ANÁLISE DE POPULAÇÕES DE LEPIDOPTERA EM
COMUNIDADES FLORESTAIS DE Araucaria
angustiiolia, Eucalyptus grandis E Pinus taeda.
Dissertação apresentada como requisito
parcial à obtenção do Grau de Mestre em
Ciências Florestais no Curso de
Pós-Gra-duação em Engenharia Florestal do Setor
de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Eli Nunes Marques
CURITIBA
1995
S E T O R D E C I E N C I A S A G R A R I A S
C O O R D E N A Ç A O D O C U R S O D E P O S - G R A D U A Ç A O EM E N G E N H A R I A F L O R E S T A L
P
A
R
E
C
E
R
O s m e m b r o s d a B a n c a E x a m i n a d o r a d e s i g n a d a
p e l o C o l e g i a d o d o C u r s o d e P ô s - G r a d u a ç ã o em E n g e n h a r i a F l o r e s t a l ,
r e u n i r a m - s e p a r a r e a l i z a r a a r g u i ç ã o d a D i s s e r t a ç ã o d e M e s t r a d o ,
a p r e s e n t a d a p e l a c a n d i d a t a ANA TEREZINHA CLADDISO CLEMENTE,
S O b o t i t u l o A N Á L I S E D E P O P U L A Ç Õ E S D E L E P I D O P T E R A EM C O M U N I D A D E S
F L O R E S T A I S D E Araucaria angustí folla, Eucalyptus grandis e Pinus
taeda
para o b t e n ç ã o d o g r a u d e M e s t r e em C i ê n c i a s F l o r e s t a i s d o
C u r s o d e P ó s G r a d u a ç ã o em E n g e n h a r i a F l o r e s t a l d o S e t o r d e C i ê n
c i a s A g r á r i a s d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o P a r a n á . A r e a d e c o n c e n
-t r a ç ã o em S I L V I C U L T U R A . A p ô s h a v e r a n a l i s a d o o r e f e r i d o -t r a b a l h o
e a r g ü i d o a c a n d i d a t a s ã o d e p a r e c e r p e l a " A P R O V A Ç A O " d a D i s s e r
-t a ç ã o c o m m é d i a f i n a l : ( $ £ &g-t; 0 ) , c o r r e s p o n d e n -t e a o c o n c e i -t o : ( / ? ) .
C u r i t i b a , 2 2 d e f e v e r e i r o d e 1 9 9 5
oVf
P r o f . D r , E r v a n d i l C o r r e a C o s t a
P r i m e i r o E x a m i n a d o r
ao meu esposo. Izinir
e aos meus filhos.
Thais e Gustavo.
Ao Prof. Dr. Eli Nunes Marques, pela orientação e grande apoio concedido, que
conduziram à execução e conclusão deste trabalho.
Ao Prof. Dr. José Henrique Pedrosa-Macedo, pela co-orientação e treinamento no
Laboratório de Proteção Florestal da UFPR.
Ao Prof. MSc. Mareio Pereira da Rocha, pela co-orientação.
Aos colegas Nilton José Sousa e Renato de Moura Corrêa, pela valiosa contribuição
técnica dispensada no período de coletas.
Aos colegas do Laboratório de Proteção Florestal pela troca de conhecimentos durante um
convívio amigo.
A empresa Klabin Agroflorestal do Paraná S.A., pela concessão da área de pesquisa e
apoio técnico.
Ao técnico florestal Cesar Santos, pela pronta colaboração nos trabalhos de campo.
Em especial, ao programador Antonio Cesar Claudino, pela grande contribuição na
elaboração e adaptação de programas que viabilizaram a análise dos resultados.
As pessoas que, indiretamente, contribuíram para que esta pesquisa se concretizasse.
AGRADECIMENTOS iii
LISTA DE TABELAS v
LISTA DE FIGURAS vi
RESUMO vii
ABSTRACT viii
1 INTRODUÇÃO 1
2 OBJETIVOS 2
3 REVISÃO DE LITERATURA 3
3.1 ASPECTOS TAXONÓMICOS 3
3.2 ASPECTOS BIOECOLÓGICOS E ECONÔMICOS 4
3.2 TÉCNICA DE COLETA 7
4 MATERIAL E MÉTODOS 9
4.2 DESCRIÇÃO DOS TALHÕES EM ESTUDO 10
4 3 OBTENÇÃO DO MATERIAL ENTOMOLÓGICO 11
4.4 ANÁLISF. DO MATERIAL 12
4.4.1 Flutuação populacional 13
4.4.2 índices faunísticos 13
4.4.3 Delimitação das comunidades 16
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 18
5.1 FLUTUAÇÃO POPULACIONAL 18
5.2 ÍNDICES FAUNÍSTICOS 26
5.2.1 índice de freqüência 26
5.2.2 índice de constância 27
5.2.3 índice de abundância 29
5.2.4 índice de dominância 30
5.2.5 índice de diversidade 31
5.3 DELIMITAÇÃO DAS COMUNIDADES 32
5.3.1 Quociente de similaridade 32
5.3.2 Porcentagem de similaridade 33
5 3 OCORRÊNCIA DE PRAGAS POTENCIAIS 34
CONCLUSÕES 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
ANEXO 38
1-VARIAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS DA ORDEM LEPIDOPTERA NAS
COMUNIDADES FLORESTAIS DE Araucaria angustifolia. Eucalyptus grandis E
Piniis taeda, NA FAZENDA MONTE ALEGRE, TELÊMACO BORBA-PR , 1991/1992 18
2-NÚMERO DE INDIVÍDUOS A CADA COLETA DAS ESPÉCIES COM MAIORES
ÍNDICES DE FREQÜÊNCIA (F-%) E CONSTÂNCIA (C %) NA COMUNIDADE
DE Araucaria angustifolia. TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 20
3- NÚMERO DE INDIVÍDUOS A CADA COLETA DAS ESPÉCIES COM MAIORES
ÍNDICES DE FREQÜÊNCIA (F%) E CONSTÂNCIA NA COMUNIDADE DE
Eucalyptus grandis. TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 22
4- NÚMERO DE INDIVÍDUOS A CADA COLETA DAS ESPÉCIES COM MAIORES
ÍNDICES DE FREQÜÊNCIA (F %) E CONSTÂNCIA (C %) NA COMUNIDADE DE
Pinus taeda. TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 24
5- DISTRIBUIÇÃO DO TOTAL DE INDIVÍDUOS, FREQÜÊNCIA RELATIVA (F %) E
NÚMERO DE ESPÉCIES NAS FAMÍLIAS DE LEPIDOPTERA IDENTIFICADAS EM
CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 27
6- DISTRIBUIÇÃO DO TOTAL DE ESPÉCIES E SEU PERCENTUAL NAS CLASSES DE
CONSTÂNCIA EM CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 28
7- DISTRIBUIÇÃO DO TOTAL DE ESPÉCIES E SEU PERCENTUAL NAS CLASSES DE
ABUNDÂNCIA EM CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 29
8- DISTRIBUIÇÃO DO TOTAL DE ESPÉCIES DE LEPIDOPTERA E SEU PERCENTUAL
NAS CLASSES DE DOMINÂNCIA EM CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA,
PR. 1991/1992 30
9- ÍNDICES DE DIVERSIDADE OBTIDOS PARA OS DIFERENTES AGRUPAMENTOS
DE ESPÉCIES DE LEPIDOPTERA NAS COMUNIDADES, TELÊMACO BORBA, PR,
1991/1992 31
10-NÚMERO DE ESPÉCIES DE LEPIDOPTERA COMUNS E QUOCIENTE DE
SIMILARIDADE (Q.S.) ENTRE AS COMUNIDADES COMPARADAS DUAS A DUAS,
TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 33
11-PORCENTAGEM DE SIMILARIDADE ENTRE AS COMUNIDADES FLORESTAIS
PARA A COMPOSIÇÃO GERAL DE ESPÉCIES DA ORDEM LEPIDOPTERA,
TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 33
12-DISTRIBUIÇÃO DOS TOTAIS E ÍNDICES DE FREQÜÊNCIA (F %), CONSTÂNCIA
(C%), ABUNDÂNCIA (AB) E DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES PRAGAS POTENCIAIS
ENCONTRADAS NAS COMUNIDADES 34
1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA FAZENDA MONTE ALEGRE 9
2. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DOS INDIVÍDUOS DA ORDEM LEPIDOPTERA
NAS COMUNIDADES AMOSTRADAS 19
3. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DAS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA
COMUNIDADE FLORESTAL DE Araucaria angustifolia. TELÊMACO BORBA, PR_
1991/1992 21
4. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DAS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA
COMUNIDADE DE Eucalyptus grandis, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 23
5. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DAS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA
