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PROCESSO CIVIL ANALISTA TRF4

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Academic year: 2021

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Mandado de Segurança

CONCEITO

Art. 5°, LXIX, CRFB/88 – “Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.”

Remédio Constitucional em desfavor de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica que exerça atribuições do Poder Público.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Aplica-se ao Mandado de Segurança o disposto no art. 5°, inciso LXIX, da Constituição Federal, bem como as disposições constantes na Lei n° 12.016/2009.

CONSIDERAÇÕES

Habeas Corpus (art.5°, LXVIII, CRFB/88) e Habeas Data (art.5, LXXII, CRFB/88): se o direito não for amparado – ou amparável – por habeas corpus ou habeas data, o remédio aplicável será o mandado de segurança.

Habeas Corpus: direito de ir e vir;

Habeas Data: informações pessoais constantes de arquivos públicos.

É procedimento especial com imediata e implícita força executiva contra os atos administrativos1. É ação civil de rito sumário especial – sumariedade do procedimento – prova pré-constituída.

Também chamado de ação mandamental, expede ordem para cumprimento imediato.

Mandamus preventivo x Mandamus Repressivo

Conforme Súmula 266 do STF é incabível mandado de segurança contra lei em tese, entretanto vários relatos jurisprudenciais (REsp n. 38-268-8) já admitem que a edição de nova legislação sobre tributação traz em si presunção de que a autoridade irá aplicá-la, ensejando o justo receio de que o fisco efetue a cobrança do tributo, sendo cabível o mandamus preventivo.

Legitimidade Ativa: Qualquer pessoa que tenha sido lesada ou tenha sofrido ameaça de lesão ao seu direito líquido e certo. Pode ser pessoa física ou jurídica.

Impetrante: qualquer pessoa que tiver seu direito “líquido e certo” violado ou houver justo receio de sofrer tal violação, mediante ilegalidade ou abuso de poder de autoridade, desde que este direito não seja amparado por habeas corpus ou habeas data, pode impetrar mandado de segurança.

Pode ser pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Até mesmo organismos sem personalidade jurídica na defesa de suas prerrogativas institucionais. Por exemplo, Prefeito, Câmara de Vereadores, Câmara dos Deputados, Presidente da República, Governador, entre outros.

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A jurisprudência é pacífica quanto ao reconhecimento da legitimidade ativa dos órgãos públicos, despersonalizados, mas com prerrogativas próprias. Entretanto o Mandado de Segurança só poderá ser utilizado à atuação funcional e em defesa de suas atribuições.

Nesta linha caminha o Supremo Tribunal Federal

"O parlamentar tem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de leis e emendas constitucionais que não se compatibilizam com o processo legislativo constitucional. Legitimidade ativa do parlamentar, apenas. Precedentes do STF: MS 20.257/DF, Ministro Moreira Alves (leading case), RTJ 99/1031; MS 21.642/DF, Ministro Celso de Mello, RDA 191/200; MS 21.303-AgR/DF, Ministro Octavio Gallotti, RTJ 139/783; MS 24.356/DF, Ministro Carlos Velloso, DJ 12-9-03." (MS 24.642, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 18-2-04, DJ de 18-6-04)”

“Mesa do Congresso Nacional. Substituição do presidente. Mandado de segurança. Legitimidade ativa de membro da Câmara dos Deputados em face da garantia do devido processo legislativo.” (MS 24.041, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 29-8-01, DJ de 11-4-03)”

