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PROCESSO SELETIVO VESTIBULAR 2016 DIREITO TEMA 1

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Página | 1 PROCESSO SELETIVO VESTIBULAR – 2016

DIREITO

TEMA 1

Você integra um grupo de estudos formado por estudantes de ensino médio. Depois de um ciclo de palestras e discussões acerca da crise hídrica, seu grupo participou de vários debates na rede, tanto que isso foi objeto de estudos, como consta no texto a seguir, o qual apresenta uma análise das principais temáticas que envolvem este tema.

Assim, seu grupo resolveu protocolar um pedido junto à Associação de Moradores – Viver bem.

O pedido deverá ser feito, por meio de um requerimento, em nome do grupo – Ativistas da natureza. Deverá trazer argumentos plausíveis para mostrar a necessidade de se construir um meio ambiente saudável e propor que sejam tomadas ações efetivas para minimizar os efeitos da crise hídrica.

Para tanto, deverá ser escrito em registro formal, sem identificação individual. Utilize para isso um texto que tenha, no mínimo, 10 linhas e, no máximo, 18 linhas.

CRISE HÍDRICA NO SUDESTE REPERCUTE NAS REDES SOCIAIS

A crescente preocupação com a crise hídrica e com uma eventual crise energética na região Sudeste do Brasil, em curto/médio prazo, se reflete nas redes sociais. A Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas monitorou as menções ao assunto, ao longo da última semana, e identificou grande aumento no volume de postagens a partir do último domingo, 12 de outubro. O gráfico abaixo ajuda a visualizar este ponto: dobrou o número de menções ao problema da água no Sudeste entre o início e o fim da atual semana – de 10 mil/dia para 20 mil/dia.

A ausência de chuvas, sobretudo em São Paulo, associada às altas temperaturas na região nos últimos meses fez que com que se intensificasse a seca de reservatórios de água e de usinas hidrelétricas e potencializou a propagação de queimadas no país inteiro. A reserva paulista do Cantareira é um exemplo: atingiu em 14 de outubro novo recorde negativo de 4,5% da capacidade. Mas, embora a crise seja mais forte em São Paulo, em outros estados brasileiros há problema semelhante. O Rio São Francisco, que nasce em Minas Gerais e corta o Nordeste, é um exemplo. A Usina de Três Marias opera com apenas 4,1% da capacidade máxima, e em Petrolândia, em Pernambuco, já há preocupações com as

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consequências da transposição do Rio. No local, o nível atual é de 17%, e já existem restrições ao uso da água para vários pequenos agricultores locais.

Esse contexto ajuda a compreender as oscilações do gráfico acima ao longo da semana. Embora o problema energético seja inegável, e a falta d’água implica em problemas para o setor, o aspecto principal da preocupação dos cidadãos, nas redes sociais, é com a escassez de água para consumo e subsistência. Em 13 de outubro, havia 70% a mais de menções sobre água em comparação com energia; em 16 de outubro, última quarta-feira, essa proporção chegava a 300% – não houve aumento no volume de menções à geração de energia, mas visível elevação da preocupação cidadã com o espectro da seca.

Esta situação expõe duas questões. A primeira é que as consequências mais graves da ausência de políticas públicas para o meio ambiente que consideram que a preservação dos recursos naturais acarretam empecilhos ao desenvolvimento. É necessária uma ação menos leniente com os agressores da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica e, mais especificamente, de suas matas ciliares. A segunda é que há nítida falta de integração das autoridades de diferentes esferas de poder (união, estados e municípios) e lentidão na adoção de mecanismos articulados que promovam o uso mais racional de água em situações de grande escassez. Tanto que, na nuvem abaixo, que reúne as principais palavras associadas à falta d’água, observa-se a presença de duas regiões do Brasil mencionadas em destaque – o Nordeste e o Sudeste – e elevada quantidade de palavras associadas a atividades básicas que dependem do abastecimento hídrico, como o banho, a limpeza, o consumo e o saneamento básico. Também é evidenciada a preocupação dos brasileiros com as queimadas e com o incômodo gerado pelo calor – e há a cobrança por ações educativas por parte da população, que assume parte da responsabilidade pela crise.

