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III EVOLUÇÃO DO SECTOR

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Academic year: 2021

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EVOLUÇÃO DO SECTOR

Após dois anos de crescimento anémico ou mesmo negativo, o ano 2014 marca o regresso do crescimento económico à quase totalidade dos países da União Europeia, embora, no conjunto, esse crescimento seja ainda pouco significativo, ascendendo a 0,8%, no que respeita aos países da Zona Euro, e a 1,3%, no total da União Europeia, de acordo com as estimativas da Comissão Europeia, divulgadas no início de Fevereiro de 2015.

O crescimento observado encontra-se suportado, essencialmente, no consumo privado, uma vez que o contributo do investimento e das exportações para o aumento do PIB é, ainda, diminuto. Crescimento do PIB em 2014 0.4% 2.4% 1.3% 0.8% 1.8% 3.0% 2.3% 2.6% 1.0% 3.3% 3.3% 3.0% 3.0% 2.6% -0.5% 4.8% 3.3% 0.7% 1.0% 0.4% 0.0% 1.9% 1.4% 2.6% 2.4% 0.8% -0.5% -2.8% 1.4% 1.0% 0.2% 1.5% -4.0% -2.0% 0.0% 2.0% 4.0% 6.0% Japão E.U.A. Total U.E. Zona Euro Suécia Roménia Rep. Checa Reino Unido Portugal PolóniaMalta Luxemburgo Lituânia LetóniaItália Irlanda Hungria HolandaGrécia França Finlândia Estónia Espanha Eslovénia Eslováquia Dinamarca CroáciaChipre Bulgária Bélgica Áustria Alemanha

III

Fonte: European Economic Forecast, Winter 2015.

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Como referido, a quase totalidade dos países da UE registaram, em 2015, um crescimento nas respectivas economias, medido pela variação real do PIB. Apenas Itália (-0.5%), Chipre (-2,8%) e Croácia (-0,5%) apresentaram, nesse ano, um crescimento económico negativo.

Pela positiva, destaca-se a Irlanda que, um ano após ter saído do Programa de Assistência Financeira, obteve um aumento de 4,8% no PIB, a maior subida de entre os 28 países da União Europeia. Destaque, ainda, para a Grécia e para Portugal, outros dois países que estiveram (estão) sob um Programa de Assistência Financeira e que registaram, igualmente, uma

performance económica positiva com um crescimento do PIB de, respectivamente, 1,0% e

0,9%, sendo que, no caso da Grécia, é o primeiro ano de crescimento económico desde 2007. Chipre é, assim, o único dos países que solicitou a intervenção da Troika, a registar, em 2015, uma variação negativa do PIB.

Taxa de Desemprego em 2014 3.6% 6.2% 10.2% 11.6% 7.9% 6.8% 6.1% 6.3% 14.1% 9.0% 5.9% 6.0% 10.7% 10.8% 12.7% 11.3% 7.7% 7.4% 26.6% 10.2% 8.7% 7.4% 24.5% 9.8% 13.2% 6.6% 17.0% 16.1% 11.6% 8.5% 5.0% 5.0% 0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 20.0% 25.0% 30.0% Japão E.U.A. Total U.E. Zona Euro Suécia Roménia Rep. Checa Reino Unido Portugal Polónia Malta Luxemburgo Lituânia Letónia Itália Irlanda Hungria Holanda Grécia França Finlândia Estónia Espanha Eslovénia Eslováquia Dinamarca Croácia Chipre Bulgária Bélgica Áustria Alemanha Fonte: Eurostat European Economic Forecast, Winter 2015.

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Com a retoma económica, iniciou-se o crescimento do emprego e a descida da taxa de desemprego, tendência que foi possível observar na maioria dos países da União Europeia e, também, nos Estados Unidos e no Japão.

No conjunto dos 28 países da União Europeia, a taxa de desemprego caiu para 10,2%, menos 0,7 pontos percentuais do que em 2014. Na Zona Euro, a taxa de desemprego fixou-se em 11,6%, acima, portanto, da média da União Europeia, embora se tenha observado, igualmente, uma redução face ao ano anterior (12,0%).

Portugal foi um dos países que registou maior decréscimo na taxa de desemprego, baixando de 16,4%, em 2013, para 14,1%, em 2014. Continua a ser, contudo, um dos países com maior taxa de desemprego, apenas ultrapassado pela Grécia (26,6%), Espanha (24,5%), Croácia (17,0%) e Chipre (16,1%). Taxa de Inflação em 2014 2.7% 1.6% 0.6% 0.4% 0.2% 1.4% 0.4% 1.5% -0.2% 0.1% 0.8% 0.7% 0.2% 0.7% 0.2% 0.3% 0.0% 0.3% -1.4% 0.6% 1.2% 0.5% -0.2% 0.4% -0.1% 0.3% 0.2% -0.3% -1.6% 0.5% 1.5% 0.8% -2.0% -1.0% 0.0% 1.0% 2.0% 3.0% Japão E.U.A. Total U.E. Zona Euro Suécia Roménia Rep. Checa Reino Unido Portugal Polónia Malta Luxemburgo Lituânia Letónia Itália Irlanda Hungria Holanda Grécia França Finlândia Estónia Espanha Eslovénia Eslováquia Dinamarca Croácia Chipre Bulgária Bélgica Áustria Alemanha Fonte: Eurostat.

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Com a economia a crescer, ainda que de forma modesta, e o desemprego a diminuir, embora também de forma pouco significativa, um dos principais focos de preocupação dos agentes políticos e económicos europeus foi a evolução da taxa de inflação e a possibilidade da Zona Euro entrar num período de deflação, o que comprometeria o investimento e, por essa via, o reforço do crescimento económico e da diminuição do desemprego.

São já 7 os países que registaram, em 2014, uma taxa de inflação negativa, entre os quais Portugal, que registou uma taxa de -0,2%.

Dos restantes países, a maioria registou uma inflação inferior a 1%. Somente quatro (Áustria, Finlândia, Reino Unido e Roménia) tiveram uma inflação superior a 1% e, em todos os casos, inferior a 2%.

No plano internacional, destaque para o Japão que, depois de mais de uma década de estagnação ou mesmo deflação dos preços, registou, em 2014, uma inflação de 2,7%.

Portugal beneficiou do clima económico a nível europeu e mundial, o que se repercutiu num aumento das exportações, no crescimento do PIB e na descida da taxa de desemprego, já referidos.

Em Portugal, 2014 marcou o final do Programa de Assistência Financeira, tendo o Governo português, à semelhança do que já acontecera com a Irlanda, no ano anterior, optado por uma “saída limpa”, sem o recurso a qualquer programa cautelar ou outro tipo de salvaguarda por parte dos credores internacionais.

Evolução das Yields da Dívida Pública Portuguesa em 2014

0.0% 1.0% 2.0% 3.0% 4.0% 5.0% 6.0% 7.0% De z-2013 Jan -2014 Fe v-2014 Mar -2014 Mar -2014 A b r-2014 Mai -2014 Ju n -2014 Ju n -2014 Ju l-2014 A go -2014 A go -2014 Se t-2014 O u t-2014 N o v-2014 N o v-2014 De z-2014 Yields 2 Anos Yields 5 Anos Yields 10 Anos

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A melhoria das condições económicas e também a reconquista da reputação creditícia nos mercados financeiros internacionais levou a que as taxas de juro da dívida portuguesa atingissem, em 2014, mínimos históricos, o que possibilitou a emissão de dívida de longo prazo (a cinco e dez anos).

O ano fica, ainda, marcado pela Resolução do Banco Espírito Santo (BES), decidida pelo Banco de Portugal, no início de Agosto, dividindo aquela instituição de crédito em duas entidades: a primeira, que se designou de “Novo Banco”, concentrou os depósitos e outros activos e passivos com maior qualidade; e a segunda, conhecida por “banco mau”, onde permaneceram os activos e passivos de menor qualidade, e que será extinta logo que esses activos e passivos sejam alienados ou liquidados.

Embora tenha, numa fase inicial, beneficiado da melhoria das condições económicas e do desempenho favorável dos mercados financeiros, a evolução do mercado de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões português, em 2014, foi profundamente afectada pela Resolução do BES, sendo evidentes duas tendências diametralmente opostas: a primeira, positiva, até à decisão da Resolução; e a segunda, negativa, posteriormente a essa data. A Resolução do BES teve, de facto, vários impactos. Num momento inicial, verificou-se um movimento de saída dos clientes do Banco, o que se reflectiu não só nos depósitos mas também nos Fundos de Investimento e outros instrumentos financeiros comercializados por aquela instituição de crédito.

Dado o peso que tinha no mercado financeiro nacional, também a performance da Bolsa Portuguesa foi profundamente afectada, o que diminuiu a confiança dos investidores nacionais.

Assim, no final de 2014, o mercado nacional de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões representava um total de 99 839,3 milhões de euros de activos sob gestão, traduzindo um crescimento de 0,7% em relação a Dezembro de 2013.

