários, independente da data a ser tratada. O ser humano, sendo um

ser social de caráter evolutivo precisa transformar o seu meio para que ele consiga

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adequá-lo às suas necessidades, as quais podem se perpetuar as mesmas ou serem somente daquele próprio lapso temporal. Isso é evolução.

Foi a partir de um período de profunda mudança na esfera global que a era informacional teve, de fato, o início. A Segunda Guerra mundial fora a responsável pela criação do primeiro computador, um marco central da revolução de tecnologias no Século XX, sendo o início da conectividade em rede, entretanto far-se-á mister destacar que a revolução tecnológica não começou exatamente neste momento, fora em 1947 que o primeiro transitor (popularmente conhecido como CHIPS) foi criado, dando espaço para em 1957 o primeiro circuito integrado de transitores (os quais até hoje fazem parte do sistema de computadores, responsáveis por impulsionar eletricamente os chips da máquina) e resultando por fim em 1971 no primeiro microprocessador criado pela tecnologia INTEL, pelo engenheiro Ted Hoff, iniciou-se de esta forma a “revolução dentro da revolução”. (CASTELLS, 1999, p. 80)

“É claro que essa capacidade de desenvolvimento de rede só se tornou possível graças aos importantes avanços tanto das telecomunicações quanto das tecnologias de integração de computadores em rede, ocorridos durante os anos 70”

(CASTELLS, 1999, p. 81), alavancando a troca informacional e criando a necessidade de uma rede mundial para compartilhamento de informações em alta velocidade.

Com o advento da Internet fora possível essa troca. A internet, cujo objetivo era apenas de comunicação militar acabou popularizando-se no meio civil devido ao uso para pesquisas científicas e compartilhamentos de resultados, tornando-se um meio de comunicação veloz entre a informação compartilhada em rede e seus usuários, já que “mais tarde, a tecnologia digital permitiu o empacotamento de todos os tipos de mensagens, inclusive de som, imagem e dados, criou-se uma rede que era capaz de comunicar seus nós sem usar centros de controles.” (CASTELLS, 1999, p. 82).

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC's) foram as responsáveis pelo desenvolvimento ainda maior da internet, já que com o desenvolvimento tecnolíógico “surgiram novas tecnologias, que se propagaram pelo mundo como formas de difusão de conhecimento e facilitaram a comunicação entre as pessoas, independentemente de distâncias geográficas” (RODRIGUES, 2014, p.

3).

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A sociabilidade pós-revolução digital foi transformadora de preceitos não só visuais como também de princípios morais fundamentais, conforme já ocorre com ideias que no início dos anos 2000, que em tempos anteriores eram a solução para a corrida digital, alavancaram ainda mais o mercado das inovações digitais, que em poucos anos viram seus planos perdendo força ou abrindo oportunidades para uma infinidade de outras genialidades informacionais.

É o que ocorrera com a crença comum de que a nanotecnologia seria o grande passo para o futuro, este marcado pela Quarta revolução Industrial, a qual inovou a área da informática e aprimorou todas as tecnologias de informações para que pudessem adquirir um caráter inteligente.

Destaca-se que, segundo Klaus Schwab (2014), a Quarta Revolução Industrial, não se limita apenas a sistemas e máquinas dotadas de capacidade de raciocínio e interconectadas. Novas descobertas acontecem a todo o momento em todas as áreas abrangidas pela ciência da tecnologia informacional. A quarta Revolução Industrial é o reconhecimento de que toda a área é passível de cyborguização, informatização de seu meio físico e mediante estas mudanças se reveste da capacidade de inovação constante, tal como acontece com verificação genética e várias descobertas com nanotecnologia.

Não obstante, mister destacar que não fora considerado que para antes de haver a nanotecnologia e ao mesmo tempo como consequência da própria, as inteligências artificiais e a produção massiva de padrões informacionais seriam o resultado do simples desenvolvimento das próprias TIC’s, principalmente pela objetificação da facilidade em meio produtor intelectual.

As relações pessoais com a máquina e entre máquinas (M2M) serão os grandes responsáveis por esse futuro supracitado. O ser humano estará se aposentando da linha de frente na atuação de criação de protótipos, uma vez que a inteligência mecânica e a coordenação motora da máquina serão muito mais eficazes para produção cada vez mais rápida, a fim de acompanhar a velocidade da revolução digital, que ainda está em construção, o que já é uma realidade no sistema judiciário de inúmeros países.

A consequência da velocidade e da evolução tecnológica em diversas áreas

é o “Paradigma tecnológico” (CASTELLS, 1999, p. 97), explicado pelo sucateamento

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das informações de maneira cíclica, transformando constantemente tudo o que faz parte da rede de dados ao passo que integra as informações cada vez maiores.

Entende-se então que “a mudança contemporânea de paradigma pode ser vista como uma transferência de uma tecnologia baseada principalmente em insumos baratos de energia para outra que se baseia predominantemente em insumos baratos de informação” (FREEMAN, 1988, p. 207) decorrentes do constante avanço das facilidades pelo meio digital e informacional.

