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CONSERVAÇÃO INADEQUADA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM DOMICÍLIO: UM RISCO EM POTENCIAL À SAÚDE DO USUÁRIO

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Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas - Anais - Teresina-PI CNPJ:14.378.615/0001-60

Registro:

CONSERVAÇÃO INADEQUADA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM DOMICÍLIO: UM RISCO EM POTENCIAL À SAÚDE DO USUÁRIO

REIS,T.S.1;FERREIRA,L.C1;RIBEIRO,E.P.P1;RODRIGUES,M.C.D1;SILVA,F.T1;OLIVEI RA,A.P1;BORGES,P.D²;SOUSA, D.F.D.L1; FELIPE,I.M.A², NUNES,S.P.H1;

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO¹ UNIVERSIDADE CEUMA2

RESUMO

Introdução: Com o amplo acesso a medicamentos no Brasil aumenta a guarda de medicamentos nos domicílios e também a possibilidade de serem usados indevidamente. A falta de orientação pode levar ao uso abusivo ou incorreto, enquanto o armazenamento inadequado pode gerar riscos à saúde, como intoxicações e interações não benéficas. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização de medicamentos armazenados em domicílio e os potenciais riscos à saúde que este hábito pode trazer. Metodologia: Usuários cadastrados em Unidades Básicas de Saúde foram visitados durante o período de março a agosto de 2017 e entrevistados mediante consentimento. O projeto de pesquisa foi desenvolvido concomitantemente a um projeto de extensão, aproveitando-se a oportunidade para informar a respeito da maneira correta de armazenar medicamentos em suas residências. O projeto foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFMA e devidamente aprovado. Resultados e Discussão: Em 96,2% das 95 residências visitadas havia pelo menos um medicamento. Cerca de 30% dos entrevistados eram idosos e a maioria destes não recebia ajuda para a administração da terapia. Diante da preocupação com o uso irracional de medicamentos, principalmente em instituições geriátricas, recebe um interesse intrínseco.7,5% pessoas relataram já ter feito uso de medicamentos fora do prazo de validade e 3,8% dos afirmaram já ter utilizado medicamentos deteriorados.15% dos entrevistados já fez uso de algum medicamento pensando ser outro, situação que pode ocorrer por falta de atenção ou até mesmo devido à semelhança de embalagens. Conclusões: Os resultados desse trabalho demonstram que os usuários entrevistados têm conhecimento razoável a respeito das atitudes que podem ser adotadas para a adequada utilização dos itens da farmácia caseira. O armazenamento impróprio de medicamentos e a automedicação gera grandes riscos de interação medicamentosa por consumo de medicamentos deteriorados em posto da má conservação e também motivos de intoxicação aos usuários.

Palavras-chave – Uso de Medicamentos; Armazenamento de Medicamentos; Uso Indevido de Medicamentos sob Prescrição.

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Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas - Anais - Teresina-PI CNPJ:14.378.615/0001-60

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Introduction: With the wide access to medicines in Brazil, it increases the storage of medicines in the homes and also the possibility of being used improperly. Lack of guidance can lead to abusive or incorrect use, while inadequate storage can create health risks, such as intoxications and non-beneficial interactions. The purpose of this study was to evaluate the use of drugs stored at home and to evaluate the potential health risks that this habit can bring. Methodology: Registered users in Basic Health Units were visited during the period from March to August of 2017 and interviewed by consent. The research project was developed concomitantly with an extension project, taking advantage of the opportunity to inform about the correct way to store medicines in their residences. The project was appreciated by the Committee of Ethics in Research with Human Beings of UFMA and duly approved. Results and Discussion: In 96.2% of the 95 residences visited, there was at least one drug. About 30% of the respondents were elderly and most of them were not receiving help for the administration of the therapy. Faced with the concern about the irrational use of drugs, especially in geriatric institutions, it receives an intrinsic interest.7,5% people reported having already used medicines that were out of date and 3.8% of those who said they had already used impaired medications. 15% of the interviewees have already used some medicine thinking of being another, a situation that can occur due to lack of attention or even due to the similarity of packing. Conclusions: The results of this work demonstrate that the interviewed users have reasonable knowledge about the attitudes that can be adopted for the adequate use of the items of the home pharmacy. The improper storage of medicines and self-medication generates great risks of drug interaction due to the consumption of deteriorated medicines in a poor conservation post and also to poisoning users.

Keywords –Drug Utilization; Drug Storage; Prescription Drug Misuse.