No final de Junho de 2014, os activos sob gestão ascendiam a 104 365,6 milhões de euros, reflectindo um crescimento de 5,2% em relação ao início do ano, que foi quase totalmente anulado no segundo semestre, com os montantes sob gestão a diminuírem 4,3%.

Quase todas as áreas de actividade representadas pela APFIPP registaram este comportamento descendente, em 2014. A única excepção foi a Gestão de Fundos de Pensões que manteve uma evolução crescente ao longo de todo o ano. No final de Dezembro de 2014, os Fundos de Pensões portugueses geriam 17 141,1 milhões de euros, mais 6,0% em relação a Junho de 2014 e mais 13,1% do que no final do ano anterior. Este montante significa uma

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quota de 17,2% do mercado nacional de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões, ocupando a segunda posição, logo a seguir à Gestão de Patrimónios.

O mercado nacional de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões (Milhões Euro)

A Gestão de Patrimónios continua a ser o sector de actividade representado pela APFIPP com maior volume de activos sob gestão, atingindo 59 712,0 milhões de euros, no final de 2014. Apesar do decréscimo observado no segundo semestre (-4,6%), a performance obtida até 30 de Junho de 2014, período em que os montantes sob gestão aumentaram 5,6%, permitiu que, no cômputo do ano, se tivesse registado um crescimento de 0,7% em relação a 2013.

Os Fundos de Investimento, Mobiliários e Imobiliários, pelo contrário, apresentaram, em 2014, um desempenho negativo.

Os Fundos de Investimento Mobiliário (F.I.M.) terminaram o ano com um total de 11 588,0 milhões de euros sob gestão, o que traduz uma redução de 6,5% em relação ao final de 2013. Este resultado é consequência quase exclusiva do impacto da Resolução do BES, uma vez que a queda dos montantes sob gestão apenas se tornou evidente após esse momento, e foi na Sociedade Gestora que integrava aquele Grupo (ESAF), que se verificou a maior diminuição nos activos sob gestão, no segundo semestre, a qual representou cerca de 75% da redução total observada nesse período.

De facto, em 30 de Junho de 2014, os F.I.M. nacionais geriam 13 498,9 milhões de euros, acumulando um crescimento de 8,9% desde o início do ano. Após essa data, os montantes sob gestão caíram 14,2%, num total superior a 1,9 mil milhões de euros.

0 20,000 40,000 60,000 80,000

Total F.I.M. Total F.I.I. Total F.Pensões Total Gestão Patrimónios

Dez-2013 Jun-2014 Dez-2014

Fonte: APFIPP; ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões; e CMVM.

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Já no que respeita aos Fundos de Investimento Imobiliário (F.I.I.), a evolução negativa foi uma constante ao longo do ano, tendo terminado 2014 com um total de 11 398,1 milhões de euros, uma redução de 7,3% em relação ao final de 2013.

Contrariamente ao que se verificou nos F.I.M., em que a evolução negativa foi consequência, essencialmente, dos resgates solicitados pelos Participantes, no caso dos F.I.I., parte significativa deste desempenho negativo deve-se à performance dos activos em carteira com a grande maioria dos Fundos a registarem, em 2014, um desempenho negativo.

Fundos de Investimento Mobiliário (F.I.M.)

A. Mercado Mundial

Os principais mercados mundiais de Fundos de Investimento Mobiliário (F.I.M.) beneficiaram do bom desempenho económico e da performance dos mercados financeiros, mantendo a tendência de crescimento que vinham registando em anos anteriores. Considerando em conjunto os mercados da África do Sul, Austrália, Brasil, Estados Unidos da América (EUA), Europa e Japão, o total de activos dos Fundos de Investimento, no final de 2014, ascendia a 23 956,5 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 17,7% em relação ao final do ano anterior.

Os mercados mundiais de F.I.M. em 2014

5.6% 16.3% 7.7% 8.9% 14.7% 13.1% 0.0% 2.0% 4.0% 6.0% 8.0% 10.0% 12.0% 14.0% 16.0% 18.0% 0 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000

E.U.A. Europa* Austrália Brasil Japão África do Sul

Montantes 2013 (Mil Milhões €) Montantes 2014 (Mil Milhões €) Crescimento 2014(%)

* - Apenas foram considerados os Fundos harmonizados (UCITS). Fonte: EUA - ICI, Europa - EFAMA, Austrália – ABS, Brasil - ANBIMA, Japão - JITA e África do Sul – ASISA. Nota: O crescimento indicado é medido tendo em conta a evolução dos activos sob gestão na moeda oficial do país em causa (no caso da Europa, considerou-se o Euro).

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Parte deste desempenho é justificado pela desvalorização do Euro face às principais moedas mundiais. De facto, considerando os valores em Dólar dos EUA, o desempenho conjunto destes mercados foi de apenas 3,6%.

Analisando a evolução na moeda local de cada região, a Europa cresceu 16,2%, o Japão aumentou 14,7%, a África do Sul avançou 13,1%, o Brasil subiu 8,9%, a Austrália cresceu 7,7%, enquanto que os EUA foram os que obtiveram a menor performance, com um aumento de 5,6%.

Os Estados Unidos da América continuam a ser o maior produtor de F.I.M., com 13 056,8 mil milhões de euros, o que representa cerca de 50% do total dos F.I.M. mundiais.

A Europa7 é o segundo bloco económico, em termos de gestão de F.I.M., sendo responsável por 7 979,3 mil milhões de euros de montantes geridos, o que equivale a perto de um terço do mercado mundial.

B. Mercado Europeu

O mercado europeu de F.I.M. harmonizados, no final de 2014, era responsável pela gestão de 7 979,3 mil milhões de euros, o que traduz um crescimento de 16,3%, em relação ao final do ano anterior.

O principal domicílio de F.I.M. harmonizados continua a ser o Luxemburgo. No final de 2014, os F.I.M. luxemburgueses eram responsáveis por um total de 2 642,5 mil milhões de euros, o que representa 33,1% do mercado europeu. Ao longo de 2014, o mercado luxemburguês de Fundos UCITS registou um aumento de 20,2% no total de activos sob gestão.

Em 2014, a Irlanda ultrapassou a França e atingiu o segundo lugar do ranking europeu, no que diz respeito à domiciliação de Fundos UCITS. No final do ano, os activos sob gestão atingiram 1 274,5 mil milhões de Euro, mais 22,1% do que no ano anterior, conseguindo uma quota de 16,0% do mercado europeu.

A França baixou para o terceiro posto, com um total de activos sob gestão de 1 145,9 mil milhões de euros, no final de Dezembro de 2014. O mercado de Fundos UCITS francês cresceu apenas 3,2%, em 2014, justificando a perda do segundo lugar do ranking que detinha no ano anterior, obtendo uma quota de 14,4% do mercado europeu.

7 Fonte: EFAMA – European Fund and Asset Management Association. São apenas considerados Fundos UCITS, no sentido de

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Os F.I.M.* na Europa em 2014

Considerando também os F.I.M. não harmonizados, o volume de activos sob gestão ascendeu a 11 036,9 mil milhões de euros, em Dezembro de 2014, o que significa um crescimento de 15,9% em relação ao ano anterior.

O Luxemburgo e a Irlanda são, igualmente, os países que lideram em termos de activos sob gestão, com 28,0% e 15,0%, respectivamente. O Top-5 é composto, ainda, pela França (13,8%), Alemanha (13,6%) e Reino Unido (11,7%). Em conjunto, os F.I.M. destes cinco países gerem 9 062,8 mil milhões de euros, o que representa 82,1% de todo o mercado europeu. Dos 28 países considerados na análise, apenas 3 (Croácia, Grécia e Portugal) registaram um decréscimo nos montantes geridos pelos respectivos F.I.M.: o mercado croata regrediu 0,5%, o da Grécia caiu 9,1% e, em Portugal, a redução observada foi de 6,5%.

Pela positiva, destacam-se a Hungria e a República Checa, ambos com um crescimento superior a 30% (32,1% e 30,2%, respectivamente). Para além destes, mais seis países registaram um aumento acima de 20%: Dinamarca (23,9%); Espanha (25,4%); Irlanda (23,6%), Liechtenstein (26,0%); Roménia (26,5%); e Suécia (26,2%).

Analisando a evolução do mercado dos maiores países, no que respeita à domiciliação de F.I.M., para além da evolução na Irlanda, já referida, no Luxemburgo verificou-se um crescimento de 18,4%, em França um aumento de 3,3%, enquanto que na Alemanha a subida foi de 13,4% e no Reino Unido observou-se um acréscimo de 17,2%.

-15% 0% 15% 30% 45% 60% 75% -600 0 600 1,200 1,800 2,400 3,000 Montantes 2014 (Mil Milhões Euro) Crescimento 2014 (%) * - Inclui Fundos Harmonizados e Fundos não harmonizados. Fonte: EFAMA.