COMUNIDADE DE Pinns taeda, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 25
6. PERCENTUAL DE ESPÉCIES DE LEPIDOPTERA DISTRIBUÍDO NAS CLASSES DE
CONSTÂNCIA EM CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 28
7. PERCENTUAL DE ESPÉCIES DE LEPIDOPTERA DISTRIBUÍDO NAS CLASSES DE
ABUNDÂNCIA EM CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 29
8. PERCENTUAL DE ESPÉCIES DE LEPIDOPTERA DISTRIBUÍDO NAS CLASSES DE
DOMINÂNCIA EM CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA. PR, 1991/1992 30
9. VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE DIVERSIDADE DA ORDEM LEPIDOPTERA DURANTE
O LEVANTAMENTO NAS COMUNIDADES, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992 32
Esta pesquisa foi realizada na Fazenda Monte Alegre, de propriedade da Klabin do
Paraná Agroflorestal S.A., no municipio de Telêmaco Borba-PR. Teve como objetivo principal
analisar o comportamento de populações de Lepidoptera em comunidades florestais constituidas por
Araucaria angustifolia. Eucalyptus grandis e Pinns taeda com diferentes estágios de desenvolvimento
entre si. Foram realizadas coletas noturnas com utilização de armadilha luminosa em um ponto fixo de
cada comunidade, com intervalo de uma a quatro semanas entre elas, no período de setembro de 1991 a
junho de 1992. Para o estudo das populações foram analisados a flutuação populacional e os índices
faunísticos, representados pela freqüência relativa, constância, abundância, dominâncía e diversidade.
Estudou-se também a delimitação das comunidades através do quociente e porcentagem de similaridade.
Foram coletadas 599 espécies em Araucaria angustifolia. 750 em Eucalyptus grandis e 480 em Pinns
taeda. As flutuações das espécies mais abundantes em cada comunidade não apresentaram correlação
com os fatores climáticos estudados. Aproximadamente 95% das espécies registradas em cada
comunidade apresentou freqüência relativa inferior a 1%. Um percentual superior a 85% das
populações de Lepidoptera em cada comunidade está composto por espécies de ocorrência acidental. As
espécies não dominantes representaram mais de 80% das populações nas três comunidades estudadas.
A comunidade de Eucalyptus grandis apresentou maior índice de diversidade em relação às demais.
Observou-se maior similaridade entre as comunidades de Eucalyptus grandis e Araucaria angustifolia.
Ocorreram espécies potencialmente pragas com baixos índices numéricos.
This research was achieved at farm "Mont Alegre", in Telêmaco Borba, Paraná: this farm
belongs to Klabin do Paraná Agroflorestal S.A..
The aim of this research was to analyse the behavior of the population of the order
Lepidoptera that lives in the forest communities composed by Araucaria angustifolia, Eucalyptus
grandis e Pinns taeda. in different internship of development, among them.
The collects were made at night, using light trap at a fixed point of each
community, with intermission from one to four weeks in the period from September 1991 to June 1992.
Were analysed the population dynamics and the indexes about the frequency, constancy, abundance,
dominance and diversity. The communities were also delimited by similarity quocients and it's
percentage. 599 species were registered in Araucaria angustifolia, 750 in Eucalyptus grandis and 480 in
Pinus taeda. The population dynamics of the species more abundant didn't show correspondence with
the clime factors studied, about 95 % of the species registered in each community showed the by
frequency under 1 %. A percentage upper to 85 % of the populations of the order Lepidoptera in each
community is composed species of accidental occurrence. The species not dominant represented more
than 80 % of the populations in the three communities studied. The community of Eucalyptus grandis
showed the largest diversity in relation to anothers. It was observed the most similarity among
communities of Eucalyptus grandis and Araucaria angustifolia. The species potential pest occurred with
low numerical indexes.
A importância da ordem Lepidoptera para o setor florestal é indiscutível, dada a freqüência com
que ocorrem ataques devastadores destes insetos às florestas introduzidas.
Os lepidópteros de interesse florestal são as espécies conhecidas como mariposas, cujos hábitos,
na fase adulta, são noturnos. O comportamento alimentar destes insetos na fase jovem - lagartas -,
torna-os vorazes nas monoculturas florestais praticadas nos subtrópicos, especialmente para as folhosas
e, em menor escala, para as coniferas. No entanto, na região Sul do Brasil, muito pouco se tem
contribuído com estudos sobre as populações destes insetos.
Esta pesquisa pretende viabilizar uma avaliação da estabilidade ecológica de povoamentos
florestais homogêneos, mediante uma análise das populações de Lepidoptera associadas a
comunidades florestais de Araucaria angustifolia. Eucalyptus grandis e Pi nus taeda. em diferentes
estágios de desenvolvimento entre si, localizadas na Fazenda Monte Alegre, município de Telêmaco
Borba, região de grande concentração da atividade florestal, onde localizam-se extensas áreas de
reflorestamentos puros, de propriedade da empresa Klabin do Paraná Agroflorestal S.A..
Pretende-se com esta análise contribuir, de forma preventiva, no planejamento de medidas de
controle de espécies pragas, mediante o conhecimento prévio da dinâmica populacional apresentada por
estes insetos, bem como, através dos resultados obtidos no estudo dos índices faunísticos e de sua
dinâmica populacional, os quais permitem formar uma idéia sobre a estabilidade ecológica das
comunidades em questão.
O conhecimento destes insetos, através de seus índices faunísticos e de sua dinâmica
populacional, constitui-se no fundamento para seu monitoramento nas comunidades florestais, prática
esta que representa grande valor para a Proteção Florestal.
O objetivo deste trabalho foi estudar o comportamento de populações de Le[idoptera associadas
a comunidades florestais em diferentes estágios de desenvolvimento, constituídas por araucaria
angustifolia, Eucalyptus grandis e Pinns taeda, através das seguintes etapas:
- Estudo da flutuação populacional das espécies mais freqüentes em cada comunidade e sua
correlação com os fatores climáticos;
- Análise dos índices faunísticos das populações de Lepidoptera, representados pela freqüência
relativa, constância, abundância, dominância e diversidade;
- Avaliação da semelhança entre as comunidades em termos de composição de espécies de
Lepidoptera, através do cálculo do quociente e da porcentagem de similaridade;
3.1 ASPECTOS TAXONÓMICOS
Os lepidópteros apresentam o segundo maior destaque em número de espécies entre todas as
ordens da taxonomía zoológica.