_______________________________________________________________ INTRODUÇÃO

A ampliação do acesso a medicamentos no Brasil nos âmbitos públicos e privados trouxe problemas relacionados a estes produtos, que representam um desafio à saúde pública tanto em países em desenvolvimento como em países desenvolvidos. Com o acesso facilitado e o acúmulo de medicamentos nos domicílios, aumenta a possibilidade desses produtos serem usados após sua data de validade (IOB et al, 2013). Enquanto o uso racional de medicamentos contribui para a qualidade dos serviços de saúde, por outro lado, seu uso indevido pode causar prejuízos tanto para o paciente quanto para a sociedade. A falta de orientação aos usuários pode ocasionar o acúmulo de medicamentos nas residências e propiciar o uso abusivo ou incorreto, ao mesmo tempo que o armazenamento inadequado destes gera um grande risco a saúde, podendo causar intoxicações e interações não benéficas (RENNÓ; MARQUES; AGUIAR, 2012). Nas farmácias caseiras são encontrados desde simples analgésicos e antipiréticos, até medicamentos vendidos sob controle especial, como antibióticos e psicotrópicos. São comuns os problemas relacionados à

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aquisição do medicamento, forma de administração, reações adversas, interações medicamentosas, problemas com posologia (CIPOLLE, STRAND, MORLEY, 2006). No Brasil, embora haja regulamentação da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a venda e propaganda de medicamentos que possam ser adquiridos sem prescrição médica, não há regulamentação, nem orientação para aqueles que fazem uso da automedicação, o que tem provocado debates acerca desse assunto nas diversas esferas da saúde, sendo vista como um fator preocupante no país. Essa é uma prática bastante difundida não apenas no Brasil, mas também em outros países (WHO, 2004). Segundo a legislação em vigor, conservar medicamento é mantê-lo em condições satisfatórias para a manutenção de sua estabilidade e integridade durante o período de vida útil (validade), ressalvando que alguns medicamentos possuem vida útil após o início da utilização inferior ao prazo de validade da embalagem fechada. A Portaria SVS nº802/98, de 8/10/98 estabelece que os medicamentos devem estar em suas embalagens originais, devidamente identificados e sem apresentar sinais de violação, aderência ao produto, umidade e inadequação (BRASIL,1998). Na atualidade, o medicamento vem sendo considerado como fator de risco para a saúde uma vez que pode gerar vasta gama de erros no sistema de medicação. Os medicamentos quando administrados erroneamente podem causar desde danos à saúde do usuário ou até mesmo sua morte (RENNÓ; MARQUES; AGUIAR, 2012). O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização de medicamentos armazenados em domicílio e avaliar os potenciais riscos à saúde que este hábito pode trazer.

METODOLOGIA

Este projeto é um recorte da pesquisa “Uso, conservação e armazenamento de medicamentos entre usuários da Atenção Básica”. Usuários de Unidades Básicas de Saúde do Distrito Sanitário Cohab, no município de São Luís, na zona urbana, foram visitados durante março a agosto de 2017 e entrevistados utilizando-se um questionário semiestruturado em suas próprias residências. Os dados foram validados por dupla digitação e a análise estatística descritiva foi feita utilizando-se o programa SPSS, versão 16.0. O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Maranhão, sob parecer de número 1.289.425.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram visitadas 95 famílias, com 11 perdas (residências fechadas) e 4 recusas. 96,25% dos entrevistados possuíam pelo menos um medicamento em sua residência, caracterizando a prevalência da farmácia caseira nesta amostra. O acúmulo de medicamentos nas residências é fator de risco importante para a saúde (FERREIRA et al., 2005). Nos estoques domiciliares pode haver medicamentos decorrentes de sobras de tratamentos anteriores, prescritos para tratamento de transtornos agudos e crônicos, ou por aqueles utilizados através da automedicação (DAL PIZZOL et al, 2006). Para a Organização Mundial da Saúde (STURKENBOOM, et al., 2008), a automedicação consiste na seleção e utilização de medicamentos isentos de prescrição para tratar doenças autolimitadas ou seus sintomas, estando inclusa no processo de autocuidado. Dentre as formas pelas quais a automedicação pode ser praticada, citam-se a aquisição de medicamentos sem receita, o

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compartilhamento dos medicamentos com outros integrantes da família ou do círculo social, a reutilização de sobras de medicamentos de tratamentos anteriores e a utilização de antigas prescrições (BECKHAUSER et al., 2010). 88,8% dos entrevistados relataram não receber auxílio na administração dos medicamentos. Considerando que muitos dos entrevistados eram idosos, é preciso mencionar o fato de que eles podem ter dificuldade em identificar os medicamentos por vários motivos, como problemas de leitura devido à letra pequena e até mesmo a possibilidade de esquecerem de fazer uso da medicação nos horários corretos (REIS, VENTURA, 2013). O uso indevido de medicamentos pode comprometer a vida e saúde do usuário, atrasando o tratamento, não atingindo resultados esperados, agravando os sinais e sintomas das patologias e potencializando a ocorrência de reações adversas (LOPES et al.,2012).

Apenas 18,8% das pessoas que afirmaram sofrer ou já ter sofrido os efeitos das reações adversas aos medicamentos ao longo do seu tratamento e, destes, 27,5% relataram que abandonaram o tratamento farmacológico por esse motivo, aumentando os itens da farmácia caseira com sobras de tratamentos não concluídos. Diversos autores têm demonstrado que a ocorrência de reações adversas é um dos principais motivos que prejudicam a adesão terapêutica (GAUTÉRIO-ABREU, et al, 2015).

