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DOS BARRACÕES AOS CIEPS: A Elaboração da Política Educacional Brizolista (1983 a 1987)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

LUIZA SILVA MOREIRA

DOS BARRACÕES AOS CIEPS:

A Elaboração da Política Educacional Brizolista (1983 a 1987)

RIO DE JANEIRO 2020

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LUIZA SILVA MOREIRA

DOS BARRACÕES AOS CIEPS:

A Elaboração da Política Educacional Brizolista (1983 a 1987)

Volume 2 Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Educação.

Orientador: Prof. Antonio Jorge Gonçalves Soares

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Ficha de Catalogação na publicação

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SUMÁRIO Volume 1

INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 16 ORGANIZAÇÃO DA TESE __________________________________________ 30 CAPÍTULO 1: METODOLOGIA ______________________________________ 33 1.1 Documentos são vestígios ___________________________________________ 34 1.2 O Espetáculo da busca ______________________________________________ 35 1.3 O Acervo da Fundação Darcy Ribeiro __________________________________ 45 1.3.1 Processo de acumulação documental por parte de Darcy: _________________ 46 problematizando o arquivo e a memória

1.3.2 Processo de Institucionalização da Fundação ___________________________ 54 1.3.3 Processo de Organização do Acervo __________________________________ 56 1.3.4 O Limite da Fonte_________________________________________________ 60 CAPÍTULO 2: APRESENTAÇÃO DO CENÁRIO ________________________ 64 2.1 As eleições de 1982: Leonel Brizola na cena política do ____________________ 67 estado do Rio de Janeiro

2.2 Educação e Cidadania como promessas _________________________________ 77 CAPÍTULO 3: APRESENTAÇÃO DOS PERSONAGENS __________________ 82 3.1 O protagonismo de Leonel Brizola _____________________________________ 84 3.2 O clima das reuniões e participações dos personagens _____________________ 91 3.3 A formação das comissões, gerências e coordenações ______________________ 95 3.3.1 As coordenações pedagógicas _______________________________________ 105 CAPÍTULO 4: DO PLANO DE PRIORIDADES E EMERGÊNCIA __________ 119 AO ENCONTRO DE MENDES

4.1 Apontamentos sobre política pública (agenda, alternativas e formulações) ______ 121 4.2 Primeiras promessas para a educação ___________________________________ 124 4.3 O Plano de Prioridades e Emergência ___________________________________ 127 4.3.1 Primeiro ponto: Fim do 3º turno escolar _______________________________ 129 4.3.2 Segundo ponto: Aperfeiçoamento do magistério ________________________ 138 4.3.3 Terceiro ponto: Implantação da nova rede ______________________________ 150 4.3.4 Quarto ponto: Material didático ______________________________________ 158

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4.4 Plano de Emergência ________________________________________________ 164 4.4.1 Primeiro ponto do Plano de Emergência: Programa de retorno a escola _______ 165 4.4.2 Segundo ponto do Plano de Emergência: Recuperação Juvenil ______________ 166 4.4.3 Terceiro ponto do Plano de Emergência: Assuntos Infantis _________________ 166 4.5 As ações implantadas no período pré-decisório e o Encontro de Mendes ________ 169 4.5.1 Os Centros Comunitários e os Centros de Educação Pública ________________ 170 4.5.2 Encontro de Mendes _______________________________________________ 178 4.5.3 O conjunto de teses ________________________________________________ 180 4.5.4 A fala dos professores ______________________________________________ 192 CAPÍTULO 5: O PROGRAMA EDUCACIONAL DE EMERGÊNCIA _______ 205 E O PROGRAMA ESPECIAL DE EDUCAÇÃO

5.1 Impacto do Encontro de Mendes na política educacional ____________________ 207 5.1.1 O Programa Educacional de Emergência _______________________________ 208 5.1.2 O Programa Especial de Educação (PEE) ______________________________ 213 CAPÍTULO 6: O PROJETO DOS CIEPs ________________________________ 221 6.1 Projeto Arquitetônico _______________________________________________ 236 6.2 Mobiliário Escolar __________________________________________________ 245 6.3 Processo de escolha e localização dos terrenos ____________________________ 251 6.4 As coordenações pedagógicas _________________________________________ 259 6.4.1 Educação Física __________________________________________________ 260 6.4.2 Animação Cultural ________________________________________________ 266 6.4.3 Alunos Residentes _________________________________________________ 275 6.4.4 Material Didático _________________________________________________ 290 6.4.5 Treinamento _____________________________________________________ 295 6.4.5.1 Encontro de Mendes: a pauta dos professsores _________________________ 298 6.4.5.2 Processo de seleção para os CIEPs __________________________________ 314 6.5 Entre as críticas e defesas da política ___________________________________ 319 CONSIDERAÇÕES FINAIS ___________________________________________ 338 REFERÊNCIAS _____________________________________________________ 345 Volume 2