De acordo com a antiga sistemática dos lepidópteros, a classificação de BOISDUVAL, apud
MIELKE (1994), dividia esta ordem nas subordens Rhopalocera e Heterocera. Pertenciam à primeira
subordem lepidópteros de corpo geralmente pequeno, com antenas dilatadas nas extremidades apicais,
sem írênulo e de hábitos diurnos, designados de borboletas. À subordem Heterocera pertenciam os
lepidópteros de corpo geralmente volumoso, com antenas de vários tipos, com frênulo e de hábitos
noturnos, conhecidas como mariposas. Outras classificações surgiram após esta, conforme inovações
introduzidas com o avanço nas pesquisas taxonómicas desta ordem, como a de COMMON (1970) e a
de HEPPENER (1984), apud MIELKE (1994).
Com base na classificação de CSIRO (Insects of Australia -1991), apud MIELKE (1994), a
ordem Lepidoptera encontra-se atualmente dividida nas subordens Zeugloptera, Aglossata,
Heterobathmiina e Glossata. A subordem Glossata divide-se em 5 infraordens: Dacnonipha,
Neopseustina, Exoporia, Lophocoronina e Heteroneura, estando nesta última concentradas 99 % das
espécies conhecidas, distribuídas em 31 superfamílias e 82 famílias.
3.2 ASPECTOS BIOECOLÓGICOS E ECONÔMICOS
Segundo BORROR & DeLONG (1988), a maioria das larvas de Lepidoptera alimenta-se de
plantas. As larvas maiores, geralmente, comem a borda da folha, consumindo-a totalmente, deixando
apenas as grandes nervuras. As larvas menores deixam o esqueleto da folha ou nela cavam pequenos
buracos. Muitas larvas vivem dentro das folhas (bicho-mineiro), onde fazem galerias lineares, sinuosas
ou em forma de manchas. Algumas formam tumores (galhas), outras perfuram frutos, caules ou outras
partes das plantas. Pouca são predadoras de outros insetos. De acordo com estes autores, a maioria dos
lepidópteros apresenta apenas uma geração por ano, normalmente passando o inverno no estágio de ovo,
pupa ou mesmo ovo, principalmente nas regiões mais frias, algumas espécies tem duas ou mais
gerações por ano, e algumas requerem dois a três anos para completar uma geração.
BORROR & DeLONG (1988), mencionam que os lepidópteros têm considerável importância
econômica, pois as larvas da maioria das espécies são fitófagas e muitas são s'rias pragas de plantas
cultivadas.
Para muitos autores, porém, o conceito de praga não estaria relacionado com o hábito alimentar
da espécie e sim com os altos níveis de sua população. KULMAN (1971), menciona que os inseto
desfolhadores, considerados pragas primárias, atacam preferencialmente talhões fisiológicamente
debilitados, desenvolvendo nestas condições grandes populações.
Segundo afirmação de PRICE (1975), grandes quantidades de um recurso favorecem a
população de poucas espécies, as quais tornam-se dominantes enquanto que, outras diversas tornam-se
extintas ou ocorrem em pequeno número, ficando assim reduzidas a diversidade de espécies e a
estabilidade da comunidade. Para este autor, o nível de qualidade dos recursos têm influência no número
de espécies suportadas, enquanto a quantidade dos recursos afeta o número da população de cada
espécie. PATRICK & STRAMBRIDGE (1963), argumentam que as espécies dominantes são
características da fauna que apresenta excesso em nutientes. De acordo com o princípio de
THIENEMANN, apud DAJOZ (1973), quando as condições do meio são favoráveis encontram-se
numerosas espécies, sendo cada uma delas representada por um pequeno número de indivíduos,
resultando num índice de diversidade elevado; quando as condições são desfavoráveis, encontra-se um
pequeno número de espécies, mas cada uma delas é, em geral, representada por numerosos exemplares,
sendo, neste caso, pequeno o índice de diversidade.
Para DAJOZ (1973), quanto maior a heterogeneidade espacial, causada pela riqueza da flora,
mais diversificadas são as biocenoses e as populações mais estáveis. O mesmo autor refere-se também
aos fatores climáticos como causa da diversidade, argumentando que regiões de clima estável
apresentam maior número de espécies que regiões de clima variável, por favorecerem comportamentos
alimentares estereotipados.
De acordo com SOLOMON (1980), nas regiões de clima relativamente estável e favorável à
multiplicação dos organismos, os fatores bióticos é que desempenham papel preponderante na flutuação
populacional. Em regiões de clima menos estável, com pronunciado período invernal, os fatores
climáticos têm papel determinante na densidade das populações. DAJOZ (1973), argumenta que a ação
dos fatores climáticos é importante e direta sobre os pecilotermos, havendo queda considerável de suas
populações no inverno de cada ano. O mesmo autor conclui que a complexidade do ecossistema tem
influência nas flutuações das populações, as quais são importantes nos ecossistemas simples, onde
ocorrem poucas espécies e as cadeias alimentares são curtas.
Para PRICE (1975), há evidências de que a diversidade leva à estabilidade e, de acordo com o
princípio da Homeostase, uma comunidade estável poderia ser identificada pela tendência à extinção de
perturbações da população. PIMENTEL (1961), apud PRICE (1975), amostrando artrópodes a cada
semana, verificou que a explosão populacional destes ocorria em plantações homogêneas, mas não foi
observada em plantações diversificadas. O autor atribuiu isto à dificuldade daqueles em encontrar a
planta hospedeira, aliada ao aumento da eficiência dos predadores e parasitos nas plantações mistas.
REICHHOLF-RIEHM (1985), comentou que apesar deinúmeras espécies de lepidópteros
estarem ameaçados de extinção, algumas apresentam-se abundantes nas zonas rurais devido às
condições adequadas que o homem oferece ao seu desenvolvimento, resultando em prejuízos para a
própria economia florestal e agrícola.
De acordo com VILA & S AKITA (1987), o crescente número de registros sobre surtos de
insetos desfolhadores nos últimos anos, nos estados brasileiros tradicionalmente florestais, séria
preocupação nas atividades de manejo e produção florestal.
Entre os inúmeros relatos de ataques de lepidópteros desfolhadores, MARTINS & PEDROSA
MACEDO (1983) e MARTINS et al. (1984), descrevem a ocorrência de um complexo de lagartas da
família Geometridae, causando danos econômicos em plantios econômicos em plantios homogêneos de
Pinns patilla, na Fazenda Monte Alegre, município de Telêmaco Borba, Paraná. O complexo era
formado por 3 espécies que atuavam em conjunto: Melanolophia apicalis (Warren, 1900), Glena
bipennaria bipennaria (Guenée, 1857) e Pherotesia confusata (Walker, 1862). A mesma associação
foi verificada por TEIXEIRA & VILA (1987) em Itararé, São Paulo e, segundo esses autores, a
ocorrência do surto é aparentemente cíclica, uma vez que fora registrado na mesma região em 1976.
BERTI FILHO (1981) apresentou uma relação de 107 espécies de Lepidoptera, associadas a
comunidades de Eucalyptus spp.. O autor concluiu que os danos causados ao eucalipto por insetos, se
devem principalmente aos desfolhadores e que estes agentes podem ter influência direta no volume de
madeira produzido por uma árvore, cuja redução verifica-se a partir de um percentual de 50 % de
perda das folhas.
SANTOS (1978) refere-se a um surto de uma espécie da família Geometridae,
Oxydia apidania (Cramer), no município de Bom Despacho, Minas Gerais, atacando em caráter
endêmico, povoamentos puros de Eucalyptus grandis, juntamente com outros desfolhadores:
Thyrinteina arnobia (Stoll, 1782), Eupsedosoma involuta (Sepp, 1852), Sarsina violascens
(Herrich- SchaefFer, 1856), Glena demissaria, Anacamptodes sp. entre outros.
