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Informações Técnicas para. Trigo e Triticale

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(1)

Informações Técnicas para

Trigo e Triticale

Safra 2014

écnicas para T rigo e T riticale – Safr a 2014

(2)

www.bayercropscience.com.br 0800 011 5560

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(3)

FUNDAÇÃO MERIDIONAL Londrina

2014

T rIgo e T rITIcale – s afra 2014

VII r eunIão da c omIssão B rasIleIra de p esquIsa de T rIgo e T rITIcale

l

ondrIna

- pr, 27

a

30

deagosTode

2013

(4)

Luciana Maria Machado Pires Rogério Bastos

Álisson Néri diagramação

Nelson M. Júnior capa

Willian P. da S. Reis distribuição

Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária meridional@fundacaomeridional.com.br / (43) 3323-7171 tiragEm: 2.500 exemplares

Impresso na Midiograf.

Todos os direitos reservados.

É permitida a reprodução parcial, desde que citada a fonte.

É proibida a reprodução total desta obra.

Impresso no Brasil / Printed in Brazil 2014

Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (7. : 2013, Londrina, PR)

Informações técnicas para trigo e triticale – safra 2014 / Comissão organizadora: Almir Montecelli, Ralf Udo Dengler, Jossiane Lombardi. – Londrina : Fundação Meridional, 2014.

235 p. : il. ; 21 cm.

Inclui bibliografia.

ISBN 978-85-67899-00-8

1. Trigo – Cultivo – Congressos. 2. Triticale – Cultivo – Congressos. I. Montecelli, Almir. II. Dengler, Ralf Udo. III.

Lombardi, Jossiane. IV. Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária. V. Embrapa Trigo. VI. Instituto Agronômico do Paraná. VII. Título.

CDU 633.11 R444i

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

(5)

AGRO OLÍMPIA PLANEJAMENTO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA AGROPECUÁRIA

ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES E COMERCIANTES DE SEMENTES E MUDAS DO RIO GRANDE DO SUL – APASSUL

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF

ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DOS PRODUTORES DE SEMENTES E MUDAS – APASEM

BATAVO COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL BASF

BAYER

BELAGRÍCOLA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES DE PRODUTOS AGRÍCOLAS LTDA.

BIOTEK

BIOTRIGO GENÉTICA LTDA

CASTROLANDA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL LTDA CENTRO MULTIDISCIPLINARIO DE INVESTIGACIONES TECNOLÓGICAS (CEMIT) / DIRECCIÓN GENERAL DE INVESTIGACIÓN CIENTÍFICA Y TECNOLÓGICA (DGICT) / UNIVERSIDAD NACIONAL DE ASUNCIÓN – UMA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS – UNIGRAN CEREALL S/A

COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA

COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

(6)

COOPERATIVA AGRÍCOLA MISTA IRAÍ LTDA – COPAMIL

COOPERATIVA AGRÍCOLA MISTA DE PONTA GROSSA – COOPAGRÍCOLA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DA REGIÃO DO DISTRITO

FEDERAL – COOPA/DF

COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DO ALTO PARANAÍBA – COOPADAP COOPERATIVA CENTRAL DE PESQUISA AGRÍCOLA – COODETEC COOPERATIVA CENTRAL GAÚCHA LTDA – CCGL TEC – TECNOLOGIA CORRECTA ALIMENTOS

CORREPAR CORRETORA DE MERCADORIAS COTRIGUAÇU COOPERATIVA CENTRAL

COTRIJAL COOPERATIVA AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL COTRIPAL AGROPECUÁRIA COOPERATIVA

CWR PESQUISA AGRÍCOLA LTDA

DONA ALDA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS DNA MELHORAMENTO VEGETAL

DOMINGOS COSTA INDUSTRIAS ALIMENTÍCIAS S/A DOW AGROSCIENCES

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA

EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS – EPAMIG

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA – FEIS/UNESP

(7)

FUNDAÇÃO DE APOIO À PESQUISA AGROPECUÁRIA DE CHAPADÃO FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL – FEPAGRO

FUNDAÇÃO MERIDIONAL DE APOIO À PESQUISA AGROPECUÁRIA FUNDAÇÃO PRÓ-SEMENTES DE APOIO À PESQUISA

HELM DO BRASIL

IHARABRAS S/A INDÚSTRIAS QUÍMICAS INFASA INDÚSTRIA DE FARINHAS S/A

INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS – IAC INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ – IAPAR INSTITUTO FEDERAL MATO GROSSO – IFMT

INSTITUTO PARAGUAYO DE TECNOLOGÍA AGRARIA / CAMARA

PARAGUAYA DE EXPORTADORES Y COMERCIALIZADORES DE CEREALES Y OLEAGINOSAS – IPTA/CAPECO/PY

INSTITUTO PHYTUS

INTEGRADA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL INTL FCSTONE

JAF COMÉRCIO DE CEREAIS E REPRESENTAÇÃO COMERCIAL LTDA JOHN DEERE

LAGOA BONITA SEMENTES

MENARIM SEMENTES

(8)

MOINHO VACARIA INSDUSTRIAL E AGRÍCOLA LTDA NIDERA SEMENTES

NORTOX S/A NUFARM

OR MELHORAMENTO DE SEMENTES LTDA PARATI S/A

SAGA CORRETORA DE CEREAIS LTDA SEMEGRÃO COMERCIAL AGRÍCOLA LTDA SEMENTES AURORA

SERRA MORENA CORRETORA LTDA STOLLER DO BRASIL

S. A. MOAGEIRA E AGRÍCOLA TAMONA AGROPECUÁRIA

TECNOLOGIA AGROPECUÁRIA – TAGRO UNIÃO CORRETORA DE COMMODITIES UNIVERSIDADE DE RIO VERDE – UniRV

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA – UEPG

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE DO PARANÁ –

UNICENTRO

(9)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS – UFPEL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR

UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR

(10)

qualquer garantia, seja expressa ou implícita, quanto ao uso destas

informações técnicas. Destaca que não assume responsabilidade por

perdas ou danos, incluindo-se, mas não se limitando, tempo e dinheiro,

decorrentes do emprego das mesmas, uma vez que muitas causas não

controladas, em agricultura, podem influenciar o desempenho das

tecnologias indicadas.

(11)

Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária

COMISSÃO ORGANIZADORA

Presidente: Almir Montecelli – Fundação Meridional Secretário: Ralf Udo Dengler – Fundação Meridional Tesoureiro: Jossiane Lombardi – Fundação Meridional

MEMBROS

Carlos Roberto Riede – Fundação Meridional/IAPAR Deoclécio Domingos Garbuglio – IAPAR

Edino Ferreira da Silva – IAPAR Edmilson Gonçalves Liberal – IAPAR

Florindo Dalberto – IAPAR Lisandra Lunardi – Embrapa Trigo

Luciana Maria Machado Pires – Fundação Meridional Luiz Alberto Cogrossi Campos – Fundação Meridional/IAPAR

Milton Dalbosco – Fundação Meridional

Sérgio Roberto Dotto – Embrapa Trigo

(12)

Adilson de Oliveira Júnior – Embrapa Soja André Mateus Prando – Embrapa Soja

Antonio Costa – IAPAR Francisco Skora Neto – IAPAR Giovani Stefani Faé – Embrapa Trigo

Irineu Lorini – Embrapa Soja

João Leodato Nunes Maciel – Embrapa Trigo José Salvador Simoneti Foloni – Embrapa Soja Paulo Roberto Valle da Silva Pereira – Embrapa Trigo

Paulo Vicente Contador Zaccheo – IAPAR Ricardo Lima de Castro – Embrapa Trigo Tatiane Dalla Nora Montecelli – Coodetec

Volmir Sérgio Marchioro – Coodetec

PATROCÍNIO

Basf, Bayer, Cooatol, Lagoa Bonita Sementes, Menarim Sementes, Semegrão, Silos Roma e Syngenta

APOIO

CAPES, Embrapa Soja, Embrapa Produtos e Mercado, Fundação Araucária, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR),

Integrada Cooperativa Agroindustrial, Midiograf, Ocepar e

Sociedade Rural do Paraná

(13)

2007 por meio da fusão de três Comissões – Comissão Sul Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, Comissão Centro-Sul Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale e Comissão Centro Brasileira de Pesquisa de Trigo – com o objetivo de identificar demandas, estabelecer prioridades, promover ações de pesquisa e transferência de tecnologias, estimular a integração institucional e, sobretudo, buscar soluções aos gargalos da cadeia produtiva – produção, comercialização, industrialização, consumo e política – do trigo e triticale no Brasil.

