OAB/SP
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
SÃO PAULO
COMISSÃO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
APASE – UDEMO
O Especialista de Educação e suas
responsabilidades legais frente a
atuação do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo
ADIB KASSOUF SAD
ROTEIRO
1.
Direito e Justiça
2.
Constituição Federal
3.
Os Princípios na CF/88
4.
Bem Comum e a Constituição Paulista
5.Tribunal de Contas
6.
APASE e UDEMO
7.
Exemplo de Apuração do TCE
1. Direito e Justiça
1.1. Um conceito de Direito
1.2. Um conceito de Justiça
2 – Constituição Federal
O Princípio da Supremacia da Constituição, que
coloca a
“Lex Major” como parâmetro de
avaliação das demais normas, remete à
existência de uma hierarquia de normas. Assim,
uma vez aprovado pelo Poder Constituinte
originário o texto definitivo da Lei Suprema,
todos as demais normas estão obrigadas a
observar rigorosamente os limites que a própria
Carta estabeleceu.
2 – Constituição Federal
2.1. Antes de 1988
Princípios NÃO expressos ( doutrina e jurisp. )
2.2. Depois de 1988
Princípios EXPRESSOS ( 4 – quatro ).
2 – Constituição Federal
Princípios Expressos da Administração Pública
Art. 37. A administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios
de
legalidade,
impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
(Redação
dada
pela
Emenda
3 – Os Princípios na CF / 88
LEGALIDADE:
Significa que o administrador
público está, em toda sua atividade funcional, sujeito
aos mandamentos da lei, e às exigências do bem
comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob
pena
de
praticar
ato
inválido
e
expor-se
à
responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o
caso. A eficácia de toda atividade administrativa está
condicionada ao atendimento da lei. ( HELY LOPES
MEIRELLES, Direito Administrativo Brasileiro, 16ª ed.,
RT, p. 78. )
Fundamento direto ou indireto. Público difere do
3 – Os Princípios na CF / 88
IMPESSOALIDADE: Uma das principais formas de entender tal
princípio é relacioná-lo com a finalidade pública, que deve nortear
toda atividade administrativa. Significa que a Administração não
pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas
determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que
tem que nortear o seu comportamento; aplicação desse princípio
encontra-se, p.ex., no artigo 100 da CF, referente aos precatórios
judiciais; o dispositivo proíbe a designação de pessoas ou de
casos nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
abertos para esse fim. Outra importante interpretação do princípio
remete à conclusão de que os atos administrativos são atribuídos
não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão da
Administração Pública do qual faz parte o funcionário. Disso
decorre, por exemplo, a proibição contida no artigo 37,
§ 1º, da
Constituição Federal, quando veda que conste nome, símbolos
3 – Os Princípios na CF / 88
MORALIDADE:
Constitui pressuposto de validade de todo
ato da Administração Pública. Trata-se de uma moral
jurídica, administrativa ( não uma moral comum, imposta ao
homem para a sua conduta externa ) entendida, segundo
Hauriou, como
“o conjunto de regras de conduta tiradas da
disciplina anterior da
Administração”. Assim, o agente
administrativo deve, necessariamente, distinguir o honesto
do desonesto, observando o elemento ético de sua
conduta. Não terá, portanto, que decidir somente entre o
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também
entre o honesto e o desonesto. HELY LOPES MEIRELLES,
idem, p. 79.
3 – Os Princípios na CF / 88
PUBLICIDADE:
É a divulgação oficial do ato para
conhecimento público e início de seus efeitos externos. Daí
porque as leis, atos e contratos administrativos, que
produzem consequências jurídicas fora dos órgãos que os
emitem exigem publicidade para adquirirem validade
universal, isto é, perante as partes e terceiros. A
publicidade não é elemento formativo do ato administrativo;
é requisito de eficácia e moralidade. Por isso mesmo os
atos irregulares não se convalidam com a publicação, nem
os regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando
a lei ou o regulamento a exige. Há casos, contudo, em que
a publicidade cede lugar ao sigilo, como nas hipóteses de
segurança nacional. HELY LOPES MEIRELLES, idem, p.
81/2.
3 – Os Princípios na CF / 88
EFICIÊNCIA:
Qualificada como princípio pela Emenda
Constitucional nº 19, que alterou o artigo 37, caput, da CF,
a eficiência sempre foi definida como um dos deveres da
Administração Pública, sendo aquilo
“que se impõe a todo
agente público de realizar suas atribuições com presteza,
perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno
princípio da função administrativa, que já não se contenta
em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo
resultados positivos para o serviço público e satisfatório
atendimento das necessidades da comunidade e de seus
membros. HELY LOPES MEIRELLES, p. 86.
4 – Bem Comum e C. Paulista
CONCEITO DE BEM COMUM: “O bem comum consiste no
conjunto de todas as condições de vida social que
favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade
humana.” João XXIII, Pacem in Terris, 1963.
Princípios da Administração na Constituição Estadual (
além dos 5 da CF ):
Artigo 111:
I - Razoabilidade;
II - Finalidade;
III - Motivação;
IV - Interesse público.
5 – Tribunal de Contas
Ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo compete atuar na
fiscalização contábil, financeira orçamentária, operacional e patrimonial do Estado de São Paulo e de seus Municípios, exceto o da Capital, bem como na das respectivas entidades de administração direta ou indireta e na das fundações por eles instituídas ou mantidas, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas.