SILVA et al. (1981) relatam o ataque de Thyrinteina arnobia em povoamentos de Eucalyptus
grandis e Eucalyptus saligna, numa área de 15 mil ha, nos municípios de João Pinheiro e Presidente
Olegário, Minas Gerais.
De acordo com os relatónos divulgados pelo Instituto de Pesquisas Florestais -IPEF (1991 e
1992), a espécie Thyrinteina arnobia vem atingindo níveis de alerta em povoamentos de Eucalyptus
spp., do estado de São Paulo.
Segundo SILVEIRA NETO (1972), o conhecimento da flutuação populacional das pragas,
propicia sua posterior aplicação na Entomología Econômica, uma vez que indica a variação da
população durante o ano, possibilitando a determinação de seu crescimento e decréscimo, elemento
indispensável para a eficiência dos méodos de controle.
3.2 TÉCNICA DE COLETA
A fonte luminosa representa um fator de grande importância no que se refere na reação dos
insetos à luz. Segundo SIVEIRA NETO (1972), as mariposas são atraídas pela luz artificial e repelidas
pela luz solar. O autor menciona que a fonte natural para atrair insetos noturnos é a lua, a qual pode
favorecer a dispersão dos insetos, possibilitando o entrecruzamento de populações.
Com base nos estudos de fototropismo de insetos foram desenvolvidos aparelhos destinados a
atrair e coletar insetos de vôo noturno, fototrópicos positivos.
FROST (1952), apud SILVEIRA NETO (1972), relata que o uso de armadilhas luminosas é
bastante antigo, sendo uma das primeiras referências sobre a atração de insetos pela luz a de BIRD em
As principais alterações sofridas por tais aparelhos, foram referentes às fontes luminosas, de
acordo com os avanços nos estudos de fototropismo, como o de COMMON (1964), apud SILVEIRA
NETO (1972), que estudou a sensibilidade dos olhos dos insetos aos diferentes comprimentos de ondas.
Os estudos com lâmpadas fluorescentes foram iniciados por WEISS et al. (1942), e completados por
TAYLOR et al. (1951), HOLLINGSWORTH et al. (1964) e DEAY et al.(1965), apud SILVEIRA
NETO (1972), os quais estabeleceram a faixa espectral de 300 a 700 (i, com um máximo ao redor de
350 (X, como sendo a mais favorável para a atração dos nsetos.
A partir das modificações introduzidas nos modelos primitivos referidos, a armadilha luminosa
passou a ser utilizada em larga escala, de acordo com HARTSOCK et al. (1966), apud SILVEIRA
NETO (1972), para levantamento de populações, coleta e controle de insetos. Em geral, as armadilhas
são multidirecionais, com luz vertical, diferindo entre si pelo recipiente utilizado.
HOLLOWAY (1967), apud SILVEIRA NETO et al. (1976), destaca a temperatura mínima
noturna (TMN), a ocorrência de chuvas e a lua como fatores que interferem na atração de insetos pela
luz. A temperatura mínima noturna representa a temperatura limiar para o vôo, abaixo da qual a coleta
de insetos pela armadilha luminosa diminui. Chuvas pesadas restringem o vôo de insetos que
apresentam alta relação entre área alar/peso do corpo, como geometrideos e satumídeos que são mais
facilmente derrubados pela chuva em relação aos noctuídeos. A lua apresenta forte influência de acordo
com as suas fases, havendo maior coleta na fase de lua nova que na cheia. WILLIANS (1039), apud
SILVEIRA NETO et al. (1976), atribuiu isto a dois fatores: ação fisiológica da lua cheia sobre as
mariposas reduzindo a sua atividade e a posição da armadilha. As armadilhas atraem as mariposas que
estiverem no seu plano ou abaixo deste, as que estiverem acima serão atraídas pela lua e escapam.
A pesquisa foi conduzida na Fazenda Monte Alegre, de propriedade da empresa Klabin do
Paraná Agroflorestal S.A., localizada no município de Telêmaco Borba, situado no segundo planalto
paranaense entre as coordenadas 50°21' e 50°43" de longitude oeste e 24°03" e 24°08" de latitude sul,
distante 270 Km de Curitiba (FIGURA 1).
FIGURA 1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA FAZENDA MONTE ALEGRE
A região apresenta relevo ondulado, com altitude média de 850 m acima do nível do mar. Seu
mais importante acidente geográfico é o rio Tibagi, principal afluente do rio Paraná.
O clima é temperado úmido, com chuvas distribuídas por todo o ano com precipitações médias
anuais de 1450 mm e verão ameno, correspondendo à classificação "cftrde Koeppen.
Conforme descreve MAACK (1968), a vegetação natural é formada por matas de Araucaria
angustifolia, matas secundárias resultantes da exploração das araucárias e campos com matas
ciliares.
Os reflorestamentos constituem-se principalmente de Pinas taeda, Eucalyptus spp. e Araucaria
angustifolia, cujos povoamentos se alternam entre si e com a mata nativa ali preservada,
caracterizando amplas áreas formadas por unidades diversificadas. A área da Fazenda ocupada pelas
florestas, encontra-se dividida em regiões denominadas guardas florestais.
4.2 DESCRIÇÃO DOS TALHÕES EM ESTUDO
Foram selecionadas para estudo amostras de 3 comunidades, constituídas por diferentes
essências florestais e em diferentes estágios de desenvolvimento entre si, localizadas próximo à sede da
Fazenda Monte Alegre (Lagoa), descritas a seguir:
a) Comunidade florestal de Araucaria angustifolia
Talhão 006-B, altitude de 800m, localizado na guarda florestal Trinita, área plantada de 30.7
ha, espaçamento de 1,20 x 1,80 m, ano de plantio 1949 (42 anos), tendo sido realizados 5 desbastes:
aos 13, 17, 20, 23 e 34 anos de idade, respectivamente.
O sub-bosque deste talhão encontra-se bem desenvolvido e diversificado, constituído
principalmente pelas espécies: Rubus sp.. Campomanesia xanthocarpa. Alchornea triplinervia.
Nectandra lanceolata. Ocothea catharinensis. Matayba guaianensis. Piptocarpha angustifolia.
Jacaranda puberula. Inga margina ta. além de gramíneas e pteridófitas.
b) comunidade florestal de Eucalyptus grandis
Talhão 006, altitude de 850 m, localizado na guarda florestal Restingão, área plantada de
25,6 ha, espaçamento de 2,0 x 2,0 m, ano de plantio 1954, com cortes rasos realizados aos 11, 18 e 29
anos de idade, sendo, portanto, a 3
arebrota, com 8 anos de idade. Neste talhão também encontra-se um
sub-bosque desenvolvido e heterogêneo, constituído essencialmente por Nectandra lanceolata.
Jacaranda puberula. Machaerium brasiliense. Piptocarpha angustifolia. Styrax leprosus. Anchieta
sp. e algumas espécies de gramíneas.
c) Comunidade de Pinns taeda
Talhão 340, altitude de 750 m, localizado na guarda florestal de Mirandinha, ano de plantio
1984 (7 anos), área plantada de 10 ha, espaçamento de 2,5 x 1,5 m, com 1 desbaste, realizado aos 7
anos de idade.
O sub-bosque apresenta pouca densidade, composto principalmente pelas espécies:
Schinus terebinthifolius. Rapanea ferrnginea, Machaeriitm brasiliense. além de gramíneas e
pteridófítas.