"A legitimidade ad causam no mandado de segurança pressupõe que o impetrante se afirme titular de um direito subjetivo próprio, violado ou ameaçado por ato de autoridade; no entanto, segundo assentado pela doutrina mais autorizada (cf. Jellinek, Malberg, Duguit, Dabin, Santi Romano), entre os direitos públicos subjetivos, incluem-se os chamados direitos-função, que têm por objeto a posse e o exercício da função pública pelo titular que a detenha, em toda a extensão das competências e prerrogativas que a substantivem: incensurável, pois, a jurisprudência brasileira, quando reconhece a legitimação do titular de uma função pública para requerer segurança contra ato do detentor de outra, tendente a obstar ou usurpar o exercício da integralidade de seus poderes ou competências: a solução negativa importaria em ‘subtrair da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito’. A jurisprudência — com amplo respaldo doutrinário (v.g., Victor Nunes, Meirelles, Buzaid) — tem reconhecido a capacidade ou ‘personalidade judiciária’ de órgãos coletivos não personalizados e a propriedade do mandado de segurança para a defesa do exercício de suas competências e do gozo de suas prerrogativas. Não obstante despido de personalidade jurídica, porque é órgão ou complexo de órgãos estatais, a capacidade ou personalidade judiciária do Ministério lhe é inerente — porque instrumento essencial de sua atuação — e não se pode dissolver na personalidade jurídica do estado, tanto que a ele freqüentemente se contrapõe em juízo; se, para a defesa de suas atribuições finalísticas, os tribunais têm assentado o cabimento do mandado de segurança, este igualmente deve ser posto a serviço da salvaguarda dos predicados da autonomia e da independência do Ministério Público, que constituem, na Constituição, meios necessários ao bom desempenho de suas funções institucionais. Legitimação do Procurador-Geral da República e admissibilidade do mandado de segurança reconhecidas, no caso, por unanimidade de votos." (MS 21.239, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 5-6-91, DJ de 23-4-93)

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Legitimidade Passiva: A Autoridade que praticou a ilegalidade ou abuso de poder, violando direito líquido e certo. Pessoa Física investida de poder de decisão. Não será o executor, mas o prolator da decisão.

A Autoridade, aqui, será ou autoridade pública ou representantes ou órgãos de partidos políticos, administradores de entidades autárquicas, dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público.

Chamada de Autoridade Coatora, conforme dispõe o artigo 6°, §3º da Lei n° 12.016/09, “considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática”

Súmula 510, STF: “Praticado o ato por autoridade, no exercício da competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.”

Ressalte-se que a autoridade coatora não será a pessoa jurídica ou o órgão a que pertence e ao qual seu ato é impugnado em razão do ofício. A pessoa jurídica deverá ingressar dentro do prazo para as informações, como litisconsorte do impetrado.

“Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;”

A pessoa jurídica agora é litisconsorte necessário. Atua como parte e não como assistente.

ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DA AUTORIDADE COATORA – STF e STJ – Vem sendo consolidada a jurisprudência no sentido de que a errônea indicação da autoridade coatora implica na extinção do processo por ilegitimidade passiva, não cabendo ao juiz ou tribunal determinar, de ofício, a substituição da parte.

"Já se firmou a jurisprudência desta Corte no sentido de que a errônea indicação da autoridade coatora pelo impetrante impede que o Juiz, agindo de ofício, venha a substituí-la por outra, alterando, desse modo, sem dispor de poder para tanto, os sujeitos que compõem a relação processual, especialmente se houver de declinar de sua competência, em favor do Supremo Tribunal Federal, em virtude da mutação subjetiva operada no pólo passivo do writ mandamental." (MS 22.970-QO, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 5-11-97, DJ de 24-4-98)

"Não cabe ao Poder Judiciário, sem iniciativa da parte, proceder à substituição de autoridade apontada pelo impetrante como órgão coator. Verificada a ilegitimidade passiva ad causam do impetrado, impõe-se ao juiz declarar extinto o processo mandamental, sem julgamento de mérito, por ausência de uma das condições da ação, com fundamento no art. 267, VI, do Código de Processo Civil. Não ofende a Constituição a

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norma legal que estipula prazo para a impetração do mandado de segurança. A circunstância de a constituição da República nada dispor sobre a fixação de prazo para efeito de ajuizamento da ação mandamental não inibe o legislador de definir um lapso de ordem temporal em cujo âmbito o writ deve ser oportunamente impetrado." (RMS 21.476, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-6-92, DJ de 4-9-92)

Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada.

