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PROPOSTA DE EMENTA PARA A DISCIPLINA DE ANATOMIA VETERINÁRIA I DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DA ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.

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Acadêmica Docente

Vol. III, Nº. 4, Ano 2009

Thiago Lima de Almeida

Faculdade Anhanguera de Dourados

thiagoalmeida2@hotmail.com

PROPOSTA DE EMENTA PARA A DISCIPLINA DE

ANATOMIA VETERINÁRIA I DO CURSO DE

MEDICINA VETERINÁRIA DA ANHANGUERA

EDUCACIONAL S.A.

RESUMO

O estudo de Anatomia Veterinária é um desafio tanto para o corpo docente quanto para o alunado que está ingressando no ensino superior, já que essas disciplinas estão nas séries iniciais do curso. O desenvolvimento de metodologias de ensino por parte do corpo docente, a oferta satisfatória de peças anatômicas e o conhecimento das características e anseios do grupo está diretamente relacionado com o sucesso da aprendizagem do corpo discente. Essa revisão tem como objetivo propor uma ementa para a disciplina de Anatomia Veterinária I para o curso de Medicina Veterinária da Anhanguera Educacional. Um dos principais fatores é a composição de um plano de ensino e aprendizagem que respeite as características das séries iniciais e contemple uma carga horária suficiente para o desenvolvimento dos principais tópicos da Anatomia Veterinária.

Palavras-Chave: anatomia; veterinária; plano; ensino; aprendizagem.

ABSTRACT

The study of Veterinary Anatomy is a challenge for teachers and students who are entering into higher education, as these disciplines are the first grades of the course. The development of teaching methods by the teachers, offer satisfactory anatomical parts and knowledge of the characteristics and desires of the group that is working, is directly related to successful learning of the students. This review aims to propose a menu for the discipline of Veterinary Anatomy I for the course of Veterinary Medicine on Anhanguera Educational. A major factor is the composition of a plan of teaching and learning that meets the specifications for the initial series and including a sufficient workload for the development of the main topics.

Keywords: anatomy; veterinary; plan; learning; teaching.

Anhanguera Educacional S.A.

Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181

rc.ipade@unianhanguera.edu.br Coordenação

Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Informe Técnico

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1. INTRODUÇÃO

O estudo de Anatomia, assim como todas as disciplinas relacionadas às Ciências Morfológicas, é um desafio para o corpo docente que necessita criar métodos didáticos e pedagógicos para os acadêmicos que, muitas vezes, estão em contato pela primeira vez com a área biológica.

Todos os recursos auxiliares utilizados em aulas práticas e teóricas são importantíssimos para a apresentação do conteúdo programático contido na ementa da disciplina. Entretanto, dispor de recursos áudios-visuais em aulas teóricas, peças anatômicas em quantidades excedentes além do preconizado para o número de alunos, infra-estrutura adequada à realização das aulas e um corpo docente bem preparado se torna em vão quando a ementa não contempla determinados assuntos ou então privilegia uns conteúdos e deixam outros com menos carga horária ou até ausentes do Plano de Ensino e Aprendizagem (PEA).

Propor uma ementa para as disciplinas de Anatomia Veterinária I é o principal objeto desse trabalho, com base em experiências vividas in loco na instituição, respeitando o projeto pedagógico do curso de Medicina Veterinária.

2. EMENTA PARA A DISCIPLINA DE ANATOMIA VETERINÁRIA I

Inicialmente é importante destacar aementa contida no Plano de Ensino e Aprendizagem da disciplina de Anatomia Veterinária I do curso de Medicina Veterinária utilizado pela Anhanguera Educacional em todas as suas unidades que oferecem o curso de graduação.

Abaixo, relacionam-se os conteúdos programáticos e sua carga horária teórica semestral: (Anhanguera Educacional S.A.)

1ª semana: Introdução ao Estudo da Anatomia e Nomenclatura Anatômica (2 horas/aula);

2ª semana: Posição Anatômica, Planos de Delimitação, Eixos e Planos de Construção do Corpo dos Vertebrados (2 horas/aula);

3ª a 5ª semana:- Osteologia (6 horas/aula); 6ª e 7ª semana: Artrologia (4 horas/aula); 8ª e 9ª semana: Miologia (4 horas/aula); 10ª semana: 1ª Avaliação (2 horas/aula);

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11ª e 12ª semana: Tegumento Comum (4 horas/aula); 13ª a 16ª semana: Sistema Nervoso (8 horas/aula); 17ª semana: Estesiologia (2 horas/aula);

18ª semana: Prova Escrita Oficial (2 horas/aula);

19ª semana: Revisão e Preparação para a Avaliação Substitutiva (2 horas/aula); 20ª semana: Prova Substitutiva.

