• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE DESIGN RENATA PRISCILA TRAJANO DOS SANTOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE DESIGN RENATA PRISCILA TRAJANO DOS SANTOS"

Copied!
70
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE DESIGN

RENATA PRISCILA TRAJANO DOS SANTOS

COLEÇÃO SUSTENTÁVEL DE ACESSÓRIOS DE MODA CONTEMPORÂNEA INSPIRADA NO EMPODERAMENTO FEMININO

CARUARU - PE 2017

(2)

COLEÇÃO SUSTENTÁVEL DE ACESSÓRIOS DE MODA CONTEMPORÂNEA INSPIRADAS NO EMPODERAMENTO FEMININO

Trabalho de conclusão de curso apresentada à Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Design.

Orientador: Prof. M.Sc Iracema Tatiana Ribeiro Leite Justo.

CARUARU - PE 2017

(3)

Catalogação na fonte:

Bibliotecária – Marcela Porfírio CRB/4 - 1878

S237c Santos, Renata Priscila Trajano dos.

Coleção sustentável de acessórios de moda contemporânea inspiradas no empoderamento feminino. / Renata Priscila Trajano dos Santos. – 2017.

69f.; il. : 30 cm.

Orientadora: Iracema Tatiana Ribeiro Leite Justo.

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de Pernambuco, CAA, Design, 2017.

Inclui Referências.

1. Acessórios do vestuário. 2. Moda. 3. Sustentabilidade. 4. Mulheres – Condições sociais. I. Justo, Maria Iracema Tatiana Ribeiro Leite (Orientadora). II. Título.

740 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2017-450)

(4)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE DESIGN

PARECER DE COMISSÃO EXAMINADORA DE DEFESA DE PROJETO DE

GRADUAÇÃO EM DESIGN DE

RENATA PRISCILA TRAJANO DOS SANTOS

“Coleção Sustentável De Acessórios De Moda Contemporânea Inspiradas No Empoderamento Feminino”

A comissão examinadora, composta pelos membros abaixo, sob a presidência do primeiro, considera o(a) aluno(a) RENATA PRISCILA TRAJANO DOS SANTOS.

APROVADO(A)

Caruaru, 19 de Dezembro de 2017.

________________________________________ Profª M.Sc. Iracema Tatiana Ribeiro Leite Justo

________________________________________ Profª Dra Flávia Zimmerle da Nóbrega Costa

________________________________________ Profª Dra Rosiane Pereira Alves

(5)

Agradeço primeiramente a Deus e aos espíritos de luz por ter me dado forças e me guiado para continuar até o fim essa caminhada que foi longa, mas que hoje se encerra para dar início a uma nova fase. Agradeço também a minha família por me apoiarem a fazer o curso que eu sempre quis aos meus pais Ednildo e Katarina em especial, pois sem eles nada disso seria possível, as minhas queridas irmãs Stéphanie, Beatriz e a Dayane em especial que por muitas vezes me ajudou sendo minha modelo nos trabalhos.

Ao meu grande amor Ítalo que foi meu amigo, conselheiro e que me ajudou demais para que eu pudesse fazer sempre o meu melhor durante esses 4 anos na universidade, enfim não tenho palavras para agradecer tudo que ele fez e faz por mim.

Aos queridos amigos que fiz durante essa jornada em especial aos que caminharam comigo lado a lado desde o primeiro dia de aula compartilhando de tudo que a universidade nos proporcionou Allan Martins, Glenny Lorrayne e Bruna Melo são amigos que levarei pra vida, amo vocês!

Agradeço também aos meus amigos de estágio no Laboratório de Moda, Allan, Catarina, Jéssica, Lívia e Matheus obrigada por tudo amigos. Agradeço aos grandes mestres que tive nessa instituição e que fizeram parte da minha construção como profissional e também como pessoa, em especial agradeço a Flávia Zimmerle (que é a melhor professora de moulage que eu já conheci), Daniela Brachi, Geni Pereira, Mário de Carvalho, Lourival Costa, Teresa Lopes e por último, mas não menos especial e importante eu agradeço de coração a minha orientadora e grande professora Tatiana Leite que é uma pessoa super especial e iluminada que serei eternamente grata por todo conhecimento que me passou, por me incentivar e me encorajar a superar meus limites, obrigada pela paciência e por tudo.

