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Porto Salvo, 1 de Junho de FWA Consulta pública sobre proposta de actuação futura

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Exmo. Senhor

Dr. Álvaro Dâmaso

Presidente do Conselho de Administração do ICP – ANACOM

Autoridade Nacional de Comunicações Avª José Malhoa, 12

1099-017 Lisboa

Porto Salvo, 1 de Junho de 2004

V/Ref. N/ Ref.

225/CA

Assunto: FWA – Consulta pública sobre proposta de actuação futura

Na sequência da consulta promovida pela ANACOM em 3 de Maio de 2004 sobre a “Proposta de Quadro de Actuação”, contida na segunda parte do relatório da consulta pública do FWA, junta-se em Anexo os comentários da ONITELECOM.

Considera-se que esta proposta constitui um primeiro passo muito positivo na flexibilização das condições de acesso às faixas de frequências do FWA, consagradas nas respectivas licenças, havendo no entanto que criar condições mais favoráveis também noutros aspectos igualmente referenciados no relatório da consulta de 3.06.2003, mas não objecto de propostas de actuação da ANACOM “no momento actual”, como as associadas ao regime de acesso ao domínio privado (ITED) e ao apoio activo e institucional ao desenvolvimento destes sistemas, nomeadamente em termos de esclarecimento da população sobre as suas características e à protecção radioeléctrica dos mesmos (nomeadamente em termos de protecção contra interferências).

Adicionalmente considera a ONITELECOM que se torna necessária a definição de um conjunto de condições e procedimentos que permitam operacionalizar as novas regras e compatibilizar o novo regime com o antigo, aguardando-se que muito

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brevemente sejam adoptadas as medidas que a evolução do mercado há muito tempo justifica, recordando-se que a matéria já foi objecto de discussão alargada no Conselho Consultivo do ICP em 30.07.2001 e de uma consulta pública lançada há cerca de 1 ano.

Com os melhores cumprimentos,

Pedro Norton de Matos

Presidente do Conselho de Administração

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Comentários da ONITELECOM à

Proposta de actuação futura submetida

pela ANACOM sobre

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1. Introdução

A proposta de actuação constante da parte II do relatório da consulta pública de 03.06.03 constitui uma base de trabalho muito positiva no sentido da criação de condições mais favoráveis para o desenvolvimento dos sistemas de acesso fixo via rádio (FWA).

Existem naturalmente diversos aspectos de implementação que carecem de desenvolvimento e futura discussão com os interessados sendo ainda de recordar que outros aspectos, não associados às licenças, justificam igualmente uma atenção especial da ANACOM, conforme se detalha nos comentários seguintes.

2. Faixas de frequências actualmente em exploração, ao abrigo da licença em vigor

Relativamente às faixas de frequência que já tinham sido atribuídas aos operadores pela ANACOM, no quadro das licenças em vigor, a proposta do novo modelo de licenciamento apresentada pela ANACOM deixa clara a intenção de assegurar aos operadores a continuidade de utilização das faixas de frequência que estejam a ser efectivamente utilizadas.

Questiona-se porém como se traduzirá, na prática, a efectivação dessa garantia dada pela ANACOM, sendo nosso entendimento que a existência de estações-base já licenciadas (ou instaladas) numa dada região deve assegurar automaticamente a continuidade dos direitos de utilização da frequência nessa região, conforme parece decorrer aliás da última frase do documento de consulta que refere “uma fase de manifestação de interesse relativamente às zonas geográficas nas quais os operadores não tinham qualquer estação instalada”.

Além da importância da definição clara dos procedimentos adequados para assegurar a referida continuidade, considera a ONITELECOM igualmente importante que fiquem totalmente esclarecidas quais as condições de acesso de novos operadores à mesma faixa de frequências, na mesma zona geográfica e/ou em zonas geográficas contíguas de modo a garantir a ausência de interferências.

3. Projectos para exploração futura do FWA

A proposta de actuação da ANACOM (mais especificamente o seu ponto 2) dá aos operadores o prazo de um mês para apresentarem uma reformulação dos respectivos planos de exploração do FWA, com eventual perda do direito de utilização das frequências nas zonas onde o espectro atribuído nunca tenha

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sido usado, excepto se as mesmas fizerem parte do referido plano reformulado.

Conviria que ficasse claro como se traduz na prática o compromisso associado à “manifestação de interesse” a expressar pelos operadores neste novo regime, isto é quais as consequências de um eventual atraso ou mesmo falta de cumprimento do operador relativamente aos prazos e metas que se propôs alcançar no plano apresentado.