A seguir, o modelo proposto de ementa para a disciplina de Anatomia Veterinária I com o cronograma e a carga horária semanal:

1ª semana: Introdução ao Estudo da Anatomia e Nomenclatura Anatômica (2 horas/aula);

2ª semana: Posição Anatômica, Planos de Delimitação, Eixos e Planos de Construção do Corpo dos Vertebrados (2 horas/aula);

3ª até 6ª semana: Osteologia (8 horas/aula); 7ª até 9ª semana: Artrologia (6 horas/aula);

10ª Semana: Primeira Avaliação Teórica e Prática (N1) com os conteúdos abordados da 1ª até 9ª semana;

11ª até 14ª semana: Miologia (8 horas/aula); 15ª a 16ª semana: Sistema Nervoso (4 horas/aula); 17ª semana: Estesiologia (2 horas/aula);

18ª semana: Tegumento Comum (2 horas/aula);

19ª semana: Prova escrita Oficial teórica e prática (N2) com conteúdos abordados durante o semestre letivo (2 horas/aula);

20ª semana: Avaliação Substitutiva (PS) (2 horas/aula).

A proposta de ementa para a disciplina de Anatomia Veterinária I vem de encontro com alguns conteúdos e cargas horárias apresentadas acima e atualiza ou acrescentam outros.

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2.1. Introdução Geral ao Estudo da Anatomia Veterinária e Nomenclatura

Anatômica

A primeira aula de Anatomia Veterinária deve contemplar uma introdução ao estudo em ciências morfológicas, como a História da Anatomia Veterinária, o porquê da disciplina e sua importância na formação profissional do Médico Veterinário, pois são riquezas de detalhes que imprimem um conhecimento técnico e cultural que desperta o interesse do aluno no transcorrer do semestre letivo.

A carga horária de duas horas/aula é o ideal para essa exposição. É interessante utilizar recursos áudios-visuais com imagens e vídeos da rotina profissional do médico veterinário, como cirurgias, atendimentos clínicos, serviços de inspeção de produtos de origem animal e outros. Isso é importante para que o acadêmico conheça tanto as áreas de atuação profissional quanto para o professor demonstrar como os conteúdos da disciplina estão inseridos nesses contextos e a importância do conhecimento teórico e prático.

Versalius, citado por Ellenport (1986, p. 3), destaca a anatomia como uma base sólida de toda a arte da medicina e como uma introdução essencial. O primeiro passo do estudante de um curso nas áreas biológicas e da saúde é entender a importância dessa ferramenta na construção da profissão, visualizando a aplicação de conceitos e teorias anatômicas nas disciplinas mais avançadas, ditas profissionalizantes, bem como para o sucesso da prática profissional. A anatomia é o ramo da biologia que estuda a forma e a estrutura dos organismos (ELLENPORT, 1986). O termo, de origem grega, literalmente significa “cortar fora”, fato esse que correlaciona a dissecação do cadáver como o método tradicional e primordial de estudá-la (DYCE; SACK; WENSING, 2004).

No campo da medicina veterinária, Ellenport (1986, p.3) descreve a anatomia veterinária como uma disciplina altamente descritiva e que contribui para a formação do profissional. A autora destaca ainda os três principais métodos de estudo, a saber: sistemático, topográfico e o aplicado.

O conceito sistemático visa uma abordagem do corpo como um constituído de órgãos ou aparelhos que desenvolvem certas funções, como por exemplo, o sistema digestório, sistema cardiovascular e sistema urinário.

Essa metodologia combina aspectos macroscópicos, microscópicos, de desenvolvimento e funcionais, fornecendo base para outras disciplinas, como por exemplo, Fisiologia e Patologia Animal. Para o acadêmico ingressante é muito mais fácil a compreensão do que a metodologia topográfica (DYCE; SACK; WENSING, 2004).