Em sua sétima edição, a Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT) foi realizada em Londrina, no período de 27 a 30 de agosto de 2013, sendo promovida pela Embrapa Trigo e realizada pela Fundação Meridional, com o apoio da CAPES, Embrapa Soja, Embrapa Produtos e Mercado, Fundação Araucária, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Integrada Cooperativa Agroindustrial, Midiograf, Ocepar e Sociedade Rural do Paraná.

Participaram da Reunião pesquisadores, extensionistas, técnicos, produtores, estudantes, autoridades e representantes ligados à cadeia produtiva em geral. Especialistas das áreas de Melhoramento, Aptidão Industrial, Sementes, Solos, Nutrição Vegetal, Fitopatologia, Entomologia, Ecologia, Fisiologia, Práticas Culturais, Transferência de Tecnologias e Socioeconomia discutiram a cadeia produtiva do trigo e do triticale na geração de novas tecnologias para ambas as culturas.

Esta publicação tem a finalidade de contribuir com informações técnicas de resultados obtidos no campo, ao longo do tempo. São conjuntos de fatores tecnológicos que podem otimizar o rendimento agronômico e econômico das regiões aptas ao cultivo de trigo e triticale no Brasil.

Almir Montecelli

Presidente da VII RCBPTT

(14)
(15)

1.1. Rotação de Culturas ... 15

1.2. Mobilização Mínima do Solo e Semeadura Direta ... 16

1.3. Cobertura Permanente do Solo ... 17

1.4. Processo Colher-Semear ... 17

1.5. Práticas Mecânicas Conservacionistas ... 17

2. CALAGEM, ADUBAÇÃO E INOCULAÇÃO EM SEMENTES ... 18

2.1. Introdução ... 18

2.2. Calagem ... 18

2.3. Adubação ... 26

2.4. Inoculação em Sementes ... 41

3. CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL DE TRIGO ... 41

4. CULTIVARES DE TRIGO E TRITICALE ... 44

4.1. Indicação de Cultivares de Trigo para o Estado do Rio Grande do Sul ... 66

4.2. Indicação de Cultivares de Trigo para o Estado de Santa Catarina ... 69

4.3. Indicação de Cultivares de Trigo para o Estado do Paraná ... 72

4.4. Indicação de Cultivares de Trigo para o Estado de Mato Grosso do Sul ... 76

4.5. Indicação de Cultivares de Trigo para o Estado de São Paulo ... 79

4.6. Indicação de Cultivares de Trigo para o Estado de Minas Gerais ... 81

4.7. Indicação de Cultivares de Trigo para o

Estado de Goiás e o Distrito Federal ... 82

(16)

4.10. Indicação de Cultivares de Triticale para os

Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina ... 84

4.11. Indicação de Cultivares de Triticale para os Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo ... 85

4.12. Indicação de Cultivares de Triticale para o Estado de Minas Gerais ... 86

4.13. Escalonamento de Cultivares ... 86

5. REGIONALIZAÇÃO PARA ÉPOCAS DE SEMEADURA DE TRIGO E TRITICALE ... 86

5.1. Estado do Rio Grande do Sul ... 87

5.2. Estado de Santa Catarina... 87

5.3. Estado do Paraná ... 87

5.4. Estado de Mato Grosso do Sul ... 88

5.5. Estado de São Paulo ... 88

5.6. Distrito Federal ... 89

5.7. Estado da Bahia ... 89

5.8. Estado de Goiás ... 89

5.9. Estado de Mato Grosso ... 90

5.10. Estado de Minas Gerais ... 91

6. DENSIDADE, ESPAÇAMENTO E PROFUNDIDADE DE SEMEADURA ... 91

6.1. Densidade de Semeadura ... 91

6.2. Espaçamento ... 92

6.3. Profundidade de Semeadura ... 92

(17)

de Duplo Propósito... 93

7.2. Conservação de Forragem: Fenação e Ensilagem ... 93

8. REDUTOR DE CRESCIMENTO ... 94

9. ALERTA SOBRE RISCOS DA DESSECAÇÃO EM PRÉ-COLHEITA DA CULTURA DO TRIGO ...94

10. MANEJO DE IRRIGAÇÃO EM TRIGO ... 95

10.1. Introdução ... 95

10.2. Região do Brasil Central ... 97

11. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ...107

11.1. Controle Cultural ... 107

11.2. Controle Mecânico ... 108

11.3. Controle Químico ... 108

11.4. Manejo de Buva em Lavouras de Trigo ... 108

12. CONTROLE DE DOENÇAS ...116

12.1. Rotação de Culturas ... 116

12.2. Tratamento de Sementes ... 117

12.3. Tratamento dos Órgãos Aéreos ... 119

12.4. Metodologia de Monitoramento de Lavouras ... 128

12.5. Estádio Vegetativo para Início do Monitoramento ... 129

12.6. Momento da Primeira Aplicação ... 129

12.7. Intervalo entre Aplicações ... 129

12.8. Estádio Fenológico para a Última Aplicação ... 129

(18)

(Dichelops melacanthus) ... 130

13.2. Lagartas ... 133

13.3. Corós ... 136

13.4. Insetos-praga de Armazenamento ... 138

14. COLHEITA E PÓS-COLHEITA DE TRIGO E TRITICALE ...139

14.1. Trigo... 139

14.2. Triticale ... 142

REFERÊNCIAS ...145

ANEXO 1 – RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ...146

ANEXO 2 – ESCALAS FENOLÓGICAS ...188

ANEXO 3 – ESCALAS DIAGRAMÁTICAS ...193

ANEXO 4 – CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL INDICATIVA ...195

ANEXO 5 – CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL INDICATIVA ...225

(19)

O sistema plantio direto, no âmbito da agricultura conserva- cionista, necessita ser interpretado e adotado sob o conceito de um complexo de processos tecnológicos destinado à exploração de sistemas agrícolas produtivos. Dessa forma, envolve a diversifica- ção de espécies via rotação de culturas, mobilização de solo apenas na linha de semeadura, manutenção permanente da cobertura do solo e minimização do interstício entre colheita e semeadura, pela implementação do processo colher-semear, além da adoção de prá- ticas mecânicas conservacionistas.

Nesse sentido, a qualificação do sistema plantio direto requer a observância integral dos fundamentos listados a seguir.

1.1. Rotação de Culturas

A rotação de culturas tem como benefícios a promoção da biodi- versidade, o favorecimento do manejo integrado de pragas, de doen- ças e de plantas infestantes, a promoção de cobertura permanente do solo, a diversificação e estabilização da produtividade, a raciona- lização de mão de obra e a redução do risco de perdas de renda.

Embora seja pequeno o efeito no controle da erosão, a rota-

ção de culturas assume importância como prática adicional para a

manutenção da capacidade de produção dos solos. A monocultura

contínua tende a provocar, com o passar dos anos, sensível queda

de produtividade, não só por alterar características do solo, mas

também por proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimen-

to de doenças e à ocorrência de pragas e plantas invasoras. Assim,

a prática da rotação de culturas visa também reduzir o potencial de

inóculo de organismos causadores de podridões radiculares e de

manchas foliares. A semeadura anual de trigo, triticale, cevada, cen-

teio ou outra gramínea, como azevém, por exemplo, na mesma área,

é a principal causa da ocorrência dessas doenças. Culturas como

aveia, nabo forrageiro, canola e leguminosas, em geral, constituem

as melhores opções num sistema de rotação, visando o controle

dessas doenças.