Entende-se ainda que deveria ser consagrado o exercício de um “direito de preferência” nos próximos anos por parte dos operadores actualmente licenciados atendendo, nomeadamente, aos elevados custos com taxas radioeléctricas que vêm suportando desde 2000. Esse direito de preferência poderia exercer-se no futuro sempre que um novo candidato se apresentasse para frequências “perdidas” em dada região.

Será também desejável que seja minimamente definida a estrutura do planeamento a apresentar, com indicação clara do tipo de informação que será obrigatório mencionar (como por ex.º localização aproximada, extensão da cobertura, datas, período de validade, etc.)

4. A situação da PT Comunicações

É entendimento da ONITELECOM que o princípio da igualdade de tratamento entre a PT Comunicações e os outros operadores, que é referido pela ANACOM na introdução, se aplica exclusivamente à faixa que foi atribuída sem concurso à PT Comunicações (3.4 a 3.6 GHz).

Não se justificaria na opinião da ONITELECOM a aplicação do mesmo princípio às restantes faixas de FWA, cujas elevadas taxas radioeléctricas têm vindo a ser suportadas até à data pelos operadores licenciados, sendo que além disso, a aplicação de tal princípio nessas faixas iria reforçar ainda mais a capacidade de acesso do operador incumbente ao cliente final, tendo também em conta que esse operador continua a deter maioritariamente os restantes recursos de acesso, através de lacetes locais, cabo coaxial e satélite, controlando as duas principais redes (rede básica e TV Cabo).

Relativamente ao caso específico da faixa 3.4 – 3.6 GHz (tratado no ponto 3 da proposta), tal como a ONITELECOM já tinha referido anteriormente nos seus comentários à consulta pública, é igualmente reconhecido pela ANACOM que esta faixa, actualmente em utilização pela PT Comunicações, é a “standard”, e como tal será mais favorável para os operadores no que diz respeito a facilidade de escolha de fabricantes e fornecedores, além de beneficiar das vantagens associadas às economias de escala, a ela associadas. A propósito do objectivo mencionado pela ANACOM no que respeita à aplicação do princípio da igualdade de tratamento entre a PT Comunicações e os outros operadores, que se saúda naturalmente, será imprescindível que fiquem bem definidas quais irão ser as novas condições de acesso à faixa dos 3.4 a 3.6 GHz (que antes era utilizada em regime de exclusividade

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pela PTC e que agora deverá ser tratada em pé de igualdade com os outros operadores) e que se esclareça se se mantêm (ou não) as limitações à utilização dessa faixa que determinaram em 1999 a sua exclusão do concurso. Atendendo às vantagens reconhecidas nesta faixa de frequências, algumas já referidas neste documento, defende-se o exercício do direito de preferência para a faixa 3.4 – 3.6 GHz dos operadores licenciados para a dos 3.6 – 3.8 GHz.

Considera ainda a ONITELECOM que deveria a ANACOM disponibilizar aos operadores informação mais detalhada sobre a actual ocupação e utilização da faixa dos 3.4 a 3.6GHz, com um tratamento idêntico ao que é praticado com as restantes faixas de FWA, permitindo assim aos operadores interessados planearem a utilização da referida faixa nas regiões apresentadas.

5. A utilização das frequências nas “redes de transmissão”

Saúda-se a intenção da ANACOM de levantar as restrições actualmente existentes em matéria de utilização permitida aos sistemas FWA (ver ponto 1 da proposta) mas importará conhecer com precisão quais serão as novas condições de utilização das faixas de frequências FWA nas redes de transmissão, sobretudo tendo em conta que as respectivas ligações podem em determinadas condições “atravessar” a linha de separação entre duas regiões contíguas.

Embora com um âmbito mais geral (e não apenas a propósito da utilização de frequências FWA para transmissão) é referida pela ANACOM no documento de consulta a necessidade de coordenação da utilização de frequências nos casos em que for usado o mesmo bloco de frequências em diferentes regiões por diferentes operadores. Porém este aspecto acaba por não ser posteriormente desenvolvido no mesmo documento, deixando pressupor que aquele tipo de coordenação será da responsabilidade da ANACOM. Consideramos que este aspecto merecia ser mais detalhado para se compreender bem quais as regras e procedimentos que serão adoptados no caso de se verificarem incompatibilidades entre os planeamentos de faixas apresentados por operadores diferentes.