É graças ao desenvolvimento de peças eletrônicas em meados do Século XX que a perscrutação na ciência da Inteligência Artificial iniciou-se “estimulada pela invenção dos computadores modernos. Isto inspirou uma inundação de novas ideias sobre como as máquinas poderiam fazer o que só as mentes tinham feito anteriormente” (MINSKY, 1985, p. 19 – Tradução Livre) 4 .

A inteligência Artificial pode ser caracterizada como, segundo Pierre de Latil, o desenvolvimento de uma máquina em que “o homem lhe confia parte do seu poder criador.” (LATIL, 1959, p. 55).

É de bom alvitre destacar que a Inteligência artificial não é necessariamente a autonomia da máquina, ou a capacidade humanoide do aparelho eletrônico, a IA depende do aprendizado da máquina, uma vez que alimentar a máquina com dados matemáticos e sínteses lógicas para que ela reproduza ações de maneira constante e imutáveis não caracteriza a possibilidade de Automação inteligente e processo de raciocínio condizente com a capacidade humana, indo a este encontro entende-se que “Dispositivos de IA emulam as diversas capacidades do cérebro humano e se apresentam como máquinas com comportamentos inteligentes que sintetizam e automatizam tarefas intelectuais.” (CANTALI, 2019, p. 10)

A conceituação de Inteligência Artificial acaba por fluir ao decorrer dos anos em que é objeto de estudo, o que se justifica pelo fato de estar em constante análise por mais de 70 anos. Contudo, todos os conceitos acabam afunilando a ideia de que o objetivo central da Inteligência Artificial, segundo o Professor Dr. Paulo Sá Elias (2009), é a possibilidade de toda e qualquer máquina – sejam estas: computadores, humanoides robotizados e outros dispositivos ou sistemas com a eletrônica

4 “Research in the modern science of Artificial Intelligence started only in the 1950s, stimulated by the

invention of modern computers. This inspired a flood of new ideas about how machines could do what

only minds had done previously (…)” (Texto Original)

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integrada, informática ou outras tecnologias avançadas – realizarem simples tarefas que são características da inteligência humana: planejamentos, compreensão de linguagens, reconhecimentos variados ou raciocínio lógico.

O universo da Inteligência artificial transborda apenas conceitos mutantes ao decorrer do estudo. Para grandes renomes, a IA pode ser dividida em forte ou fraca, levando em consideração a habilidade de “raciocínio” que a máquina detém, não inicial, mas ao decorrer da realização da sua tarefa na qual foi programada, é o que conceitua Scott Hartley (2017). Para o autor, a Inteligência Artificial no sentido fraco limita-se ao fornecimento de uma única ferramenta com probabilidade de respostas rigorosas e precisas, mas ainda com capacidade limítrofe, enquanto na direção oposta, a Inteligência artificial forte consegue estabelecer fronteiras concretas com a capacidade de raciocínio: “no sentido de que, se lhe são dados os programas corretos pode-se dizer que eles entendem e que eles têm outros estados cognitivos.

[...] os programas constituem as próprias explicações”. (HARTLEY, 2017, p. 417).

Hoje a inteligência artificial é uma divisão da ciência informacional que se dispõe a elaborar dispositivos que sejam dotadas da capacidade humana de raciocinar, resolver problemas, chegar a decisões concretas e perceber semelhanças, enfim, a capacidade de ser inteligente, e dentro do vasto ramo da inteligência artificial, há maneiras de configurar a maquina para que ela identifique assuntos e selecione aspectos previsíveis, a fim de regular o andamento do raciocínio, dividindo-se em “Analytics e Machine Learning.” (PINTO, 2020, p. 47).

O termo Analytics diz respeito à capacidade de analisar dados a partir de configuração humana, enquanto o machine learning pode prever e generalizar padrões específicos a partir da configuração humana ou não, ou seja a máquina poderá pelo cruzamento de dados, padronizar inúmeras situações (PINTO, 2020, p.

43-60). O Machine Learning é um dos principais pilares da Inteligência artificial para

inserção no sistema judiciário, este se resume, de maneira a conceituá-lo

diretamente, na “capacidade do sistema para interpretar corretamente dados

externos, aprender a partir desses dados e utilizar essas aprendizagens para atingir

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objetivos e tarefas específicos através de adaptação flexível” 5 (KAPLAN &

HAENLEIN, 2019, p. 17).

A prática denominada de “mineração de dados” tomou grande importância no que se refere à análise de textos legais a fim de produção de padrões judiciais, pois ela é uma disciplina que engloba inúmeros outros assuntos diversos no campo do conhecimento, e é diretamente ligada com a capacidade de aprender da máquina, além do “ reconhecimento de padrões, computação natural, visualização de dados, processamento de imagens e de sinais, analise espacial de dados, inteligência artificial, entre outras.” (DE CASTRO, 2016, p. 7), ferramentas utilizadas durante a atuação da máquina para busca de padrões.