(20)

estiver inserida, não se indica que a mesma seja antecedida pelo tri- go de sequeiro, arroz e aveia, sendo indicada em sucessão à soja e em alternância com feijão, ervilha, cevada e hortaliças (batata, cenoura, cebola, alho, tomate e outras). Em áreas sob monocultivo de tomate, feijão e outras leguminosas, a incidência de doenças como escleroti- nia, rizoctoniose e fusariose têm provocado queda expressiva no ren- dimento dessas culturas e aumento nos custos de produção. O trigo, por não ser hospedeiro dessas doenças, constitui-se, no momento, na principal alternativa para a rotação de culturas, no período de inverno, com tomate, feijão e outras leguminosas.

1.2. Mobilização Mínima do Solo e Semeadura Direta

A mobilização mínima do solo e a semeadura direta têm como benefícios a redução de perdas de solo e água por erosão, a redução de perdas de água por evaporação, a redução da incidência de plan- tas daninhas, a redução da taxa de decomposição da matéria orgâ- nica do solo, a preservação da estrutura do solo, a preservação da fertilidade física e biológica do solo, a redução da demanda de mão de obra, a redução dos custos de manutenção de máquinas e equi- pamentos, a redução do consumo de energia fóssil e a promoção do sequestro de carbono no solo.

Caso o produtor opte pela adoção do sistema plantio direto, deve ser feito um levantamento inicial da situação física e da ferti- lidade do solo. As medidas corretivas devem ser adotadas antes da implantação do sistema. Sugere-se que o sistema seja introduzido em áreas que apresentem baixa infestação de plantas daninhas.

Para o estabelecimento do trigo de sequeiro em sequência às

culturas de soja, milho ou feijão, o sistema plantio direto assume

relevância como técnica viabilizadora desse modelo de produção,

sobretudo devido às condições climáticas que inviabilizam mobili-

zações de solo em condições ideais de umidade e pela disponibili-

dade de tempo hábil para a semeadura na época indicada.

(21)

A cobertura do solo tem como benefícios a dissipação da ener- gia erosiva das gotas de chuva, a redução de perdas de solo e de água por erosão, a preservação da umidade no solo, a redução da amplitude de variação da temperatura do solo, a redução da inci- dência de plantas daninhas, a promoção do equilíbrio da flora e fauna do solo, o favorecimento ao manejo integrado de pragas, de doenças e de plantas daninhas, a estabilização da taxa de recicla- gem de nutrientes e a promoção da biodiversidade da biota do solo.

1.4. Processo Colher-Semear

Esse processo tem como benefícios a otimização do uso da ter- ra, por proporcionar maior número de safras por ano agrícola, a redução de perdas de nutrientes liberados pela decomposição de restos culturais, a promoção da fertilidade química, física e biológi- ca do solo, o estímulo à diversificação de épocas de semeadura e a reprodução, nos sistemas agrícolas produtivos, dos fluxos de maté- ria orgânica observados nos sistemas naturais.

1.5. Práticas Mecânicas Conservacionistas

A cobertura permanente do solo, otimizada pelo sistema plan-

tio direto, não constitui condição suficiente para disciplinar a

enxurrada e controlar a erosão hídrica. A segmentação de topose-

quências por semeadura em contorno, culturas em faixas, cordões

vegetados e terraços dimensionados, especificamente para o sis-

tema plantio direto, representa tecnologia-solução para esse pro-

blema e tem como benefícios o manejo de solo e água no contexto

de microbacia hidrográfica e o consequente reestabelecimento da

semeadura em contorno e conservação de estradas rurais.

(22)

EM SEMENTES

2.1. Introdução

A análise de solo é um método eficiente para estimar a neces- sidade de corretivos de acidez e fertilizantes, mas é válida somen- te se a amostra analisada representar adequadamente a área a ser corrigida ou adubada. As análises de solo de rotina, para fins de indicação de calagem e adubação, devem ter a periodicidade máxima de três anos. No sistema plantio direto consolidado, suge- re-se amostrar de 0 a 10 cm de profundidade e, ocasionalmente, de 10 a 20 cm.

2.2. Calagem

2.2.1. Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina

A quantidade de corretivo de acidez a ser usada varia confor-

me o índice SMP determinado na análise do solo e a dose é função

de vários critérios (Tabela 1). A quantidade a ser aplicada está indi-

cada na Tabela 2.

(23)

Tabela 1. Crit érios de amostr agem de solo, indicação da necessidade de calagem e quantidade de corr eti da acidez par a cultur as de gr ãos nos Estados do Rio Gr ande do Sul e Santa Catarina. Sist ema de manejo do solo Condição da ár ea Amostr agem (cm) Crit ério de decisão Quantidade de corr

eti vo de acidez

(1)

Mét odo de aplicação Con vencional Qualquer condição 0-20 pH < 6,0

(2)

1 SMP par a pH

água

6,0 Incorpor ado Plantio dir et o Implantação a partir de la vour a ou campo natur al quando o índice SMP f or ≤ 5,0 0-20 pH < 6,0

(2)

1 SMP par a pH

água

6,0 Incorpor ado Implantação a partir de campo natur al com índice SMP entr e 5,1 e 5,5 0-20

pH < 5,5 ou V < 65%

(3)

1 SMP par a pH

água

5,5 Incorpor ado ou superficial Implantação a partir de campo natur al quando o índice SMP f or > 5,5 0-20

pH < 5,5 ou V < 65%

(3)

1 SMP par a pH

água

5,5 Superficial Sist ema consolidado (mais de cinco anos) 0-10

pH < 5,5 ou V < 65%

(3)

½ SMP para pH

água

5,5 Superficial

(1)Corresponde à quantidade de corretivo de acidez estimada pelo índice SMP em que 1 SMP equivale à dose de corretivo de acidez para atingir o pH em água desejado. (2)Não aplicar corretivo de acidez quando a saturação por bases (V) for maior que 80%. (3)Quando somente um dos critérios for atendido, não aplicar corretivo de acidez se a saturação por Al for inferior a 10% e se o teor de P for “Muito alto” (Tabela 4). (4)A incorporação de corretivo de acidez em campo natural deve ser feita com base nos demais fatores de produção. Quando se optar pela incorporação, usar a dose 1 SMP para pHágua 6,0. (5)No máximo 5 t ha-1 (PRNT = 100%). Fonte: Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC (2004).

(24)

para elevar o pH do solo a 5,5 e 6,0 nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Índice SMP

pH

água

desejado

Índice SMP

pH

água

desejado

5,5 6,0 5,5 6,0

(t ha

-1

) (t ha

-1

)

< 4,4 15,0 21,0 5,8 2,3 4,2

4,5 12,5 17,3 5,9 2,0 3,7

4,6 10,9 15,1 6,0 1,6 3,2

4,7 9,6 13,3 6,1 1,3 2,7

4,8 8,5 11,9 6,2 1,0 2,2

4,9 7,7 10,7 6,3 0,8 1,8

5,0 6,6 9,9 6,4 0,6 1,4

5,1 6,0 9,1 6,5 0,4 1,1

5,2 5,3 8,3 6,6 0,2 0,8

5,3 4,8 7,5 6,7 0,0 0,5

5,4 4,2 6,8 6,8 0,0 0,3

5,5 3,7 6,1 6,9 0,0 0,2

5,6 3,2 5,4 7,0 0,0 0,0

5,7 2,8 4,8

Fonte: Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC (2004).

2.2.2. Estado do Paraná

A necessidade de calagem para trigo deve ser calculada em fun-

ção da porcentagem de saturação por bases. Aplicar corretivo de

acidez quando a porcentagem de saturação por bases for inferior a

60%, calculando-se a quantidade de calcário para atingir 70%, con-

forme a equação [1]. Reanalisar o solo após três anos.

(25)

lizando-se a fórmula:

NC = T (V – V )f

2 1

100 [1]

Na qual:

T: capacidade de troca de cátions ou S + (H + Al), em cmol

c

/dm

3

;

S: soma de bases trocáveis (Ca + Mg + K), em cmol

c

/dm

3

; V

2

: porcentagem desejada de saturação por bases (60%);

V

1

: porcentagem de saturação por bases fornecida pela análise (100 x S/T);

f: 100/PRNT. Para rochas calcárias moídas, pode-se usar valor de f = 1,3 quando o PRNT do corretivo de acidez não for conhecido;

PRNT: Poder Relativo de Neutralização Total.