(6)

Esse trabalho monográfico refere-se ao desenvolvimento de uma coleção feminina e contemporânea de Acessórios de moda sustentáveis tendo como principal inspiração o movimento feminista e o empoderamento feminino, para entender e conceituar esse empoderamento foi feito um estudo sobre a identidade feminina e também suas conquistas ao longo de todos esses anos com a finalidade de entender a luta das mulheres para conseguirem chegar onde estão hoje e passar para os produtos finais os desejos e necessidades dessa mulher moderna e contemporânea. Na questão sustentável também foi feito um estudo sobre moda e sustentabilidade e como podemos conseguir ser sustentável na moda, foi visto que uma das alternativas é o slow fashion que é um conceito onde se produz em pequena escala e busca o consumo consciente.E diante de todos os estudos foi feita a utilização de materiais alternativos que não são comumente utilizados em processos de fabricação de acessórios que é a câmara de ar de pneu de carro. A coleção foi realizada a partir da metodologia projetual de Sanches(2008). O resultado foi uma coleção de 10 peças, onde foram desenvolvidos 3 protótipos.

(7)

This monographic work refers to the development of a feminine and contemporary collection of sustainable fashion accessories with the feminist movement and feminist empowerment as the main inspiration. In order to understand and conceptualize this empowerment, a study of feminine identity and of its achievements was made. Throughout all those years to understand the struggle of women to get where they are today and convey to the final products the desires and needs of this modern and contemporary woman. In the sustainable issue, a study was also conducted on fashion and sustainability and how we can achieve sustainable fashion, it has been found that one of the alternatives is the slow fashion, which is a concept where it is produced on a small scale and seeks conscious consumption.And in the face of all studies has been made the use of alternative materials that are not commonly used in the manufacturing processes of accessories that is the tire of the tire of the car. The collection was based on Sanches' design methodology (2008). The result was a collection of 10 pieces, where 3 prototypes were developed.

(8)

Lista de figuras

Figura 1 – Gola rufo...27

Figura 2 – O traje proposto por Amélia Bloomer...28

Figura 3 – Vestido para ciclismo...29

Figura 4 – Vestidos com saia afunilada...30

Figura 5 – Tiras usadas com os vestidos...30

Figura 6 – Vestidos da década de 1920...31

Figura 7 – Vestido de noite da década de 1930...32

Figura 8 – Vestimenta feminina na década de 1940...32

Figura 9 – New Look Dior...33

Figura 10 – Minissaia...34

Figura 11 – Vestimenta da década de 1970...35

Figura 12 – Roupas de lycra...36

Figura 13 – Estilo clássico da princesa Diana...36

Figura 14 – Estilo Punk...37

Figura 15 – Estilo Grunge...37

16 – Painel de público...41

Figura 17 – Painel de tema...43

Figura 18 – Painel de referências visuais...45

Figura 19 – Câmara de ar...46

(9)

Figura 22 – Geração de alternativas...48 Figura 23 – Modelo 1...49 Figura 24 – Modelo 2...50 Figura 25 – Modelo 3...51 Figura 26 – Modelo 4...52 Figura 27 – Modelo 5...53 Figura 28 – Modelo 6...54 Figura 29 – Modelo 7...55 Figura 30 – Modelo 8...56 Figura 31 – Modelo 9...57 Figura 32 – Modelo 10...58

Figura 33 – Produto final 1...63

Figura 34 – Produto final 2...64

Figura 35 – Produto final 3...65

(10)

Quadro 1- Fases do planejamento do projeto...39 Quadro 2- Mix de produtos...40 Quadro 3- Conceitos...40

(11)

1 Introdução ... 11

1.1 Pergunta de pesquisa ... 12

1.2 Questões ... 12

1.3 Impactos e Justificativas ... 12

1.4 Objetivo Geral e objetivos específicos ... 12

1.4.1 Objetivo geral ... 12

1.4.2 Objetivos específicos ... 12

2 Metodologia de pesquisa ... 13

3 Metodologia de Projeto de Design de Moda ... 15

3.1 Planejamento ... 15 3.2 Geração de alternativas ... 16 3.3 Avaliação e detalhamento ... 16 3.4 Produção ... 16 4 Fundamentação teórica ... 17 4.1 Moda e sustentabilidade ... 17

4.2 Identidade e conquistas femininas ... 20

4.3 A mulher e a moda ... 25

5 A Coleção ... 39

5.1 Conceito ... 40

5.2 Painéis Semânticos ... 41

5.2.1 Painel do público alvo ... 41

5.2.2 Painel do tema ... 43 5.2.2.1 Release da coleção ... 44 5.2.3 Referências visuais ... 45 5.3 Materiais Utilizados ... 46 5.4 Gerações de alternativas ... 48 5.5 Fichas Técnicas ... 59 6 Produtos ... 63 6.1 Produtos Finais ... 63 7 Considerações Finais ... 67 Referências ... 68

(12)

1 Introdução

Desde a antiguidade o homem era o sexo dominante, a mulher se dedicava a casa e a criação dos filhos, sendo subordinada e controlada pelo homem, e foi assim durante muito tempo, quando as mulheres decidiram que estavam dispostas a lutarem pelos direitos de igualdade dos gêneros. Muitas revoluções aconteceram e as ideais estão mudando desde então, ao longo dos séculos as mulheres vem ganhando cada vez mais espaço e visibilidade na sociedade, devido as suas lutas diárias para conseguir seus direitos, elas conquistaram e conquistam até hoje seus lugares no mercado de trabalho, nas universidades e com essas novas posições ocupadas na sociedade gerou mais necessidades nas questões relacionadas à moda e aos acessórios de moda utilizados por elas. Atualmente elas têm a necessidade diferenciação que são transferidas nos acessórios de moda, fazendo deste um item indispensável na composição dos seus looks.