A paulatina implementação da nova tecnologia ainda deixa lacunas nas capacidades que pode alcançar e o modo pelo qual far-se-á implantada para que haja efetivação do uso total de uma capacidade contributiva para a ciência jurídica, especialmente na hermenêutica para com a manutenção ou formulação de novas legislações, ainda que as ferramentas utilizadas, físicas ou programáticas, careçam de melhorias. É para evidenciar a inserção destas novas tecnologias e suas funcionalidades que se passa a expender a seguir, circundando as novidades informacionais ingressoras nas rotinas do poder judiciário.

2. A APLICAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA O APERFEIÇOAMENTO DE TAREFAS DO PODER JUDICIÁRIO: O início de uma nova era.

Atualmente a disponibilidade de pluralidade de demandas frente às varas cíveis, referentes aos mais variados direitos é o antagonismo referente à máquina jurídica devido à lentidão do aparato judicial. O sistema jurídico está pujando para acompanhar as mudanças relativas às novas tecnologias na ciência do direito, no entanto o que temos, em sua maioria, é uma máquina de julgar ainda ociosa para adaptação e apenas integrando meios informáticos de maneira desordenada a fim de garantir algum resultado.

As tecnologias informacionais seriam o início da construção de uma possível solução para que o judiciário se adaptasse aos novos meios tecnológicos, uma vez

5 “a system’s ability to interpret external data correctly, to learn from such data, and to use those

learnings to achieve specific goals and tasks through flexible adaptation” (Texto Original)

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que estas “dizem respeito basicamente ao desenvolvimento de programas (software) que organizem, armazenem e manipulem os dados e informações de tal forma que facilite a compreensão destes por um universo infinito de interessados.” (ROVER, 1999, p. 283).

A inteligência Artificial que circunda todas as novas TIC’s está em constante aprimoramento e tem a capacidade de aprender à medida que integra dados ao seu banco (Machine Learning), a fim de facilitar cada vez mais a rotina diária de todos os seus usuários, define-se a técnica, intimamente relacionada às IA’s, como a capacidade de o algoritmo poder ser “construído de tal modo que contenha instruções que determinam o modo pelo qual o próprio algoritmo “aprenda” com as experiências – tal qual um ser humano - e possa [...], realizar as mesmas tarefas de modo a retornar outputs mais adequados” (VALENTINI, 2017, p. 57).

Neste sentido, estabelece Egmont Hiller (1973) que os computadores possuem, a opção de lembrar e aprender, querendo significar que a capacidade de armazenamento das informações alimentadas à máquina resultam em indicações e experiências por intermédio da própria programação. O aprender da máquina é a modificação do comportamento decorrente de informações sobre o mundo exterior que foram inseridas no banco de dados do programa. Resulta-se, portanto na premissa que “a aprendizagem automática é um campo de estudo que dá aos computadores a capacidade de aprender sem serem explicitamente programados.” 6 (SAMUEL, 1959, p. 210).

A aplicação de estas tecnologias é evidenciada em inúmeros atos processuais do poder judiciário, as mesmas “são voltadas ao aperfeiçoamento das atividades e podem ser aplicadas para auxiliar o raciocínio casuístico relacionado ao aprimoramento da performance argumentativa, associativa e discricionária dos magistrados” (PINTO, 2020, p. 47), somado, há a possibilidade de utilização de ferramentas tecnológicas em diversas partes processuais, uma vez que há a utilização destes programas para realizar multifárias tarefas durante o percurso

6 “Machine Learning is a field of study that gives computers the ability to learn without being explicitly

programmed.” (Texto Original)

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processual e não somente durante, como também, anterior ao inicio da apreciação da lide processual. (SARTOR; BRANTING, 1998, p. 110 - tradução livre). 7

De maneira objetiva, conforme explicitado em capítulo anterior à mineração de dados textuais tem profunda ligação com o direito, ainda mais no que diz respeito à possibilidade de padronização de qualquer forma documental a ser produzida pelo utilizado do judiciário, de modo lógico destaca-se, pelos conhecimentos de Deivid Augusto Werner (2019), que a premissa de que com a inserção desta técnica poderá –a mineração de dados– alcançar características da escrita como elementos textuais, alfabéticos ou numéricos que estejam inseridos no texto a ser analisado para que a o software seja capaz de transmitir algo a ser utilizado pelo programa para encontrar padrões textuais. “Numa perspectiva jurídica, atributos de textos jurídicos seriam números de leis, de decretos, normativas, siglas do Direito, siglas de impostos, palavras em latim, tesauro jurídico, e assim por diante.” (WERNER, 2019, p. 28)

A informática do direito no que tange ao uso de Inteligência Artificial para análise textual de processos a fim de agrupamento de temas mais recorrentes de repercussão geral, abriu espaço para o possível uso da ferramenta, ainda que distante possibilidade, para “oferecer pareceres e apontar resultados mais precisos para processos judiciais” (PINTO, 2020, p. 48).

A inteligência artificial não tem aplicação fechada na ciência do direito, e já encontra-se aplicada em inúmeros momentos processuais com auxilio de diferentes programas dotados de diferentes formas de funcionamento: Document Analisyss,

7 “As a reply to those challenges, AI & law has developed increasingly sophisticated models and techniques that address many of the concerns of the critics of earlier AI models, including case-based reasoning, formal dialectics, theory construction, neural networks, formal argumentation and negotiation, intelligent document assembly, and tools for supporting discretional decision-making.