2.2.3. Estado de Mato Grosso do Sul

Indica-se aplicar corretivo de acidez quando a porcentagem de saturação por Al (m) for superior a 10%, sendo esta calculada da seguinte maneira:

m = Al

Al + Ca + Mg + K x 100

[2]

Os elementos Al, Ca, Mg e K são expressos em cmol

c

/dm

3

de solo.

A necessidade de corretivo de acidez, em t ha

-1

, é calculada por meio da seguinte equação:

NC = Al x 2 x f [3]

Em que:

(26)

Se o teor da análise de Ca + Mg for inferior a 2,0 cmol

c

/dm

3

, a necessidade de corretivo é calculada pela seguinte equação:

NC = [(Al x 2) + 2 – (Ca + Mg)]f [5]

No caso da análise de solo fornecer o teor de acidez potencial (H + Al), a necessidade de corretivo pode ser calculada por meio do método da saturação por bases. Usando esse critério, deve-se aplicar corretivo quando a porcentagem de saturação por bases for inferior a 50%, calculando-se a quantidade de corretivo para atin- gir 60%, conforme a equação [1] (item 2.2.2).

2.2.4. Estado de São Paulo

Aplicar corretivo para elevar a saturação por bases a 70%

para trigo e 60% para triticale e o magnésio a um teor mínimo de 5 mmol

c

/dm

3

. Para cultivares tolerantes à acidez (IAC 24 e IAC 120), a correção pode ser feita para V = 60%.

Para o cálculo da necessidade de calagem, em t ha

-1

, utiliza-se a equação [1] (item 2.2.2).

2.2.5. Distrito Federal e Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia

O cálculo da quantidade de corretivo a ser aplicada varia em função do pH do solo e de outros fatores como, por exemplo, o teor de argila. Assim, em solos com teor de argila acima de 20%, o cál- culo é feito com base nos teores de Al, Ca e Mg trocáveis do solo. A fórmula utilizada para esses solos é a equação [5] (item 2.2.3).

Quando se tratar de solos arenosos (teor de argila inferior a 20%), a quantidade de corretivo a ser utilizada é dada pelo maior valor calculado pelas equações [3] e [6].

NC (t ha ) = [2 – (Ca + Mg)]f

-1

[6]

(27)

baixa capacidade de troca de cátions, baixa capacidade de reten- ção de água e maior suscetibilidade à erosão. Porém, independen- temente do tipo de solo e em função do método de correção, é pos- sível que, a partir do quarto ano de cultivo, seja necessária nova aplicação de corretivo de acidez. Isso poderá ser comprovado por meio da análise de solo.

Outro método para calcular a necessidade de corretivo em uso na região baseia-se na saturação por bases do solo que, para os solos do Cerrado, deve ser de 50% para culturas de sequeiro. A quantidade a se aplicar pode ser calculada utilizando-se a fórmula:

NC (t ha ) = [(T x 0,5) – S]f

-1

[7]

Na qual:

S = Ca + Mg + K e T = (Al + H) + S, todos expressos em cmol

c

/dm

3

. Como o potássio (K) normalmente é expresso em mg/dm

3

nos boletins de análise de solo, é necessário transformá-lo para cmol

c

/dm

3

pela fórmula:

3 3

cmol de K/dm = (mg de K/dm )/391

c

[8]

Em sistemas irrigados, considerando a intensidade de culti- vos, pode-se aplicar corretivo de acidez para saturação por bases de 60%, ou seja:

NC (t ha ) = [(T x 0,6) – S]f

-1

[9]

No momento da aplicação, é necessário que o solo apresente umidade suficiente para se obter os efeitos desejáveis do corretivo.

Na região do Cerrado, entretanto, existe uma estação seca que se

prolonga de maio a setembro, quando o solo, de modo geral, con-

(28)

gem são no final ou no início da estação chuvosa.

O método mais comum de aplicação é aquele em que se dis- tribui uniformemente o produto na superfície do solo, seguido da incorporação a 20 cm de profundidade. Quando é necessário aplicar doses elevadas (acima de 5,0 t ha

-1

), há vantagens no parcelamento da aplicação. Nesse caso, sugere-se aplicar a metade da dose e incor- porá-la com grade pesada para, em seguida, aplicar a segunda meta- de da dose e incorporá-la com arado a uma profundidade de 20 cm.

Cuidados devem ser tomados com relação ao uso de corretivo de acidez no sulco, operação feita juntamente com o plantio, utili- zando-se semeadora com terceira caixa. Essa operação somente é válida quando se tratar de suprir cálcio e magnésio como nutrien- tes para as plantas. Nesse caso, doses de até 500 kg ha

-1

poderiam solucionar o problema. Quando o solo apresentar acidez elevada, no entanto, o acréscimo em produtividade pode ser altamente limi- tado se o corretivo for aplicado no sulco de semeadura.

O calcário apresenta efeito residual que persiste por vários anos. Assim, após a primeira calagem, sugere-se nova análise de solo após três anos de cultivo. Quando a saturação por bases for inferior a 35% no sistema de cultivo de sequeiro, deve-se aplicar mais calcário para elevar a saturação por bases a 50%. Nos siste- mas de cultivo irrigado e plantio direto, deve-se aplicar o corretivo quando a saturação por bases for inferior a 40%, elevando-a para 60% no sistema irrigado. No sistema plantio direto (sequeiro ou irrigado), a reaplicação de calcário deve ser feita a lanço, na super- fície do solo, sem incorporação; no convencional, deve ser feita a incorporação com arado de discos.

Devido à deficiência de magnésio nos solos do Cerrado,

indica-se o uso de calcário dolomítico (teor de MgO acima de 12%)

ou magnesiano (teor de MgO de 5,1% a 12%). Porém, na ausência

destes, pode-se utilizar calcário calcítico, desde que sejam adicio-

nados ao solo adubos que contenham magnésio. De modo geral, a

relação Ca/Mg no solo, expressa em termos de cmol

c

/dm

3

, pode se

situar no intervalo de 1:1 até 10:1.

(29)

considerar que o preço deve ser corrigido para 100% de PRNT pos- to na propriedade. Assim, quando se decidir comprar, o preço efeti- vo do calcário deve ser calculado usando a fórmula:

Valor nominal do calcário x 100 PRNT Preço efetivo (posto na propriedade) =

[10]

Do ponto de vista econômico, a calagem deve ser considera- da investimento. Assim, no cálculo de sua economicidade deve ser considerado um período de amortização de cinco a seis anos. Essa prática corresponde entre 12% e 15% do custo global do investi- mento para “construção” da fertilidade do solo. Deve-se considerar que o uso de doses inferiores às indicadas resultará em queda de produtividade, requerendo reaplicações mais frequentes.

Os solos do Cerrado apresentam elevada acidez subsuperfi- cial, uma vez que, em nível de lavoura, a incorporação profunda de calcário nem sempre é possível. Assim, camadas de solo abaixo de 35-40 cm podem continuar com excesso de alumínio, mesmo após efetuada uma calagem considerada adequada. Esse problema, alia- do à baixa capacidade de retenção de água desses solos, pode cau- sar decréscimo na produtividade da cultura, principalmente nas regiões em que é mais frequente a ocorrência de veranicos. A cor- reção de acidez subsuperficial pode ser feita utilizando-se quanti- dade de calcário acima das doses indicadas, incorporando-o o mais profundamente possível. Essa correção é atingida gradualmente, num período de quatro a oito anos.

Com o uso de gesso, é possível diminuir a saturação de alu-

mínio da camada mais profunda, uma vez que o sulfato existen-

te nesse material pode carrear o cálcio para camadas abaixo de

40 cm. Desse modo, criam-se condições para o aprofundamen-

to do sistema radicular das plantas no solo e, consequentemen-

te, são minimizados os efeitos de veranicos, obtendo-se melhor

índice de produtividade. Além disso, todo esse processo pode ser

(30)

tar que o gesso não é corretivo de acidez do solo e pode ser usado com dois objetivos:

a) Como fonte dos nutrientes enxofre (S) e cálcio (Ca): nesse caso, sugere-se a aplicação anual de 100 a 200 quilos de gesso agrícola por hectare;

b) Para minimizar problemas adversos da acidez na camada subsuperficial: nessa condição, deve-se proceder à aná- lise de solo nas camadas de 20-40 cm e de 40-60 cm de profundidade. Se a saturação por alumínio for superior a 20% e/ou o teor de cálcio inferior a 0,5 cmol

c

/dm

3

, existe a possibilidade de resposta à aplicação de gesso agrícola.