De acordo com Berlim (2012) desde os primórdios o sentido de adornar-se está ligado com magia, identidade e comunicação das tribos, e hoje em dia tem uma relação direta com a diferenciação das pessoas, algo que torne quem os usa únicos e destacados na sociedade, por isso muitos designers estão investindo bastante em acessórios contemporâneos, especificamente joias contemporâneas, por serem peças com conceitos ressignificados, onde muitas vezes existe um trabalho de experimentação de materiais e processos não tradicionais no design de joias.

Gola (2008) diz que o conceito de joalheria é extremamente amplo, já que a confecção de adornos se desenvolve continuamente de acordo com novas técnicas e desenhos que vão surgindo com o tempo. Devido ao grande boom da sustentabilidade na moda, muitos designers de joias estão investindo também nesse viés, desenvolvendo joias e adornos sob uma visão ecológica, atribuindo assim novos valores e significados a joia e contribuindo para o melhoramento do meio ambiente.

(13)

A monografia está dividida em duas partes: a primeira parte, a fundamentação teórica, onde as principais teorias são apresentadas para dar corpo ao projeto, onde foram buscados pesquisas e conceitos de sustentabilidade, moda e sua relação com o feminino. Na segunda parte a ênfase estava no desenvolvimento de coleção e suas etapas projetuais. A coleção desenvolvida foi feita a partir de materiais sustentáveis cuja temática está presente o empoderamento feminino como característica da mulher contemporânea.

1.1 Pergunta de pesquisa

Como desenvolver uma coleção de acessórios de moda com a utilização de materiais reciclados no desenvolvimento de coleção de acessórios de moda, para que tenha valor agregado para a mulher contemporânea?

1.2 Questões

Como transferir o conceito de empoderamento feminino na coleção e ainda contribuir com o meio ambiente através da reutilização desses materiais?

1.3 Impactos e Justificativas

O projeto teve um impacto econômico, pois visou fazer a utilização de materiais alternativos reciclados, visto também que não foram utilizados materiais nobres. Também teve o impacto social, já que foi feito um breve estudo da identidade feminina e suas conquistas na sociedade, o que contribuiu para ela chegar até a atualidade, observando este público e sua relação com a moda. E por fim no design, ao fazer o uso de metodologia projetual para o desenvolvimento de coleção.

1.4 Objetivo Geral e objetivos específicos

1.4.1 Objetivo geral

Desenvolver uma coleção de acessórios de moda contemporânea feminina sustentável, enfatizando o conceito de empoderamento feminino.

1.4.2 Objetivos específicos

(14)

 Estudar a identidade feminina na contemporaneidade;

 Desenvolver protótipos com materiais reciclados, aplicando a metodologia de design;

2 Metodologia de pesquisa

A metodologia de pesquisa é um procedimento ou caminho para organizar as ideias e alcançar os objetivos propostos que tem a função de proporcionar as respostas dos problemas descritos ao decorrer do projeto. A metodologia deste projeto será dividida em duas, a primeira é a metodologia de pesquisa que será utilizada para coletar todos os dados para dar embasamento teórico e a segunda é a metodologia de projeto que será utilizada na parte prática, de produção da coleção. Segundo o campo de atuação básico a pesquisa é aplicada, de acordo com Prodanov (2013,p.51) Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

O método de abordagem é o dedutivo que de acordo com Gil, (2008,p.9) “Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica”.

Ou seja, os argumentos dedutivos ligam afirmações, que poderão ser feitas a partir do estudo da joia contemporânea e sustentabilidade, aplicando o conceito de empoderamento feminino no desenvolvimento da coleção.

Foi utilizada a técnica de pesquisa bibliográfica, Gil (2008,p.18) cita que, “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, [...] permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla”. Para este projeto a coleta de dados será feita através de livros, artigos e pesquisa em sites na internet.

Como ferramentas de pesquisa foram utilizadas as ferramentas materiais, com imagens para fazer o uso de construção de painéis semânticos para elaboração da coleção e também para exemplificar alguns tópicos da

(15)

fundamentação teórica quando se fizer necessário. As ferramentas conceituais foram utilizados com o uso da metodologia de desenvolvimento de produtos de moda, criada por Sanches (2008)

(16)

3 Metodologia de Projeto de Design de Moda

Para a concepção da coleção será utilizada a metodologia proposta por Sanches (2008) que está dividida em quatro etapas: planejamento, geração de alternativas, avaliação e detalhamento e produção.