ANEXOS ___________________________________________________________ 357

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Anexo A - Entrada da Fundação Darcy Ribeiro ______________________________ 357 Anexo B - Trecho do Livro Confissões ____________________________________ 358 Anexo C - Cartilha do Cidadão ___________________________________________ 360 Anexo D - Plano de Ocupação da Avenida dos Desfiles ________________________ 361 Anexo E - Jornal da Comissão Coordenadora de Educação e Cultura _____________ 363 do Rio de Janeiro

Anexo F - Equipes Pedagógicas dos CIEPs __________________________________ 372 Anexo G - Programa Educacional de Emergência _____________________________ 373 Anexo H - Ofícios para liberação de terrenos ________________________________ 375 Anexo I - Processo de montagem dos CIEPs _________________________________ 377 Anexo J - Fala Oscar Niemeyer ___________________________________________ 380 Anexo K - Projeto padrão dos CIEPs _______________________________________ 381 Anexo L - Relato da Diretora Rosa Maria Batista do Complexo __________________ 383 Educacional de Ipanema

Anexo M - Assessoria de Difusão __________________________________________ 385 Anexo N - Coluna do Jornalista Nertan Macedo _______________________________ 387 APÊNDICES__________________________________________________________ 388 Apêndice A - Abordagem do Ciclo de Políticas _______________________________ 388 Apêndice B - As teses reacionárias de Albert Hirschman ________________________ 393 Apêndice C - Fontes Jornalísticas __________________________________________ 395 Apêndice D - Relato e entrevista do Professor José Arruda de Albuquerque Filho ____ 397 Apêndice E - Relato e entrevista com Godofredo Saturnino da Silva Pinto __________ 410 Apêndice F - Relato e entrevista com Lia Ciomar Macedo Faria __________________ 430 Apêndice G - Áudios 346 (lado A e B) ______________________________________ 442 Apêndice H -Á udios 347 (lado A e B) ______________________________________ 469 Apêndice I - Á udios 361 (lado A e B) _______________________________________ 486 Apêndice J - Á udios 349 (lado A e B) ______________________________________ 509 Apêndice K - Áudios 212 (lado A e B) ______________________________________ 526

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Apêndice L - Áudio 285 (lado A) __________________________________________ 538 Apêndice M - Áudio 358 (lado A) __________________________________________ 547 Apêndice N - Á udios 105 / 106 / 107 ________________________________________ 556 Apêndice O - Áudio 246 (lado A) ___________________________________________ 597 Apêndice P - Áudio 103 Faixa 2 ____________________________________________ 608 Apêndice Q - Áudio 102 __________________________________________________ 617 Apêndice R - Áudio 130 __________________________________________________ 640 Apêndice S - Áudio 123 __________________________________________________ 648 Apêndice T - Áudio 103 Faixa 1 ___________________________________________ 651

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ANEXO A - ENTRADA DA FUNDAÇÃO DARCY RIBEIRO - SANTA TERESA/RJ

Fonte: Registro pessoal feito em 01 de dezembro de 2017. Local: entrada lateral da Fundação Darcy Ribeiro em Santa Teresa, Rio de Janeiro.

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ANEXO B - Trecho do Livro Confissões (RIBEIRO, 2012, p. 212 e 213)

Em 1957, a onda revolucionária levanta-se outra vez, liderada por um conjunto de bispos que exige de JK a cabeça de Anísio. Começaram vencendo. O ministro da Educação, Clóvis Salgado, chamou Anísio e pediu o cargo. Ele aceitou imediatamente e foi para a CAPES. Eu, ao saber do incidente, fui procurá-lo no ministérios. Lá encontrei o vice-diretor do INEP sentado na cadeira de Anísio. Ele se recusou a levantar-se dizendo que o ministro o tinha chamado e convidado para o cargo e ele havia aceitado. Fui encontrar com Anísio, que tinha a mesma ideia. “É um cargo de confiança. O ministro dá. O ministro tira. Já saí.”

Insisti que não podia pedir demissão, tinha que ser demitido, porque o cargo era um posto-chave para a intelectualidade brasileira, que não podia curvar-se diante de exigências de bispos católicos. Anísio foi para casa, eu fiquei com Fernando Tulde de Sousa, diretor da Rádio MEC, amigo antigo de Anísio. Ditei a ele um artigo, único que alguém fez pra Anísio - que publicamos no dia seguinte, no Correio da Manhã -, expondo brevemente o conflito que se abrira e desdobrando-se numa exposição daquilo que Anísio apoiava e daquilo que ele combatia.

Sou contra:

a educação elitista e antipopular;

o analfabetismo da maioria dos brasileiro;

a evasão e a repetência na escola;

a falta de consciência dessa calamidade;

o caráter enciclopédico e ostentatório do nosso ensino;

o funil que só deixa cinco por mil dos alunos chegarem a universidade;

o esvaziamento do ensino superior;

a multiplicação das escolas privadas e ruins.