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Esta evolução positiva do mercado europeu de F.I.M. deveu-se, por um lado, ao bom desempenho dos mercados financeiros, que permitiu a valorização dos activos detidos pelos F.I.M. europeus e, por outro, a um aumento da procura destes produtos por parte dos investidores. Considerando apenas os Fundos Harmonizados, o saldo anual de subscrições menos resgates foi positivo em 463,6 mil milhões de euros.

Subscrições Líquidas de F.I.M.* na Europa em 2014 (milhões Euro)

O Luxemburgo e a Irlanda, que constituem os principais centros financeiros europeus no que diz respeito a domiciliação de F.I.M. com o objectivo de serem, posteriormente, vendidos a investidores noutros países, incluindo fora da Europa, foram os que mais beneficiaram do fluxo de novos investimentos. Em conjunto, os F.I.M. destes dois países receberam, ao longo do ano, 339,7 mil milhões de euros de subscrições líquidas, o que representa 73,3% do saldo positivo anual do conjunto dos países europeus.

De destacar, igualmente, a procura por F.I.M. em Espanha (35,6 mil milhões de euros) e no Reino Unido (21,7 mil milhões de Euros).

Em Portugal, o saldo de subscrições líquidas em F.I.M. harmonizados, foi positivo em cerca de 0,6 mil milhões de euros. No entanto, considerando F.I.M. harmonizados e F.I.M. não harmonizados, o saldo anual foi negativo em cerca de 0,9 mil milhões de euros.

A nível europeu, os Fundos de Obrigações e os Fundos Mistos foram os que mais beneficiaram do aumento da procura dos investidores, tendo registado um saldo de subscrições líquidas anuais de 191,2 mil milhões de euros e 186,7 mil milhões de euros, respectivamente. O bom desempenho dos mercados accionistas levou, também, a um maior interesse dos investidores

-50,000 0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000

* - Não inclui Fundos não harmonizados. Fonte: EFAMA.

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por Fundos de Acções, traduzido num total de 60,8 mil milhões de Euros de entradas líquidas, em 2014.

Subscrições Líquidas dos F.I.M. Europeus* em 2014 (Mil Milhões Euro)

Os Fundos do Mercado Monetário continuaram a ser prejudicados pela actual conjuntura de taxas de juro baixas, que condiciona a performance dos instrumentos do mercado monetário, em que estes Fundos investem, afastando os investidores e levando-os a procurar outras alternativas com maior retorno para aplicar as suas poupanças. Ao longo de 2014, os Fundos do Mercado Monetário registaram saídas líquidas no valor de 4,8 mil milhões de euros, ainda assim um valor bastante inferior aos 84,2 mil milhões de euros de subscrições líquidas negativas que estes Fundos registaram no ano anterior.

C. Mercado Nacional

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Como referido atrás, ao analisar a evolução do mercado nacional de F.I.M., em 2014, é possível observar claramente dois períodos distintos, cuja delimitação coincide com a vinda a público dos problemas que afectavam o BES e que acabaram por culminar na sua Resolução. No início do segundo semestre do ano, registou-se um período de saída dos clientes do antigo BES, o que afectou significativamente os Fundos geridos pela ESAF, Sociedade Gestora pertencente ao mesmo grupo e à data a segunda maior gestora nacional de F.I.M., em termos

8 Na análise do mercado português de F.I.M. não foram considerados os F.I.M. geridos por duas Sociedade Gestora. Em 31 de

Dezembro, a amostra considerada na presente análise representava 99,46% do total de activos geridos por F.I.M. portugueses.

60.8 191.2 186.7 -4.8 6.9 22.8 -50.0 0.0 50.0 100.0 150.0 200.0 250.0

F. Acções F. Obrigações F. Mistos F. Tesouraria F. Fundos Outros

* - Não inclui Fundos não harmonizados. Fonte: EFAMA.

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de activos sob gestão (na medida em que os seus Fundos eram maioritariamente comercializados aos balcões do Banco Espírito Santo).

Até final de Junho, o mercado nacional de F.I.M. demonstrava estar a inverter a tendência regressiva do passado, apresentando um crescimento significativo dos montantes sob gestão (8,9%), suportado num aumento da procura por parte dos investidores, traduzido num saldo de subscrições líquidas de 917,7 milhões de euros, acumulado desde o início do ano.

No segundo semestre, pelo contrário, os montantes sob gestão caíram mais de 14%, para valores inferiores aos registados no final de 2013. Esse movimento deveu-se, quase exclusivamente aos resgates dos Participantes, que levaram a saídas líquidas no montante global de 1 793,1 milhões de euros. Desses, quase 1 400 milhões de euros, o equivalente a cerca de 78%, diz em respeito a Fundos geridos pela ESAF.

Merece, igualmente, destaque a ocorrência, em 2014, da primeira fusão de F.I.M. transfronteiriça, envolvendo F.I.M. nacionais. Cinco Fundos nacionais foram incorporados, por fusão, em Fundos domiciliados no Luxemburgo, operação que levou à saída de 223,3 milhões de euros.

Como se pode verificar no gráfico abaixo, nos dois primeiros trimestres de 2014 há um crescimento constante dos activos sob gestão verificando-se, seguidamente, um decréscimo acentuado no terceiro trimestre do ano e nova redução, embora menos significativa, no último trimestre.

O mercado nacional de F.I.M. em 2014

O desempenho dos F.I.M, em 2014, deveu-se, exclusivamente ao desinvestimento dos investidores e às operações de fusão transfronteiriças que resultaram, em conjunto, numa

12,356 13,288 13,444 11,864 11,526 237 241 239 215 204 5,000 6,000 7,000 8,000 9,000 10,000 11,000 12,000 13,000 14,000

Dez-2013 Mar-2014 Jun-2014 Set-2014 Dez-2014

Total F.I.M. (Milhões €) Nº de Fundos

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saída de 875,3 milhões de euros. De facto, de forma agregada, os F.I.M. nacionais registaram, em 2014, uma performance positiva, que se traduziu numa apreciação dos activos em carteira, estimada em cerca de 45 milhões de euros.

A Evolução dos F.I.M. em 2014 (Milhões Euro)

O ano começou bem com uma forte procura no primeiro trimestre (766,2 milhões de euros) conjugado com uma boa performance dos mercados financeiros que possibilitou a valorização dos activos, estimada em 166,3 milhões de euros. Assim, nesse período verificou-se um crescimento de 7,5% nos activos sob gestão. No segundo trimestre, embora se tenham mantido em terreno positivo quer as subscrições líquidas (151,5 milhões de euros) quer a valorização dos activos (4,0 milhões de euros), há um claro abrandamento em relação ao trimestre anterior, observando-se um aumento dos montantes sob gestão de apenas 1,2%. O pior trimestre acabaria por ser o terceiro, resultado quer dos efeitos da Resolução do BES, quer das fusões transfronteiriças, já mencionadas. Nesse período, o mercado nacional dos F.I.M. registou saídas líquidas no valor de 1 523,5 milhões de euros, sofrendo ainda com a desvalorização dos activos que se traduziu numa redução adicional de 55,9 milhões de euros e que resultaram, em conjunto, numa redução trimestral de 11,7% nos montantes sob gestão. O fluxo de saídas abrandou no último trimestre, totalizando 269,6 milhões de euros, mas, em contrapartida, intensificou-se a desvalorização dos activos, estimada em 69,2 milhões de euros. Em conjunto, os dois efeitos levaram a uma diminuição de 2,9%, nesse trimestre. A par da diminuição dos activos sob gestão, o ano 2014 ficou, igualmente, marcado por uma redução acentuada do número de Fundos em actividade. No final de Dezembro existiam 204 Fundos em actividade, menos 33 do que no período homólogo.

-2,000.0 -1,600.0 -1,200.0 -800.0 -400.0 0.0 400.0 800.0 1,200.0

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Subscrições líquidas * Capitalização Activos Crescimento total

* - Inclui o fluxo de saída resultante das fusões

transfronteiriças ocorridas. Fonte: APFIPP.

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Esta evolução é resultado do desaparecimento de 44 Fundos e do lançamento de apenas 11 novos Fundos.

O número de Sociedades Gestoras a desenvolver a actividade de gestão de F.I.M. permaneceu inalterado, mantendo-se as 16 entidades que existiam no final de 2013.

Dos novos Fundos lançados, seis são Fundos de Fundos, três são Fundos Mistos / Fundos Flexíveis e dois são Especiais de Investimento (FEI)9.

No final de 2014, estes Fundos geriam um total de 307,6 milhões de euros, o que representa cerca de 2,7% do valor global dos F.I.M. nessa data.

Dos 44 Fundos que cessaram a actividade, oito deveram-se a processos de fusão, que incluem cinco fusões transfronteiriças, enquanto que outros 18 foram liquidados por ter terminado o prazo pelo qual haviam sido inicialmente constituídos.