As doses indicadas são de 700, 1.200, 2.000 e 3.200 kg ha

-1

para solos de textura arenosa, média, argilosa e muito ar- gilosa, respectivamente.

2.3. Adubação

As doses de adubação indicadas para a cultura de trigo e triti- cale são apresentadas, por Estado, a seguir.

2.3.1. Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 2.3.1.1. Nitrogênio

A quantidade de fertilizante nitrogenado a se aplicar varia em função do nível de matéria orgânica do solo, da cultura precedente e da expectativa de rendimento de grãos da cultura, a qual é função da interação de vários fatores de produção e das condições climá- ticas. A dose de nitrogênio a ser aplicada na semeadura varia entre 15 e 20 kg ha

-1

. O restante deve ser aplicado em cobertura, comple- mentando o total indicado na Tabela 3.

Para as doses mais elevadas de nitrogênio em cobertura,

pode-se optar pelo fracionamento em duas aplicações: no início

do afilhamento e, o restante, no início do alongamento.

(31)

ras de trigo e triticale nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Nível de matéria orgânica no solo (%)

Cultura precedente*

Soja Milho

< 2,5 60 80

2,6-5,0 40 60

> 5,0 ≤ 20 ≤ 20

*Para expectativa de rendimento superior a 2,0 t ha-1, acrescentar, aos valores da Tabela 3, 20 kg de N ha-1 após soja e 30 kg de N ha-1 após milho, por tonelada adicional de grãos a ser produzida.

Fonte: Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC (2004).

A aplicação tardia de N em cobertura, após a fase de emborra- chamento, geralmente não afeta o rendimento de grãos, mas pode aumentar o teor de proteína do grão, sem que necessariamente, em todas as situações, o valor de W (força de glúten) seja alterado a tal ponto de modificar a classificação comercial do produto colhido.

2.3.1.2. Fósforo e potássio

As quantidades de fertilizantes contendo P e K que devem ser aplicadas variam em função dos teores desses nutrientes no solo (Tabela 4). O limite superior do teor “Médio” é considerado o nível crítico de P e de K no solo, cujo valor deve ser mantido pela aplica- ção de quantidade adequada de fertilizante. A partir do limite supe- rior do teor “Alto”, a probabilidade de resposta à aplicação de ferti- lizante é muito pequena ou nula.

As doses de P

2

O

5

e de K

2

O (Tabela 5) são indicadas em função de dois parâmetros básicos:

a) A quantidade necessária para o solo atingir o limite supe- rior do nível “Médio” em dois cultivos;

b) A exportação desses nutrientes pelos grãos e perdas diver-

sas. Nas faixas de teores “Muito baixo”, “Baixo” e “Médio”,

a diferença entre a quantidade indicada em cada cultivo e

a manutenção é a adubação de correção, ou seja, a quanti-

dade necessária para elevar o teor do nutriente no solo ao

nível crítico em dois cultivos.

(32)

dos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Teor de P ou K no

solo

P Mehlich 1

Classe textural do solo

(1)

K Mehlich 1 (CTC

pH 7

, cmol

c

/dm

3

)

1 2 3 4 < 5 5-15 > 15

(mg K/dm

3

) Muito baixo < 2,0 < 3,0 < 4,0 < 7,0 < 15 < 20 < 30 Baixo 2,1-4,0 3,1-6,0 4,1-8,0 7,1-14,0 16-30 21-40 31-60 Médio 4,1-6,0 6,1-9,0 8,1-12,0 14,1-21,0 31-45 41-60 61-90 Alto 6,1-12,0 9,1-18,0 12,1-24,0 21,1-42,0 46-90 61-120 91-180 Muito alto > 12,0 > 18,0 > 24,0 > 42,0 > 90 > 120 > 180

(1)Teor de argila = Classe 1: superior a 60%; Classe 2: de 60% a 41%; Classe 3: de 40% a 21%; classe 4: inferior ou igual a 20%.

Fonte: Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC (2004).

Tabela 5. Quantidades de fósforo e potássio a se aplicar ao solo para as cul- turas de trigo e triticale no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Teor de P ou K no solo

Fósforo (kg P

2

O

5

ha

-1

) Potássio (kg K

2

O ha

-1

) 1º cultivo 2º cultivo 1º cultivo 2º cultivo

Muito baixo 110 70 100 60

Baixo 70 50 60 40

Médio 60 30 50 20

Alto 30 30 20 20

Muito alto 0 ≤30 0 ≤20

Obs.: Para rendimento superior a 2,0 t ha-1, acrescentar 15 kg P2O5 ha-1 e 10 kg K2O ha-1 por tonelada adicional de grãos a ser produzida. Nos teores “Muito baixo” e “Baixo” a dose indicada inclui 2/3 da adubação de correção no 1º cultivo e 1/3 da adubação de correção no 2º cultivo. No teor “Médio”, toda a adubação de correção está inclusa no 1º cultivo. As quantidades para o teor “Alto” são aquelas indicadas para a obtenção do rendimento referência de 2 t ha-1. O teor de P2O5 e de K2O no grão de trigo é cerca de 10 e 6 kg t-1, respectivamente, porém, a demanda de absorção da planta aproximada é de 15 kg de P2O5 e 20 kg de K2O por tonelada de grão produzido.

Fonte: Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC (2004).

(33)

Fertilizantes orgânicos podem ser utilizados na cultura de tri- go e triticale, sendo fontes de macro e micronutrientes. As doses de N, P

2

O

5

e K

2

O devem ser as mesmas das Tabelas 3 e 5 e o cálculo deve ser realizado levando em consideração a reação desses produ- tos no solo. Em geral, a equivalência dos fertilizantes orgânicos em fertilizantes minerais, na primeira cultura, é cerca de 50% para N, 80% para P e 100% para K.

2.3.1.4. Fertilizantes foliares

Os resultados de pesquisa com vários tipos de fertilizantes foliares contendo macro e micronutrientes indicam, em geral, que não há vantagem econômica de seu emprego na cultura de trigo ou triticale no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

2.3.1.5. Micronutrientes

Os solos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina são, em geral, bem supridos em micronutrientes (zinco, cobre, boro, manganês, cloro, ferro e molibdênio), sendo incomum a constatação de defi- ciências na cultura de trigo ou triticale.

Devido à diversidade de fatores que influenciam a disponibili- dade de micronutrientes para as plantas, seu uso deve ser cauteloso, pois a demanda desses nutrientes pelas plantas é muito pequena.

Os fertilizantes orgânicos, quando aplicados em doses que suprem à demanda das plantas em NPK, geralmente fornecem quantidades adequadas de micronutrientes para o desenvolvimento das plantas.

Os fertilizantes fosfatados e o calcário também contêm pequenas quantidades de micronutrientes.

2.3.1.6. Enxofre e gesso agrícola

O gesso (CaSO

4

.2H

2

O) é uma fonte de enxofre e cálcio para as

plantas. Na forma comercial, contém 13% de S e 16% de Ca. Exce-

tuando o MAP (fosfato monoamônico) e o DAP (fosfato diamônico),

as demais fontes de P contêm cálcio, variando de 10% no superfos-

(34)

fontes de enxofre, o superfosfato simples apresenta 8% de S. Em adição, fórmulas N-P

2

O

5

-K

2

O contendo baixo teor de P

2

O

5

são elabo- radas com superfosfato simples e, portanto, contêm enxofre.

No caso de comprovação de deficiência de enxofre por meio de análise do solo (< 5 mg S/dm

3

), indica-se a aplicação de cerca de 20-30 kg de S por hectare. Solos arenosos e com baixo nível de matéria orgânica apresentam maior probabilidade de ocorrência de deficiência de enxofre.