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Ellenport (1986) divide o método sistemático em: 1) Osteologia; 2) Sindesmologia ou Artrologia; 3) Miologia; 4) Esplancnologia; 5) Angiologia; 6) Neurologia; 7) Órgãos do Sentido; 8) Tegumento Comum. Esses serão incluídos e distribuídos no Plano de Ensino e Aprendizagem nas disciplinas de Anatomia Veterinária I e Anatomia Veterinária II.

A nomenclatura anatômica é importante para que haja uma descrição precisa e unívoca dos termos e localizações das estruturas no corpo animal (KONIG; LIEBICH, 2004). Para reduzir os equívocos e confusões, fora acordado internacionalmente o vocabulário único, também chamado de Nomina Anatômica (NAV), firmado pela primeira vez em 1968 (DYCE; SACK; WENSING, 2004) e a quinta e ultima edição em 2005 (INTERNATIONAL COMMITTEE ON VETERINARY GROSS ANATOMICAL NOMENCLATURE, 2005).

2.2. Posição Anatômica, Planos de Delimitação, Eixos e Planos de Construção

do Corpo dos Vertebrados

O estudo da Posição, Planos e Direções do corpo dos vertebrados deve sempre antevir o estudo dos tecidos e sistemas orgânicos do animal. Para uma perfeita compreensão dessas estruturas, o acadêmico deve primeiramente compreender como é construído o corpo animal dentro do ambiente.

A carga horária ideal para esse módulo são duas horas/aulas, lançando mão do uso de esqueletos completos de diversos animais. Após a explanação teórica com auxílio desse recurso, aplica-se um exercício, solicitando para os alunos que identifiquem os termos de direção e posição anatômica na peça anatômica.

Os principais termos recomendados de posição e direção estão distribuídos em pares e se referem à posição relativa e não absoluta (DYCE; SACK; WENSING, 2004), por exemplo: referir-se sempre que uma estrutura está localizada em determinada posição ou direção em relação à outra.

Os principais termos são: dorsais (direção do dorso ou correspondente na cabeça e cauda); ventral (direção do ventre ou abdômen e correspondente na cabeça ou cauda);

cranial (direção ao crânio); caudal (direção a cauda); laterais (direção ao lado do

abdômen do animal); mediais (direção ao plano mediano que divide o corpo em duas metades iguais – direita e esquerda). Para a cabeça existe um termo adicional, a saber: rostral (direção do focinho) (DYCE; SACK; WENSING, 2004)

Nos membros destacam-se alguns termos próprios, como proximais (próximo a articulação ou junção do membro ao corpo); distais (distantes dessa união). A partir da

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porção distal dos membros, ossos do carpo ou tarso, utilizam-se o termo dorsal para indicar a porção da “frente” e palmar ou plantar para indicar a porção de trás do membro, sendo o primeiro para os membros torácicos e o segundo para os membros pélvicos (DYCE; SACK; WENSING, 2004).

Os planos do corpo do animal são formados por eixos imaginários construídos a partir do corpo animal. O plano mediano, como dito acima, divide-o em duas partes iguais, antímero direito e esquerdo. O plano paramediano ou sagital se localizam paralelamente ao mediano. Enquanto que o plano transversal se estende perpendicularmente à superfície dorsal, formando um metâmero cranial e um metâmero caudal. O ultimo plano é o frontal, formado pela união do eixo crânio-caudal e laterolateral, criando o paquímero dorsal e o ventral (KONIG; LIEBICH, 2004).

Os demais planos e direções adicionais podem ser apresentados como forma de pesquisa ou roteiro de aula prática para identificação dos acadêmicos.

2.3. Aparelho Locomotor: Osteologia

O módulo de Osteologia requer uma maior dedicação do aluno e o desenvolvimento e aplicação de métodos de ensino pelo professor, dada a grande quantidade de estruturas e acidentes anatômicos a serem estudados.

Essa riqueza de detalhes e informações necessita de métodos eficazes de ensino e aprendizagem para assimilação do conteúdo exposto. É válido o uso de atlas e roteiro de aula prática contendo as estruturas a serem identificadas pelos acadêmicos por ser uma forma simples e prática para o estudo anatômico em Osteologia.