Em termos de categorias, extinguiram-se 11 Fundos com Protecção de Capital, 10 FEI, seis Fundos Mistos / Fundos Flexíveis, seis Outros Fundos, três Fundos de Fundos, três Fundos de Tesouraria / Fundos do Mercado Monetário, três Fundos de Acções, um Fundo de Obrigações e um Fundo PPA. No final de 2013, estes Fundos geriam 886,3 milhões de euros, cerca de 7,2% do total de activos então geridos pelos F.I.M..

No que respeita à composição do mercado, os FEI mantêm o primeiro lugar, representando 26,2% do mercado nacional de F.I.M.. Em segundo lugar estão os Fundos de Tesouraria10, com uma quota de 17,8% e, em terceiro, encontram-se os Fundos de Obrigações, com uma quota de 15,5%.

Os Fundos de Fundos foram a Categoria que registou o maior crescimento anual dos volumes sob gestão, administrando, no final de 2014, 1 157,2 milhões de euros, mais 172,1% do que no final do ano anterior. Também pela positiva, merecem destaque os Fundos de Obrigações, que registaram um aumento de 14,5% nos montantes geridos.

Os Fundos PPR conseguiram, igualmente, um desempenho positivo, com um crescimento anual de 1,9%.

9Inclui apenas os Fundos Especiais de Investimento que não têm uma política de investimentos desenhada de forma a procurar

garantir, no final de um prazo pré-estabelecido, o capital inicialmente investido e/ou uma rendibilidade mínima.

(15)

Nas restantes Categorias observou-se um decréscimo dos montantes sob gestão, sendo de destacar os Fundos com Protecção de Capital e os FEI que viram os seus activos reduzirem-se em 33,4% e 32,6%, respectivamente.

O mercado nacional de F.I.M. - Dezembro 2013

O mercado nacional de F.I.M. - Dezembro 2014

Em relação aos Fundos com Protecção de Capital, esta evolução é, essencialmente, o resultado das liquidações de Fundos atrás referidas, uma vez que os montantes reembolsados na liquidação equivalem a cerca de 90% da diminuição observada em 2014

F.E.I. 36.2% F. c/ Protecção Capital 4.2% F. Obrigações 12.6% F. Mistos*** 7.9% F. PPR 7.6% F.Acções** 8.4% F. Tesouraria* 19.0% F. Fundos 3.4% Outros Fundos 0.7% F.E.I. 26.2% F. c/ Protecção Capital 3.0% F. Obrigações 15.5% F. Mistos*** 8.3% F. PPR 8.3% F.Acções** 8.8% F. Tesouraria* 17.8% F. Fundos 10.0% Outros Fundos 2.1% * - Inclui, também, os Fundos do Mercado Monetário. ** - Inclui, também, os Fundos PPA e Fundos Índice.

*** - Inclui, também, os Fundos Flexíveis. Fonte: APFIPP.

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a) Fundos de Acções

11

Apesar da melhoria da condições económicas na Europa, os mercados accionistas europeus não acompanharam esse desempenho, com os principais índices a apresentar performances modestas, ou mesmo negativas, como é o caso do PSI-20, em Portugal.

De facto, a evolução da Bolsa portuguesa foi fortemente condicionada pela resolução do BES e do seu impacto noutras empresas, como a Portugal Telecom, e terminou o ano com uma depreciação de 26,8% em relação a 2013.

Na Europa, para além do PSI-20, também o Footsie (Reino Unido) e o CAC-40 (França) apresentaram uma rendibilidade negativa, de 2,7% e 0,5%, respectivamente.

Os mercados emergentes, pelo segundo ano, continuaram em terreno negativo, embora com perdas pouco significativas, que por vezes acabam por se revelar positivas, quando medidas em Euro, em resultado da depreciação da divisa europeia face às principais moedas internacionais. De facto, o MSCI Emerging Markets obteve uma performance, em USD, de -4,6% mas a mesma evolução, medida em EUR, foi de 8,3%.

Pela positiva, evidenciam-se os mercados accionistas americanos, com o S&P 500 a apresentar um desempenho de 11,4%, medido em USD (26,5% em EUR) e o Dow Jones a valorizar 7,5%, em USD (22,1% em EUR).

Performance dos mercados accionistas em 2014

11Inclui Fundos PPA e Fundos Índice.

-26.8% 3.7% 0.2% -0.5% 2.7% 1.2% -2.7% 7.1% 11.4% 7.5% -2.9% -4.6% 4.1% 6.7% 26.5% 22.1% -1.8% 8.3% -30.0% -20.0% -10.0% 0.0% 10.0% 20.0% 30.0% Em Moeda Local Em Euro Fonte: Bloomberg.

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Destaque, igualmente, para a evolução do mercado accionista japonês, onde o principal índice de referência, o Nikkei 225, se valorizou 7,1% ao longo de 2014 (6,5%, se medido em EUR). O comportamento dos Fundos de Acções, em Portugal, reflectiu a conjuntura atrás descrita, tendo estes Fundos terminado o ano de 2014 com um total de 1 016,9 milhões de euros de activos sob gestão, o que revela um decréscimo de 1,5% em relação ao final do ano anterior. Este resultado foi consequência exclusiva da saída de Participantes, tendo-se registado, em 2014, subscrições líquidas negativas, no valor de 16,5 milhões de euros. Este valor acabou por ser menos negativo em resultado da mudança de classificação de um Fundo anteriormente integrado na Categoria de Fundos Flexíveis e ainda da fusão de um Fundo Misto num Fundo de Acções, sem o que as subscrições líquidas negativas teriam ascendido a 34,2 milhões de Euros. Em contrapartida, o desempenho dos Fundos de Acções beneficiou da valorização dos activos em carteira, estimada em 1,0 milhões de euros

O Segmento dos Fundos de Acções em 2014 (Milhões Euro)

No final de 2014, havia 52 Fundos de Acções em actividade, menos três do que no ano anterior. Esta diminuição é o resultado da liquidação de quatro Fundos, e da conversão de um Fundo Flexível em Fundo de Acções.

Os Fundos de Acções da União Europeia, Suíça e Noruega, continuam a representar a maior parcela dos Fundos de Acções, tendo terminado o ano com um total de 315,5 milhões de euros de activos sob gestão, o que significa um decréscimo de 1,8% em relação ao ano anterior. Durante o ano, esta subcategoria beneficiou de uma operação de fusão, através da qual foi incorporado um Fundo Misto. Descontando o efeito desta operação, a diminuição dos activos sob gestão teria ascendido a 2,7%.

0.0 200.0 400.0 600.0 800.0 1,000.0 1,200.0 1,400.0

Dez-2013 Mar-2014 Jun-2014 Set-2014 Dez-2014

Fundos PPA* Outros F. Acções Internacionais F. Acções Sectoriais F. Acções América Norte

F. Acções UE, Suíça e Noruega

F. Acções Nacionais

* - Inclui um Fundo Índice. Fonte: APFIPP.

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No entanto, a subcategoria de Fundos de Acções que apresentou o maior crescimento foi a dos Fundos de Acções da América do Norte que, beneficiando do bom desempenho dos mercados accionistas dos EUA, registaram um crescimento de 17,7%, tendo chegado ao final de 2014 com um total de 158,1 milhões de euros.

Igualmente com desempenho positivo estiveram os Fundos de Acções Sectoriais, cujos activos sob gestão aumentaram 3,9%, ao longo de 2014, para um total de 68,2 milhões de euros. Representam, contudo, apenas 6,7% do segmento dos Fundos de Acções sendo a segunda menor subcategoria, logo a seguir aos Fundos PPA.

Pela negativa, destacam-se os Fundos que investem predominantemente em acções portuguesas, designadamente os Fundos de Acções Nacionais e os Fundos PPA. A queda de 26,8% do PSI-20 condicionou fortemente a performance destes Fundos, com os Fundos de Acções Nacionais a registarem, em 2014, uma diminuição de 5,7%, para 23,4 milhões de euros, enquanto que os Fundos PPA tiveram uma redução de 43,2%, para 15,8 milhões de euros, no final de Dezembro.

Apesar de terem beneficiado com a mudança de Categoria de um Fundo anteriormente classificado como Fundo Flexível, os “Outros Fundos de Acções Internacionais” não conseguiram evitar uma quebra de 4,3% nos montantes sob gestão, terminando o ano com um total de 228,9 milhões de euros.

Evolução dos Fundos de Acções em 2014 (Milhões Euro)

Quase todas as subcategorias de Fundos de Acções registaram subscrições líquidas negativas, em 2014. A excepção vai para os Fundos de Acções Nacionais que, apesar do período

-50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0.0 10.0 20.0 30.0 Subscrições Líquidas ** Capitalização Activos Crescimento Total

* - Inclui um Fundo Índice ** - Inclui o saldo da transferência de Fundos entre categorias envolvendo Fundos de Acções. Fonte: APFIPP.

(19)

atribulado por que passou a Bolsa portuguesa conseguiram recolher, ao longo do ano, um total de 24,1 milhões de euros em novas subscrições.