Com relação ao uso de gesso agrícola como condicionador quí- mico de camadas subsuperficiais, os resultados de pesquisa no Sul do Brasil indicam não haver certeza de resposta da cultura de trigo ou triticale ao produto.

2.3.2. Estado do Paraná 2.3.2.1. Nitrogênio

A adubação nitrogenada deve ser parcelada, aplicando-se par- te na semeadura e o restante em cobertura (Tabela 6). O aumento da dose de N no sulco é sugerido, pois resultados de pesquisa indi- cam que a aplicação do nitrogênio deve ser realizada nas fases ini- ciais do desenvolvimento da cultura. A adubação de cobertura deve ser feita no perfilhamento, a lanço.

Tabela 6. Indicação de adubação nitrogenada (kg ha

-1

) para as culturas de trigo e triticale no Estado do Paraná.

Cultura anterior Semeadura Cobertura

Soja 10-30 30-60

Milho 25-50 30-90

2.3.2.2. Fósforo e potássio

As doses de P

2

O

5

indicadas constam na Tabela 7 e a aplicação

de potássio pode ser feita de acordo com a Tabela 8.

(35)

Estado do Paraná.

Teor de P* (mg/dm

3

) P

2

O

5

(kg ha

-1

)

< 5 60-90

5-9 40-60

> 9 20-40

*Extraído pelo método de Mehlich 1.

Tabela 8. Adubação potássica para as culturas de trigo e triticale no Estado do Paraná.

Teor de K* (cmol

c

/dm

3

) K

2

O (kg ha

-1

)

< 0,10 60-80

0,10-0,30 40-60

> 0,30 30-40

*Extraído pelo método de Mehlich 1.

A prática de semeadura direta confere ao solo um acúmulo de matéria orgânica e nutrientes na camada superficial, principal- mente o fósforo, devido à sua baixa mobilidade no perfil.

A partir dos resultados de vários trabalhos realizados em solos do Estado do Paraná para a sucessão soja-trigo em sistema de semeadura direta (LANTMANN et al., 1996), foram disponibiliza- das informações para o manejo da fertilidade em áreas com solos livres de alumínio tóxico, nas situações em que o cultivo de outono- inverno (trigo, triticale, aveia, cevada ou milho safrinha) seja devi- damente adubado.

Os níveis críticos de fósforo e potássio no solo e a necessidade da planta oferecem um conjunto de informações importantes para a definição da quantidade de fertilizantes a serem usados nesse sis- tema, permitindo as seguintes indicações:

a) Para o sistema de sucessão soja/trigo-triticale-aveia-ce-

vada-milho safrinha, em função da exigência da cultura

do trigo, quando a concentração de fósforo estiver acima

(36)

teor de argila inferior a 20%, de 20% a 40% e superior a 40%, respectivamente, e o potássio estiver acima de 0,30 cmol

c

dm

-3

, em todos os tipos de solo, em análise de amostra de solo coletada na camada 0-20 cm, é possível suprimir a adubação com fósforo e potássio para a cultura da soja em sistema plantio direto.

b) Para o monitoramento da fertilidade do solo, a análise do solo a cada dois anos é ferramenta fundamental para a tomada de decisão quanto à quantidade e periodicidade das adubações.

A análise de solo deve ser obrigatória ao final do cultivo de soja onde houve a supressão da adubação com fósforo e potás- sio (EMBRAPA SOJA; EMBRAPA CERRADOS; EMBRAPA AGROPE- CUÁRIA OESTE, 2008).

Diante do exposto, a decisão final de adubar ou não a cultura da soja, após o cultivo de inverno adubado, fica a critério do profis- sional da assistência técnica, conhecedor do histórico da área a ser cultivada com soja.

2.3.2.3. Micronutrientes

Em trabalhos de pesquisa desenvolvidos no Paraná, não foram constatadas respostas do trigo a micronutrientes.

2.3.3. Estado de Mato Grosso do Sul 2.3.3.1 Nitrogênio

Para a adubação nitrogenada ser mais eficiente, devem ser observados os seguintes critérios:

a) Quando o trigo for semeado em área cultivada com soja por

mais de três anos, deve-se aplicar de 5 a 15 kg ha

-1

de N na

base. Nesse caso, dispensar a aplicação em cobertura quan-

(37)

de grãos. Para lavouras com maior potencial de produti- vidade, pode-se aplicar até 30 kg ha

-1

de N em cobertura;

b) Em áreas de plantio direto, quando o trigo for cultivado após milho, deve-se aplicar de 5 a 15 kg ha

-1

de N na base e 30 kg ha

-1

em cobertura.

Para o triticale, como o potencial de rendimento é maior e o risco de acamamento é menor que o do trigo, essas doses podem ser aumentadas.

A adubação nitrogenada de cobertura deve ser feita, preferen- cialmente, de 15 a 20 dias após a emergência.

2.3.3.2. Fósforo e potássio

A interpretação dos teores de fósforo e potássio no solo e as indicações de adubação de manutenção para as culturas do trigo e triticale em Mato Grosso do Sul estão apresentadas nas Tabelas 9 e 10, respectivamente.

Tabela 9. Interpretação dos teores de fósforo (P) e potássio (K) para solos do Estado do Mato Grosso do Sul.

Nutriente

(1)

Interpretação Solo arenoso

(2)

Solo argiloso e franco-argiloso

(3)

(mg/dm

3

)

P

Baixo < 10 < 6

Médio 10-20 6-12

Bom > 20 > 12

(cmol

c

/dm

3

)

K

Baixo < 0,08 < 0,08

Médio 0,08-0,15 0,08-0,15

Bom > 0,15 > 0,15

(1)Extraído pelo Método de Mehlich 1. (2)Menos de 20% de argila. (3)Mais de 20% de argila.

(38)

Mato Grosso do Sul.

Nível do solo Semeadura

P K N P

2

O

5(1)

K

2

O

(kg ha

-1

)

Baixo

Baixo 5-15 60-75 45

Médio 5-15 60-75 30

Bom 5-15 60-75 15

Médio

Baixo 5-15 45-60 45

Médio 5-15 45-60 30

Bom 5-15 45-60 15

Bom Baixo 5-15 30 45

Médio 5-15 30 30

(1)Solúvel em citrato neutro de amônio + água ou ácido cítrico, conforme a fonte.

2.3.3.3. Micronutrientes e enxofre

A adubação com micronutrientes e enxofre só deve ser feita depois de constatada a deficiência. Não é indicada a aplicação de micronutrientes via foliar. O chochamento (esterilidade masculina) pode ser provocado, entre outros fatores, por deficiência de boro.

Caso essa carência tenha sido constatada em anos anteriores, suge- re-se aplicar de 0,65 a 1,30 kg ha

-1

de boro, na forma de bórax ou FTE, no sulco de semeadura.

2.3.4. Estado de São Paulo 2.3.4.1 Nitrogênio

A adubação nitrogenada em cobertura, para o trigo e triticale

de sequeiro e para o trigo irrigado, está indicada nas Tabelas 11 e

12, respectivamente, de acordo com a classe de resposta e a produ-

tividade esperada. A adubação de cobertura deve ser efetuada entre

(39)

de 40 kg ha

-1

podem ser divididas em duas aplicações, especialmen- te em solos arenosos, sendo a metade aplicada aos 30 dias após a emergência e a outra metade cerca de 20 dias depois.

As doses de nitrogênio indicadas por ocasião da semeadura estão relacionadas na Tabela 13.

Tabela 11. Adubação em cobertura, para o trigo e triticale de sequeiro, de acordo com a classe de resposta e a produtividade esperada.

Produtividade esperada (t ha

-1

)

Classe de resposta a N

Alta Média Baixa

1,0-2,0 20 00 0

2,0-3,0 40 20 0

Tabela 12. Adubação em cobertura, para o trigo irrigado, de acordo com a classe de resposta e a produtividade esperada.

Produtividade esperada (t ha

-1

)

Classe de resposta a N

Alta Média Baixa

2,5-3,5 60 40 20

3,5-5,0 90 50 20

Tabela 13. Necessidade de adubação de semeadura conforme a produti- vidade esperada.

