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Nota à imprensa - ENDA Vila Real 2016

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Academic year: 2021

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Nota à imprensa - ENDA Vila Real 2016

O movimento associativo estudantil nacional, reunido na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, nos dias 4 e 5 de junho, no Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) com o intuito de debater e definir a posição do movimento associativo sobre diversos assuntos relevantes do ensino superior, tomou as posições que abaixo se elencam:

1. Participação dos representantes dos estudantes

Publicação dos Despachos n.º 6929-2016; 6930-2016 e 6931-2016

No seguimento da publicação dos despachos n.º6929/20016; 6930/2016 e 6931/2016, nos quais se constituem três grupos de trabalho distintos para, respetivamente, acompanhar e implementar o Programa de Modernização e Valorização do Ensino Politécnico; avaliar o regime de acesso ao ensino superior e, um terceiro, incumbido de conceber e dinamizar o Programa Nacional de Apoio à Formação em Competências Digitais no Ensino Superior, o movimento associativo endereça uma carta ao Exmo. Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Doutor Manuel Heitor, onde se apela que seja reconsiderada a composição dos grupos de trabalho recém-constituídos no sentido de incluir representantes dos estudantes e que essa seja uma condição na futura constituição de grupos de trabalho.

● Conselho Coordenador do Ensino Superior

As federações e associações académicas e de estudantes instam o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a promover a constituição e reunião do Conselho Coordenador do Ensino Superior, compromisso assumido em janeiro de 2016 e que até então não teve desenvolvimentos. Houve um primeiro anúncio de reunião para 24 de março, mas não cumprido. Aguardamos a sua importante colocação em funcionamento.

Conselho para a Internacionalização do Ensino Superior Português

O movimento associativo estudantil mostra uma clara preocupação na intenção de ver implementado o CIESP, e apela ao Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a criação deste órgão com a maior brevidade possível, devendo este tornar-se um dos principais atores na definição do futuro da Internacionalização das IES já em 2016.

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2. Ação Social e Abandono Escolar

● Congelamento do valor de refeição de Ação Social

Face à ausência de resposta por parte do MCTES no que respeita à indexação do preço da refeição social ao Indexante de Apoios Sociais (IAS) e, atendendo ao expectável aumento do preço da refeição como consequência da subida do salário mínimo nacional, os estudantes solicitam o congelamento imediato do valor praticado nas cantinas das Instituições de Ensino Superior.

Reforço da Ação Social Indireta

O movimento associativo nacional considera de extrema relevância que o Governo promova um estudo acerca das despesas dos últimos anos com a Ação Social Indireta no Ensino Superior e dos atuais recursos dos diversos Serviços de Ação Social em todas as Instituições, relacionando-os com a procura por parte drelacionando-os estudantes e que, retiradas as conclusões do ponto supramencionado, se reforce o financiamento dos Serviços de Ação Social no Orçamento de Estado de 2017.

● Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes de Ensino Superior Alerta-se para a injustiça com que estão a ser considerados os estudantes que subsistem individualmente e auferem rendimento inferior a 6 vezes o IAS, nomeadamente os que recebem o Rendimento Social de Inserção (RSI) uma vez que, à luz do RABEEES, não podem constituir agregados familiares singulares. Assim, os representantes dos estudantes requerem a alteração do número 3 do artigo 4º do RABEEES, eliminando requisito constante na alínea b). Adicionalmente, os estudantes solicitam a análise, por parte do Governo, das consequências da retirada do RABEEES das majorações para bolsas de estudantes provenientes de agregados familiares unipessoais ou constituídos apenas pelo requerente e mais um elemento, avaliando a pertinência e os moldes da sua reintrodução.

3. Propinas / Taxas e Emolumentos

● Adequação das prestações de propina

Dada a relevância de criação de mecanismos de suavização do pagamento e diminuição do encargo imediato dos agregados familiares, propõe os estudantes o fracionamento do valor total da propina em, pelo menos, o mesmo número de prestações definido para pagamento da bolsa de estudo por ano letivo, bem como a fixação das modalidades de pagamento do valor da propina com vigência igual à duração do ciclo de estudos correspondente por parte das Instituições de Ensino Superior.

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● Uniformização de Taxas e Emolumentos

A existência de um regulamento nacional e geral que uniformize o valor das taxas e emolumentos a pagar pelos estudantes é uma reforma positiva, que vem colmatar os constantes abusos da autonomia das IES que utilizam os valores cobrados a esse título sem critério, com o objetivo único de conseguir mais financiamento, aproveitando-se do vazio legal existente até então. Neste âmbito deixaram os estudantes algumas considerações sobre pontos que devem ser uniformizados neste regulamento, nomeadamente ao nível da eliminação do pagamento dos documentos certificativos emitidos via online, do diploma de licenciatura, mestrado e doutoramento da reapreciação de exame, do pagamento dos requerimentos da apreciação de condição de exceção, taxas de inscrição em ano letivo e taxas de melhoria de classificação.