Sou a favor:

de uma escola primária popular e séria;

da educação média formadora do povo brasileiro;

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do uso dos recursos públicos nas escolas públicas;

da educação para o desenvolvimento econômico e social;

da educação fundada na consciência lúcida.

O artigo foi republicado no dia seguinte por numerosos jornais de todo o país. Saíram em seguida dezenas de editoriais apoiando Anísio, atacando a intolerância de JK e sua subserviência aos bispos. Era um movimento nacional de repulsa à intolerância e de defesa da escola pública. Deu certo, JK chamou Anísio e pediu que voltasse ao INEP. Vencemos!

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ANEXO C - CARTILHA DO CIDADÃO

Fonte: Acervo da Fundação Darcy Ribeiro. Referência: DR gbI - 1985.06.00 - Cartilha do Cidadão.

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ANEXO D - PLANO DE OCUPAÇÃO DA AVENIDA DOS DESFILES

Fonte: Acervo da Fundação Darcy Ribeiro. Referência: DR gbI - 1983.05.15 - Sambódromo.

Plano de Ocupação da Avenida dos Desfiles

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ANEXO E - JORNAL DA COMISSÃO COORDENADORA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO RIO DE JANEIRO

Fonte: Acervo da Fundação Darcy Ribeiro. Referência: Referência: DR/gbI 1983.11.07. Pasta I. - Jornal da Comissão Coordenadora de Educação e Cultura. Data: 07/11/1983.

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ANEXO F - EQUIPES PEDAGÓGICAS DOS CIEPs Fonte: RIBEIRO, Darcy. O livro dos CIEPs. Bloch Editores, 1986.

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ANEXO G - PROGRAMA EDUCACIONAL DE EMERGÊNCIA

Fonte: Acervo da Fundação Darcy Ribeiro. Referência:DR. gbI/1983.03.29. pasta I - Termo de Convênio para implantação do Programa Educacional de Emergência. Data: 18 de julho de 1984

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ANEXO H - OFÍCIOS PARA LIBERAÇÃO DE TERRENOS

Fonte da figura 1: Acervo da Fundação Darcy Ribeiro. Referência: DR. gbI/1983.06.10. pasta I - Ofício nº 55 PEE/CC/84. Data: 19 de novembro de 1984.

Fonte da figura 2: Acervo da Fundação Darcy Ribeiro. Referência: DR. gbI/1983.06.10. pasta I - Ofício nº 104 PEE/CC/84. Data: 14 de dezembro de 1984.

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ANEXO I - PROCESSO DE MONTAGEM DOS CIEPs

Fonte: Acervo da Fundação Darcy Ribeiro. Referência: DR. gbI/1983.06.10. pasta III - Capítulo 2: Arquitetura e Construção do CIEP. Sem data.

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ANEXO J - FALA OSCAR NIEMEYER

Fonte: RIBEIRO, Darcy. O Livro dos CIEPs. Bloch Editores, 1986.

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ANEXO K - PROJETO PADRÃO DOS CIEPs

Fonte: RIBEIRO, Darcy. O Livro dos CIEPs. Bloch Editores, 1986.

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ANEXO L - Relato da Diretora Rosa Maria Batista do Complexo Educacional de Ipanema

Fonte: Acervo da Fundação Darcy Ribeiro. Referência: DR. gbI/1983.11.07 pasta IB - Escola de Demonstração: Relatório 1985/1987. Sem data.

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ANEXO M - ASSESSORIA DE DIFUSÃO

Fonte: Trecho retirado do documento físico do acervo da FUNDAR. Relatório Final. Sem data. Referência: DR gbI 1986.11.04 Pasta I.

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ANEXO N - COLUNA NERTAN MACEDO

Fonte: Trecho retirado do jornal O Globo

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APÊNDICE A - Abordagem do Ciclo de Políticas

A abordagem desenvolvida por Stephen J. Ball e Richard Bowe (1992) chamada

“abordagem do ciclo de políticas” (approach cycle police) busca estabelecer um conjunto dinâmico que permite observar de forma ampliada todo o processo de uma política. Para Ball, o ciclo de política é considerado um “método” para pesquisar e teorizar as políticas, e “não tem a intenção de ser uma descrição das políticas, é uma maneira de pensar as políticas e saber como elas são ‘feitas’” (MAINARDES e MARCONDES, 2009, p. 305).

A abordagem do ciclo de políticas rompe com a ideia de que as pesquisas devem observar a implementação para compreender a efetivação da política oficial. O ciclo de políticas possibilita a análise com um olhar ampliado para todo o processo da política e observar as transformações que ocorrem em cada contexto. A partir desta abordagem,

“refuta-se a ideia de que as políticas são simplesmente implementadas, partindo do reconhecimento de que as políticas são contextualizadas, recontextualizadas, contestadas, traduzidas e transformadas pelos atores envolvidos” (MENDES e SEEMANN, 2016, p. 521).