Além de identificar o problema, portanto, as redes sociais se apressam em apontar soluções – e a demanda por consumo consciente encontra-se em destaque amplo. Em uma semana, houve mais de 13 mil menções a políticas individuais de economia de água, volume bem superior ao de cobranças por fontes renováveis de energia – como a iluminação solar e a força do vento (eólica) – e de referências a atitudes dos governos para amenizar o problema. Os distintos números de postagens em cada categoria explicitam que, a despeito da exigência por melhorias estruturais na gestão hídrica e energética no Brasil, há forte admissão, por parte da população, de que iniciativas particulares de economia de recursos

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naturais são imperativas para que a situação se resolva – ou, ao menos, fique menos danosa à sociedade e à natureza.

(CALIL, Lucas. Crise hídrica no Sudeste repercute nas redes sociais. Diretoria de Análise de Políticas Públicas – DAPP – Fundação Getúlio Vargas. 20 out. 2014. Disponível em: <http://dapp.fgv.br/node/387#.VhqooPPluM8>. Acesso em 10 set. 2015)

(mínimo 10 linhas e máximo 18 linhas) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

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A partir da discussão promovida em uma aula interdisciplinar, que foi inspirada no texto “TORTURA, UM MAL QUE PERSISTE ATÉ OS DIAS DE HOJE” (segue abaixo), foi solicitado aos alunos que fizessem uma campanha nas redes sociais alertando acerca do tema e dos problemas da passividade da sociedade frente a este ato – TORTURA – que é uma afronta deliberada aos Direitos Humanos.

Assim, seu grupo ficou encarregado de produzir um “post” para o facebook, o qual deverá empregar a norma culta da Língua Portuguesa, mas deverá ser um texto acessível, tendo em vista o público alvo.

O “post” produzido não só deve informar acerca da existência da tortura na atualidade, mas também promover uma reflexão acerca das ações que a sociedade deve ter, buscando convencer o leitor a se engajar na luta por um mundo mais justo.

Para tanto, o texto produzido deve ter, no mínimo, 8 linhas e, no máximo, 12 linhas.

TORTURA, UM MAL QUE PERSISTE ATÉ OS DIAS DE HOJE

Um levantamento inédito feito pelo GLOBO revela que, entre 2005 e 2015, foram instaurados 699 processos por tortura no Rio

Ao passar por um posto da PM na Rocinha, Júlio (nome fictício), de 18 anos, aperta o passo e, com a cabeça, aponta a unidade. Foi ali, numa tarde de junho de 2013, que o jovem diz ter sido submetido a uma sessão de espancamento e humilhação por quase seis horas. Júlio conta que, até hoje, sente o estômago arder devido à cera quente empurrada goela abaixo, depois de receber choques elétricos e tapas na cara. No final, acrescenta, policiais ainda enfiaram sua cabeça num vaso sanitário cheio de fezes. Nas outras duas vezes em que foi detido por suspeita de envolvimento com traficantes, os castigos, afirma, se repetiram. Ele garante que, na mais recente, há cerca de um ano, policiais civis marcaram a ferro e fogo as iniciais de uma facção criminosa em seu braço esquerdo.

Dezoito anos após a promulgação da lei 9.455/97, que pune o crime de tortura, casos como o de Júlio ainda são frequentes. Nem todos, porém, chegam à Justiça, porque muitas vítimas têm medo de fazer denúncias. E, quando os casos vão aos tribunais, muitos são julgados como lesão corporal ou maus-tratos, que têm penas menores. Levantamento inédito, feito pelo GLOBO nos arquivos do Tribunal de Justiça do Rio, revela que, entre 2005 e 2015, foram instaurados 699 processos por tortura, em que são acusados tanto agentes do Estado como milicianos, traficantes e cidadãos comuns. Desses, 219 foram julgados até agora, com 197 (90%) condenações em primeira instância.

[...] Outra pesquisa, coordenada pela ONG Conectas e pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP, mostra que o Rio foi, no país, o estado com o maior número de decisões em segunda instância envolvendo casos de tortura, entre 2005 e 2010. Dos 75 casos levantados, apenas 22 envolviam agentes públicos. Do total, dez foram absolvidos.

Em direito, existe o que chamamos de cifra oculta, que é a diferença entre os casos que efetivamente ocorrem e os que existem no Poder Judiciário - explica o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-RJ, Breno Melaragno. - No crime de tortura, existe uma dificuldade prática de se apurar a ocorrência. No caso de agentes públicos, eles estão protegidos pela própria autoridade que o cargo lhes confere. A tortura pelo Estado ainda é grande, principalmente em locais com situação socioeconômica menos favorecida.