4.3 OBTENÇÃO DO MATERIAL ENTOMOLÓGICO
O levantamento populacional de lepidópteros foi feito mediante o uso de armadilha luminosa
baseada no modelo "Luiz de Queiroz"', provida de lâmpada ultravioleta, conforme apresentação de
SILVEIRA NETO et al. (1976), utilizando como recipiente saco plástico perfurado. Foi instalada uma
armadilha luminosa em um ponto fixo de cada comunidade, a uma altura de 2,0 m.Foram designadas
para a prática da coleta duas pessoas por local. O horário estabelecido para a coleta dos insetos foi das
20:00 às 24:00 h, durante o horário de verão e das 19:00 h, durante o horário de inverno. Conforme
previsto em cronograma. foram realizadas 16 coletas num período aproximado de 9 meses. O intervalo
entre as coletas variou, em média, de 2 a 4 semanas, sendo maior entre os meses mais frios e menor
entre os meses mais quentes. No cronograma de coletas procurou-se evitar noites de lua cheia. Algumas
coletas foram realizadas em datas diferentes daquelas previstas, dado à condições climáticas
desfavoráveis. Para efeito de comparação entre as comunidades, foi utilizado o material proveniente de
15 coletas, dado que, em uma das datas previstas, apresentou-se um problema técnico com fonte
luminosa na comunidade de Araucaria angnstifolia. interrompendo a coleta logo após o início.
Para auxiliar na coleta dos insetos, foi colocado, próximo a cada armadilha luminosa, um pano
branco suspenso verticalmente, preso a uma altura de 2,0 m, onde os insetos podiam ser apanhados
manualmente com auxílio de frascos mortíferos, preparados com acetato de etila.
no local exemplares de outra ordem coletados na armadilha. Após passagem por câmara mortífera, o
material foi acondicionado em envelopes entomológicos etiquetados e, após cada coleta, encaminhado
ao Laboratório de Proteção Florestal do Departamento de Silvicultura e Manejo da UFPR, para a
avaliação quantitativa e qualitativa.
Acompanharam o material entomológico, registros da temperatura, umidade relativa do ar e
precipitação atmosférica, coletados no posto meteorológico de Lagoa (ANEXO 1).
4.4 ANÁLISE DO MATERIAL
No Laboratório de Proteção Florestal da UFPR foi realizada, após cada coleta, contagem direta
dos exemplares por comunidade. Todas as espécies encontradas no período de levantamento receberam
um código de registro, com o qual passaram a figurar neste trabalho, sendo anotada a sua freqüência a
cada coleta e em cada comunidade. Através destes dados realizou-se a análise da dinâmica populacional
e a caracterização das comunidades com relação às populações de Lepidoptera. Foram montados
exemplares das espécies mais freqüentes e constantes e daquelas que, embora com baixa ocorrência, são
conhecidas como pragas potenciais. As espécies menos freqüentes tiveram seus exemplares
acondicionados em frascos.
Algumas das espécies foram identificadas mediante comparação com os exemplares da coleção
de Lepidoptera do Laboratório de Proteção Florestal e outras com exemplares do Museu de Lepidoptera
do Departamento de Zoologia da UFPR. As espécies não identificadas foram mencionadas neste
trabalho como n.i., seguido do seu código de registro. As famílias identificadas, figuram de acordo com
o código da classificação de HEPPENER (1984), apud MIELKE (1994); as não identificadas são
referidas com o código 999.
Cerca de 8 % de todo o material coletado em cada comunidade foi considerado como resíduo na
análise qualitativa devido à dificuldade encontrada na sua comparação entre as comunidades e entre as
coletas, visto que consistia basicamente de mariposas de tamanho muito pequeno.
4.4.1 Flutuação populacional
A partir dos registros das coletas realizou-se estudo da flutuação populacional a nível de ordem
e das espécies com maiores índices numéricos. Foi feita análise da correlação entre a flutuação
populacional destes insetos e a variação dos fatores climáticos, representados pela temperatura,
umidade relativa do ar e precipitação atmosférica. Para este cálculo empregou-se o coeficiente de
correlação linear simples ( r ) e testou-se o valor encontrado pelo teste de "t".
4.4.2 índices faunísticos
A avaliação das comunidades com relação às populações de Lepidoptera foi feita através do
emprego dos índices faunísticos representados pela freqüência relativa, constância, abundância,
dominância e diversidade.
a) índice de freqüência relativa
Este índice foi obtido através do cálculo da porcentagem do número de indivíduos de cada
espécie em relação ao total de indivíduos coletados em cada comunidade durante o período de
levantamento. Determinou-se também a freqüência relativa para as famílias identificadas.
b) índice de constância
Foi determinado para cada espécie, em cada comunidade, através do cálculo da
porcentagem de ocorrência da espécie em relação ao número de coletas realizadas. De acordo com as
porcentagens obtidas, as espécies foram agrupadas nas seguintes categorias, segundo a classificação de
BODENHEIMER (1955), apud SILVEIRA NETO (1976).
espécies constantes - presentes em mais de 50 % das coletas;
espécies acessórias - presentes em 25 a 50 % das coletas;
espécies acidentais - presentes em menos de 25 % das coletas.
c) índice de abundância
Foi determinado através de uma medida de dispersão conforme SILVEIRA NETO et al.
(1976), mediante o cálculo do desvio padrão, erro padrão da média e intervalo de confiança, com
emprego do teste de "t
?' a 5 % e a 1 % de probabilidade, estabelecendo-se as seguintes classes de
abundância para as espécies:
ausente (0)
rara (r) - número de indivíduos menor que o limite inferior do IC a 1 % de
probabilidade;
dispersa (d) - número de indivíduos situado entre os limites inferiores do IC a 5 % e 1 % de
probabilidade;
comum (c) - número de indivíduos situado dentro do IC a 5 % de probabilidade;
abundante (a) - número de indivíduos situado entre os limites superiores do IC a 5 % e 1 % de
probabilidade;
muito
abundante (ma) - número de indivíduos maior que o limite superior do IC a 1 % de
probabilidade .
d) índice de dominância
Determinou-se a abundância de cada espécie em relação ao total de indivíduos coletados em
cada comunidade. Para o seu cálculo foram empregadas as equações propostas por
SAKAGAMI & MATSUMARA, apud MARQUES (1984):
( n , x F „ )
LS = X 100
(n2 + ni X Fo)
onde:
LS = limite superior
ni = 2 ( K + 1)
n
2= 2 (N - K + 1)
N = número total de indivíduos coletados
F
0= valor obtido através da tabela de distribuição de F ao nível de 5 % de probabilidade.
Foram consideradas dominantes as espécies que apresentaram LI maior que LS para K = 0.
n, X Fo
L I = ( 1 )
n
2+ n, X F
0onde:
LI = limite inferior
n, = 2 (N - K + 1)
n
2= 2 (K+ 1)
F
0= valor obtido através da tabela de distribuição de F ao nível de 5 % de probabilidade, nos graus de
liberdade estabelecidos pelos valores de ni e n
2.
N = número total de indivíduos coletados.
K = número de indivíduos de cada espécie.
e) Indice de diversidade
Este índice foi calculado para o total das coletas em cada comunidade, desprezando-se o resíduo
e foi determinado também para cada coleta, permitindo o estudo da variação da diversidade em cada
comunidade durante o período de levantamento, para o que foi considerado todo o material.
Foi ainda determinado este índice para cada comunidade, excluindo-se as espécies acidentais, de
acordo com o índice de constância calculado e para a família Geometridae.
Para o seu cálculo foi utilizada a fórmula proposta por MARGALEF em 1951, apud
MARQUES (1984):
S - 1
D =
LN
onde:
S = número de espécies em cada comunidade.