Esse módulo totaliza 8 horas/aula e requer uma subdivisão para apresentação do conteúdo. É oportuno reservar duas horas/aula para uma introdução ao sistema esquelético, apresentando a constituição de um osso, morfogênese, funções, tipos de ossos, forma e iniciar o estudo dos ossos da cabeça (crânio e face), constituinte do esqueleto axial.

Entende-se por esqueleto uma armação de estruturas duras que suportam e protegem os tecidos moles do corpo. É formado pelos ossos, cartilagens e ligamentos distribuídos por toda extensão corporal (GETTY, 1986).

O esqueleto é dividido em três partes: a) esqueleto axial (crânio, coluna vertebral, costelas e esterno); b) esqueleto apendicular (ossos dos membros torácicos e pélvicos); c) esqueleto esplâncnico ou visceral (ossos próximos a estruturas moles e/ou vísceras, como o osso do pênis do cão ou do coração do bovino ou carneiro) (GETTY, 1986).

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Os ossos, por sua vez, são divididos em ossos longos (ex:. fêmur), ossos planos (alguns ossos do crânio e escápula), ossos curtos (carpo e tarso), ossos irregulares (vértebras) (GETTY, 1986).

A partir desses conceitos introdutórios relacionados ao sistema ósseo, inicia-se o estudo dos ossos do crânio, explorando cada estrutura individual, enfatizando sua localização, acidentes ossos e sua importância clínica ou de estruturas adjacentes, como vasos sanguíneos ou estruturas nervosas.

A segunda etapa do módulo de osteologia utiliza duas horas/aula para exposição de algum osso que não foi contemplado na aula anterior e acrescentando a coluna vertebral, com as vértebras cervicais, torácicas, lombares, sacrais, coccígeas ou caudais, costelas e o esterno.

A penúltima etapa, com carga horária semelhante às anteriores do módulo, envolve os ossos do membro torácico (escápula, úmero, rádio/ulna, ossos do carpo, metacarpos e falanges proximais, médias e distais).

A quarta e última etapa da Osteologia, com duas horas/aula, finaliza a porção óssea do sistema locomotor e envolve a porção pélvica do esqueleto apendicular que engloba os ossos coxais, fêmur, tíbia/fíbula, ossos do tarso, metatarso e falanges proximais, médias e distais.

2.4. Aparelho Locomotor: Artrologia

A artrologia é o estudo das articulações ou também chamadas de junturas, que são estruturas formadas pela união de dois ou mais ossos ou cartilagens por outro tecido, em geral com características fibrosa ou cartilaginosa (GETTY, 1986).

O sistema oficial de nomenclatura anatômica identifica três tipos de articulações, a saber: articulação fibrosa (união dos ossos por um tecido conjuntivo denso); articulações cartilaginosas (união dos ossos por cartilagem); articulação sinovial (presença de uma cavidade preenchida por líquido entre as estruturas ósseas) (DYCE; SACK; WENSING, 2004).

Esse módulo possui uma carga horária de seis horas/aula e, assim como a Osteologia, é dividido em três partes.

A primeira, com duas horas/aula, refere-se à Artrologia do Esqueleto Axial, com os componentes articulares da cabeça (crânio e face) e da coluna vertebral, costelas e esterno. A segunda parte, com a mesma quantidade de horas/aula do anterior, refere-se à

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Artrologia do esqueleto apendicular torácico, dando destaque para os ligamentos que envolvem as articulações. A última etapa refere-se aos membros pélvicos, com as mesmas características da etapa anterior, tanto para a carga horária quanto para os destaques especiais.

Esse bloco do aparelho locomotor pode ser ministrado com auxílio de peças anatômicas, atlas e roteiros de aula prática, assim como a Osteologia. Quando não há material dissecado disponível, pode-se fazer uso de um exercício bastante prático, que consiste na construção dessas estruturas em um esqueleto completo. Por exemplo: Ligamentos das articulações intervertebrais, em que o acadêmico, com o uso de esparadrapo, representa essas estruturas nas vértebras.

2.5. Avaliação Teórica e Prática (N1)

A avaliação teórica do primeiro bimestre (N1) deve compreender uma parte escrita e outra prática dos conteúdos ministrados até a semana anterior, desde a Introdução ao Estudo da Anatomia e Nomenclatura Anatômica até o módulo Artrologia.

