Literatura de Cordel
O PADRE E O DEMÔNIO
VANILDO JOSÉ TAVARES
--- VANILDO JOSÉ TAVARES
Nascido dia oito de outubro de 1965 em sitio poço da areia, município de Santana do Ipanema AL.
Filho de José Tavares da Silva, e Maria da Luz.
Alfabetizado aos sete anos de idade, no ano de 1972. No Grupo Escolar Nossa Senhora de Fátima, onde também lecionou por quatro anos e seis meses. Servidor Público da Secretaria de Estado da Educação de Alagoas.
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O PADRE E O DEMÔNIO
1-Ele vivia no paraíso
Em harmonia com tudo que é Divino Parecia até um bom menino
Mas a maldade tomo conta dele Foi expulso lá de cima
Pelo criador
2-Chegou na terra Se o costumou Aqui ficou
Era um dia de domingo A cidade estava fechada Como é muito atrevido
O PADRE E O DEMÔNIO
3-Viu a igrejinha aberta Quis aproveitar
Sem pedir licença Entrou de porta adentro Ficou perto do altar Estava bem embecado
4-Que até o padre enganou-se
Perguntou se ele ia marcar o casamento Batizado, ou o que for
Estou a seu dispor
Mas o padre pensando Que ele fosse um doutor
O PADRE E O DEMÔNIO
5-Ele mentiu para o padre E assim falou:
Sou fazendeiro
Quero vender um gado para o senhor O padre respondeu:
Não entendo de gado
6-Nem de agricultura Dedico minha vida a Deus E as sagradas escrituras Vamos parar por aqui Porque a casa do senhor Não é lugar de negocio
O PADRE E O DEMÔNIO
7-Vou confessar os fieis Depois a Santa Missa celebrar Por favor, o senhor retire-se Para não atrapalhar
O home deu uma grande gargalhada E respondeu assim:
8-Daqui não saio Não tem ninguém Para me tirar O padre já estava Ficando nervoso
Mas não podia se descontrolar
O PADRE E O DEMÔNIO
9-Porque estava com os mandamentos na mão
E bem em frente ao altar O sacristão
Vendo aquela discursão Ficou de parte rezando Com o rosário na mão
10-Às beatas também
Foram pra sala das confissões Implorar a Deus
Para que aquele homem Fosse embora
Pra poder evitar
O PADRE E O DEMÔNIO
11-Um grande quebra pau Dentro da igrejinha
De Cosme e Damiao E o povo chegando Para a celebração
A Igrejinha já estava lotada
12-E aquela peleja sem fim Entre o padre
E aquele homem Dos cabelos de tuim Ai, o padre
Começou a rezar
O PADRE E O DEMÔNIO
13-Creio em Deus pai Todo poderoso Que é nosso criador Nos livre deste homem Que é muito maldoso
O homem começou a se tremer
14-E duas pontinhas Na cabeça dele aparecer O padre profetizando E toda a plateia ajudando Viram também nele Um rabinho crescer
O PADRE E O DEMÔNIO
15-Todo mundo viu Ele se transformando
Num diabo do inferno
Que andava no mundo vagabundando Neste momento
Com sua astucia maligna
16-Fez aparecer uma cobra preta Com a língua para fora
Foi aquele alvoroço
Uns caiam por cima dos outros Que só faltava quebrar o pescoço Foi aquele labafero
O PADRE E O DEMÔNIO
17-Pois aquele demônio Veio mesmo
Foi dos quintos dos inferno Uns chamavam por Deus do Céu Outros por Nossa Senhora da Guia Outros gritavam:
18-Nunca mais esqueço esse dia E a cobra furiosa
Correndo pelo chão Até nas paredes subia A freira foi correr Naquela multidão
O PADRE E O DEMÔNIO
19-Enganchou a roupa no banco
Caiu e bateu Com a testa no chão
Mas o demônio Se viu agoniado
Com o padre puxando a reza na frente
20-E todo mundo acompanhando Quando o padre jogou
Um balde de água benta Bem na testa dele
Ele deu um salto para cima Saiu fumaça pelo nariz
O PADRE E O DEMÔNIO
21-Saiu fogo pelos olhos Saiu um bafo pela boca E todos gritavam:
Valei-me Nossa Senhora O demônio rodopiou Fez um giro esquisito
O PADRE E O DEMÔNIO
22-Deu um enorme grito Com a porta da frente acertou Na saída
Deu um peido Que a igrejinha Toda fedida ficou
23-O padre imediatamente Chamou seus assistentes E falou:
Por uma semana
Às atividades estão suspensas O demônio é muito teimoso
24-E muito atrevido
Gosta de quem é mentiroso E não dar valor a vida.
OBRAS ESCRITAS PELO AUTOR
* Pelos Caminhos da Poesia
* Memória Vivas
* O que é? O que é?
* Rimas de um matuto
* Mentiras e mentiras
* A loirinha do interior
* De Ribeira a Santana do Ipanema
* O matuto Tavares
* O viajante misterioso
* O padre e o demônio
* A chegada de padre Cícero no Céu
* Ditado popular
* Meu Jesus Meu Salvador
CONTATO:
Sítio Poço da Areia Santana do Ipanema Al.
57.500-000
E-mail: vanijotava@gmail.com