92,5% dos usuários visitados afirmaram não utilizar medicamento com prazo de validade vencido, mas 7,5% destes o fizeram em algum momento, relatando falta de atenção às datas e isto também pode estar relacionado à dificuldade de leitura dos rótulos e embalagens, dada a avançada idade dos usuários, fato que poderia justificar o fato de que 15% dos entrevistados já fez uso de algum medicamento pensando ser outro. 3,8% dos questionados relataram já ter utilizado medicamentos deteriorados e a justificativa foi de que não possuíam outros medicamentos em seus domicílios, nem como adquiri-los.A integridade dos itens da farmácia caseira deve garantir a qualidade dos medicamentos, pois influenciam na eficácia dos mesmos e pode comprometer a estabilidade ou qualidade do produto (RIBEIRO, 2005). A utilização inadequada de medicamentos tem como consequências o crescimento de morbidades e mortalidade, além do aumento dos gastos na área da saúde (ARRAIS et. al,2005).

No que diz respeito à prestação da assistência farmacêutica ainda há uma lacuna na sociedade brasileira, e nesta pesquisa está evidente a falta de segurança dos usuários quando são questionados sobre terem recebido orientações por um farmacêutico. De acordo com os resultados 47,5% do total afirmaram nunca terem recebido orientação de um farmacêutico. Outros asseguraram que a experiência foi boa, entretanto algumas pessoas relataram sua insatisfação e também afirmaram que não confiavam no que o farmacêutico estava orientando, acreditando apenas no seu prescritor, na grande maioria médicos.

CONCLUSÕES

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Registro:

 Quase todos os usuários entrevistados possuem medicamentos estocados em suas residências e tal fato parece estimular a automedicação;

 Muitos entrevistados são idosos e, por não receberem auxílio durante a administração de medicamentos, já trocaram medicações ou utilizaram medicamentos deteriorados ou vencidos;

 Na farmácia caseira há medicamentos resultantes de sobras de tratamentos que não foram concluídos devido à ocorrência de reações adversas;

 Apesar de ser um serviço gratuito, quase metade dos entrevistados nunca recebeu orientação de um farmacêutico durante a aquisição de produtos farmacêuticos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRAIS. P. S. D. et al. Prevalência e fatores determinantes do consumo de medicamentos no Município de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cad Saude

Publica 2005; 21:1737-1746.

BECKHAUSERG. C. et al. Utilização de medicamentos na Pediatria: a prática de automedicação em crianças por seus responsáveis. Revista de Saúde Pública. v.44, n.4,. 2010.

BRASIL. Portaria nº 802, de 08 de outubro de 1998. O secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, no uso das suas atribuições que lhe são conferidas pelos dispositivos legais vigentes. Diário Oficial da União 1999; 7

abr. [acessado 2017 out 28]. Disponível

em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/portais/802_98.htm>

CIPOLLE, R. J; STRAND, L. M; MORLEY, P. C. O exercício do cuidado farmacêutico. Brasilia. Ethosfarma.2006.

DAL PIZZOL, T. da S. et al. Análise dos Estoques Domiciliares de Medicamentos Essenciais no Sul do Brasil (2006).

LOPES, D. M. A. et al. Análise da rotulagem de medicamentos semelhantes: potenciais erros de medicação. Rev Assoc Med Bras. v.58. n. 1. 2012.

IOB, G.A. et al. Análise da forma de descarte de medicamentos por usuários de uma unidade de saúde no município de Porto Alegre. Infarma Ciências Farmacêuticas, v. 25 , n. 3. 2013.

GAUTÉRIO-ABREU, D. P. et al. Pessoas idosas em atendimento ambulatorial: motivos que levam a adesão/não adesão aos medicamentos. Texto & Contexto Enfermagem, v. 24, n. 4, 2015.

REIS,L. A;VENTURA, A.M. InterScientia, João Pessoa, v.1, n.3, p.39-49, set. /dez. 2013.

RENNÓ, M. U. P.; MARQUES, T. C.; AGUIAR, P. M. As bases da dispensação racional de medicamentos para farmacêuticos. São Paulo: Pharmabooks, 2012. RIBEIRO, M. A. Estoque domiciliar na comunidade ibiaense acompanhada pelo

Programa Saúde da Família. 2005. 80f. Dissertação (Mestrado em Ciências

Farmacêuticas)- Programa de Pós-Graduação em Ciências farmacêuticas, Porto Alegre, 2005.

STURKENBOOM, M. C. et al. Drug use in children: cohort study in three European countries. British Medical Journal. v.12. n. 4. 2008.

WHO. Medicine Strategy countries at the core 2004-2007. Geneva, World Health Organization, 2004.

Referências

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