O peso das avaliações deve contemplar uma quantidade maior para a avaliação escrita, em torno de 70 a 80% do valor total da N1, dessa forma valendo sete ou oito pontos de um total de dez pontos. Podem-se utilizar questões discursivas ou de múltiplas escolhas (assinalar a questão correta, marcar uma letra para representar uma assertativa correta ou falsa, com justificativa ou não das errôneas).

A avaliação prática completa o restante do peso (20 ou 30%) para finalizar a média N1. Pode-se lançar mão de duas formas avaliativas, a primeira marcando uma estrutura anatômica e solicitando que o acadêmico a identifique em uma folha de papel, repetindo isso em dez peças anatômicas, permitindo um minuto para identificação de cada uma. A segunda seria a arguição oral de algumas estruturas ou peças anatômicas pré-determinadas pelo professor.

2.6. Aparelho locomotor: Miologia

Nos organismos multicelulares, como os animais, as células musculares possuem as propriedades de contratilidade e condutividade (CLAIR, 1986), sendo que a maioria dos movimentos é gerada por contração muscular (DYCE; SACK; WENSING, 2004).

Além da contração muscular, os músculos também impedem alguns movimentos, estabilizando as articulações para evitar seu colapso sob uma carga e manter a continência vesical e intestinal (DYCE; SACK; WENSING, 2004).

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Existem três tipos musculares definidos, classificados tanto morfologicamente quanto fisiologicamente. São eles: músculo esquelético, estriado e com ação voluntária; músculo cardíaco, estriado e com ação involuntária e músculo liso, não estriado e com ação involuntária (CLAIR, 1986).

O músculo cardíaco é o principal componente muscular do coração e possui a atividade especializada, promovendo a sístole (contração muscular) e diástole (relaxamento muscular) para manutenção do débito cardíaco e, consequentemente, a homeostase corpórea (DYCE; SACK; WENSING, 2004).

O músculo liso é disposto como massa celular, de formato fusiforme, presente na parede de vasos sanguíneos e órgãos ocos, bem como em determinadas glândulas, baço, globo ocular e folículo piloso. Sua contração é fraca, porém sustentada e independe da vontade do indivíduo (CLAIR, 1986).

O ultimo tipo muscular é o tecido esquelético, que será dado mais ênfase no estudo anatômico, dada a sua maior distribuição no organismo animal e sua importância na atuação do profissional médico veterinário. Cita-se, como exemplo, a inspeção de produtos de origem animal, onde o conhecimento prévio dessa estrutura auxilia tanto na identificação de determinadas patologias na linha de abate quanto na obtenção de cortes padronizados de carnes das espécies destinadas a consumo, como os bovinos, ovinos, caprinos e suínos.

O tecido muscular esquelético representa cerca da metade do peso de uma carcaça animal (a proporção varia com a idade, espécie, raça, sexo e método de criação) (DYCE; SACK; WENSING, 2004).

Cada grupo muscular disposto no corpo animal apresenta uma nomenclatura própria, por exemplo, músculo glúteo médio, localizado na região glútea, “anca” ou “garupa”.

A carga horária ideal para o estudo desse módulo pode sofrer variações conforme a metodologia de aula utilizada para exposição do conteúdo. Em geral, oito horas/aula são necessárias para ministrar o conteúdo programático que, assim como os módulos anteriores, pode ser dividido em partes ou blocos.

Nesse caso, utiliza-se duas horas/aula para a Miologia da cabeça; duas horas/aula para a região cervical e tórax; duas horas/aula para o membro torácico e abdômen; duas horas/aula para o membro pélvico.

Podem-se utilizar duas metodologias de ensino nesse módulo. O primeiro seria a realização de dissecação em cadáveres formolizados e identificação dos músculos com

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auxílio de fios e esparadrapos ou alfinetes com identificação numérica. Esse método é extremamente eficaz, pois o acadêmico, com auxílio de matérias de apoio (atlas, livro texto ou roteiro de aula prática), investiga, disseca e identifica o objeto do estudo. Cita-se a célebre frase do filósofo Confúncio (551-479 a.C), “o que eu ouço, esqueço. O que eu vejo, lembro. O que eu faço, aprendo.”