6. As taxas radioeléctricas

Na resposta à consulta pública a ONITELECOM tinha proposto a criação de um modelo de taxas mais equilibrado, em que o valor a pagar seria exclusivamente proporcional à quantidade de espectro efectivamente utilizado. Na realidade verifica-se que a nova proposta de taxas anunciada pela ANACOM no ponto 4 da proposta representa uma redução de cerca de 40 a 50% relativamente aos valores actualmente em vigor, considerando uma base de cobertura ao nível nacional.

Apesar de não ter sido aceite a proposta da ONITELECOM relativamente a esta matéria, que defendia a cobrança de um valor fixo por cada estação de base

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instalada com uma redução de preço proporcional à quantidade total de estações em exploração, vem agora a ANACOM sugerir um modelo de taxas que acaba por introduzir também (embora de maneira diferente) alguma proporcionalidade relativamente à utilização efectiva do espectro. Esse modelo prevê a divisão do território nacional em 9 zonas geográficas distintas, permitindo um regime de taxação independente por cada zona em que o operador requisite direitos de utilização de frequências.

Na opinião da ONITELECOM o novo modelo proposto baseado num regime de taxas “regionalizado”, constitui uma aproximação válida que poderia ser complementada com a introdução, em alternativa à taxa uniforme por zona geográfica que é proposta, de uma taxa proporcional à quantidade total de estações de base em exploração na mesma zona geográfica.

7. Acesso ao domínio público e privado e efeitos inibidores da problemática das radiações

Relativamente à matéria de facilidade de acesso aos condomínios, que requer uma revisão adequada da legislação do ITED, o documento da ANACOM faz apenas uma breve referência ao assunto na introdução da proposta, sem adiantar linhas de acção concretas ou medidas que irão ser adoptadas. Na opinião da ONITELECOM, este aspecto mantém a pertinência e actualidade que já tinha anteriormente por altura da resposta dada à consulta pública do FWA, em que foi mesmo considerado um factor crítico do sucesso do FWA.

Consequentemente e uma vez que as condições desde essa altura não sofreram qualquer alteração, a ONITELECOM insiste na necessidade urgente de revisão do ITED proporcionando condições mais competitivas face às ofertas do operador incumbente traduzidas em:

• redução dos custos com a instalação de terminais nos edifícios; • redução dos tempos de instalação e manutenção das estações

terminais, facilitando o acesso aos edifícios.

Torna-se neste contexto particularmente premente consagrar o direito efectivo dos operadores à utilização dos espaços comuns para a instalação de infra-estruturas de telecomunicações (em particular sistemas FWA) e regular o regime de remuneração dos condomínios por essa utilização (que deveria ser tendencialmente gratuita para antenas do cliente final) alterando-se para o efeito o Decreto-lei 59/2000.

Adicionalmente considera a ONITELECOM que deveriam ser desenvolvidas pela ANACOM iniciativas de sensibilização e suporte informativo a condomínios e mesmo a clientes utilizadores finais, do tipo “Linha informativa a condomínios” com carácter independente e por conseguinte isenta de qualquer tipo de

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interesses por parte de operadores ou outros agentes do mercado, que pudesse ser contactada pelas administrações dos condomínios (ou utilizadores finais) para prestar todo o tipo de informações gerais respeitantes aos sistemas de FWA (tipo de tecnologia, tipo de radiações envolvidas, riscos para a saúde, etc.). Outro exemplo de iniciativa (eventualmente complementar do anterior) poderia ser a elaboração de uma “carta tipo” ou “prospecto” proveniente de uma entidade independente (a ANACOM), com a apresentação dos elementos atrás citados, que integraria o projecto do operador a ser entregue aos responsáveis pelos condomínios.

Deveria a ANACOM desenvolver também, à semelhança do que sucedeu em Espanha, linhas de orientação sobre as autorizações municipais de estação-base impostas pelo Decreto-lei 11/2003, particularmente em matéria de procedimentos, níveis e medidas de protecção contra radiações (tendo em conta os comentários da ONITELECOM ao projecto de regulamento relativo à identificação e sinalização de estações de radiocomunicações, na carta com referência 0724/CA de 1 de Setembro de 2003, em que apelámos ao bom senso e à proporcionalidade dos meios face aos riscos) e taxas aplicáveis. Adicionalmente, continua a ONITELECOM a defender que caberia à ANACOM a promoção de uma divulgação institucional das capacidades técnicas do FWA, relativamente à qualidade do serviço e influência efectiva dos níveis de radiação na saúde pública.

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Referências

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