These achievements are useful and important for the judiciary, because they provide a deeper and clearer understanding of some aspects of judicial problem-solving, and an effective support to the judges and their collaborators. Judges, squeezed between tightened budgets and increasing demands for justice, are desperately trying to maintain the quality of their decision-making process while coping with time and resource limitations. Flexible AI tools for decision support may promote a sufficient degree of uniformity and efficiency in judicial practice, while supporting a rational exercise of judicial discretion (and so possibly help to prevent, for example, the draconian rigidity of compulsory sentencing guidelines). In the same way, AI may help to reconcile flexibility, efficiency and accuracy in complementary tasks, such as the drafting of various judicial documents. In conclusion, we believe that the judiciary is in the early stages of a transformation in which AI technology will make the judicial process faster, cheaper, and more predictable without compromising the integrity of judges’

discretionary reasoning.

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Document Delivery, Legal Advisor Support, Case outcome prediction e o Public Legal Education. (CHITTENDEN, 2017, p. 6-7)

A tecnologia pensante por meio de softwares independentes já vem sendo aplicada em vários tipos de atividades referentes ao dia-a-dia jurídico como, respectivamente ao supramencionado: a análise de documentos, a entrega de documentação, as práticas de análises judiciais para auxiliar nas futuras decisões, a revisão de casos similares para previsionar outros novos casos e facilitar o entendimento da aplicação da lei para os leigos que estão passando por processos civis de baixa complexidade.

O Legal Adviser Support (LAS) é a porta de entrada para a Inteligência Artificial provar seu valor referente às decisões judiciais. O LAS é um consultor jurídico que, além de disponibilizar ao advogado que o usa um parecer mais conveniente de acordo com as informações que lhe foram dadas, também monitora todas as decisões judiciais que porem ter relação com a prática processual do caso em que o advogado está lhe consultando, desde que estas sejam proferidas no lapso temporal do processo.

O programa de Legal Adviser Support acaba encontrando uma barreira em sua própria base de dados, acabando por restringir e fechar as possibilidades de uso argumentativo dos profissionais que utilizam da analogia aos aparatos legais, diferentemente de tecnologias que já encontram-se sendo aplicadas pela corte judiciária nacional, matéria concretizada com a utilização da Dra. Luzia. (PINTO, 2019, p. 49).

A Dra. Luzia é responsável por produção de peças processuais que auxiliam a Fazenda Pública em processos de execução fiscal, “dado que o processador do robô é capaz de buscar em seu banco de dados as informações requeridas pelo magistrado em suas decisões interlocutórias, como endereços, veículos e imóveis.”

(SANTOS; PEREIRA; GANDRA, 2019), beirando uma miscelânea de funções das formas de aplicação da inteligência artificial.

Em desencontro de um simples software para colaboração, Victor foi além da simples prestimosidade ínfima. O software foi desenvolvido e está sendo alimentado para que sua funcionalidade não seja cerceada pelo simples auxílio em peças processuais, mas também em análises.

O Software denominado VICTOR

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“está na fase de construção de suas redes neurais para aprender a partir de milhares de decisões já proferidas no STF a respeito da aplicação de diversos temas de repercussão geral. O objetivo, nesse momento, é que ele seja capaz de alcançar níveis altos de acurácia – que é a medida de efetividade da máquina –, para que possa auxiliar os servidores em suas análises. [...] VICTOR não se limitará ao seu objetivo inicial.”,

VICTOR é, também, um software responsável pela separação de demandas processuais que tem como base a repercussão geral a fim de facilitar o trabalho de julgados do Supremo Tribunal Federal.

Nota-se que estes softwares em uma perspectiva presente de funcionalidade, não desempenham papeis além do mero auxilio processual, diferentemente da busca por sentenciamento, qual fora o motivo que tornou falho o Case Outcome Prediction: A busca pela padronização de julgados. Procurar por universalizações de termos jurídicos em sentenças de diferentes casos para prever julgados dos próximos que seriam análogos ao analisado a fim de guiar o advogado em uma determinada argumentação que levasse ao deferimento de seus pedidos perante o caso concreto não demonstrou efetividade. O que acontece é que o software não encontrou – dos 79% de precisão das previsões feitas – similaridades entre termos jurídicos, e fora concluso que “em vez de argumento legal sendo preditivos dos resultados dos casos, os mais confiáveis eram os elementos não legais: linguagem utilizada, tópicos abordados e circunstâncias mencionadas no texto do caso.” (CHITTENDEN, 2017, p. 5 – Tradução Livre) 8

Mostra-se que a Inteligência Artificial ainda é uma ferramenta que necessita de ajustes para que consiga atingir seu objetivo principal: a capacidade humana de raciocinar. Dentro desse contexto, que se faz urgente e necessário tratar sobre a inteligência artificial e sua aplicação imediata no que diz respeito ao processo decisório jurisdicional civil e suas imediatas consequências.