Outra metodologia, quando não se dispõe de cadáveres para realização da dissecação, é a identificação das estruturas musculares em animais previamente dissecados e formolizados com auxílio dos meios citados no parágrafo anterior.

2.7. Sistema Nervoso

Todo organismo vivo é capaz de responder de forma apropriada a modificações do meio ambiente para sobreviver. Esse mecanismo é desenvolvido pelo Sistema Nervoso Central, um dos mais complexos do organismo animal (DYCE; SACK; WENSING, 2004).

O sistema nervoso central (SNC) pode ser definido como o encéfalo e medula espinhal, enquanto o sistema nervoso periférico (SNP) é constituído pelos nervos e gânglios que são conectados ao SNC (GETTY, 1986).

O estudo do sistema nervoso dentro da disciplina de Anatomia Veterinária I compreende a identificação das estruturas centrais (encéfalo e medula espinhal), bem como as periféricas, abordando os principais nervos, plexos e gânglios nervosos.

A carga horária ideal para o estudo desse módulo são quatro horas/aula, reservando duas horas/aula para o estudo das estruturas centrais e as outras duas horas/aula para o compartimento periférico.

A metodologia para o estudo das estruturas anatômicas é auxiliada com o uso de peças formolizados, algumas conservadas em glicerina liquida, para que os acadêmicos as identifiquem através de um roteiro de aula prática fornecido pelo docente. Neste caso, pode-se fazer o uso de atlas, livro texto e materiais de aula teórica.

Dada a complexidade do sistema nervoso e a importância de se associar a anatomia, fisiologia e patologia, pode-se solicitar um trabalho que associe a estrutura anatômica identifica com a importância para o sistema orgânico do animal. Por exemplo: líquor ou líquido cerebroespinhal são produzidos nos ventrículos presentes no sistema nervoso central (encéfalo) e protegem as estruturas nervosas ali presentes, podendo sofrer injúrias e desenvolver uma importante patologia chamada hidrocefalia (acúmulo de líquor no SNC).

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2.8. Estesiologia

A estesiologia, ou órgãos do sentido, colocam o indivíduo em contato com o meio ambiente (DIESEM, 1986).

Para o estudo desse módulo, enfatizam-se os órgãos do sentido da visão e audição. Os demais órgãos, como olfação e gustação, são abordados com os módulos do Sistema Respiratório e Digestório, respectivamente.

A carga horária proposta para a abordagem desses tópicos são duas horas/aula, demonstrando as principais estruturas, função, musculatura adjacente e os demais detalhes anatômicos que os compõem.

O órgão da visão dos vertebrados compreende algumas estruturas: o bulbo ocular, o nervo óptico, as pálpebras, glândulas, o tecido que preenche a órbita e os ossos que formam essa cavidade (DIESEM, 1986).

É importante sempre dispor de peças preparadas com formol e/ou glicerina. Quando não há essa possibilidade, podem-se obter peças frescas com o Setor de Patologia da instituição ou solicitar para algum frigorífico ou abatedouro, que, na medida do possível, fornecem esses materiais tão valiosos para a Anatomia.

A orelha é o órgão da audição e equilíbrio, sendo dividida em três partes: orelha externa, orelha média e orelha interna (ELLENPORT, 1986). Para o estudo dessas partes, faz-se o uso de materiais audiovisuais, como desenhos esquemáticos e peças anatômicas formolizadas e/ou glicerinadas.

2.9. Tegumento Comum

O termo tegumento comum abrange a pele normal, com sua cobertura de pêlos e uma variedade de glândulas cutâneas, assim como partes especializadas, como garras, cascos, cornos (DYCE; SACK; WENSING, 2004), cabelo, penas e chifres (SISSON, 1986).

Esse módulo é ideal para o encerramento do semestre letivo, dada a sua baixa complexidade e número de estruturas anatômicas para identificação. Geralmente, próximo as provas oficiais, os acadêmicos tendem a concentrar seus estudos, o que viabiliza ministrar esse módulo.

A carga horária ideal é apenas duas horas/aula, ministrada com auxílio de imagens demonstrando as diversas estruturas cutâneas, com ênfase em cascos e chifres. Na medicina veterinária é comum ocorrer patologias relacionadas a esses estojos córneos,

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requisitando do profissional um conhecimento detalhado dos componentes básicos que os compõem para uma perfeita intervenção clínica ou cirúrgica no paciente.