A jurisdição do Tribunal alcança administradores e demais
responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos, além das pessoas físicas ou jurídicas, que, mediante convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, apliquem auxílios, subvenções ou recursos repassados pelo Poder Público.
6 – APASE e UDEMO
Atribuições dos Supervisores de Ensino
Artigo 72 - As Equipes de Supervisão de Ensino têm, por meio dos
Supervisores de Ensino que as integram, as seguintes atribuições:
I - exercer, por meio de visita, a supervisão e fiscalização das
escolas incluídas no setor de trabalho que for atribuído a cada um, prestando a necessária orientação técnica e providenciando correção de falhas administrativas e pedagógicas, sob pena de responsabilidade, conforme previsto no inciso I do artigo 9º da Lei Complementar nº 744, de 28 de dezembro de 1993;
II - assessorar, acompanhar, orientar, avaliar e controlar os
processos educacionais implementados nas diferentes instâncias do Sistema;
III - assessorar e/ou participar, quando necessário, de comissões de
apuração preliminar e/ou de sindicâncias, a fim de apurar possíveis ilícitos administrativos;
6 – APASE e UDEMO
Atribuições dos Diretores de Escola
Artigo 94 - Aos Diretores de Escola, além de suas competências
definidas por lei ou decreto, cabe, nas respectivas áreas de atuação, o desempenho das atribuições que lhes são próprias como gestor escolar. ( LACUNA... )
Artigo 106 - São competências comuns ao Chefe de Gabinete e
aos demais dirigentes de unidades até o nível hierárquico de Serviço, aos Dirigentes Regionais de Ensino, aos Diretores de Escola e aos responsáveis por unidades de nível equivalente, em suas respectivas áreas de atuação:
I - em relação às atividades gerais:
a) cumprir e fazer cumprir as leis, os decretos, os regulamentos, as
decisões, os prazos para desenvolvimento dos trabalhos e as ordens das autoridades superiores;
b) encaminhar à autoridade superior o programa de trabalho e as
6 – APASE e UDEMO
Campos de Responsabilidade
A) Administrativo B) Civil
C) Criminal
Lei 8429/92 – Improbidade Administrativa:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
7 -
Exemplo de Apuração do TCE
Processo TC – 002256/026/13
Secretaria da Educação – Diretoria de Ensino de Pindamonhangaba
“... A verificação em foco, em face de ocorrer no início do próprio exercício financeiro de 2013 e objetivar outras análises, não se prendeu à inspeção de despesas e procedimentos administrativos naturalmente objetos de conferência por esta Egrégia Corte de Contas, mas visou apreciar alguns aspectos da estrutura da entidade referenciada e das escolas e ela jurisdicionadas, para apurar se as atividades de apoio contribuem à formação de ambiente propício, para o atingimento da atividade fim da Secretaria de Educação, qual seja imprimir conhecimento e formação aos estudantes.”
Fundamento: “... Baixo nível de aprendizado dos estudantes brasileiros, em especial dos inscritos na rede pública...”
7 -
Exemplo de Apuração do TCE
QUESTÕES FUNDAMENTAIS: 1- Quais são os critérios objetivos que estão sendo utilizados na aferição do nível de aprendizado? Quem estabeleceu tais critérios?
2- Quem estabelece as políticas públicas na área da educação? 3- O ente da Federação que estabelece as políticas públicas
fornece os meios (recursos materiais e imateriais) para sua implementação, seja a curto, seja a médio, seja a longo prazo? 4- A remuneração, formação, capacitação e informação do
corpo docente está ou será levada em consideração?
5- O princípio da eficiência, quando aplicado à educação, considerará os componentes intangíveis que circundam o “sistema educacional”: condições do corpo discente, segurança pública, merenda escolar, prédios e instalações adequadas? Como? Com que “medidores”?
7 -
Exemplo de Apuração do TCE
QUESTÕES FUNDAMENTAIS: 6- O material didático e o sistema pedagógico serão avaliados em conjunto com as UE – Unidades Escolares e as Diretorias de Ensino?
7- Hoje temos 3 ciclos na Progressão Continuada: 3º / 6º e 9º ANOS para avaliação no Ensino Fundamental. E ANUAL no ensino MÉDIO. É o melhor sistema? Entrará na avaliação?
8 –
Algumas Sugestões
1- Estabelecer, de forma objetiva, quais as atribuições e responsabilidades da carreira, órgão ou Secretaria, em respeito ao princípio da legalidade.
2- Promover amplo diálogo entre a carreira e a Secretaria de Estado, para aprofundamento da formação de supervisores, diretores e professores. O trabalho deve ser construtivo, conjunto.
3- Promover amplo diálogo e troca de formação e informação da Secretaria da Educação e a carreira com as outras Secretarias e órgãos, como a VISA – Vigilância Sanitária, para que todos tenham respaldo e consultoria técnica no desenvolvimento de trabalhos.
4- Abrir diálogo construtivo com o Tribunal de Contas, com o objetivo de saber o que eles esperam da carreira e o que a carreira pode, efetivamente, oferecer dentro de sua realidade, composições e atribuições efetivas.
Muito obrigado !
Agradecimentos especiais à Dra. Rosângela Ferini
Chede, Presidente e Dra. Aparecida Demambro, Dir.
de Finanças, da APASE e ao Prof. Francisco Antônio
Poli, Presidente da UDEMO, pelo convite.
Contatos:
Adib Kassouf Sad
Cel: 19-99822.4529
Cel: 11-97454.7866