Litisconsórcio Passivo Necessário

Na visão da obra de Hely Lopes Meirelles, Arnold Wald e Gilmar Ferreira Mendes em “Mandado de Segurança e Ações Consitucionais” há formação de litisconsórcio passivo necessário entre a autoridade coatora e a pessoa jurídica a que está vinculada, a saber: “É litisconsórcio necessário, não se identificando com o impetrado, mas sofrendo os efeitos da sentença que vier a ser proferida”.

“A autoridade coatora participa do mandamus como parte em sentido formal, enquanto a pessoa jurídica de direito público interno, destinatária dos efeitos da decisão, participa no capítulo material.” (STJ, 1a T., Resp de 179.818/CE, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, ac. de 24.04.2001, DJU de 04.02.2002, p. 293.

“a legitimidade para recorrer em mandado de segurança é da pessoa jurídica de direito público atingida por seus efeitos e não da autoridade coatora” (TJRS, 2a CC, AI n. 70009346305, Rel. Des. Leila Vani Pandolfo Machado, ac. 19.10.2004, Revista Dialética de Direito Tributário, 113/176)

Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.

§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição – reexame necessário

§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.

§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar.

Não cabe Mandado de Segurança – art. 5º da Lei 12.016/09:

1) Ato que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, Art. 5º, I

Não há obrigatoriedade de postular na esfera administrativa. Utilizando o recurso com efeito suspensivo, ter-se-á que aguardar seu julgamento. Inadmissível a concomitância de recurso administrativo e mandado de segurança. “Carência do direito de ação” – STF, MS n. 24.511-DF.

2) Ato judicial contra o qual caiba recurso específico apto a impedir a ilegalidade, ou admita reclamação correcional eficaz, Art. 5º, II

Súmula 267 STF “Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.”

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Inadmissível Mandado de Segurança como substitutivo recursal.

Admite-se a possibilidade do Mandado de Segurança para conferir efeito suspensivo ao recurso que não tenham, desde que interposto o recurso cabível – STF, RTJ 81/879. Requerimento de concessão de liminar dando efeito suspensivo ao recurso até o julgamento. É de se observar que no que tange aos efeitos do recebimento da apelação, cabe agravo de instrumento dirigido diretamente ao tribunal, forte no art. 523, §4º do CPC.

O STJ vem admitindo a impetração de Mandado de Segurança contra atos irrecorríveis do relator do Agravo de Instrumento, quando este converte em Agravo Retido. – STJ, RMS n. 22.847 – MT.)

3) Contra a Coisa Julgada, Art. 5º, III

Súmula 268 STF “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”

A coisa julgada é atacável por Ação Rescisória.

Não é vedada a utilização de Mandado de Segurança contra ato disciplinar e ato de dirigente de estabelecimento particular, sempre que realizem atividades delegadas do Poder Público.

Atos de gestão comercial, realizados no interesse interno e particular, da empresa ou instituição, não cabe Mandado de Segurança.

Conforme afirma a obra “Mandado de Segurança e Ações Constitucionais” de Hely Lopes Meirelles e outros, pg. 49:

“Assim, quando o diretor de uma escola particular nega ilegalmente uma matrícula, ou a empresa pública ou mista comete uma ilegalidade no desempenho da atribuição delegada, cabe segurança. Mas, quando tais entidades, por seus dirigentes, realizam atividade civil ou comercial, estranha à delegação, respondem perante a Justiça como particulares desvestidos de autoridade pública, e por isso só se sujeitam às ações comuns, excluído o mandamus” No que tange à arbitragem o terceiro que anuiu à arbitragem e dela não participou poderá impetrar Mandado de Segurança.

OBSERVAÇÕES

Súmula 266 STF “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.”

Ataca-se pelo mandado de segurança somente aqueles atos normativos de efeitos concretos, aptos a afetar imediatamente situação jurídica individual.

"Se o decreto é, materialmente, ato administrativo, assim de efeitos concretos, cabe contra ele mandado de segurança. Todavia, se o decreto tem efeito normativo, genérico, por isso mesmo sem operatividade imediata, necessitando, para a sua individualização, da expedição de ato administrativo, contra ele não cabe mandado de segurança. (Súmula 266)." (MS 21.274, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 10-2-94, DJ de 8-4-94). No mesmo sentido: AI 271.528-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-11-06, DJ de 7-12-06.