2.10. Avaliação Oficial - Teórica e Prática (N2)

A avaliação oficial (N2) deve compreender uma parte escrita e outra prática dos conteúdos ministrados durante o semestre letivo. Os conteúdos vão desde a Introdução ao Estudo da Anatomia e Nomenclatura Anatômica até Tegumento Comum.

As formas de avaliação, valores e pesos repetem os da avaliação N1, descrito no item 2.5 desse artigo.

2.11. Prova Substitutiva (PS)

A prova substituiva (PS) deve compreender apenas uma parte escrita, avaliando apenas os conteúdos da avaliação oficial (N2), descritos no item anterior.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sucesso da aprendizagem de Anatomia Veterinária está relacionado com três aspectos fundamentais: a) docente; b) alunado e c) conteúdos programáticos. No tocante aos professores é importante o desenvolvimento de metodologias acessíveis que permitam a transmissão dos conteúdos de forma simples, porém coesa e que permita que os acadêmicos assimilem o máximo de conteúdo exposto durante as aulas teóricas e práticas. O alunado, por se tratar de um grupo heterogêneo em todos os aspectos (econômicos, sociais e de faixa etária), merece uma atenção especial, cabendo ao docente identificá-los e atender, na medida do possível, todos os anseios desses grupos. Por fim, os conteúdos programáticos finalizam essa tríade, devendo ser selecionados e distribuídos de acordo com o nível de aprendizagem durante o primeiro ano, ou seja, conteúdos mais complexos e que envolvam o conhecimento básico de outras disciplinas, devem ser deixados para o segundo semestre (disciplina de Anatomia Veterinária II), pois haverá uma melhor adaptação do alunado ao ensino superior e, consequentemente, uma melhor assimilação do que está abordado em sala de aula.

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REFERÊNCIAS

ANHANGUERA EDUCACIONAL. Plano de Ensino e Aprendizagem da Disciplina de Anatomia

Veterinária I, 2009. Disponível em: <http://ww4.unianhanguera.edu.br/sapp>. Acesso em: 12

out. 2009.

CLAIR, L.E. St. Miologia Geral. In: GETTY. R. Anatomia dos Animais Domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. v.1.

DIESEM, C. Generalidades sobre órgãos sensoriais e integumento comum (O órgão da visão). In: GETTY. R. Anatomia dos Animais Domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. v.1. DYCE, K. M; SACK, O. M.; WENSING, G. J. C. Tratado de Anatomia Veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

ELLENPORT, C. R. Generalidades sobre órgãos sensoriais e integumento comum (Orelha). In: GETTY. R. Anatomia dos Animais Domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. v.1. ELLENPORT, C. R. Introdução Geral. In: GETTY, R. Anatomia dos Animais Domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. v.1.

GETTY, R. Generalidades sobre o Sistema Nervoso. In: GETTY, R. Anatomia dos Animais

Domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. v.1.

GETTY, R. Osteologia Geral. In: GETTY. R. Anatomia dos Animais Domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. v.1.

GETTY, R. Sindesmologia (Artrologia) Generalidades. In: GETTY, R. Anatomia dos Animais

Domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. v.1.

INTERNATIONAL COMITTEE ON VETERINARY GROSS ANATOMICAL NOMENCLATURE.

Nomina veterinária, 2005. Disponível em:

<http://www.wava-amav.org/dowloads/nav_2005.pdf>. Acesso em: 12 out. 2009.

KÖNIG, H. E; LIEBICH, H. G. Introdução. In: ______. Anatomia dos Animais Domésticos: texto e atlas colorido. Porto Alegre: Artmed, 2002. v.1: aparelho locomotor.

SISSON, S. Tegumento Comum. In: GETTY. R. Anatomia dos Animais Domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. v.1.

Thiago Lima de Almeida

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Faculdade Anhanguera de Dourados (2008). É especialista em Anatomia e Histologia: Métodos de Ensino e Pesquisa pela Universidade Estadual de Maringá (2010), e em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela Anhanguera Educacional (2009). Mestrando em Ciência Animal na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. É docente na Faculdade Anhanguera de Dourados. Possui experiência nas áreas de Anatomia, Morfologia e Anestesiologia Veterinária.

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Referências

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