A organização desta abordagem em cinco contextos auxilia a compreensão os processos de elaboração das políticas são feitas, contudo esses contextos não devem ser analisados de forma isolada, pois não seguem uma dimensão temporal ou sequencial e não são etapas lineares. “Os contextos podem ser pensados de outra maneira e podem ser ‘aninhados’

uns dentro dos outros. Pode haver um contexto de produção de texto dentro do contexto de prática, na medida em que materiais práticos são produzidos para utilização na atuação”, como afirma Ball (MAINARDES e MARCONDES, 2009, p. 306). Assim, essa abordagem rompe com uma análise das políticas a partir de um modelo linear e seriado (agenda, formulação, implementação, avaliação e reajuste), que vinha sendo utilizado em décadas passadas (MAINARDES e GANDIN, 2013, p. 156).

A perspectiva de totalidade fundamentada nessa abordagem indica pensar nas rearticulações da política oficial que acontecem para além dos espaços de implementações, podendo ocorrer também no contexto da influência e da produção do texto político. E essas rearticulações são carregadas de embates e disputas que ocorrem desde quando elas começam a ser formuladas até a implementação da política nos espaços escolares. Desse modo, essa

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abordagem recomenda a necessidade de considerar as disputas e negociações em cada contexto para compreender a complexidade das políticas.

O ciclo de políticas, além de ser utilizada como um aporte teórico para pensar a política, Mainardes e Gandin (2013) indicam que essa abordagem permite também utilizá-la como um método de pesquisa para estruturar a apresentação dos dados. Fornece contribuições conceituais do ciclo de políticas (referencial teórico) ao mesmo tempo, contribui para organizar a exposição dos resultados encontrados na pesquisa (forma). Contudo, os autores alertam para pesquisas que usam a abordagem do ciclo de política apenas como um método, ignorando a análise crítica da política investigada e dos seus cinco contextos.

“Nesses casos a perspectiva epistemológica não é atingida nessas pesquisas e o ciclo de políticas, em tais circunstâncias, funciona apenas como um elemento metodológico que cumpre apenas parcialmente a sua função na pesquisa” (MAINARDES e GANDIN, 2013, p.

153).

Além disso, Mainardes e Gandin (2013) apontam potencialidades e questionamentos desta abordagem que devem ser considerados nas pesquisas sobre políticas educacionais. Em relação a potencialidades, os autores apontam para: a ruptura com os modelos lineares de análise de política; a ampliação do olhar para as condições da formulação de políticas e a construção dos textos; o incentivo para o uso de diferentes fontes como “focos múltiplos”

para destacar o papel dos sujeitos na política; o olhar nas consequências das políticas para as classes sociais, efetivação da justiça social e da democracia.

Como questionamento, Mainardes e Gandin (2013) apresentam alguns aspectos para serem observados na análise, como por exemplo: a ação do Estado com forte poder de definição da política nos contextos de influência e produção do texto político e os constrangimentos criados pelas forças estruturais na implementação da política. Esse segundo aspecto, os autores apontam a supervalorização da agência a despeito da estrutura e o cuidado para o romantismo que podem ser produzido “a respeito das possibilidades de ação e influência do local sobre as políticas” (MAINARDES e GANDIN, 2013, p. 159).

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Os cinco contextos

Inicialmente esta abordagem foi constituída a partir de um ciclo contínuo com três contextos principais: o contexto de influência, o contexto da produção de texto e o contexto da prática. Posteriormente, no livro Reforming Education and Changing Schools , Ball inclui outros dois contextos na abordagem do ciclo de políticas: o contexto dos efeitos/resultados e o contexto da estratégia política, em alguns textos também pode ser chamado o último contexto como contexto da ação política.

Contexto da influência

O contexto da influência é entendido como o ponto de partida, onde as bases da política começam a ser construídas e os discursos políticos passam a ser formados. É nesse contexto que os conceitos, discursos, terminologia se formam para dar legitimidade a política, e também “onde se produzem os princípios balizadores da política, decorrentes de tensionamentos e disputas de poder entre múltiplos atores pela hegemonia de seus interesses.

Interesses estes que, comumente, são antagônicos.” (MENDES e SEEMANN, 2016, p. 522).

Neste contexto a arena argumentativa está montada com discursos em formação tanto de quem está fazendo a política quanto de grupos que estão exercendo influência na política.

Por isso, Mainardes e Gandin (2013) indicam que neste contexto devemos incluir reflexões quanto aos aspectos contextuais, históricos, discursivos e interpretativos. Isso envolve identificar o contexto político, social e educacional, os grupos que estão atuando nesta arena política, e como os discursos estão sendo formados.