O tratamento das novas perspectivas possíveis com a aplicação da Inteligência Artificial auxiliando e até mesmo na tentativa de substituir o magistrado na decisão judicial resgatou a possível necessidade de adequação de teorias que outrora embasaram críticas profundas da forma como os operadores do direito influíam no modo de sentenciar. Nos dias de hoje não subsistem mais teorias que defendem a posição do juiz enquanto um mero aplicador da lei, sem que haja a

8 “It found that rather than legal argument being predictive of case outcomes, the most reliable factors

were non-legal elements: language used, topics covered and circumstances mentioned in the case text.” (Texto

Original)

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discricionariedade para que ele possa sentenciar de maneira fundamentada as lides ou hard cases. Dentro dessa perspectiva, e a partir de um resgate das reflexões propostas por Hart e Dworkin, o capítulo seguinte passará a analisar como as Inteligências Artificiais adentraram na prática jurisdicional do poder judiciário.

3. DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL CONGÊNERE À AUTOMATIZAÇÃO PROCESSUAL: um olhar direcionado ao no processo jurisdicional civil

O desenvolvimento tecnológico do final do século XX e os ideais positivistas desenvolvidos por juristas conhecidos como Hans Kelsen, Dworkin e Bobbio, resultaram no entendimento de que a argumentação jurídica a curtos passos tenta acompanhar as novidades das inovações informáticas ao decorrer do tempo.

É evidente a premissa futura do sistema judiciário de todos os países que precisam ter celeridade no seu processo civil: a inteligência artificial será introduzida para facilitar, acelerar lides, poupar os magistrados de abarrotamentos processuais e sobrecargas do judiciário. Não obstante, a obscuridade que circunda a aplicação dos mecanismos tecnológicos dotados de inteligência encobre as respostas procuradas referentes à celeridade e capacidade da inteligência artificial de não prejudicar a formação dos julgados para que estes perpetuem a aplicação do ordenamento jurídico de maneira eficiente e adequada ao caso concreto.

É pelo avanço de todo o modo de pensar devido à interconectividade, globalização e informatização que preceitos básicos do jurídico devem ser analisados sem deixar se perder a base teórica que antes fora formadora do berço do sistema de sentenças utilizados até o momento, sendo a teoria da unidade da solução justa 9 uma consequência direta deste sistema.

A ciência do direito na atualidade usa da teoria da solução justa para que norteie o caminho da mecanização da jurisprudência, ou seja, dos sentenciamentos, entretanto é de fato nítida a impossibilidade moral de "que uma pessoa deva aceitar uma contradição em seu sistema de normas. Para o sistema normativo de cada

9 Teoria criada por Dworkin, que entende que todo o conflito não detém uma resposta intermediária,

devendo o legislador decidir, naquilo que lhe for apresentado pelas partes, por apenas uma resposta

que favoreça apenas uma parte, portanto conceitua: Todas as pretensões levadas ao juiz devem ser

devidamente justificadas, com os argumentos indicativos da existência do direito subjetivo da parte

(DWORKIN, 2001, p. 178)

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indivíduo isolado se mantém o postulado da ausência de contradições" (ALEXY, 2001, p. 310).

As contradições normativas decorrem do âmago daquele que produz a legislação em face da obediência em que o cidadão é subjugado à norma para manutenção da ordem estatal.

O embate entre a discricionariedade do legislador é tema secular já discutido por Hart e Dworkin e neste limiar far-se-á mais que necessário o entendimento e diferenciação das ideias para que a conclusão seja uníssona com a proposição da problemática deste artigo.

Hart impõe os limites à discricionariedade da regra jurídica por meio de uma linguagem que proviria de uma regra social superior a àquela e que iria guiar e limitar, além da legislação, a aplicação da norma na escolha do legislador, enquanto Dworkin se prevaleceria da própria legislação para limitar a discricionariedade do aplicador da norma, uma vez que a própria legislatura iria restringir até onde a escolha possível da aplicação da norma iria incidir.

Em simples palavras, mesmo as visões doutrinárias encaminharem o leitor para um desencontro ideológico, ambas guiam à centralização da limitação da discricionariedade provinda da legislatura. Como poderá o jurista operador do direito considerar apenas uma resposta correta vinculada ao fato, uma vez que toda norma jurídica possui “aquilo que foi designado como textura aberta"? (HART, 1994, p.

141).

Segundo Hart, e vinculado o entendimento de Dworkin é facilmente comprovado que “não é possível efetuar, de maneira clara, a subsunção do fato a uma norma jurídica previamente estabelecida” (Cf. DWORKIN, 1997, p. 146), indo a desencontro da futura conjuntura do Fordismo Jurídico, já que este, para suprir a decisão proferida por qualquer magistrado necessitaria constantemente de atualizações nos servidores de auxilio processual dotados de inteligência artificial para que não haja o sucateamento de questões éticas, políticas e sociais que estão constantemente sendo reconfiguradas e não podem ser padronizadas e enrijecidas.