A subcategoria mais prejudicada pelo desinvestimento dos Participantes foi a dos Outros Fundos de Acções Internacionais que tiveram saídas líquidas no valor de 27,1 milhões de euros. Este valor já inclui o efeito da mudança de categoria anteriormente mencionada, sem a qual, esta subcategoria de Fundos de Acções teria registado um fluxo de saídas de 41,9 milhões de euros.

No que diz respeito à capitalização dos activos em carteira, o destaque vai, obviamente, para os Fundos de Acções da América do Norte, que tiveram uma performance bastante positiva, em resultado não só do bom desempenho dos mercados accionistas americanos mas, sobretudo, da desvalorização cambial do Euro face ao Dólar, que permitiu ganhos, em alguns Fundos, superiores a 20%. Estima-se que o efeito da valorização dos activos nas carteiras destes Fundos tenha ascendido, ao longo de 2014, a 25,2 milhões de euros, o que representa 18,7% do valor sob gestão no início do ano.

Também os Fundos de Acções Sectoriais e os Outros Fundos de Acções Internacionais beneficiaram do bom desempenho dos mercados em que investem, conseguindo valorizar as suas carteiras em 3,8 milhões de euro e 16,9 milhões de euros respectivamente.

Relativamente aos PPA, a evolução, em 2014, foi condicionada pelo fraco desempenho da Bolsa nacional mas, também, pela liquidação de um Fundo, que representou mais de 35% do total de subscrições líquidas negativas observadas no ano (8,0 milhões de euros).

b) Fundos Mistos e Fundos Flexíveis

O comportamento dos Fundos Mistos e Fundos Flexíveis, em 2014, revelou-se muito próximo do dos Fundos de Acções, atrás descrito. No conjunto, estes Fundos registaram uma redução nos montantes sob gestão, terminando o ano com um total de 954,4 milhões de euros, menos 2,3% do que no final do ano anterior.

Tal como nos Fundos de Acções, este desempenho negativo deveu-se, exclusivamente, ao fluxo de saída das aplicações, através do desinvestimento dos Participantes. Considerando, adicionalmente, o resultado de operações de fusão e mudanças de categoria de alguns Fundos Mistos / Fundos Flexíveis, em 2014, saíram 51,7 milhões de euros dos Fundos Mistos e Fundos Flexíveis. Este valor inclui um efeito positivo de 8,9 milhões de euros, relacionado com os

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eventos atrás descritos, sem os quais os resgates líquidos teriam sido de 60,6 milhões de euros.

Tal como nos Fundos de Acções, os Fundos Mistos e Fundos Flexíveis beneficiaram da

performance dos activos em que investem, estimando-se uma valorização dos mesmos, ao

longo de 2014, de cerca de 29,0 milhões de euros.

Em 31 de Dezembro de 2014, havia 24 Fundos destas subcategorias em actividade, menos quatro do que no final do ano anterior. Ao longo de 2014, verificou-se o lançamento de três novos Fundos Mistos / Fundos Flexíveis, tendo sido liquidados, no mesmo período, seis dos Fundos Mistos e Fundos Flexíveis previamente existentes. Também em 2014, um Fundo Misto foi transferido para a categoria de Outros Fundos e um Fundo Flexível foi convertido em Fundo de Acções. Em sentido inverso, um FEI foi transformado em Fundo Flexível.

Os Fundos Mistos e Fundos Flexíveis em 2014 (Milhões Euro)

A subcategoria de Fundos Flexíveis continua a representar a maior parcela deste segmento, com 17 Fundos em actividade e 783,0 milhões de euros sob gestão, ou seja 82,0% do total. No entanto, em 2014, teve um desempenho negativo, registando uma diminuição dos activos sob gestão de 5,8%. Tal performance beneficiou, contudo, da conversão de um Fundo Misto e de um FEI em Fundos Flexíveis, situações parcialmente anuladas pela transformação de um Fundo Flexível em Fundo de Acções. Descontando o efeito de todas estas ocorrências, ter-se-ia registado uma diminuição de 7,9% nos activos geridos pelos Fundos Flexíveis.

Esta subcategoria registou, ao longo do ano, saídas líquidas no valor de 77,1 milhões de euros. Este valor inclui um saldo positivo de 16,8 milhões de euros resultantes das operações de mudança de categoria atrás mencionadas. Assim, o valor do desinvestimento efectivo por

0.0 100.0 200.0 300.0 400.0 500.0 600.0 700.0 800.0 900.0

Dez-2013 Mar-2014 Jun-2014 Set-2014 Dez-2014

F. Mistos Pred. Obrigações F. Mistos Pred. Acções F. Flexíveis Fonte: APFIPP.

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parte dos Participantes ascendeu a 93,9 milhões de euros. Em contrapartida, os Fundos Flexíveis beneficiaram da performance dos mercados financeiros que possibilitou uma valorização dos activos estimada em 286,6 milhões de euros.

Quem se destacou, pela positiva, foram os Fundos Mistos Predominantemente Obrigações, que registaram, em 2014, um crescimento de 22,2% nos montantes sob gestão. De facto, pese embora a redução do número de Fundos em actividade, no final de 2014, os activos geridos pelos três Fundos desta subcategoria (eram sete no final de 2013) ascendiam a 152,0 milhões de euros, que comparam com apenas 124,5 milhões de euros, no final do ano anterior. Ao longo do ano foram liquidados quatro Fundos desta subcategoria, ao mesmo tempo que foi lançado um novo Fundo. No mesmo período, um Fundo Misto Predominantemente Obrigações mudou para Outros Fundos. Destes eventos, resultou um fluxo positivo para esta subcategoria no valor de 1,9 milhões de euros, a que acrescem mais 25,7 milhões de euros de novas subscrições líquidas, resultando um saldo positivo total de 27,6 milhões de euros. Este valor corresponde à totalidade do crescimento que esta subcategoria registou em 2014, sendo, assim, nulo o efeito de valorização dos activos em carteira.

Evolução dos Fundos Mistos e Fundos Flexíveis em 2014 (Milhões Euro)

Os Fundos Mistos Predominantemente Acções representam a menor parcela deste segmento, gerindo, no final do ano, um total de 19,3 milhões de euros, que representa cerca de 2,0% do total dos Fundos Mistos e Fundos Flexíveis.

Foram, ainda, a subcategoria com pior desempenho, de entre o segmento de Fundos Mistos e Fundos Flexíveis, registando, em 2014, um decréscimo de 8,7% nos activos sob gestão.

-100.0 -80.0 -60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 F. Mistos Pred. Obrigações F. Mistos Pred. Acções

F. Flexíveis Total F. Mistos e F. Flexíveis Subscrições Líquidas * Capitalização Activos Crescimento Total * - Inclui o saldo da transferência de Fundos entre categorias

envolvendo Fundos Mistos e Fundos Flexíveis. Fonte: APFIPP.

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Ao longo de 2014, um Fundo desta subcategoria foi convertido em Fundo Flexível, enquanto um outro Fundo foi incorporado, por fusão, num Fundo de Acções. No mesmo período, foi lançado um novo Fundo Misto Predominantemente Acções. Estas ocorrências resultaram num fluxo de saída líquido no valor de 3,7 milhões de euros. Este montante foi parcialmente anulado pelas subscrições dos investidores que injectaram, no ano, 1,4 milhões de euros nos Fundos desta subcategoria. Assim, o saldo anual de entradas e saídas destes Fundos foi negativo, ascendendo a 2,3 milhões de euros. Outro factor positivo, em 2014, adveio do efeito de apreciação dos activos em carteira, que beneficiou estes Fundos, estimada em 0,4 milhões de euros.

c) Fundos de Obrigações

Os Fundos de Obrigações, em 2014, apresentaram um evolução bastante positiva, impulsionados por uma crescente procura por parte dos investidores e, também pela requalificação de alguns Fundos de outras categorias que se transformaram em Fundos de Obrigações ou se fundiram com Fundos de Obrigações.

Considerando, em conjunto, os fluxos resultantes das mudanças de Categoria e das fusões envolvendo Fundos de Obrigações, bem como das subscrições e resgates dos Participantes, ao longo de 2014, os Fundos desta categoria registaram entradas líquidas no valor de 188,3 milhões de euros. Destes, 12,6 milhões de euros são o produto da integração de um FEI, por fusão, num Fundo de Obrigações, 145,8 milhões, favoráveis para os Fundos deste segmento, resultaram das mudanças de categoria atrás mencionadas, sendo os restantes 29,9 milhões de euros, o saldo efectivo de subscrições líquidas efectuadas pelos Participantes ao longo do ano. Assim, no final de 2014, os Fundos de Obrigações geriam um total de 1 782,6 milhões de euros, o que representa um crescimento de 14,5% em relação ao ano anterior.