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"Mandado de segurança. Lei em tese. Inadmissibilidade. Impetração contra Medida Provisória. Criação do PROUNI. Alegação de inconstitucionalidade. Necessidade de adesão ao Programa para obtenção de isenção ou imunidade tributária. Efeito concreto dependente de cadeia de atos administrativos por praticar em diversas esferas de competência. Justo receio inexistente. Caráter preventivo não caracterizado. Processo extinto, sem julgamento de mérito. Improvimento liminar do recurso ordinário. Agravo regimental improvido. Aplicação da súmula 266. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, nem sequer sob alegação de caráter preventivo, quando não tenha sido praticado nenhum ato suscetível de induzir receio fundado de lesão a direito subjetivo." (RMS 25.473-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 22-5-07, DJ de 29-6-07)

“É certo que esta Corte, abrandando a rigidez da Súmula 267, tem admitido Mandado de Segurança quando, do ato impugnado, puder resultar dano irreparável, desde logo cabalmente demonstrado.” (MS 22.623-AgR, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 9-12-96, DJ de 7-3-97). No mesmo sentido: RMS 25.293, Rel. Min. Carlos Brito, julgamento em 7-3-06, DJ de 5-5-06.

PROCEDIMENTO

É ação documental destinada a proteger direito líquido e certo de pessoa física ou jurídica. É uma garantia do mais alto grau, pois trata-se de remédio constitucional.

ü Não há fase destinada à instrução probatória. ü Necessária a existência de prova pré-constituída.

ü Direito Líquido e Certo “está se exigindo que esse direito se apresente com todos os requisitos para seu reconhecimento e exercício no momento da impetração. Em última análise, direito líquido e certo é direito comprovado de plano”2

Súmula 269 STF “O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.” Súmula 271 STF “Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.”

FORMA

Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada.

§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis seguintes.

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§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

DA PETIÇÃO INICIAL

A petição inicial que deverá preencher os requisitos dos arts. 158 e 159 do CPC, será apresentada em 2 vias e os documentos, que instruírem a primeira, deverão ser reproduzidos, por cópia, na segunda.

Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.

DO DESPACHO DO JUIZ

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;

III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

Fundamento Relevante – fumus boni iuris Ineficácia da Medida – periculum in mora Liminar – art. 7o, II da Lei do MS:

ü Relevância da Fundamentação;

ü Risco de ineficácia da medida, caso deferida.

Da decisão que denega liminar a cabe agravo de instrumento. (STJ, 2a T., RMS 8.516-0/RS, Rel. Min, Adhemar Maciel, ac. de 04.08.97, LEXSTJ 101/77).

Art. 7º. § 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento

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Leis especiais impedem a liminar nas ações de segurança:

ü Compensação de Créditos Tributários / Liberação de mercadoria ou bens de procedência estrangeira (Lei 2.770, de 04/05/56)

ü Reclassificação ou equiparação de servidores públicos, ou a concessão de aumento ou extensão de vantagens (Lei 4.348, de 26/06/64)

ü Pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias a servidores públicos (Lei 5.021, de 09/06/66)

Art. 7º. § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem.

A inicial será desde logo indeferida quando não for caso de mandado de segurança, lhe faltar algum dos requisitos ou quando decorrido o prazo decadencial, forte no art. 10 da Lei 12.016/09.

Art. 10. § 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre. § 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição inicial. Do despacho de indeferimento caberá recurso de apelação.

Findo o prazo de 10 dias para a prestação de informações e ouvido o representante do Ministério Público dentro em 10 dias, os autos serão conclusos ao juiz , independente de solicitação da parte, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 dias, consoante , art. 12, parágrafo único.

A participação do Ministério Público é obrigatória.

“Pela natureza da ação constitucional não se aplicam ao writ os efeitos usuais da revelia. O juiz decide a causa, com ou sem a reposta da autoridade coatora, mas formulará sua sentença apenas segundo a prova realmente produzida e o direito aplicável à espécie”.3

INEXISTÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.