LN = logaritmo neperiano do número de indivíduos de cada comunidade.
4.4.3 Delimitação das comunidades
A delimitação das comunidades foi feita para verificar a semelhança entre elas em termos da
composição de espécies, para o que empregou-se o cálculo do quociente de similaridade e da
porcentagem de similaridade. Tais cálculos foram determinados em três níveis: para a composição geral
de espécies de cada comunidade, para as espécies classificadas em constantes e acessórias, ou seja,
excluídas as espécies de ocorrência acidental, e para as espécies da familia Geometridae. Também para
estes cálculos foi desprezado o resíduo.
a) Quociente de similaridade
Para o cálculo do quociente de similaridade utilizou-se a fórmula proposta por SORENSEN em
1948, apud SILVEIRA NETO et al. (1976):
2 j
QS =
a + b
onde:
a = número de espécies no habitat A;
b = número de espécies no habitat B;
j = número de espécies encontradas em ambos os habitats,
b) Porcentagem de similaridade
A porcentagem de similaridade foi calculada através da seguinte fórmula, conforme
SILVEIRA NETO (1976):
% = E (a,b,c,...,n)
onde:
a = menor porcentagem da espécie A, presente em duas comunidades;
b = menor porcentagem da espécie B, presente em duas comunidades;
c = menor porcentagem da espécie C, presente em duas comunidades;
n = menor porcentagem da espécie N, presente em duas comunidades.
5.1 FLUTUAÇÃO POPULACIONAL
De acordo com os registros das coletas de cada comunidade, observou-se uma grande
variação numérica de lepidópteros a cada levantamento, sendo o maior número de indivíduos registrado
em Araucaria angustifolia. o qual foi pouco superior à Eucalyptus grandis, ocorrendo o menor
número em Pi uns taeda (TABELA 1).
TABELA 1. VARIAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS DA ORDEM LEPIDOPTERA NAS
COMUNIDADES FLORESTAIS DE Araucaria angustifolia, Eucalyptus grandis E Pinus
taeda, NA FAZENDA MONTE ALEGRE, TELÊMACO BORBA-PR, 1991/1992.
comunidades 1991 1992 total
%
2 7 18 31 19 2 8 13 2 7 15 31 21 0 6 12 2 6 14 3 0 0 9
out out out nov nov dez dez jan jan fev mar mar mar abr abr jun
A. angustifolia
405 253 360 184 181 272 164 184 266 337 10 81 283 - 162 105 3247 39,97E. grandis
270 257 231 161 278 86 196 122 333 101 110 58 366 64 420 8 7 3140 38,65Pinus taeda
171 69 296 38 109 72 76 55 314 209 42 81 120 33 52 0 1737 21,38A análise da correlação entre o número de insetos e os fatores meteorológicos, representados
pela temperatura, umidade relativa do ar e precipitação atmosférica, revelou não ter havido influência
destes na flutuação populacional dos indivíduos desta ordem ao nível de 1 % e 5 % de probabilidade. A
FIGURA 2 ilustra a flutuação populacional da ordem Lepidoptera nas comunidades amostradas, onde
pode-se observar que não houve coincidência para as épocas de pico entre elas.
FIGURA 2. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DOS INDIVÍDUOS DA ORDEM LEPIDOPTERA NAS
COMUNIDADES AMOSTRADAS.
Entre as espécies que se destacaram pela freqüência e constância, nenhuma delas
apresentou correlação com os fatores climáticos estudados, ao nível de 1 % de probabilidade; algumas
apresentaram correlação a 5 % de probabilidade, cujos resultados estão identificados por " x "
(ANEXOS 5, 6 e 7). Estes resultados sugerem os fatores bióticos (alimentos, predadores, parasitos,
etc.) como os principais responsáveis pelas flutuações populacionais analisadas.
N a comunidade de Araucaria angustifolia destacou-se numericamente a espécie da
família Geometridae codificada como n.i.-001, com população flutuante durante o período,
apresentando o maior pico na segunda quinzena de outubro. Seus índices de constância e freqüência
nesta comunidade, indicam condições adequadas deste meio para a sua sobrevivência e proliferação.
Destacaram-se ainda, na seqüência, as espécies: Stenalcidia sp.,Geometndae-046; n.i.-010,
Geometridae; Semiothisa crepuscularia, Geometridae-144, e n.i.-168, Geometridae. Embora
classificada como acidental, a espécie Hylesia sp. -Saturniidae-140, apresentou-se entre as mais
numerosas, cujo pico populacional verificou-se na primeira quinzena de janeiro. Trata-se de um gênero
registrado na literatura como praga potencial de Eucalyptus spp.. A espécie codificada como n.i.-005,
de família não identificada, embora tenha sido a espécie mais freqüente nesta comunidade, teve seus
exemplares coletados no pano suspenso, a alturas inferiores à fonte luminosa, indicando ser aquela a
sua altura de vôo. Isto indica se tratar de uma espécie comum ao sub-bosque, portanto sem potencial
para causar danos às árvores, cujas copas se encontram em estratos mais elevados da floresta. A
variação do número de indivíduos destas espécies e de outras que se destacaram numericamente na
seqüência, está demonstrada na TABELA 2 e a flutuação populacional das espécies mais abundantes
está ilustrada na FIGURA 3.
TABELA 2. NÚMERO DE INDIVÍDUOS A CADA COLETA DAS ESPÉCIES COM MAIORES
ÍNDICES DE FREQÜÊNCIA (f %) E CONSTÂNCIA (c %) NA COMUNIDADE DE
Araucaria angustifolia, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992.
FAMÍLIA E S P É C I E Cd 2 7 set 18 out 31 out 1 9 9 1 1 9 nov 2 8 nov 13 dez 2 7 dez 15 ¡an 31 jan 21 fev 0 6 mar 1 9 9 2 12 2 6 mar mar 3 0 abr 0 9 jun total f % c % 999 n.i. 005 150 33 2 5 0 19 4 0 3 7 0 1 1 0 1 2 2 6 6 , 9 6 7 3 , 3 3 GEOMETRIDAE n.i. 001 1 2 9 8 9 4 8 10 7 5 10 6 0 2 12 2 8 3 2 0 5 6,31 9 3 , 3 3 GEOMETRIDAE Stenalcidia sp. 046 5 2 9 1 6 2 4 7 2 9 2 2 0 0 7 1 1 8 7 2 , 6 8 86,67 GEOMETRIDAE n.i. 010 12 0 2 7 1 2 1 1 4 7 4 3 1 0 1 1 5 7 9 2,43 8 6 , 6 7 SATURNIIDAE Hylesia sp. 140 0 0 0 0 1 0 1 5 9 0 0 0 0 0 0 0 61 1,88 2 0 , 0 0 GEOMETRIDAE S. crepuscularía 044 0 4 8 2 0 5 2 1 4 7 0 2 16 2 5 5 8 1,79 8 0 , 0 0 GEOMETRIDAE n.i. 168 1 4 7 1 4 4 4 0 15 1 0 0 12 2 0 5 5 1,69 73,33 999 n.i. 013 2 7 1 4 6 2 0 0 2 11 0 0 6 0 1 4 2 1,29 6 6 , 6 7 PYRALIDAE n.i. 014 8 9 2 0 2 5 4 1 0 1 0 0 2 2 5 41 1,26 7 3 , 3 3 GEOMETRIDAE n.i. 006 13 2 1 3 0 4 2 0 3 1 2 0 0 0 0 0 4 0 1,23 5 3 , 3 3 PYRALIDAE n.i. 021 4 1 1 0 1 2 1 0 9 1 0 0 0 6 3 1 3 9 1,20 7 3 , 3 3
GEOMETRIDAE Oxydia apidania 131 0 0 6 0 14 5 2 1 8 0 1 0 0 0 1 3 8 1,17 5 3 , 3 3 (Cramer)
FIGURA 3. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DAS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA
COMUNIDADE FLORESTAL DE Araucaria angustifolia, TELÊMACO BORBA, PR,
1991/1992.