A performance dos mercados de dívida contribui, igualmente, para esta evolução, permitindo que a quase totalidade de Fundos de Obrigações em actividade, obtivesse rendibilidades positivas, em 2014. Estima-se que o efeito de valorização dos activos em carteira dos Fundos de Obrigações tenha ascendido, no acumulado do ano, a 37,0 milhões de euros, o que significa um retorno médio anual de cerca de 2,4%.

No final de 2014, existiam 27 Fundos de Obrigações, menos três do que no final do ano anterior. Ao longo do ano, verificou-se a integração de dois Fundos vindos de outras categorias, enquanto que em sentido inverso seguiram quatro Fundos. Registou-se, ainda, a

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liquidação de um Fundo de Obrigações, envolvido numa fusão com um Fundo domiciliado no Luxemburgo, não se tendo observado a constituição de qualquer novo Fundo de Obrigações.

Os Fundos de Obrigações em 2014 (Milhões Euro)

Os Fundos de Obrigações de Taxa Indexada permaneceram a principal categoria do segmento de Fundos de Obrigações, com um total de 1 320,6 milhões de euros de activos sob gestão, o que equivale a 74,1% do valor total deste segmento. Ao longo do ano, os activos geridos por Fundos desta subcategoria apresentaram um crescimento de 4,6%.

Estes Fundos beneficiaram de entradas líquidas, ao longo do ano, num total de 33,0 milhões de euros, valor que resulta, essencialmente, das alterações de classificação já referidas e que significaram a entrada de 139,1 milhões de euros. Assim, o saldo das subscrições e resgates efectuados pelos Participantes foi negativo, em 106,0 milhões de euros. O facto destes Fundos investirem em activos com perfil de risco mais conservador e, logo, com uma taxa de remuneração potencialmente inferior, poderá ter contribuído para este êxodo, com os investidores a procurarem alternativas em termos de performance.

Estes Fundos beneficiaram, igualmente, das rendibilidades positivas obtidas, em 2014, estimando-se o efeito de valorização dos activos em 25,1 milhões de euros.

No final de 2014, existiam 11 Fundos de Obrigações de Taxa Indexada em actividade, menos dois do que no final de 2013. Nesse ano, houve um Fundo que se passou a integrar nesta subcategoria, enquanto que dois Fundos de Obrigações de Taxa Indexada mudaram para outras categorias. Em simultâneo, verificou-se a liquidação de um Fundo, envolvido numa fusão transfronteiriça. 1,262.5 1,369.0 1,403.5 1,452.2 1,320.6 240.7 259.8 310.2 318.5 359.0 54.1 65.1 80.9 85.1 103.0 0.0 200.0 400.0 600.0 800.0 1,000.0 1,200.0 1,400.0 1,600.0 1,800.0 2,000.0

Dez-2013 Mar-2014 Jun-2014 Set-2014 Dez-2014

F. Obrigações* F. Obrigações Tx Fixa F. Obrigações Tx Indexada * - Fundos de Obrigações que não se enquadram, a todo o tempo, na categoria dos Fundos de Obrigações de Taxa Indexada nem na Categoria de Fundos de Obrigações de Taxa Fixa. Fonte: APFIPP.

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Evolução dos Fundos de Obrigações em 2014 (Milhões Euro)

Os Fundos de Obrigações de Taxa Fixa terminaram o ano com um total de 359,0 milhões de euros de activos sob gestão, o que representa um acréscimo de 49,1% em relação ao final de 2013. Este desempenho é consequência, quer de um aumento da procura dos investidores, com as subscrições líquidas a ascenderem a 112,4 milhões de euros, quer à valorização dos activos em carteira, estimada em 5,9 milhões de euros. O desempenho desta subcategoria foi apenas ligeiramente prejudicado pela mudança de categoria de um Fundo, que significou a saída de 4,8 milhões de euros.

Em 2014, o número de Fundos de Obrigações de Taxa Fixa reduziu-se para 12, menos um do que no ano passado, em consequência da já referida alteração de classificação de um Fundo. A subcategoria de Fundos de Obrigações, Fundos cuja política de investimento permite que possam oscilar entre Fundos de Obrigações de Taxa Indexada e Fundos de Obrigações de Taxa Fixa, apesar de ainda bastante residual, quer no que diz respeito aos montantes sob gestão (103,0 milhões de euros), quer no que diz respeito ao número de Fundos (quatro), foi a que apresentou o melhor desempenho neste segmento, com um aumento de 90,5% dos activos sob gestão.

Parte deste crescimento deveu-se à mudança de categoria de um Fundo, que significou a entrada de 12,2 milhões de Euros e, também, à incorporação de um FEI num Fundo desta subcategoria, que permitiu a entrada adicional de 12,6 milhões de euros. Em contrapartida, um outro Fundo saiu desta subcategoria, mas a sua saída apenas representou 0,7 milhões de euros. 0.0 50.0 100.0 150.0 200.0 250.0 F. Obrigações Tx Indexada

F. Obrigações Tx Fixa F. Obrigações** Total F. Obrigações Subscrições Líquidas* Capitalização Activos Crescimento Total

* - Inclui o saldo da transferência de Fundos entre categorias envolvendo Fundos de Obrigações. ** - Fundos de Obrigações que não se enquadram, a todo o tempo, na categoria dos Fundos de Obrigações de Taxa Indexada nem na Categoria de Fundos de Obrigações de Taxa Fixa. Fonte: APFIPP.

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Adicionalmente, verificaram-se mais 23,5 milhões de euros de subscrições líquidas positivas e os Fundos desta subcategoria beneficiaram, igualmente, da boa performance dos activos detidos, que permitiu uma valorização de 1,3 milhões de euros.

d) Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário

Considerando Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário em conjunto, o total de activos sob gestão, no final de 2014, ascendeu a 2 056,5 milhões de euros, o que representa uma redução de 12,5% em relação ao final do ano anterior.

Esta evolução foi significativamente afectada por diversas alterações de classificação envolvendo Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário e que levaram a uma saída, em termos líquidos, de 418,9 milhões de euros. Ainda assim, os investidores procuraram refúgio nestes instrumentos mais conservadores, o que se traduziu em subscrições líquidas positivas no valor de 109,0 milhões de euros. Deste modo, o fluxo líquido de entradas e saídas foi negativo, totalizando 309,9 milhões de euros.

Apesar de pouco significativo, verificou-se, também, uma valorização dos activos em carteira, estimada em 15,6 milhões de euros.

Os Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário em 2014 (Milhões Euro)

No final de 2014, existiam 11 Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário em actividade, menos sete do que no ano anterior. Esta evolução resulta, por um lado, dos processos de reclassificação atrás referidos, que se traduziram em menos quatro Fundos para este segmento e, por outro, na liquidação de três Fundos previamente existentes, um dos quais em resultado de uma fusão transfronteiriça.

1,244.6 1,543.2 1,496.4 996.6 759.3 1,106.2 1,179.1 1,273.1 1,206.9 1,297.1 0.0 500.0 1,000.0 1,500.0 2,000.0 2,500.0 3,000.0

Dez-2013 Mar-2014 Jun-2014 Set-2014 Dez-2014

F. Mercado Monetário Fundos de Tesouraria

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Em 2014, as subcategorias deste segmento tiveram comportamentos totalmente diferentes. Por um lado, os Fundos do Mercado Monetário, mais conservadores, registaram uma subida significativa dos montantes sob gestão, terminando o ano com um total de 1 297,1 milhões de euros, mais 17,3% do que no final do ano anterior.

Este desempenho resulta, essencialmente, de uma procura acrescida pelos Participantes, traduzida num saldo de subscrições líquidas positivas anual no valor de 374,7 milhões de euros. A performance desta subcategoria foi, no entanto, afectada, pela reclassificação de um Fundo que passou a Fundo de Obrigações, e que significou a saída de 191,4 milhões de euros. Assim, o fluxo total de entradas e saídas foi positivo, atingindo um valor anual de 183,4 milhões de euros.

A valorização dos activos em carteira, apesar de diminuta, foi positiva, contribuindo com 7,5 milhões de euros para o crescimento observado no ano.

Existem apenas três Fundos desta subcategoria, menos dois do que no ano passado, em resultado da referida reclassificação de um Fundo do Mercado Monetário e também da liquidação de um outro Fundo desta subcategoria.

Pelo contrário, os Fundos de Tesouraria registaram, em 2014, uma descida pronunciada, terminando o ano com um total de 759,3 milhões de euros de activos sob gestão, menos 39,0% do que no final do ano anterior.

Evolução dos F. Tesouraria e F. Mercado Monetário em 2014 (Milhões Euro)

Esta evolução é consequência do desinvestimento dos Participantes, traduzido num saldo negativo de subscrições líquidas de 265,7 milhões de euros, a que acresce a saída de mais

-600.0 -500.0 -400.0 -300.0 -200.0 -100.0 0.0 100.0 200.0 300.0

Fundos de Tesouraria F. Mercado Monetário Total F. Tesouraria e F. Mercado Monetário Subscrições Líquidas* Capitalização Activos Crescimento Total * - Inclui o saldo da

transferência de Fundos entre categorias envolvendo Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário. Fonte: APFIPP.