O que resta comprovado e claro em termos de doutrina, é que o próprio

Fordismo judicial, que tanto é estimado através do uso de Inteligências Artificiais,

soma a coleção de lacunas em que não conseguirá preencher pelo analogismo,

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

utilizado atualmente por inúmeros outros juristas já mergulhados no rotineiro do uso da discricionariedade para melhor subjugar a norma em relação ao fato.

Mesmo que o software faça a separação dos aspectos congruentes de todos os julgados, a jurisdição sentencial não deve ser guiada por generalizações, exatidões e padrões achados.

Isto evidencia que a ciência do direito não poderá fornecer apenas uma resposta correta para todo o tipo de caso a mais de um intérprete, deve ser estabelecida uma suposição de que “existe sim uma resposta correta para cada intérprete individualmente considerado, ou seja, que a ideia de correção absoluta não é válida para o conjunto da comunidade linguístico-jurídica, mas é aplicável em relação a cada um de seus membros.” (CELLA & WOJCIECHOWSKI, 2014, p. 279).

Ainda que haja a possibilidade da resposta correta, o uso de softwares de inteligência artificial para tal concluso exato acabaria por desencontrar o caráter jurídico da norma, uma vez que iria afastar a sociabilidade da regra geral que, segundo Hart, cria a própria regra jurídica.

As normas jurídicas não podem ser reduzidas em simples ordens coercitivas que tem como base as ameaças impostas pela própria norma, para a mesma ter força jurídica ela deve possuir de maneira específica certas “características que, se estiverem presentes numa determinada norma, serão consideradas como indicação conclusiva de que se trata de uma norma do grupo, a ser apoiada pela pressão social que este exerce.” (HART, 2009, p. 122)

Para Hart, a ciência do direito é um fenômeno cultural construído pela própria linguagem, porque desde a linguística da norma, pretende evidenciar o uso da linguagem normativa como o pilar para entender a normatividade da legislatura, do fazer direito.

O filósofo inglês observa que a linguística jurídica não fornece uma orientação precisa, indicando fatos de maneira exata, que deixam a desejar no momento em que devem englobar os fatos sociais que incidem um fato jurídico, “não importa qual seja a estratégia eleita para a transmissão de padrões de comportamento (seja o precedente ou a legislação); nalgum momento esses padrões mostrar-se-ão imprecisos e sua aplicação será posta em dúvida”. (STRECK

& MOTTA, 2018, p. 61)

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A dúvida posta no momento da aplicação é o que caracteriza o que Hart chama de Textura aberta que segundo HART (2009, p. 175)

“significa que existem, de fato, áreas do comportamento nas quais muita coisa deve ser decidida por autoridades administrativas ou judiciais que busquem obter, em função das circunstâncias, um equilíbrio entre interesses conflitantes, cujo peso varia de caso para caso”.

A aplicação prática no discutido é a incapacidade do software dotado de inteligência artificial conseguir compreender os limites legais impostos pela própria linguagem, mesmo que seja dotado de capacidade de visualização de padrões linguísticos, já que cada caso, cada norma, tem sua textura e sua particularidade linguística, uma vez que a regra jurídica aplicada no caso concreto, depende da regra social que proveio de um hábito costumeiro inerente àquela linguagem que tipifica o fato.

Enquanto para Hart a norma legislativa encontra a barreira discricionária na própria linguagem que a mantém, Dworkin em tentativa igualitária de limitar a escolha no momento da aplicação da norma encontra fundamento na própria produção legislativa, levando em consideração a integralidade do direito.

O modelo de Dworkin reforça a possibilidade da Teoria da Unidade de Solução justa, o qual evidencia que o juiz não se constitui em um legislador, segundo CALSAMIGLIA (1997, p. 21)

“o que significa que o poder judiciário tem como função garantir direitos pré- estabelecidos. [...] a tese de Dworkin é compatível com o postulado da separação dos poderes, posto que o juiz esteja subordinado à lei e ao direito. O poder judiciário é ‘nulo’ — como afirmava Montesquieu — porque sua função é garantir direitos. [...] o modelo da resposta correta rechaça a teoria do silogismo, mas aceita seu princípio político básico: o juiz não tem e nem pode ter poder político. A função do juiz é garantir os direitos individuais e não indicar objetivos sociais. A função judicial é distinta da legislativa e da executiva.[...] nos casos difíceis os juízes não baseiam suas decisões em objetivos sociais ou diretrizes políticas. Os casos difíceis se resolvem com base em princípios que fundamentam direitos".

É pelo modelo de Dworkin que o poder judiciário encontra a segurança de suas decisões judiciais em todas as searas em que são aplicadas, afinal, o ordenamento jurídico não é mais rígido e imutável. Inúmeros juristas já utilizam do positivado para adequação no caso concreto, no entanto, a solução não é pelo meio da discricionariedade, mas sim pela Integridade do Direito no momento da legislatura.

O convencionalismo e o pragmatismo jurídico não evidenciam de forma

direta a eficácia decisional do caso concreto, é, portanto imprescindível trazer à tona

o direito como integridade e sustentar positivamente que “a prática jurídica deve ser

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interpretada como uma política de desenvolvimento e que as afirmações jurídicas são opiniões interpretativas que combinam o convencionalismo e o pragmatismo.”