Contexto da produção de texto

O segundo contexto é o contexto da produção de texto, fase que marca a elaboração e produção dos textos políticos que representam as narrativas da política. Os textos políticos, normalmente, são escritos com uma linguagem para o público mais geral e podem tomar diferentes formas: textos oficiais, comentários formais ou informais sobre os textos oficiais, pronunciamentos, propagandas políticas e entrevistas.

Neste contexto, os autores da abordagem do ciclo de políticas afirmam que esses textos políticos são “resultado de disputas e acordos dos grupos que atuam dentro dos diferentes lugares da produção de textos e que competem para controlar as representações da

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política (Bowe et al., 1992 apud Mainardes, 2006). Tal análise envolve leitura e compreensão crítica dos textos, por meio da identificação dos seus componentes político-ideológicos; as relações de poder envolvidas na produção do texto político; os sujeitos (atores e influenciadores); as instituições e as redes de influência que estão envolvidos na formação de políticas; as relações dos textos de uma política específica com textos de políticas de outros contextos e com políticas setoriais (MAINARDES e GANDIN, 2013, p. 154).

Desse modo, toma-se como base que os textos políticos representam e expressam a política resultante de negociações e resistências entre Estado e os grupos que estão atuando na arena política. Com base nisso, o texto político deve ser lido como intervenções textuais que dão margem à diferentes interpretações e criações dos sujeitos que atuam no contexto da prática e onde as políticas geram efeitos e consequências.

Contexto da prática

A abordagem do ciclo de políticas defende que as políticas não são apenas implementadas, mas estão sujeitas aos processos de interpretações e traduções dos textos políticos, na prática. Ball afirma que esse processo de tradução da política em prática é extremamente complexo e envolve uma conversão da política textual para política em ação.

“É quase uma peça teatral. Temos as palavras do texto da peça, mas a realidade da peça apenas toma a vida quando alguém as representa. E este é um processo de interpretação e criatividade e as políticas são assim” (MAINARDES E MARCONDES, 2009, p. 305).

Desse modo, o contexto da prática é um espaço no qual a política, produzida nos contextos de influência e na produção do texto, se efetiva. Pensando na análise da política educacional, é neste contexto que os professores e profissionais da educação exercem papel fundamental na política. Nesta abordagem, esses atores não considerados “tábulas rasas”, eles vêm carregados de valores, experiências, posições que permitem diferentes interpretações dos textos políticos e que vão gerar efeitos reais da política. “Isso envolve identificar processos de resistência, acomodações, subterfúgios e conformismo dentro e entre as arenas da prática, e o delineamento de conflitos e disparidades entre os discursos nessas arenas” (MAINARDES, 2001, p. 50).

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Contexto dos resultados/efeitos

Sobre esse contexto dos resultados/efeitos e o contexto da estratégia política, Ball afirma que esses contextos devem ser incluídos na análise, visto que poucas pesquisas nacionais os incluem. Mainardes (2006) indica que esses últimos dois contextos destacam-se na preocupação pela justiça social e igualdade para as diferentes classes sociais. Nesse contexto devem ser observados os efeitos produzidos pela política tanto no espaço que ela foi implementada quanto no impacto das desigualdades sociais.

Mainardes e Marcondes (2009) afirma que o contexto dos resultados/efeitos é uma extensão da prática, pois apresentam resultados que podem ser identificados e reajustados.

Esses resultados foram divididos em de primeira ordem e os de segunda ordem. Os efeitos de primeira ordem estão relacionados a “mudanças na prática ou na estrutura e são evidentes em lugares específicos ou no sistema como um todo. Os efeitos de segunda ordem referem-se ao impacto dessas mudanças nos padrões de acesso social, oportunidade e justiça social”.

(MAINARDES e GANDIN, 2013, p. 155)”.

Contexto da estratégia política

O contexto da estratégia política ou ação política é o momento no qual as políticas são mudadas ou podem ser mudadas a partir dos efeitos produzidos. Ball (Mainardes e Marcondes, 2009) afirma que esse contexto pode ser integrado ao contexto da influência, pois é o processo pelo qual os discursos da política são novamente construídos e mudados.

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APÊNDICE B - As teses reacionárias de Albert Hirschman

A Retórica da Intransigência perversidade, futilidade, ameaça. trabalho desenvolvido por Albert Hirschman (2012) buscou analisar as ondas reacionárias conservadores que tentavam barrar as investidas progressistas, para isso ele estabeleceu a seguinte meta do seu estudo:

Minha meta é delinear os tipos formais de argumento ou de retórica, dando ênfase, pois, às posturas e manobras políticas mais importantes e provavelmente mais utilizadas por aqueles que tem como objetivo desalojar e derrubar as políticas e os movimentos de ideias (sic) “progressistas” (HIRSCHMAN, 2012, p. 15).