(27)

227,6 milhões de euros, resultantes de alterações de classificação envolvendo Fundos de Tesouraria. Assim, em conjunto, saíram destes Fundos um total de 493,3 milhões de euros. Tal como nos Fundos do Mercado Monetário, verificou-se uma valorização dos activos detidos por Fundos de Tesouraria, estimada em 8,1 milhões de euros.

No final de 2014, existiam oito Fundos de Tesouraria, menos cinco do que no final do ano anterior. Dois Fundos foram liquidados, um deles em resultado de uma operação transfronteiriça, e as mudanças de classificação de Fundos, atrás referenciadas, significaram a saída de outros três Fundos.

e) Fundos de Fundos

Os Fundos de Fundos registaram, em 2014, um desempenho extraordinário, com os activos sob gestão a aumentarem 172,1% em relação ao final do ano anterior, atingindo um total de 1 157,2 milhões de euros.

Este resultado deveu-se, essencialmente, a uma maior aposta dos aforradores nesta tipologia de instrumentos de aforro diversificado, levando a um saldo anual de subscrições menos resgates no valor de 563,2 milhões de euros, o que equivale a cerca de 77% do crescimento observado no período.

Adicionalmente, este segmento beneficiou, igualmente, da alteração de classificação de vários Fundos, o que se traduziu em novas entradas no valor de 137,9 milhões de euros. Assim, o fluxo de entradas e saídas, acumulado no ano, totalizou 701,1 milhões de euros, ou seja, 95,8% do aumento anual observado nos montantes geridos por estes Fundos.

Os Fundos de Fundos em 2014 (Milhões Euro)

0.0 200.0 400.0 600.0 800.0 1,000.0 1,200.0 1,400.0

Dez-2013 Mar-2014 Jun-2014 Set-2014 Dez-2014

F. Fundos Pred. Acções F. Fundos Mistos F. Fundos Pred. Obrigações Fonte: APFIPP.

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Estima-se que a apreciação dos activos detidos por Fundos de Fundos tenha ascendido, em 2014, a 30,8 milhões de euros.

Todas as três subcategorias de Fundos de Fundos apresentaram um desempenho positivo, quer em termos de entradas líquidas, quer em termos de valorização dos activos em carteira. Os Fundos de Fundos Predominantemente Obrigações são os que registam o maior volume de activos sob gestão (921,2 milhões de euros), sendo igualmente os que registaram o maior crescimento anual, com 235,1%.

Estes Fundos recolheram, ao longo do ano, um total de 466,7 milhões de euros, tendo, ainda, beneficiado com a reclassificação de um Fundo, que representou um fluxo adicional de 158,0 milhões de euros.

Estes Fundos conseguiram obter, em 2014, retornos positivos para os seus participantes, estimando-se que a valorização dos activos detidos tenha contribuído com cerca de 21,6 milhões de euros para o aumento observado nos montantes sob gestão.

No final de 2014, existiam oito Fundos de Fundos Predominantemente Obrigações, mais três do que no ano anterior. Esta evolução resulta do lançamento de quatro novos Fundos, a que acresce a integração de um Fundo vindo de outra categoria, e da liquidação de dois Fundos, ambos em resultado de processos de fusão.

Evolução dos Fundos de Fundos em 2014 (Milhões Euro)

Em segundo lugar, em termos de activos sob gestão, estão os Fundos de Fundos Mistos, que terminaram o ano com um total de 162,3 milhões de euros, o que representa uma subida de 85,3% em relação ao final de 2013. 0.0 100.0 200.0 300.0 400.0 500.0 600.0 700.0 800.0 F. Fundos Pred. Obrigações

F. Fundos Mistos F. Fundos Pred. Acções Total F. Fundos Subscrições Líquidas* Capitalização Activos Crescimento Total * - Inclui o saldo da transferência de Fundos entre categorias envolvendo Fundos de Fundos. Fonte: APFIPP.

(29)

A performance desta subcategoria foi, contudo, prejudicada pela saída de um Fundo para outra categoria, o que significou uma saída de 14,1 milhões de euros. No entanto, os novos investimentos efectuados pelos Participantes, que ascenderam a 83,4 milhões de euros, e a valorização dos activos em carteira, estimada em 5,4 milhões de euros, mais do que compensaram essa saída, justificando o crescimento observado nos activos sob gestão. No final de 2014 o número de Fundos de Fundos Mistos era semelhante ao do ano anterior, ou seja, seis. Ao longo do ano verificou-se o lançamento de dois novos Fundos, movimento que foi anulado pela liquidação, por fusão de um Fundo e pela mudança de um Fundo para outra categoria.

A subcategoria de Fundos de Fundos Predominantemente Acções, para além de ser a que tem menor representatividade, em termos de activos sob gestão, foi também a que teve o desempenho mais reduzido de entre as subcategorias deste segmento.

Em 31 de Dezembro de 2014, os Fundos desta subcategoria geriam um total de 73,7 milhões de euros, o que representa uma subida de 17,3% em relação ao ano anterior.

Estes Fundos registaram subscrições líquidas no valor de 13,0 milhões de euros, tendo sofrido com a reclassificação de um Fundo, que levou à saída de 6,0 milhões de euros, pelo que o fluxo total de entradas e saídas cifrou-se em 7,0 milhões de euros.

Tal como nas restantes subcategorias deste segmento, também os Fundos de Fundos Predominantemente Acções beneficiaram da valorização dos activos em carteira, estimada em 3,8 milhões de euros.

No final do ano, existiam quatro Fundos de Fundos Predominantemente Acções, menos um do que em 2013, em resultado da referida reclassificação de um Fundo.

Ao nível das aplicações dos Fundos de Fundos, os investimentos em Fundos Estrangeiros representam a quase totalidade dos activos em carteira, com uma parcela de 81,8%. Os Fundos nacionais representam apenas 6,6% da carteira.

Tendo em conta que os Fundos de Fundos Predominantemente Obrigações são os que representam a maior parcela deste segmento e que, tipicamente, não investem mais de 1/3 da carteira em Fundos de Acções, é natural que os Fundos de Obrigações sejam os que têm mais peso na estrutura da carteira dos Fundos de Fundos. No final de 2014, os Fundos de Obrigações pesavam 51,0%, os Fundos de Acções representavam 31,3% das carteiras, enquanto que Fundos de outras tipologias eram responsáveis por 6,0% das aplicações dos Fundos de Fundos.

(30)

Evolução das Aplicações dos Fundos de Fundos

f) Fundos Especiais de Investimento (FEI)

12

Os FEI são Fundos não-harmonizados, que não cumprem as regras de investimento previstas na Directiva Europeia sobre Fundos de Investimento Mobiliário (Directiva UCITS), beneficiando de disposições mais flexíveis, que possibilitam diferentes estratégias e políticas de investimentos.

No final do segundo trimestre de 2014, a APFIPP entendeu eliminar a subcategoria de FEI Imobiliários, na medida em que as alterações legislativas e regulamentares implementadas em 2013 impedem o cumprimento dos critérios definidos na metodologia de Classificação de Fundos da APFIPP, uma vez que não permitem mais de 25% das carteiras aplicadas em activos imobiliários (a metodologia da APFIPP previa um mínimo de 2/3 da carteira).

Os FEI continuaram a demonstrar, em 2014, uma evolução negativa, tendência que se iniciou em 2013, com a aprovação de novas regras relativas aos limites aplicáveis aos investimentos destes instrumentos.

Assim, no final de 2014, os FEI geriam um total de 3 014,9 milhões de euros, menos 32,6% do que no final de 2013.

12 Inclui apenas os F.E.I. que não têm uma política de investimentos desenhada de forma a procurar garantir, no final de um

prazo pré-estabelecido, o capital inicialmente investido e/ou uma rendibilidade mínima.

0% 20% 40% 60% 80% 100% 2010 2011 2012 2013 2014

Liquidez + Outros Valores Outros F. Estrangeiros F. Obrigações Estrangeiros F. de Acções Estrangeiros Outros F. Portugueses F. Tesouraria Portugueses F. Obrigações Portugueses F. de Acções Portugueses Fonte: APFIPP.

(31)

Esta evolução resulta, essencialmente, do desinvestimento por parte dos aforradores, que retiraram 1 320,4 milhões de euros, valor a que acresce um montante de 27,7 milhões de euros, correspondente à reclassificação de um FEI como Fundo Flexível.

Adicionalmente, também a performance dos activos em carteira foi negativa, estimando-se uma desvalorização acumulada no ano, no valor de 107,6 milhões de euros.

No final de 2014, existiam 45 FEI em actividade, menos nove do que no final do ano passado. Ao longo do ano foram liquidados 10 FEI, sete dos quais por terem chegado ao fim do prazo pelo qual haviam sido inicialmente constituídos, enquanto que, no mesmo período, apenas dois novos Fundos foram lançados. Tal como já referido, em 2014, verificou-se, também, a conversão de um FEI em Fundo Flexível.