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Hediondo, inafiançável e sem direito a anistia, o crime é punido com pena de até 21 anos e quatro meses de prisão. Depois do que sofreu, Júlio deixou o morro onde cresceu. Com três passagens pela 2ª Vara da Infância e da Juventude por associação ao tráfico, ele jura que "sempre é embuchado", ou seja, acusado injustamente pela polícia. E se lembra, com detalhes, de cada vez em que foi detido.

─ Perguntaram de onde eu era e respondi: Rocinha - diz, sobre quando foi levado para uma delegacia da Zona Sul. - Aí disseram que eu era de uma facção. Pegaram um ferro, esquentaram com o isqueiro e me marcaram. Na outra vez, foram 12 PMs. Chamavam a sala do posto de quartinho da saudade. Tinha de tudo: chave de fenda, alicate, pedaço de pau e fio solto, que dava choque.

Ele era menor quando foi torturado por policiais na Favela da Rocinha. O sufocaram com saco plástico, enfiaram sua cabeça em uma privada com fezes e urina, surraram e com um ferro aquecido com um isqueiro tatuaram em seu braço a sigla da facção dominante na favela. [...]

[...]

MEDO INIBE AS DENÚNCIAS

Uma pesquisa feita pela Anistia Internacional em 2014 mostrou que 80% dos brasileiros temem ser torturados em caso de prisão. O país ficou em primeiro lugar no vergonhoso ranking, à frente de México, Turquia e Paquistão.

Muitas vezes, a vítima teme retaliação. As pessoas têm medo de denunciar, principalmente se a tortura é causada por um agente público - afirma o assessor de Direitos Humanos da Anistia, Alexandre Ciconello. A tortura também está marcada na pele de Marcos (nome fictício), de 19 anos.

Em 2013, enquanto cumpria sua segunda internação numa unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), ele foi acusado por colegas de alojamento de ter delatado um interno. Marcos conta que foi espancado do meio-dia às 16h. Nenhum agente teria percebido o que estava acontecendo.

Foram sete ou oito jovens, e o resto ficava vigiando. Eles me deram soco, chinelada, choque, mergulharam minha cabeça na privada. Não gritei porque estavam me enforcando. Desmaiei quatro vezes - diz ele, que teve as iniciais de uma facção criminosa e a palavra "X9" (informante) marcadas no peito e nas costas com uma lâmina de barbear.

Dois anos depois, Marcos move uma ação contra o estado em que pede uma cirurgia plástica para remover as cicatrizes. A integridade física de internos sob a tutela do poder público é responsabilidade dos seus agentes. Aqueles que estavam de plantão no dia do espancamento de Marcos poderiam ter sido punidos por omissão, mas, na corregedoria do órgão, consta apenas uma sindicância para apurar dano ao patrimônio e lesão corporal contra os próprios funcionários. Seis adolescentes foram acusados pela tortura, mas absolvidos por falta de provas.

Também não faltam denúncias contra agentes do Degase. Em 2013, três internas entre 15 e 17 anos relataram a defensores públicos o castigo habitual no Educandário Santos Dumont, na Ilha do Governador: a "bailarina". As jovens contaram que, algemadas a grades acima de suas cabeças, eram obrigadas a ficar nas pontas dos pés enquanto apanhavam. Uma delas foi levada à delegacia para registrar o caso, mas omitiu o detalhe cruel ao depor.

Segundo anotações da Defensoria Pública, as internas teriam batido nas grades do alojamento para pedir aos agentes que socorressem uma delas, que passava mal. Como estava de noite, os funcionários teriam se irritado com o barulho e decidiram puni-las. Uma das adolescentes relata ter ficado das 20h às 3h na posição da "bailarina" num cômodo escuro, infestado por baratas e lacraias.

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[...]

(WERNECK, Antônio; MARCOLINI, Barbara; ARAÚJO, Vera. Tortura, um mal que persiste até os dias de hoje. O Globo - G1, 12 jul. 2015. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/tortura-um-mal-que-persiste-ate-os-dias-de-hoje-16739065#ixzz3oRQfvFdm>. Acesso em: 10 set. 2015)

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