Produ- tividade esperada

(t ha

-1

)

Nitro- gênio (kg ha

-1

)

P resina (mg/dm

3

) K trocável (mmol

c

/dm

3

) 0-6 7-15 16-40 > 40 0-0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 > 3,0

P

2

O

5

(kg ha

-1

) K

2

O (kg ha

-1

)

2,5-3,5 20 80 60 40 20 60 40 20 10

3,5-5,0 30 90 60 40 20 90

(1), (2)

60 40 20

(1)Rendimento de 3,5 a 5,0 t ha-1 de grãos, sem irrigação, pode ser obtido no Sul do Estado de São Paulo, em solos de elevada fertilidade e em anos com distribuição de chuva uniforme. Para esses casos, usar a indicação de adubação para trigo irrigado para essa faixa de rendimento.

(2)Doses elevadas de potássio no sulco de semeadura podem provocar redução no estande. Assim, sugere-se aplicar a lanço, antes da semeadura, toda a dose de K ou a parte que exceder 60 kg ha-1 de K2O.

(40)

A adubação de semeadura com fósforo e potássio é indicada de acordo com a análise de solo e a produtividade esperada (Tabela 13).

2.3.4.3. Micronutrientes e enxofre

A adubação de semeadura deve ser complementada com 10 kg ha

-1

e 20 kg ha

-1

de S para trigo e triticale de sequeiro e trigo irrigado, respectivamente.

Em solos com teor de Zn (método DTPA) inferior a 0,6 mg/dm

3

, deve-se aplicar 3 kg ha

-1

de Zn e 1,0 kg ha

-1

de B em solos com teor de B (método da água quente) inferior a 0,3 mg/dm

3

.

2.3.5. Distrito Federal e Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia

Para se obter elevada produtividade com as culturas de trigo e triticale na região do Cerrado é imprescindível a adoção de uma adubação equilibrada. Como os solos desta região são pobres em fósforo e potássio, torna-se necessária a aplicação de elevada quan- tidade desses nutrientes. Para isso, são propostos dois sistemas de adubação: correção total com manutenção do nível atingido e cor- reção gradual.

2.3.5.1. Nitrogênio

A adubação nitrogenada deve ser feita em duas etapas: por oca- sião da semeadura e no início do estádio de perfilhamento, quando se inicia o processo de diferenciação da espiga. Esse estádio ocor- re cerca de 14 dias após a emergência das plântulas do trigo. Tanto para o cultivo de sequeiro quanto para o irrigado, deve-se aplicar, pelo menos 20 kg de N ha

-1

por ocasião da semeadura.

Para o trigo de sequeiro, cujo potencial de rendimento é

menor que o irrigado, de maneira geral, deve-se aplicar 20 kg ha

-1

,

em cobertura, no perfilhamento. Para as cultivares MGS1 Aliança e

MGS Brilhante, deve-se aplicar 40 kg ha

-1

no início do perfilhamen-

(41)

bom desenvolvimento das plantas. Essa mesma dose pode ser uti- lizada para o triticale de sequeiro.

Para o trigo irrigado, cujo potencial de produção é mais ele- vado, indica-se dose maior em cobertura, respeitando-se as carac- terísticas das cultivares em relação ao acamamento e às culturas anteriores. A adubação de nitrogênio para as cultivares: BRS 207 deve ser de até 100 kg ha

-1

; para BRS 264, Embrapa 42 e UFVT1 Pioneiro a dose deve ser de até 80 kg ha

-1

; e, para Embrapa 22 e BRS 254 de até 70 kg ha

-1

.

2.3.5.2. Fósforo

Para uma criteriosa indicação de adubação fosfatada, deve-se conhecer o plano de utilização da propriedade rural, incluindo a sequência de culturas, o prazo de utilização das áreas e a expecta- tiva de produção.

Na região do Cerrado, o método utilizado pelos laboratórios de análise de solo para extrair P do solo é o Mehlich 1. Na Tabela 14, são apresentados o teor de P extraível pelo método de Mehlich 1 e a correspondente interpretação, que varia em função do teor de argila. Os níveis críticos de P correspondem a 4, 8, 15 e 18 mg/dm

3

para os solos com teor de argila superior a 60%, entre 60% e 36%, entre 35% e 16% e menor ou igual a 15%, respectivamente. Em solos com menos de 15% de argila não se recomenda a prática da agricultura intensiva.

São apresentadas duas alternativas para a adubação fosfatada corretiva: a correção do solo em dose única, mantendo-se o nível de fertilidade atingido (Tabela 15), e a correção gradativa, com aplica- ções anuais no sulco de plantio (Tabela 16).

Sugere-se aplicar o adubo fosfatado a lanço, incorporando-o à camada arável para propiciar maior volume de solo corrigido.

Doses inferiores a 100 kg de P

2

O

5

ha

-1

, no entanto, devem ser apli-

cadas no sulco de plantio, de maneira semelhante à adubação cor-

retiva gradual.

(42)

Mehlich 1, de acordo com o teor de argila, para adubação fos- fatada em sistemas de sequeiro com culturas anuais em solos de Cerrado.

Teor de argila (%)

Teor de P no solo

Muito baixo Baixo Médio Adequado Alto (mg/dm

3

)

≤ 15 0-6,0 6,1-12,0 12,1-18,0 18,1-25,0 > 25,0 16-35 0-5,0 5,1-10,0 10,1-15,0 15,1-20,0 > 20,0 36-60 0-3,0 3,1-5,0 5,1-8,0 8,1-12,0 > 12,0

> 60 0-2,0 2,1-3,0 3,1-4,0 4,1-6,0 > 6,0

Fonte: Sousa e Lobato (2004).

Tabela 15. Indicação de adubação fosfatada corretiva total de acordo com a disponibilidade de fósforo e teor de argila do solo em sistemas agrícolas com culturas anuais de sequeiro em solos de Cerrado.

Teor de argila (%)

Disponibilidade de P no solo

(1)

Muito baixa Baixa Média

(kg ha

-1

de P

2

O

5

)

≤ 15 60 30 15

16-35 100 50 25

36-60 200 100 50

> 60 280 140 70

(1)Classe de disponibilidade de P no solo (ver Tabela 14).

Fonte: Sousa e Lobato (2004).

A adubação corretiva gradual (Tabela 16) é uma alternati-

va que pode ser adotada quando não é possível utilizar o sistema

proposto acima, isto é, de fazer a correção do solo de uma única

vez. Essa prática consiste na aplicação, em sulco de plantio, de uma

(43)

ção, acumulando-se, com o passar do tempo, o excedente e atin- gindo-se, após alguns anos, a disponibilidade de P desejada. Ao se utilizar as doses de adubo fosfatado sugeridas na Tabela 16, espe- ra-se que, num período máximo de seis anos, o solo apresente teor de P, na análise, em torno do nível crítico. Sugere-se analisar o solo periodicamente.

Para o caso de lavouras irrigadas, deve-se aplicar 20% a mais na quantidade de fósforo indicada na Tabela 16, independentemente do teor de argila e da classe de disponibilidade de P no solo.

Tabela 16. Indicação de adubação fosfatada corretiva gradual em cinco anos, de acordo com a disponibilidade de fósforo e teor de argila do solo, em sistemas agrícolas com culturas anuais de sequeiro em solos de Cerrado.

Teor de argila (%)

Disponibilidade de P no solo

(1)

Muito baixa Baixa Média

kg ha

-1

/ano (P

2

O

5

)

≤ 15 170 65 63

16-35 180 70 65

36-60 100 80 70

> 60 120 90 75

(1)Classe de disponibilidade de P no solo (ver Tabela 14).

Fonte: Sousa e Lobato (2004).

2.3.5.3. Potássio

Para a adubação potássica, a exemplo do fósforo, são sugeridas duas alternativas (Tabela 17):

a) Corretiva total: em aplicação a lanço;

b) Corretiva gradual: em aplicações feitas, no sulco de plan- tio, em quantidade superior à adubação de manutenção.

Quando a lavoura for irrigada, deve-se aplicar 10 kg ha

-1

de

K

2

O a mais, independente do teor de K extraído do solo.