Hirschman passou a observar quais e quantos foram esses argumentos comuns ou típicos utilizados pelos movimentos reativos. E por meio dos argumentos, percebeu que os principais meios de crítica e ataque às investidas “progressistas” formavam três teses reativo-reacionárias chamadas, no estudo: de teses da perversidade ou tese do efeito perverso, tese da futilidade e tese da ameaça.

A tese da perversidade refere-se a “qualquer ação proposital para melhorar um aspecto da ordem econômica, social ou política só serve para exacerbar a situação que se deseja remediar” (Hirschman, 2012, p. 15). Essa tese sustenta a ideia de que a ação proposta pela política produzirá efeitos exatamente oposto do objetivo definido, ou seja, “a tentativa de empurrar a sociedade em determinada direção fará com que ela, sim, se mova, mas na direção contrária” ( Ibidem , p. 18). No caso dos CIEPs, essa tese poder ser aplicada nos argumentos acionados pela retórica rotulando os CIEPs como escola para pobre. Esse é um dos argumentos possíveis utilizados da retórica, a partir da intenção do governo de tentar fazer uma boa escola pública para as camadas populares e nas comunidades, essa ação pode gerar um estigma sobre a própria comunidade que frequentaria os CIEPs.

A segunda tese da futilidade sustenta que “as tentativas de transformação social serão infrutíferas, que simplesmente não conseguirão ‘deixar uma marca’” (Hirschman, 2012, p.

15). Essa tese trabalha com a ideia de que qualquer que seja ação propositiva da política não trará mudanças para a sociedade; as estruturas permanecerão intactas. Os argumentos apontam para uma política de fachada, uma maquiagem. Comparando com essas duas primeiras teses,

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a tese da perversidade baseia-se na lei do movimento, porém com objetivos contrários aos que foram pretendidos, enquanto a tese da futilidade baseia-se na lei do não movimento, não haverá possibilidade de mudanças. Para tentar associar com as retóricas da política dos CIEPs, podemos apontar as críticas relacionadas aos altos cultos orçamentários previstos na implantação. Os argumentos questionavam que o governo estava investindo muito num programa que não correspondia com os resultados esperados.

Por fim, a tese da ameaça argumenta que “o custo da reforma ou mudança proposta é alto demais, pois coloca em perigo outra preciosa realização anterior” (Hirschman, 2012, p.

16). Essa tese se distancia das outras duas teses reacionárias, pois tanto a perversidade quanto a futilidade mostram que as ações propostas pelo governo podem fracassar ou pode não ocorrer mudança alguma. Na tese da ameaça as consequências da política podem acarretar em prejuízos em avanços alcançados anteriormente. “Os argumentos nesse sentido não afirmar que a reforma proposta é em si errada; em vez disso, alegam que ela conduzirá a uma sequência de eventos tal qual seria perigosamente imprudente, ou apenas indesejável”

(Hirschman, 2012, p. 74).

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APÊNDICE C - Fontes Jornalísticas

Para análise deste estudo doutoral selecionei predominantemente matérias jornalísticas do jornal O Globo e do Jornal do Brasil . A escolha principal pelo jornal O Globo deve-se ao fato de que na década de 1980, era considerado um dos órgãos de maior capital simbólico pela difusão e alcance de suas notícias. A Organizações Globo, empresa responsável pelo jornal O Globo, no cenário do primeiro governo Brizola no Rio de Janeiro (1983-1987) ganhavam cada vez mais espaço e aumentava seu capital político. Apesar de afirmar neutralidade política, se posicionavam criticamente ao governo Brizola e se tornava protagonista da oposição no campo jornalístico.

O trabalho com o jornal O Globo pretende analisar os aspectos que envolvem a materialidade dessa fonte histórica e seus suportes. Luca (2008, p. 132) indica que a materialidade da fonte vai “das letras miúdas comprimidas em muitas colunas, as manchetes coloridas e imateriais nos vídeos dos computadores”. Outro ponto indicado pela autora diz respeito às condições materiais e técnicas, sobre a aparência física, as relações que o jornal estabelece com o mercado, a publicidade e o público a que visava atingir. Dessa forma, foram levados em consideração: o perfil do jornal, o lugar que reportagem ocupa no jornal, o tamanho e espaço que a notícia ocupou na página do jornal.

Para a coleta das matérias jornalísticas foram utilizadas a ferramenta online do jornal O Globo disponibilizada no site Acervo Digital O Globo ( https://acervo.oglobo.globo.com ). O site oferece quatro filtros de busca: Todas estas palavras; Qualquer uma destas palavras;

Nenhuma destas palavras; Expressão ou frase exata. O site permite que a busca seja feita por:

Páginas digitalizadas, Matérias digitalizadas ou Destaques e também a década e ano que a busca deve ser feita. Utilizei a palavra-chave CIEP e BRIZOLA selecionei a década de 1980, os anos a partir de 1982 e exibição apenas de matérias digitalizadas. Após a seleção dos filtros, o site carrega uma nova página que funciona como uma ferramenta que permite acessar as reportagens digitalizadas, e para quem é assinante do jornal o site também permite que a reportagem seja ampliada, impressa e/ou salva.