Os Fundos Especiais de Investimento em 2014 (Milhões Euro)

Quase todas as subcategorias de FEI tiveram, em 2014, um desempenho negativo. Apenas os FEI Monetário, os FEI Mistos e os Outros FEI registaram uma evolução positiva em termos de activos sob gestão, com um crescimento de 2,6%, 6,5% e 7,4%, respectivamente. Deve-se referir, no entanto, que o crescimento dos Outros FEI ficou a dever-se exclusivamente à reclassificação de alguns FEI que foram colocados nesta subcategoria. Descontando este efeito, esta subcategoria de Fundos teria registado um decréscimo de 26,3%.

A subcategoria de FEI com maior volume de activos sob gestão foi, assim, a dos Outros FEI, com 895,4 milhões de euros (29,7% do total deste segmento).

Esta subcategoria é composta pelos Fundos que, pelas suas características e política de investimentos, não são passíveis de integrar nenhuma das restantes subcategorias de FEI.

0.0 500.0 1,000.0 1,500.0 2,000.0 2,500.0 3,000.0 3,500.0 4,000.0 4,500.0 5,000.0

Dez-2013 Mar-2014 Jun-2014 Set-2014 Dez-2014

Outros F.E.I. F.E.I. Flexíveis F.E.I. Imobiliários F.E.I. Mistos F.E.I. Curto Prazo F.E.I. Monetário F.E.I. Monetário Curto Prazo F.E.I. Retorno Absoluto F.E.I. Obrigações Fonte: APFIPP.

(32)

Tal como já referido, foi a subcategoria de FEI que registou a melhor performance, com uma subida de 7,4% nos activos sob gestão, muito embora esse desempenho se deva, exclusivamente, à integração de diversos FEI vindos de outras subcategorias deste segmento. Em 2014, estes Fundos tiveram subscrições líquidas negativas no valor de 313,6 milhões de euros e a evolução foi igualmente prejudicada pela desvalorização dos activos em carteira, estimada em 5,9 milhões de euros. No entanto, as operações de mudança de categoria significaram a entrada de 381,4 milhões de euros, permitindo, assim, o crescimento dos montantes sob gestão.

No final de 2014 existiam 14 Outros FEI, mais um do que em 2013. Ao longo do ano foram liquidados sete Fundos, todos por terem chegado ao final da maturidade prevista nos respectivos documentos constitutivos. Em contrapartida oito Fundos foram integrados em Outros FEI, originários de outras subcategorias de FEI.

No segundo lugar estão os FEI Monetários que geriam, em 31 de Dezembro de 2014, 739,6 milhões de euros, valor que representa 24,5% do total.

Os FEI Monetários, tal como os FEI Monetários de Curto Prazo, investem em instrumentos do mercado monetário e depósitos com elevada qualidade, tendo restrições em relação à maturidade e duração tanto de cada um dos activos detidos como da média da respectiva carteira.

Os FEI Monetários conseguiram obter subscrições líquidas positivas, no valor de 13,2 milhões de euros, beneficiando, igualmente, da valorização dos activos detidos, estimada em 5,3 milhões de euros.

Existia apenas um FEI Monetário, o mesmo que no final de 2013.

O terceiro lugar pertence aos FEI de obrigações que geriam, no final do ano, 621,6 milhões e euros, ou seja, 20,6% do total.

Estes Fundos privilegiam as aplicações em títulos de dívida, investindo um mínimo de 2/3 da carteira nesta classe de activos.

Em 2014, estes Fundos decresceram 35,2%, o que se deveu, em partes quase iguais, à passagem de seis Fundos para outras subcategorias de FEI e ao desinvestimento por parte dos aforradores. As subscrições líquidas foram negativas, em 2014, totalizando 116,9 milhões de euros, a que acrescem mais 123,5 milhões de euros, resultantes da referida saída de Fundos para outras categorias.

(33)

No quarto lugar deste segmento surgem os FEI Monetários de Curto Prazo, que geriam, no final de 2014, activos no valor de 452,7 milhões de euros, o que representa 15,0% do total de FEI e uma redução de 18,2% em relação a 2013.

Estes Fundos registaram subscrições líquidas negativas de 102,1 milhões de euros, valor que inclui 12,6 milhões de euros relativos à liquidação de um Fundo, por fusão com um Fundo de Obrigações.

Evolução dos Fundos Especiais de Investimento em 2014 (Milhões Euro)

Pela negativa, merece destaque a subcategoria de FEI de Curto Prazo, que inclui os FEI que investem um mínimo de 85% em activos com maturidade residual inferior a um ano. No final de 2014, estes Fundos geriam 226,3 milhões de Euros, menos 74,0% do que no final de 2013. Este desempenho poderia ter sido mais negativo, não fosse a reclassificação de um Fundo anteriormente integrado nos FEI de Obrigações e que significou a entrada de 8,5 milhões de euros, um valor muito residual face aos 664,5 milhões de euros de subscrições líquidas negativas que estes Fundos registaram em 2014.

As restantes subcategorias de FEI geriam, em conjunto, 79,4 milhões de euros, o equivalente a 2,6% do total deste segmento. Durante o ano, acumularam subscrições líquidas negativas no montante total de 6,5 milhões de euros.

-1600.0 -1400.0 -1200.0 -1000.0 -800.0 -600.0 -400.0 -200.0 0.0 200.0 Subscrições Líquidas* Capitalização Activos Crescimento Total * - Inclui o saldo da transferência de Fundos envolvendo Fundos Especiais de Investimento. Fonte: APFIPP.

(34)

g) Fundos com Protecção de Capital

No final de 2014, existiam 10 Fundos com Protecção de Capital em actividade, que geriam, nessa data, 347,1 milhões de euros.

a)

Os Fundos com Protecção de Capital em 2014

Estes valores representam um decréscimo de 33,4% nos montantes sob gestão, que resulta, maioritariamente, da liquidação de 11 Fundos, observada ao longo de 2014.

Evolução dos Fundos com Protecção de Capital em 2014 (Milhões Euro)

Os Fundos com Protecção de Capital são maioritariamente lançados com duração pré-determinada, sendo a liquidação dos Fundos acima referida motivada pela chegada ao

520.8 466.3 437.8 392.4 347.1 21 19 17 14 10 0.0 100.0 200.0 300.0 400.0 500.0 600.0

Dez-2013 Mar-2014 Jun-2014 Set-2014 Dez-2014

Montantes (Milhões de Euros) Número de Fundos -200.0 -150.0 -100.0 -50.0 0.0 50.0

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Subscrições Líquidas Capitalização Activos Crescimento Total Fonte: APFIPP. Fonte: APFIPP.

(35)

termo do prazo pelo qual os Fundos haviam sido inicialmente constituídos. Ao longo de 2014 não surgiu qualquer novo Fundo com Protecção de Capital.

Os 11 Fundos liquidados implicaram saídas no valor de 150,3 milhões de euros, o que representa cerca de 86,5% do decréscimo observado.

Adicionalmente, os Fundos com Protecção de Capital registaram ainda mais 20,4 milhões de euros de subscrições líquidas negativas, pelo que o fluxo de saídas totalizou, no ano, 170,7 milhões de euros, ou seja, 98,3% da redução dos activos sob gestão.

Fundos de Investimento Imobiliário (F.I.I.)

A. Os F.I.I. em Portugal

O segmento dos F.I.I., em Portugal, registou, em 2014, uma redução acentuada dos montantes sob gestão.

De facto, no final de 2014, os F.I.I. nacionais eram responsáveis por um património líquido no valor de 11 398,1 milhões de euros, o que traduz um decréscimo de 7,3% em relação ao ano anterior.

Estima-se que, ao longo do ano, se tenha registado um fluxo de saída de capitais, com um valor líquido total de cerca de 312 milhões de euros, que explica cerca de 35% da evolução observada.

O restante justifica-se pela desvalorização dos imóveis em carteira e, também, pela distribuição de rendimentos operada por vários F.I.I., em 2014.

Quase todas as categorias de F.I.I. tiveram, em 2014, um desempenho negativo. A única excepção são os Fundos de Reabilitação, que registaram um crescimento de 1,3%. Para além do crescimento não ser significativo, esta é também uma das menores categorias de F.I.I., gerindo apenas 64,2 milhões de euros, o que representa 0,6 % do total do mercado nacional. Em 31 de Dezembro de 2014, existiam 248 F.I.I. em actividade, menos seis do que no ano anterior. Ao longo do ano, de facto, foram liquidados seis Fundos, todos pertencentes à categoria dos Fundos Fechados,

A maior das categorias de F.I.I. é a dos Fundos Fechados, quer em número de Fundos em actividade (211), quer em valor líquido sob gestão (6 170,2 milhões de euros ou 54,1% do total).

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