SATURNIIDAE Hvlesia sd 140
datas de coletas datas de coletas
GEOMETRIDAE Semiothisa crepuscularia 044
— Ol «
G E O M E T R I D A E n i 1 6 8li HI I L
datas de coletas tt c e datas de coletas d a t a s d e c o l e t a sNa comunidade de Eucalyptus grandis, obtiveram os maiores índices as
espécies: n.i.-050, Geometridae; Stenalcidia sp. ,Geometridae-0A6: n.i.-006, Geometridae; Oxydia
apidania (Cramer), Geometridae -131; Stenalcidia subsordida-l44„ Prochoerodes sectata,
Geometridae-051; e Iridopsis sp. Geometndae-033; (TABELA 3). Entre estas, a espécie Oxydia
apidania encontra-se registrada na literatura como praga potencial de Eucalyptus spp. Apresentou-se
numerosa também, embora de ocorrência acessória, uma espécie do gênero Hylesia sp., cujo pico
verificou-se na mesma data em que ocorreu na comunidade de Araucaria angustifolia (15/jan). A
espécie n.i.-005 também apresentou-se constante nesta comunidade, porém com menor freqüência
relativa comparada à comunidade anterior. A flutuação das espécies mais abundantes está ilustrada na
FIGURA 4.
TABELA 3. NÚMERO DE INDIVÍDUOS A CADA COLETA DAS ESPÉCIES COM MAIORES
ÍNDICES DE FREQÜÊNCIA (f%) E CONSTÂNCIA NA COMUNIDADE DE Eucalyptus
grandis, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992.
1 9 9 1 1 9 9 2 F A M I L I A E S P É C I E
cd
total f % c % 2 7 1 8 3 1 1 9 2 8 1 3 2 7 1 5 3 1 2 1 0 6 1 2 2 6 1 4 3 0 0 9 s e t out out n o v n o v d e z d e z j a n j a n f e m a r m a r m a r a b r a b r j u n GEOMETRIDAE n.i. 0 5 0 1 2 3 4 4 3 3 3 1 4 2 4 5 0 1 4 0 1 4 1 1 2 2 3 , 8 9 8 7 , 5 0 GEOMETRIDAE Stenalcidia sp. 0 4 6 1 5 8 9 2 8 0 4 1 8 1 0 3 6 3 1 9 1 9 7 3 , 0 9 8 7 , 5 0 SATURNIIDAE Hylesia sp. 140 0 0 0 1 2 5 1 2 5 8 9 0 0 0 0 0 0 0 8 7 2 , 7 7 3 7 , 5 0 GEOMETRIDAE n.i. 0 0 6 2 1 5 4 1 4 6 1 1 2 5 2 0 0 3 1 4 0 0 0 7 8 2 , 4 8 6 8 , 7 5 Oxydia apidania GEOMETRIDAE ( Cramer) 131 1 0 8 0 1 2 4 1 2 3 5 5 3 0 4 0 0 0 7 5 2 , 4 5 6 2 , 5 0GEOMETRIDAE Stenalcidia subsofdida 144
3 7 d 1 9 3 2 1 1 6 1 4 1 6 0 6 3 7 2 2 , 2 9 9 3 , 7 5
999 n.i. 0 0 5
0 1 4 4 2 0 0 9 0 9 0 0 1 8 3 1 6 2 6 8 2 , 1 7 6 2 , 5 0
GEOMETRIDAE Prochoerodes sectata 051
3 1 5 4 4 2 1 0 4 1 1 0 2 0 3 9 6 6 4 2 , 0 4 8 7 , 5 0
GEOMETRIDAE Iridopsis sp. 0 3 3
COMUNIDADE DE
Euca~yptus
grand;s, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992.
100
GEOMETRIDAEn.í.050
<í;;
"
..
o..
g
..
" "
"
..
:;
:;
~
z
"
" " "
"
"
"
~ ~ ~"
.":2
~ E"
:::-~
<O
\2
~;;;
(ij ;O~ õ
.,
N
~;;;
(liN
'"
O -(li O'"
datas de coletas
SA TURNIlDAE Hy/esia sp. 140
100ã:
oe
"
o ~~
fJ .~ ~g
~~
~
;; ;;
.. ..
"
" "
.f
..
~ ~
:;
~
~
"
og
~
"
"
"
"
o ~"
:2
~
~
~
!!
o;
~ ;O~
~.,
(li;;;
(;j (ij o o (li o-'"
datas de coletas
100
GEOMETRIDAE Oxydia apidania 131
]
;;
;;
..
..
:1
..
"
~
..
n
~
:;
~
~
"
o o" "
"
"
o o ,;"
.":2
E ~o;
(;j!2
~ ~
<O
\2
::v
'"
;;;
(ij ;O~
'"
:!
Õ O (Vo
(li'"
datas de co letas
100999-
n.i.
005
'"
o ~"
g
l',~1
,11...
...1 ___
I
~I
...
I.
"
"5~
~" "
"
~
,
;;
~
~
"
~ ~
~"
o o ."~
~$i
;
!l
!2
.,
;;;
;O;o ~
Õ <li o'"
.,
o dai as de c o letas 100 ~~
"
o,1
10 'ü .~"
."2
,~
100 100 <í;; ;;
~
o o~
~
(liGEOMETRIDAE
Stenalcidia
sp.
046
..
o"
~
..
o"
~
..
..
"
"
"
..
:; :;
o"
.,
" "
~"
-o
~
:::- Ee
õO
~
~;;;
~
;O~
(li (li Odatas de co letas
GEOMETRIDAEn.i.OO6
"
..
"
"
..
;; :;
"
i!
"
"
~ ." :::- ~ E\2
(;j'"
;;;
~
~
'"
odatas de co letas
;;
~
~
E ;O~
o (li'"
:;
i
~i
'"
<li"
"
o;
Oi
õ
'"
GEOMETRlDAE Stenalcidia subsordida 144
~
;; ;;
..
.. ..
..
"
"
~
:;
~
~
i
"
o o" " " "
ê
"
~ ~ ~"
"
-o
E :::-~;;;
õO
i2
~
'" ;;;
(ij ;O~
;;;
:!
Õ.,
(li ~ (li o (li'"
odatas de co letas
GEOMETRIDAEProchoerodes sectata -
051
I
111.
I
I
II
dalas de co letas"
"
o;
oSemiothisa ramparia. Geometridae-035, a qual apresentou suave flutuação populacional, ocorrência
constante e freqüência relativa notadamente superior em relação às comunidades anteriores, onde não
atingiu 1 % e figurou como acessória. Este fato indica a adaptação da espécie ao meio. A segunda
maior freqüência foi apresentada pela espécie Anticarsia gemmatalis Hueb.,1818, Noctuidae, cuja
ocorrência concentrou-se em poucas coletas, sobretudo na segunda quinzena de janeiro, o que a
classificou como espécie acessória. Na seqüência numérica, destacaram-se ainda a espécies n.i.-121,
Noctuidae e n.i.-165, Pvralidae (TABELA 4). Observou-se que a espécie n.i.-005, descrita
anteriormente, ocorreu nesta comunidade em menor número, o que pode ser justificado pela menor
densidade do sub-bosque neste meio. A flutuação populacional das espécies mais abundantes nesta
comunidade está demonstrada na FIGURA 5.