4. Organização do Sistema

● Programa “Mais Ciência, Menos Burocracia” – Estudante ID

No âmbito do programa “Mais Ciência, Menos Burocracia” apresentado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), os estudantes congratulam o MCTES e as restantes entidades envolvidas na conceção do programa, merecendo especial destaque o “Estudante ID” e, neste sentido, recomendam que o mesmo possa ser utilizado, também, no sentido de comprovar, perante qualquer entidade pública ou privada, a condição académica do estudante, nomeadamente o seu grau ou graus académicos. Esta medida permitirá terminar com os processos burocráticos associados à obtenção do certificado de conclusão do ciclo de estudos e emolumentos associados.

● Programa Retomar

O Programa Retomar deverá ser redesenhado e reintroduzido com a maior brevidade, estabelecendo condições para que as Instituições de Ensino Superior possam proceder à adaptação da sua comunicação em função do mesmo e garantir uma adequada institucionalização e aplicação a partir do início do próximo ano letivo. Considera ainda que a iniciativa Competências Digitais não esgota a missão do Programa Retomar, assinalando a posição de que ambos os programas deverão coexistir como mecanismos para aumentar a base social do Ensino Superior.

Legislação dos Estágios Curriculares

O movimento associativo nacional apela ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que proceda a uma profunda e séria reflexão através da criação de um Grupo de Trabalho para regulamentação das várias vertentes e configurações dos estágios curriculares existentes no âmbito do programa formativo das Instituições de Ensino Superior portuguesas, cuja constituição deve incluir representantes dos estudantes.

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● Revisão do Regime Jurídico do Associativismo Jovem

Face à sucessiva desvalorização das posições avançadas por parte do movimento associativo estudantil relativamente à urgência da revisão do Regime Jurídico do Associativismo Jovem, as Federações e Associações Académicas e de Estudantes solicitam ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a criação de um grupo de trabalho, com o objetivo de escrutinar o Regime Jurídico do Associativismo Jovem, nomeadamente as definições estabelecidas quanto à natureza, âmbito e tipologia de associação, bem como introduzir alterações à Lei que visem aumentar a participação dos jovens em contextos associativos, contribuindo para o incremento da participação e consciencialização juvenil das matérias fundamentais do quotidiano e políticas públicas sociais.

5. Ciência

● Guião de Avaliação do Concurso para Atribuição de Bolsas de Doutoramento e Pós - Doutoramento

Não obstante a introdução de significativas mais-valias no sistema científico nacional, designadamente ao nível do alargamento do número de bolsas de doutoramento a atribuir, previsto em mais 401 bolsas e da substituição progressiva de bolsas de Pós-Doutoramento por contratos laborais, considera o movimento associativo estudantil nacional que as alterações introduzidas ao Concurso para Atribuição de Bolsas de Doutoramento e Pós-Doutoramento – 2016 não cumprem o desígnio de recuperar a confiança da comunidade cientifica e de incentivar o alargamento da mesma. Assim, solicita o movimento associativo estudantil uma revisão dos critérios profundamente negativos e desadequados da estratégia avançada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para o setor, a saber:

● Manutenção do critério de obrigatoriedade de conclusão do grau académico anterior à data de submissão da candidatura;

● Exclusão automática dos estudantes que, no âmbito dos Programas Doutorais, tenham obtido bolsa de investigação de um ano sem possibilidade de renovação e que não tenham garantida Bolsa de Doutoramento no âmbito dos Programas Doutorais;

● Atribuição de uma bonificação aos candidatos que tenham realizado o Doutoramento numa universidade portuguesa.

Simultaneamente, considera o movimento associativo estudantil que o número de contratos estabelecidos não poderá ser inferior ao número estimado para bolsas de Pós-Doutoramento a atribuir em 2016, sob pena de, por razão de uma medida positiva, se estar a diminuir o número de estudantes financiados para a realização de formações de Pós-Doutoramento.

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6. Oferta formativa e fixação de vagas

● Cursos Técnicos Superiores Profissionais

Tal como legalmente previsto, o MCTES remeteu às federações e associações académicas um projeto que visa alterar o Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, sobre o regime jurídico dos graus e diplomas do ensino superior e, adicionalmente, o Decreto-Lei n.º 113/2014, de 16 de julho, que regula os concursos especiais para acesso e ingresso no ensino superior. Antes de mais, deixam as federações e associações académicas e de estudantes a nota de que continua a faltar um debate com os agentes do sistema educativo sobre o verdadeiro enquadramento deste tipo de formações e qual o seu principal propósito. Independentemente da discussão necessária, o movimento associativo estudantil defende:

● que o ingresso nos CTSP deveria exigir o 12.º ano, ou habilitação legalmente equivalente; ● que deve ser inscrita na lei uma percentagem máxima do número de vagas passível de

afetação ao concurso especial de acesso estabelecido para os diplomados dos CTSP, não dispensando a realização de uma prova de conhecimentos;