A ferramenta de busca é simples e visualmente melhor que a utilizada pela Hemeroteca digital para acesso ao Jornal do Brasil, pois o acervo do jornal O Globo fornece informações detalhadas dos resultado da palavra-chave, como por exemplo: a) a ferramenta

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permite o pesquisador acessar as matérias por ano, mês e dia. Para cada ano é informado o quantitativo de ocorrências da palavra-chave; b) o site permite a visualização de 20 ocorrências encontradas por página e para cada ocorrência é informado a data, o caderno e a página de publicação; c) permite visualizar apenas a matéria que a ocorrência a aparece. Isso facilita no momento de salvar as publicações.

O resultado da busca pela palavra-chave CIEP totalizou 7.012 ocorrências:

no ano de 1980 não houve ocorrência

no ano de 1981 não houve ocorrência

no ano de 1982 não houve ocorrência

no ano de 1983 não houve ocorrência

no ano de 1984 foram 28 matérias

no ano de 1985 foram 622 matérias

no ano de 1986 foram 1.015 matérias

no ano de 1987 foram 561 matérias

no ano de 1988 foram 575 matérias

no ano de 1989 foram 750 matérias

O resultado da busca pela palavra-chave BRIZOLA totalizou 33.565 ocorrências:

no ano de 1980 foram 595 matérias

no ano de 1981 foram 343 matérias

no ano de 1982 foram 727 matérias

no ano de 1983 foram 3.447 matérias

no ano de 1984 foram 2.758 matérias

no ano de 1985 foram 2.985 matérias

no ano de 1986 foram 2.775 matérias

no ano de 1987 foram 1.240 matérias

no ano de 1988 foram 913 matérias

no ano de 1989 foram 2.476 matérias

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APÊNDICE D - Relato e entrevista do Professor José Arruda de Albuquerque Filho realizada no dia 23 de Julho de 2019

Marcamos um ponto de encontro na estrada próximo à Araruama, conforme sugerido por José Arruda. Era um posto de gasolina que dividia espaço com um restaurante que também era lanchonete, numa espécie de loja de conveniência. Cheguei neste local antes do entrevistado, entrei na lanchonete e comecei a observar os poucos lugares que tinha disponibilizado para os clientes sentarem. Haviam apenas duas mesas pequenas com duas cadeiras cada que estavam ao ao lado da única porta do local. Do lado de fora estava ocorrendo uma pequena obra que produzia um barulho constante e incômodo. Comecei a me preocupar com o conforto do entrevistado e como aquele barulho externo poderia atrapalhar a concentração do entrevistado durante a entrevista.

Após alguns minutos, José Arruda chegou ao local dirigindo seu próprio carro e logo nos reconhecemos. Nos cumprimentamos com um aperto de mão, seguido de um abraço. O entrevistado me convidou para sua casa, para que pudéssemos realizar a entrevista lá. No mesmo momento aceitei. Percorremos um caminho de terra batida, aproximadamente 5 minutos do local de encontro.

Chegando no local, José Arruda abriu um portão de madeira bem típico de sítio e me direcionou até o estacionamento. A primeira casa que vi estava do lado direito, era uma casa pequena, aparentemente sem muitos acabamentos com paredes ainda em cimento. Mais ao fundo, no mesmo lado direito, uma segunda casa com um único pavimento, de paredes brancas e molduras nas janelas e portas pintadas de azul. Do lado esquerdo uma terceira casa, bem parecida com a segunda, mas um pouco maior. Ao fundo deste cenário, os barulhos dos bichos do sítio: os insetos e um galo que cantava bastante.

Para entrevista, sentamos na varanda da segunda casa. Sentei primeiro e José Arruda em seguida com uma agenda e um jornal dobrado. A primeira fala do entrevistado foi: “Olha, minha memória é ruim, eu não lembro de muita coisa”. Respondi que não haveria problema.

Busquei deixá-lo à vontade para falar o que ele lembrava. Perguntei se ele autorizava a gravação e publicação da entrevista, prontamente, a resposta foi positiva. Assim, me apresentei e comentei brevemente os meus objetivos com a entrevista. Em seguida, a entrevista começou a ser gravada.