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TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL

Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.

§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator.

§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias.

DO PRAZO DECADENCIAL

Prazo decadencial de 120 dias contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

" Surge aqui uma dúvida a ser esclarecida: se o mandado for impetrado perante juízo incompetente e remetido ao competente, contar-se-á daquele ou deste o prazo decadencial? O STF já decidiu que não ocorre a caducidade se o mandamus foi protocolado a tempo, ainda que no juízo incompetente, e realmente é o que se infere do disposto no §2º do art. 113 do CPC” - “Mandado de Segurança e Ações Constitucionais” de Hely Lopes Meirelles e outros, pg. 59-60.

Art. 6º. § 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.

Súmula 304 STF “A denegação do writ em virtude da ausência de liquidez e certeza do direito, porém, não impede que se busque, na via própria, novamente, a satisfação do direito” (STJ, 5a T., Resp. 225.787/DF, Rel. Félix Fischer, ac. de 26/10/1999, RSTJ 140/539) COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA – CRFB/1988

ü Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas

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da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

ü Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente:

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

ü Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

Mandado de Segurança Coletivo

Consoante art. 5o da CRFB/1988, inciso LXX,

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Possui o mesmo rito e disciplina legal do Mandado de Segurança Individual. Consolidação Legal da Jurisprudência.

“Em se tratando de mandado de segurança, é imprescindível a demonstração de que o ato ilegal da autoridade prejudicou direito subjetivo, líquido e certo do impetrante, ou de seus representados, no caso de Mandado de Segurança Coletivo.” (RMS 22.350, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 3-9-96, DJ de 8-11-96)

"Uma exigência tributária configura interesse de grupo ou classe de pessoas, só podendo ser impugnada por eles próprios, de forma individual ou coletiva. Precedente: RE 213.631, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 7-4-2000. O partido político não está, pois, autorizado a valer-se do mandado de segurança coletivo para, substituindo todos os cidadãos na defesa de interesses individuais, impugnar majoração de tributo." (RE 196.184, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 27-10-04, DJ de 18-2-05)

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Súmula 629 STF “A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.”

Súmula 630 STF "A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria."

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.

§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.

Se o direito a ser protegido pela impetração do mandado de segurança possuir expressa econômica imediata e quantificável, o valor da causa deve refletir o proveito econômico perseguido na ação (STJ, REsp n. 436.203-RJ)

QUESTÕES

A Constituição de 1988, no art. 5o., LXX, b, dispõe que o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por “organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados”. Considerando os contornos essenciais do mandado de segurança coletivo, como desvendados pelo STF, julgue os itens a seguir, assinalando certo (C) ou errado (E) em cada um deles

1 - ( ) Para que a entidade associativa impetre o mandado de segurança coletivo, não se exige que os beneficiados expressamente a autorizem para tanto.

2 - ( ) Não é cabível o mandado de segurança coletivo que vise à defesa de direito de apenas alguns integrantes da classe abrangida pela associação impetrante.

3 - ( ) O mandado de segurança coletivo preventivo não pode ser impetrado contra lei em tese.

4 - Um mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por

(A) partido político, exclusivamente em defesa de interesse de seus filiados. (B) partido político, desde que tenha representação no Congresso Nacional.

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(C) associação educacional, em favor de seus membros, qualquer que seja o tempo de funcionamento.

(D) cooperativa, em favor de seus cooperados, somente quando constituída há mais de dois anos.

O mandado de segurança individual, embora sendo remédio constitucional, tem as suas linhas básicas desenvolvidas pela legislação processual infraconstitucional, que não podem ser perfeitamente compreendidas sem o conhecimento da interpretação jurisprudencial que recebem, em especial do STF. Tendo em conta essa realidade, julgue os itens seguintes, assinalando certo (C) ou errado (E) em cada um deles.

5 - ( ) O dispositivo legal, anterior à Constituição de 1988, estabelecendo prazo decadencial para a propositura de mandado de segurança, foi revogado com o advento da Lei Maior.