(HOMMERDING & LIRA, 2012, p. 112.), ainda que a padronização pelo julgador do caso concreto deva ser feita conforme análise do próprio caso, visando sim à resposta correta, ela também deve carregar durante o ato decisório a moralidade político-social e os princípios que ensejaram a aplicação do dispositivo legal.

Ressai que a produção em massa de sentenças fundamentadas em coerências similares não irá de encontro à necessidade atual da conjuntura social, pois ao acatarmos a principiologia de DWORKIN (2003, p. 265), explica-se que

“a integridade na prestação jurisdicional não significa tão somente uma coerência (em sentido estrito), isto é, que os casos semelhantes recebam a mesma decisão. Pelo contrário! A prestação jurisdicional alicerçada na integridade utiliza um padrão de coerência, não na forma estrita, possibilitando ao juiz maior abrangência e imaginação para decidir corretamente em situações complexas.”

A atividade jurisdicional discorrida deve ter poder coercitivo quando vinculada ao caso concreto. O uso de softwares dotados de Inteligência Artificial poderia significar a contramão da coerção jurídica por meio da integridade do direito, afinal “as decisões judiciais necessitam de um aspecto justificador” (HOMMERDING, 2012, p. 101) e este justificador não poderá ser encontrado tão somente no texto legal cru, uma vez que a prática decisória baseia-se “preponderantemente, no binômio regras-princípios”.

A diferenciação se faz urgente: a integridade legislativa não pode ser confundida com a discricionariedade, mas sim, àquela, como limitadora desta. A integridade do Direito tem como base cientifica a hermenêutica jurídica do conhecimento do princípio legal que provém estabilidade à determinada regulamentação estatal, levando em consideração, também, a moralidade política do dispositivo legal, ora podendo e incisivamente limitando a prática discricionária do magistrado que pode encontrar entre legislações inúmeras soluções dentro de soluções para que não se faça pela vontade pessoal do juiz.

Destaca-se que o fato da integridade legislativa limitar e nortear a

discricionariedade decisória não rechaça a importância da feitura da lei, mas reforça

a construção da mesma, baseada em princípios legais e políticas públicas presentes

no momento da construção do processo legislativo, para que possa, e não só isso,

observar, também os dispositivos legais já concretos da mesma forma.

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Resta evidenciado que a simples atividade da integridade no âmbito jurisdicional deve conduzir a maximização do agir do magistrado para a atuação e aplicação de normas públicas “como se este expressasse e respeitasse um conjunto coerente de princípios e, com esse fim, que interprete essas normas de forma a descobrir normas implícitas entre e sob as normas explícitas” (DWORKIN, 2003, p.

261).

A teoria de Dworkin encontra aperfeiçoamento e aplicação já no ordenamento jurídico nacional, conforme Art. 20 da LINDB: “Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.”, as os valores jurídicos e a moralidade da regra são princípios para o alcance da resposta correta por meio da discricionariedade, esta limitada pelo ditame legal, conforme discorrido durante o capítulo.

Restou comprovado que, apesar de ambos os filósofos desenvolverem uma ideia específica quanto aos limites impostos às normas jurídicas, a própria norma deve servir de base para a fomentação da jurisdição, ou seja, o ato de proferir sentença judicial deve levar em consideração os limites impostos pela legislação da qual fora incidida pelo fato social praticado pelo agente, de maneira subjetiva ou objetiva.

O que passa a concluir é que o ato de jurisdição, como também o de legislação, deve manter o caráter humanístico para que consiga englobar todas as patês da sociedade que engloba o cidadão informatizado, que cada vez mais mantém relações interpessoais e que gera novas formas de incidência do mundo fático para com o mundo jurídico.

CONCLUSÃO

Após todos os anos de desenvolvimento tecnológico evidencia-se que os

aprimoramentos e sofisticações de peças cada vez menores de máquinas cada vez

mais potentes, de programas que englobam cada vez mais informações, são apenas

uma pequena parte do poder de transformação da humanidade. A cyborguização, a

construção de espaços cibernéticos que imitam o urbano e a fusão do próprio

ambiente urbano com o ambiente virtual são realidades inegáveis que já são

evidentes no dia-a-dia da sociedade contemporânea.

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É justamente destas mudanças que decorre a necessidade de transformação, não somente da nossa sociedade, de maneira física, mas de suas instituições que são a representação de todos os cidadãos, estes que acompanham o desenvolvimento tecnológico de maneira cíclica e cada vez mais rápida.

É de praxe salientar que as funções sociais de todos os membros da sociedade e os fatos incidentes nas relações sociais, cada vez mais líquidas e rápidas, devem ser levados em consideração no momento em que um possível litígio possa estar a ser concretizado.

Esta é a oportunidade de mudança das instituições que fomentam e norteiam a aplicação e positivação de direitos, a oportunidade de unir o jurídico ao informacional e facilitar o trabalho do poder judiciário. Esta mudança, que deveria ser feita de forma concentrada e planejada, no entanto, é representada por um poder judiciário perdido quanto às maneiras de integração da inteligência artificial aplicada à informática do direito, aplicando softwares para pequenas tarefas de maneira desordenada sem objetivar um resultado concreto.