(44)

de adubação corretiva de K para culturas anuais, conforme a disponibilidade do nutriente, em solos de Cerrado.

Teor de K

(mg/dm

3

) Interpretação Corretiva total Corretiva gradual CTC a pH 7,0 menor do que 4,0 cmol

c

/dm

3

≤ 15 Baixo 150 70

16-30 Médio 125 60

31-40 Adequado

(1)

010 00

> 40 Alto

(2)

010 00

CTC a pH 7,0 igual ou maior do que 4,0 cmol

c

/dm

3

≤ 25 Baixo 100 80

26-50 Médio 150 60

51-80 Adequado

(1)

000 00

> 80 Alto

(2)

000 00

(1)Para solos com teores de potássio dentro dessa classe, indica-se adubação de manutenção de acordo com a expectativa de produção.

(2)Para solos com teores de potássio dentro dessa classe, indica-se 50% da adubação de manutenção ou da extração de potássio esperada ou estimada com base na última safra.

Fonte: Sousa e Lobato (2004).

2.3.5.4. Adubação de manutenção

Essa adubação visa à manutenção, em níveis adequados, de fós- foro e potássio no solo. É indicada quando se utiliza integralmen- te a adubação corretiva (Tabelas 15 e 17), sendo dispensada quan- do se procede à adubação corretiva gradual (Tabelas 16 e 17). Para uma expectativa de rendimento de 3,0 t ha

-1

de trigo, deve-se aplicar 60 kg ha

-1

de P

2

O

5

e 30 kg ha

-1

de K

2

O. Se a expectativa de rendi- mento for de 5,0 t ha

-1

, as doses deverão ser de 80 kg ha

-1

de P

2

O

5

e 40 kg ha

-1

de K

2

O.

2.3.5.5. Controle de chochamento

O controle de chochamento (esterilidade masculina) é feito

pela adição de boro na adubação de semeadura. A dose de boro a

(45)

car de 5,9 a 11,8 kg ha

-1

de bórax ou de 35 a 70 kg ha

-1

de FTE BR 12 (1,8% de boro). O efeito residual do boro é de dois anos para a forma de bórax e de três anos para a forma de FTE.

2.4. Inoculação em Sementes

Indica-se o uso de inoculante com Azospirillum brasilense e/ou outras bactérias associativas promotoras de crescimento de plan- tas devidamente registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A eficiência agronômica dos inoculantes pode variar em função das condições de cultivo do trigo.

A inoculação em trigo deve ser feita de acordo com a Tabela 18.

Tabela 18. Inoculantes indicados para a cultura de trigo.

comercial* Microrganismo Estirpe(s) Nome

Concentração registrada

(UFC/mL) Dose Empresa

Azototal Azospirillum

brasilense AbV5 e

AbV6 2 x 10

8

100 mL/

50 kg de semente

Total Biotecnologia Masterfix

gramíneas Azospirillum

brasilense AbV5 e

AbV6 2 x 10

8

100 mL/ha Stollerdo Brasil

*Dados de eficiência são de responsabilidade do fabricante.

3. CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL DE TRIGO

A classificação comercial de trigo (Tabela 19) e a tipificação de trigo (Tabela 20) estão baseadas na Instrução Normativa nº. 38, de 30 de novembro de 2010, do Ministério da Agricultura, Pecuá- ria e Abastecimento, publicada no Diário Oficial da União de 1º de dezembro de 2010, ou em legislação que venha a substituí-la.

A classificação comercial estima a aptidão tecnológica de culti-

vares de trigo nas diferentes Regiões homogêneas de adaptação, no

entanto, não garante, absolutamente, a mesma classificação para

(46)

clima, solo, tratos culturais, secagem e armazenamento.

Na Tabela 21, são apresentados valores sugeridos para carac- terísticas de qualidade por produto à base de trigo, em função da força de glúten (W), da relação tenacidade/extensibilidade (P/L) e do número de queda (NQ).

Tabela 19. Classificação do trigo do Grupo II, destinado à moagem e outras finalidades, segundo a Instrução Normativa nº. 38 do MAPA.

Classe

Força do glúten (valor mínimo expresso em

10

-4

J)

Estabilidade (tempo expresso

em minutos)

Número de queda (valor mínimo

expresso em segundos)

Melhorador 300 e 14 250

Pão 220 ou 10 220

Doméstico 160 ou 16 220

Básico 100 ou 13 200

Outros usos Qualquer Qualquer Qualquer

Tabela 20. Tipificação do trigo do Grupo II, destinado à moagem e outras finalidades, segundo a Instrução Normativa nº. 38 do MAPA.

Tipo

Peso do hectolitro

(valor mínimo)

Matérias estranhas e

impurezas (% máximo)

Defeitos

(% máximo) Total de

defeitos (% máximo) Danifica-

dos por insetos

Pelo calor, mofados e ardidos

Chochos, triguilhos e

quebrados

1 78 1,00 0,50 0,50 1,50 2,00

2 75 1,50 1,00 1,00 2,50 3,50

3 72 2,00 2,00 2,00 5,00 7,00

Fora

de tipo < 72 > 2,00 > 2,00 10,00 > 5,00 > 7,00

(47)

Tabela 21. Indicações de car act erísticas de qualidade por pr odut o à base de trigo. Aplicação W (10

-4

J) P (mm) P/L AA (%) EST (Mín.) NQ (s)

L* b* PRO T % (b.s.) Panificação art esanal Mín. 280 - 1,2-2,0 Mín. 58 Mín. 15 Mín. 250 Mín. 92 - Mín. 12 Panificação industrial Mín. 250 - 0,8-1,5 Mín. 58 Mín. 12 Mín. 250 Mín. 92 - Mín. 12 Farinha doméstica Mín. 180 - 0,8-1,5 - Mín. 8 Mín. 250 Mín. 92,5 - Mín. 10 Massas - - - - - Mín. 250 - Mín. 12 Mín. 14 Biscoit os f ermentados 170-220 70-100 0,8-1,5 56-60 - Mín. 250 Mín. 90 - 9-12 Biscoit os moldados doces 90-160 40-60 0,4-1,0 Máx. 60 - Mín. 200 Mín. 91 - 8-9 Biscoit os laminados doces 110-180 60-100 0,5-1,2 56-60 - Mín. 200 Mín. 91 - 8-9 W af ers/Bolos - - - Máx. 56 - Mín. 200

Mín. 91/ Mín. 92

- Máx. 7-8/ Máx. 8 Massas fr escas/ instantâneas Mín. 180 - - - - Mín. 250 Mín. 93,5 - Mín. 12

W: força de glúten; P: tenacidade; P/L: relação tenacidade/extensibilidade (parâmetros da alveografia); AA: absorção de água; EST (Mín.): estabilidade (mínima) (parâmetros da farinografia); NQ (s): número de queda ou falling number (segundos); L*: luminosidade Minolta (L = 100, branco total; L = 0, preto total); b*: tendência para a cor amarela (sistema CIEL *a*b* = determinada em colorímetro Minolta); PROT % (b.s.): proteínas (base seca).

(48)

Informações gerais das cultivares de trigo e triticale como cru- zamento, obtentor, ano de lançamento, Estados para os quais são indicadas, classe comercial, estatura da planta, reação ao cresta- mento e às doenças e teste de germinação na espiga estão relacio- nados nas Tabelas 22 a 25.

Nas Tabelas 26 a 37 estão relacionados, por Estado e cultivar, o ciclo e a(s) região(ões) tritícola(s) de adaptação para a(s) qual(is) é(são) indicada(s).

Nas Figuras 1 a 5 estão apresentadas as regiões homogêneas

de adaptação de cultivares de trigo e triticale utilizadas para fins de

indicação de cultivares no Zoneamento Agrícola de Risco Climático

do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e para rea-

lização de ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) de trigo e triti-

cale para os Estados considerados. As figuras são baseadas nas Ins-

truções Normativas nº. 3, de 14 de outubro de 2008, e nº. 58, de 19

de novembro de 2008. No Anexo 1, estão listados os municípios que

compõem as regiões homogêneas de adaptação de cultivares de tri-

go segundo a Instrução Normativa nº. 3, de 14 de outubro de 2008.

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