6 - ( ) Não pode ser concedida medida liminar em mandado de segurança que tenha por objeto aumento de vencimentos de funcionário público.

7 - ( ) Os fatos alegados na inicial, não-contestados pela autoridade coatora, nas informações, são presumidos verdadeiros, dispensando-se o impetrante do ônus de prova-los. 8 - ( ) O juiz pode, diante de equívoco na indicação da autoridade coatora pela inicial, determinar, de ofício, a intimação da autoridade que entende pertinente.

Suponha que tenha sido ajuizado mandado de segurança, por servidor público, postulando certa vantagem de natureza pecuniária, que estima devida em razão da função que desempenha, mas que não vem sendo paga. Com base nessa situação, julgue os itens que se seguem, assinalando certo (C) ou errado (E) em cada um deles. 9 - ( ) A sentença de primeiro grau que vier a conceder a vantagem transitará em julgado, se não houver recurso da parte no prazo previsto na lei.

10 - ( ) A sentença concessiva há de produzir efeitos financeiros somente a partir da data em que foi ajuizado o mandado de segurança.

11 - ( ) A autoridade coatora não tem legitimidade para recorrer da decisão que vier a conceder a segurança.

O mandado de segurança constitui garantia constitucional da maior relevância, "... inserindo-se entre os principais instrumentos que o Estado de Direito dispõe para manter a Administração nos limites fixados pelo legislador, a fim de não tomar inócuos os mandamentos legais" (Celso Barbi. Do mandado de segurança. Rio, Forense, p. 1.3, 1980) e no esforço para encontrar "formas processuais especialmente afeiçoadas para ajuizamento de demandas entre o indivíduo e a Administração" (id., p. 14). Por isso, em certas circunstâncias, o mandado de segurança segue institutos do processo civil tradicional e, em outras, rege-se por princípios processuais próprios. À vista disso, julgue os itens abaixo, assinalando certo (C) ou errado (e) em cada um deles.

12 - (C) (E) Em regra, a sentença que indefere o mandado de segurança por falta de comprovação dos fatos constitutivos do direito postulado faz coisa julgada material, impedindo a renovação da demanda.

(13)

13 - (C) (E) Não se considera autoridade, para fins de mandado de segurança, quem não exerce cargo ou função no âmbito da Administração direta ou indireta do Estado.

14 - (C) (E) Uma das características essenciais do direito líquido e certo, que autoriza o mandado de segurança em sua proteção, é a inexistência de controvérsia na interpretação da norma invocada pelo impetrante.

15 – (C) (E) Segundo entendimento dominante na doutrina e na jurisprudência, é inconstitucional a fixação de prazo para a impetração de mandado de segurança.

16 - (C) (E) Como instrumento judicial de controle da legalidade do ato administrativo, o mandado de segurança pode voltar-se contra ato de agente que faça parte de pessoa jurídica que não exerça atribuição, sequer delegada, do poder público.

17 - (C) (E) Qualquer cidadão pode impetrar o mandado de segurança individual. Mas apenas os partidos políticos com representação no Congresso Nacional, podem interpor o mandado de segurança coletivo.

18 – (C) (E) Segundo a lei, o mandado de segurança individual cabe, em alguns casos, contra sentença judicial, mas não cabe contra ato administrativo passível de recurso na esfera administrativa. Já o mandado de segurança coletivo não sofre essas restrições. 19 - São pressupostos do mandado de segurança, exceto:

(a) lesão ou ameaça de lesão (b) dano ao patrimônio público (c) ilegalidade ou abuso de poder (d) ato de autoridade

(e) direito líquido e certo não amparado por habeas-corpus ou habeas-data 20 – No que se refere ao mandado de segurança afirma-se que:

(a) o prazo decadencial para impetra-lo é de 120 (cento e vinte) dias, contados a partir da ciência do ato impugnado pelo interessado.

(b) a liminar concedida terá eficácia pelo prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias. (c) a autoridade coatora será notificada para prestar informações em até 15 (quinze) dias. (d) caberá apelação da sentença que negar ou conceder a segurança, e agravo de instrumento do despacho que indeferir a inicial.

Referências

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