O retrato do futuro é certo: a inteligência artificial estará dominando as relações de consumo, sociais, e também estará inserida no poder judiciário, possivelmente sendo utilizada para maior celeridade processual através da prática decisional, a fim de desafogar a imensa quantidade processual em instâncias judiciais.

Como poderia uma máquina, que pensa de maneira exata por fomento de cálculos e algoritmos, resultar em um sentenciamento que tem como fito a resolução de conflitos provenientes de relações sociais? A premissa é única: A inteligência artificial pode até adquirir a capacidade de raciocínio humano, mas não poderá entender a complexidade das relações humanas dentro de uma sociedade avançada e cada vez mais conectada. A máquina encontra a barreira de atuação dentro da sua própria alimentação aqui representada pelo ordenamento jurídico.

A forma de legislar que guia a aplicação do magistrado é feita de maneira

em que consiga atingir de maneira possível o conflito que poderá ou não acontecer,

da mesma forma que um fato social possa ser gerador de motivos o suficiente para

que o legislador de fato legisle sobre o ocorrido a fim de evitar, punir ou até mesmo

assegurar direitos que emergiram do fato hipotético em questão.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

Como a prática de padronização judicial por meio de inteligências artificiais colaboraria para que o legislador ainda detivesse este poder de adequação da sua função pela incidência do mundo fático no mundo do direito? A prática fordista judicial estaria encaminhando o futuro do judiciário a uma estagnação de novos direitos pela tentativa de exatificar respostas a fim de se obter uma falsa celeridade processual, ao passo que estas sentenças deveriam ser tuteladas pela figura do Estado a fim de reforçar a onipresença no que diz respeito ao amparo de novos direitos ou até mesmo na modificação dos que já padeceram.

A consequência direta e lógica da aplicação desta ferramenta, da maneira como foi explicitada, é a cessação paulatina com as proeminentes novidades legislativas. O ordenamento jurídico irá enrijecer as normas e por fim parar a formação de proeminentes novos direitos uma vez que todas estas modificações e construções jurídicas provém das inúmeras decisões judiciárias no que tange ao analogismo do magistrado para que a norma se constitua de força vinculante para a resolução dos conflitos em todas as searas cíveis. Em resumo, o conflito A, que não tem uma resolução legal concreta, pode ser resolvido pela analogia da norma B, a qual certamente, após inúmeras incidências repetitivas, irá resultar em uma legislação proveniente desta interpretação.

Para que haja a efetiva implementação deste sistema de tecnologias pensantes em uma atividade que tanto precisa ser humanística e deve manter esta característica, haverá de se conseguir que a inteligência artificial aplicada à ciência do direito seja capaz de analisar, interpretar e julgar e manter as barreiras impostas pelo próprio legislador.

Por isso, a aplicação das teorias de Hart e Dworkin na concreta aplicação e efetividade da norma durante o processo de jurisdição deve ser o norteamento para a implementação de softwares de inteligência artificial, visto que o processo decisório deve conter a discricionariedade ao mesmo tempo em que limita a função de analogias do julgador. Os casos concretos não seguem uma regra específica de incidência legal já que estes são produzidos pelos efeitos do subjetivismo do autor, valor este que o programa de IA não consegue por meio das técnicas relatadas durante o presente artigo, atingir.

A grande possibilidade é que a mecânica da informática aplicada ao direito,

por seguir uma natureza exata de padrões e simbologias que limitam a decisão,

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

deixa a desejar enquanto possibilidade de abertura para analogias que poderiam continuar a revisar, adequar e inovar os direitos já positivados e qualquer que seja o processo legislativo embasado nas próprias jurisprudências provindas destas decisões.

Por fim, após toda a explanação e análise doutrinária, conclui-se que, de fato, a inteligência artificial e os programas dotados destas características não detém os traços necessários para que consigam proferir alguma sentença que esteja de acordo com as premissas humanísticas do direito, pois a máquina não consegue entender o significado da principiologia humana, nem que o fordismo judicial seja a resposta para a celeridade processual uma vez que ele acaba por barrar o avanço da forma tricional de legislar, aplicar a lei e retirar o caráter social-linguístico da mesma.

Talvez em um futuro próximo as inteligências artificiais consigam ser mais humanizadas ou talvez a ciência do direito consiga comportar normas dotadas de caráter exato para que não seja mais necessário o exaurimento da norma, a fim de incidência análoga em casos desconexos. Mas, até lá, a ciência do direito deve continuar a ser humana e visar à manutenção da aplicação da legislação com fito no fato social, uma vez que o poder judiciário é a garantia do crescimento sociocultural através da judicialização de inúmeros entendimentos de diversos tribunais cíveis nacionais, que mantém, pelas práticas processuais, as garantias fundamentais e os princípios jurídicos que tanto são pertinentes para haver ao alcance de todos os cidadãos a dignidade e integridade da pessoa humana.

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