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[Início da transcrição da entrevista]

Luiza : Na verdade, eu estudo o CIEP desde o meu mestrado e agora no meu doutorado. A ideia da minha tese é trabalhar como foi o processo de elaboração dos CIEPs. Inicialmente, como foi o processo da política né, e depois como se chegou aos CIEPs. Como a equipe, vocês, foram construindo até chegar ao que foi o programa dos CIEPs. Como a política foi se transformando, foi sendo feita por vocês. Normalmente a gente tem acesso aos documentos oficiais e ao que foi produzido, mas a ideia da minha tese é tentar construir a partir da visão da equipe gestora. Eu sei que tem poucas pessoas que eu consigo acesso porque a maioria já faleceu. Então a Cecília Conde, algumas pessoas…

José Arruda : Maria José Fadul Abrantes você conseguiu? Ela é viva?

Luiza : Pois é, não. Não é. Ela já é falecida.

José Arruda : Ah!

Luiza : Mas ela era uma das principais…

José Arruda : O Darcy Ribeiro confiava nela na parte financeira, piamente.

Luiza : E nas gravações ela aparece muito.

José Arruda : Era faladeira. E ela era PMDB. Ela não era… mas ela era uma pessoa de confiança do Darcy.

Luiza : E o mais interessante é que eu vou estudar o primeiro governo, porque o segundo governo já falaram que teve uma certa mudança no pessoal.

José Arruda : Eu só participei do primeiro.

Luiza : E aí, eu queria saber de você um pouco do que você lembra. Como você chegou à equipe? Assim, como você entrou nessa equipe gestora? Foi convidado? Como foi esse processo?

José Arruda : Pode começar?

Luiza : Claro.

José Arruda : É o seguinte, eu era o coordenador de educação física da secretaria estadual de educação. E dentro da educação física do estado, eu que comandava. E eu fui convidado pelo professor Dinamerico Pombo, que era o diretor do departamento de educação da Secretaria de Educação, cuja secretária era a Yara Vargas.

Luiza : Ah sim.

José Arruda : Então o… o… com essa minha atuação na coordenação. Eu movimentei bastante a coordenação. Você é de educação física?

Luiza : Sou. Sou da educação física.

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José Arruda : Fui convidado para o Conselho Estadual de Educação, e dentro deste conselho eu tive contato com a professora Maria Yedda. E também o professor Darcy, eu já o conhecia.

Ele era muito amigo do meu… muito amigo, ele frequentava a casa do cunhado e da minha irmã. Ele tinha uma casa em Maricá e minha irmã tinha uma casa em Maricá também.

Luiza : Ah é mesmo?

José Arruda : Vamos fazer um churrasco, e não sei o que… Então tinha uma intimidade assim. Não era tão intimidade, mas conhecia bem. Então a professora Maria Yedda… Maria Yedda não. Maria Yedda era do conselho. A Yara Vargas me chamou para participar e ser coordenador da tríade. Eu fui o comandante da tríade de educação física. Chamei, pra você vê como minha memória vai voltando, chamei meu assessor na coordenação que era o professor Sidnei. Não sei se é vivo.

Luiza : Não sei também.

José Arruda : E, posso até talvez descobrir isso. Ele era amigo de um amigo meu também. E o outro professor que eu acho que era o Helder Guerra, que hoje é da… . Eu não tenho certeza do Helder ter sido, mas aí depois você veja. Eu sei que era eu, Sidnei e outra pessoa. E aí começamos a participar das reuniões. Agora, o que eu posso dizer é o seguinte: é que o professor Darcy não era muito da Educação Física não.

[ Risos ]

José Arruda : Ele puxava e fala assim: “ô professor Arruda, essa sua ginastiquinha”. Ele cismava de chamar de ginastiquinha. Eu dizia “ô professor, essa minha educação física”. E o projeto existia em termos das instalações. Porque foi apresentado o projeto, digamos das instalações da educação física do CIEP.

Luiza : Ah, então arquitetura já estava montada quando você entrou?

José Arruda : A arquitetura que foi feita pelo Oscar Niemeyer. E o professor Darcy Ribeiro, não sei quantos chegaram a ter ou se chegaram a ter piscina.

Luiza : Alguns tiveram piscina sim.

José Arruda : Eu tive uma,... discussão não. Eu quis convencer a ele que a piscina não era adequada pros CIEPs. Porque pela legislação tem que ter guarda-vida, a manutenção é cara.

Aí mostrei pra ele um Instituto de Educação que tem em Campo Grande, Sarah kubitschek, que tava com a piscina vazia cheia de musgo, criando capim. Eu falei que seria o destino…

Ele era muito otimista.

Luiza : Era?

José Arruda : Tudo achava que ia resolver.

Luiza : Achava que ia dar certo?

José Arruda : Que ia dar certo. Ele não tinha dinheiro para alguma coisa, aí ele falava “ô Maria José, vamos ter dinheiro para isso aqui”. Ela dizia “não, não tem rubrica para essa área não”. Ele tinha que dar um jeitinho, “você dá um jeitinho”. Ele achava que era fácil tirar

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