TABELA 4. NÚMERO DE INDIVÍDUOS A CADA COLETA DAS ESPÉCIES COM MAIORES
ÍNDICES DE FREQÜÊNCIA (f %) E CONSTÂNCIA (c %) NA COMUNIDADE DE
Pinus taeda, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992.
1991 1992
F A M I L I A E S P E C I E cd
2 7 18 31 19 2 8 13 2 7 15 31 21 0 6 12 26 14 3 0 0 9 total f % c % set out out nov nov dez dez jan jan fev mar mar mar abr abr jun
GEOMETRIDAE Semiothisa ramparia 035 7 8 11 5 7 6 6 5 1 2 21 0 6 8 3 1 2 0 1 1 7
6 , 7 4 8 7 , 5 0 NOCTUIDAE Anticarsia gemmatalis Hueb., 1818 183 0 0 0 0 1 0 0 2 2 9 1 4 0 0 0 0 0 0 4 6 2 , 6 5 2 5 , 0 0 NOCTUIDAE n.i. 121 1 0 5 1 3 5 1 1 5 5 2 1 8 1 0 0 3 9 2 , 2 5 8 1 , 2 5 PYRALIDAE n.i. 165 0 0 1 0 1 1 0 1 3 2 0 0 0 0 0 0 0 3 6 2 , 0 7 3 1 , 2 5 GEOMETRIDAE n.i. 109 4 5 11 0 2 2 1 0 5 0 0 2 0 0 2 0 3 4 1 , 9 6 5 6 , 2 5 GEOMETRIDAE n.i 108 1 0 11 1 1 3 0 0 8 1 0 0 1 0 1 0 2 8 1,61 5 6 , 2 5 GEOMETRIDAE n.i. 168 3 0 3 0 4 1 1 2 8 1 0 0 2 0 0 0 2 5 1 , 4 4 5 6 , 2 5 NOCTUIDAE n.i. 113 0 2 5 1 5 2 0 0 2 2 1 1 2 0 0 0 2 3 1 , 3 2 6 2 , 5 0
GEOMETRIDAE Pherotesia confusata
(Walker, 1862) 259 1 0 5 0 4 5 3 0 1 3 0 0 1 0 0 0 2 3 1 , 3 2 5 0 , 0 0
GEOMETRIDAE Semiothisa ramparia - 035
NOCTUIDAE A. gemmatalis -183 u « ® ü j õ « . S 2S ' S ' E . g í . i f S
Ä ia s £
Z ¿ ï J= $ m datas de coletas NOCTUIDAE n.i. - 121 datas de coletas PYRALIDAE n.i. - 165 £ ñ ñ S J3 3; I I I J J
datas de coletass s * É í S
f> N «O IM (û 2 O (N datas de coletasGEOMETRIDAE n.i. -108 GEOMETRIDAE n.L-109
«- CN ^ O «" <N - - <N O - ^ ^ datas de coletas datas de coletas
5.2.1 índice de freqüência
As espécies registradas apresentaram baixo percentual de freqüência em relação ao
total de indivíduos coletados em cada comunidade. Não houve, portanto, grande concentração de
indivíduos de uma única espécie, estando os maiores percentuais em torno de 6,5 % em Araucaria
angustifolia e Pinns taeda e 4 % em Eucalyptus grandis. Um percentual acima de 95 % das espécies
em cada comunidade ocorreu com freqüência relativa abaixo de 1 %. A flutuação populacional das
espécies mais freqüentes em cada comunidade está demonstrada nos ANEXOS 2, 3 e 4.
Por outro lado, a nível de família, algumas foram predominantes durante o levantamento, com
alto percentual de freqüência. A família Geometridae foi a mais freqüente nas três comunidades, com
grande número de espécies registradas. O segundo destaque numérico coube à família Noctuidae,
especialmente na comunidade de Pinns taeda, onde apresentou o maior número de indivíduos e de
espécies registradas. Destacou-se em terceiro plano a família Arctiidae.com maior freqüência na
comunidade de Eucalyptus grandis (TABELA 5). Um número considerável de espécies não foi
identificado a nível de família. Tratam-se, na maioria, de exemplares de tamanho pequeno, cuja
identificação estaria além dos objetivos desta pesquisa. O ANEXO 8 contém os índices faunísticos de
todas as espécies codificadas.
NÚMERO DE ESPÉCIES NAS FAMÍLIAS DE LEPIDOPTERA IDENTIFICADAS EM
CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992.
Familia
Araucaria angustifolia
total f % espécies
Eucalyptus grandis
total f % espécies
Pinus taeda
total f %
espécies
043-THYRIDIDAE
5
0,15
1
4
0,12
1
0
0
0
044-PYRALIDAE
105
3,23
12
52
1,65
7
91
5,23
11
050-MEGALOPYGIDAE
31
0,95
7
25
0,79
6
12
0,69
5
051-COSSIDAE
5
0,15
2
2
0,06
1
2
0.11
1
053-DALCERIDAE
6
0,18
2
10
0,31
3
1
0,05
1
065-GEOMETRIDAE
1183
36,43
119
1196
38,08
104
602
34,65
110
068-A PATELODIDAE
6
0,18
3
9
0,28
4
5
0,28
4
070-LASIOCAMPIDAE
65
2,00
8
35
1.11
9
10
0.57
4
073-SATURNIIDAE
146
4,49
21
167
5,31
19
50
2,87
17
074-SPHINGIDAE
9
0,27
5
16
0,50
5
11
0,63
7
075-NOTODONTIDAE
30
0,92
9
35
1,11
11
37
2.13
8
076-DIOPTIDAE
3
0,09
1
5
0,15
1
0
0
0
077-L YM A N T R11D A E
3
0,09
2
1
0,03
1
2
0,11
2
078-ARCTIIDAE
194
5,97
54
257
8,18
66
108
6,21
41
079-NOCTUIDAE
203
6,25
99
222
7,07
93
299
17,21
110
997-CRAMBIDAE
13
0,40
1
14
0,44
1
1
0,05
1
999-N.I. *
960
29,56
253
814
25,93
418
366
21,07
158
* Familias não identificadas
5.2.2 índice de constância
De acordo com os índices de constância obtidos, observou-se que mais de 80
% das espécis registradas em cada comunidade teve ocorrência acidental (TABELA 6 e FIGURA 6).
Este fato representa um indício de que há uma resistência do meio à proliferação destas espécies. As
espécies distribuídas em constantes formaram a minoria em cada comunidade, as quais classificaram-se
todas em muito abundantes e dominantes. Estes índices representam o estabelecimento destas espécies
nas comunidades. As espécies de ocorrência constante nas comunidades e sua flutuação populacional
fazem parte dos ANEXOS 2, 3 e 4.
TABELA 6. DISTRIBUIÇÃO DO TOTAL DE ESPÉCIES E SEU PERCENTUAL NAS CLASSES DE
CONSTÂNCIA EM CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992.
Araucaria angustifolia
Eucalyptus grandis
Pinus taeda
CLASSES
total
(%)
total
(%)
total
(%)
constantes
24
4,01
16
2,13
8
1,67
acessórias
55
9,18
72
9,60
43
5,73
acidentais
520
86,10
662
88,27
429
89,38
total
599
750
480
FIGURA 6. PERCENTUAL DE ESPÉCIES DE LEPIDOPTERA DISTRIBUÍDO NAS CLASSES DE
CONSTÂNCIA EM CADA COMUNIDADE, TELÊMACO BORBA, PR, 1991/1992.
A.angustifolia Eucalyptus grandis Pinus taeda
comunidades