● a inclusão de representantes dos estudantes na composição proposta para a Comissão de Acompanhamento dos CTSP;

● que a avaliação externa dos CTSP seja realizada pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

● Projeto de despacho orientador de critérios para a fixação de vagas – ano letivo 2016-2017

As federações e associações académicas lamentam não lhes ter sido concedida a possibilidade de analisar e de se pronunciarem sobre o projeto de despacho orientador com as orientações e critérios para a fixação de vagas para o próximo ano letivo. Ainda assim, reforçam a sua disponibilidade para discutir a rede e organização do sistema de ensino superior e para participar em todos os períodos de audição que digam respeito a normas e reformas aplicáveis a este setor. Concretamente, no que concerne ao documento em questão, o movimento associativo nacional não se escuda de apresentar o seguinte conjunto de considerações e pedidos de esclarecimento:

● O número anual máximo de admissões de cada ciclo de estudos e IES deve ser fixado com antecedência e com critérios objetivos, claros e transparentes;

● O papel da empregabilidade na fixação das vagas não deve ser preponderante: sem prejuízo de estar disponível a informação de empregabilidade de cada curso;

● Vemos como interessante a medida de impedir a fixação de vagas para ciclos de estudos que não tenham aberto vagas no ano letivo anterior quando existam formações similares

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em funcionamento, na mesma NUTS II, uma vez que poderá levar à especialização das IES em algumas áreas de formação;

● Pretendemos perceber as razões que justificam a intervenção excecional do Governo para os ciclos de estudos de licenciatura em Educação Básica e para os ciclos de estudos das artes de espetáculo e de Medicina.

● Acesso ao Ensino Superior no Concurso Maiores de 23

O movimento associativo nacional requereu à Direção Geral do Ensino Superior uma avaliação de todo o processo de acesso e ingresso no Ensino Superior para os candidatos maiores de 23 anos, considerando necessária uma uniformização deste processo, cujas datas sejam estabelecidas de forma uniforme para todas as IES e divulgadas antes do inicio do ano letivo. É ainda considerado pertinente que o processo de candidatura e ingresso no Ensino Superior para os candidatos maiores de 23 anos se realize paralelamente ao concurso nacional de acesso ao Ensino Superior. Por fim, defendem os estudantes que as IES deverão divulgar as vagas, por oferta formativa, disponíveis para este processo especial de candidatura em tempo útil e antes do agendamento das provas de conhecimentos.

● Infocursos

Dada a relevância da plataforma Infocursos para informação dos estudantes considera-se importante que seja disponibilizada informação ao nível dos Serviços de Ação Social das IES para que o candidato que tenha intenção de se candidatar a uma instituição fora da sua área de residência, toda a informação que necessita reunida num único local. É igualmente pertinente que seja disponibilizada informação sobre os estágios integrados nos ciclos de formação a que se pretendem candidatar, permitindo assim que o candidato e o seu agregado familiar tenham uma maior noção sobre as reais necessidades associadas à frequência do curso na Instituição de Ensino Superior escolhida.

Portanto é consideração do movimento associativo que a plataforma Infocursos deve ser atualizada com a maior brevidade possível, para que seja possível divulgá-la antes da primeira fase do próximo concurso nacional de acesso.

● Ambiguidade entre a Realidade Legislativa e a Organização Científico - Pedagógica das Instituições de Ensino Superior face à condição de Trabalhador

A persuasão do equilíbrio entre a atividade curricular e laboral assume um marco revelante na rotina dos estudantes sob esta circunstância, capazes de acarretar as responsabilidades determinadas pelas esferas académica e profissional. Quer a ambição de adquirir experiencia profissional, a necessidade de autofinanciar os estudos ou o desejo de ingresso no Ensino Superior por profissionais delineiam o desafio proposto ao Trabalhador-Estudante na coexistência em duas realidades. Assim o movimento associativo considera fundamental:

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● A Revisão estatutária da condição Trabalhador-Estudante, de forma a uniformizar a condição de regime especial de frequência pelos trabalhadores-estudantes;

● Criação efetiva de um organismo ou serviço governamental competente ao tratamento das questões especificas dos trabalhadores estudante.

7. Medidas conjuntas

Formação Cívica no Plano Curricular do Ensino Básico

O movimento associativo nacional propõe a reintrodução da Unidade Curricular de Formação Cívica no Ensino Básico, a formação de docentes para a Unidade Curricular de Formação Cívica, a criação de um programa letivo estruturado e credível, a criação de um Manual Escolar que siga o programa letivo como auxiliar ao ensino da Unidade Curricular e a análise da extensão da Unidade Curricular para o Ensino Secundário.

No decorrer do ENDA Vila Real foi ainda eleito o estudante André Santos Pereira como representante dos estudantes do ensino superior universitário no Conselho Nacional de Educação. O próximo ENDA acontecerá em Évora, nos dias 10 e 11 de setembro.

Referências

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