3.1 Planejamento

De acordo com Sanches (2008) nessa fase ocorre a coleta e análise de informações que darão subsídios às decisões tomadas no decorrer do processo.

A partir dessas análises serão definidas todas as atividades que devem ser desenvolvidas antes da geração de alternativas, nesta etapa define-se o dimensionamento da coleção, ou seja a quantidade de produtos que irá compor a coleção, depois disso deve ser planejado um mix de produtos, que é quando se delimita no conjunto total de produtos, a proporção entre peças com maior ou menor conteúdo de moda, sempre de acordo com a necessidade/desejos do consumidor. Com as informações obtidas nessa etapa, segundo Sanches (p. 292, 2008) “É possível definir o conceito, o qual gera os princípios funcionais e de estilo do conjunto de produtos (coleção) a ser concebido”. Este conceito estabelece vínculos comunicativos entre o produto e o consumidor, o conceito gerador é traduzido em referências de linguagem visual.

(17)

Esquema de definição para o conceito gerador

Fonte: Sanches, Design de moda olhares diversos (2008, p.292). 3.2 Geração de alternativas

Depois de concluída a fase de planejamento, é a hora de gerar alternativas para conseguir cumprir o objetivo do projeto da melhor forma possível, então é feito um brainstorming (tempestade de ideias), e é a partir daí que o projeto começa a se materializar através das experimentações concretas.

3.3 Avaliação e detalhamento

Nesta etapa seleciona-se as melhores alternativas de acordo com os critérios do projeto, relacionando produto, material e tema, feito isso são definidas as etapas finais da coleção, onde é feito o teste de modelagem e protótipos, sem que seja necessário um detalhamento visto que ainda é para fase de testes.

3.4 Produção

Esta é a última etapa, onde após a realização dos ajustes e modificações feitos na fase anterior, serão geradas as fichas técnicas definitivas e peças pilotos eu irão servir para guiar a produção em série, com a finalidade de eliminar possíveis erros que venham a ser cometidos nessa etapa.

(18)

4 Fundamentação teórica 4.1 Moda e sustentabilidade

Moda e sustentabilidade é um tema que vem sendo bastante discutido, questionado e pesquisado tanto na indústria da moda como também entre os pesquisadores que buscam uma alternativa para diminuir os impactos que a indústria da moda já causou e vem causando durante todos esses anos.

Na esfera da sustentabilidade, o foco atual das pesquisas dos setores de moda e produção têxtil está no produto e no seu processo de produção, obedecendo a uma tendência mundial, originada nas últimas décadas do século XX, para o desenvolvimento de materiais ecológicos. (BERLIM,2012, p.21)

De acordo com Fletcher & Grose (2011) a exploração de materiais é um ponto de partida para maior parte da inovação sustentável na moda e há uma grande preocupação das matérias primas utilizadas na produção de vestuário, como a quantidade de energia e os produtos químicos utilizados no cultivo das fibras, visto que o cultivo de fibras têxteis altera as condições do clima, acarreta em poluição química e agride muito a biodiversidade do planeta gerando efeitos negativos na saúde humana.

Para Manzini e Vezzoli (2008) as matérias primas são bastante importantes na hora de se desenvolver um produto sustentável, e cabe ao designer fazer essa escolha, por isso eles afirmam que o papel do designer é muito importante nessa etapa:

O designer tem um papel relevante na escolha e aplicação dos materiais empregados em produtos de produção em série, mesmo sabendo que não vai estar envolvido com a origem ou com o fim destes materiais ao acessar o ciclo de vida dos produtos. Pode-se considerar o mesmo em relação à escolha das fontes energéticas necessárias ao funcionamento do produto durante o uso. (MANZINI E VEZZOLI,2008, p.147)

Ao se falar nas relações de uso, no consumidor de moda percebe-se a falta em grande parte de uma consciência da responsabilidade que cada um tem a

(19)

respeito da sustentabilidade, ainda não existe na população o cuidado e preservação do meio ambiente.

Berlim(2012) diz que um ponto percebido pelos pesquisadores em relação ao consumidor é a rapidez do descarte, o consumidor está fazendo cada vez mais depressa o descarte dos produtos de moda. Ainda segundo a autora:

Hoje, o consumo, tanto insustentável quanto sustentável, está além de produções limpas e produtos ecológicos. Ele é um determinante no cenário das pesquisas e criações, e eclode como umas das chaves para a moda mais sustentável. (BERLIM, 2012 p.21)

Berlim(2012) ressalta também que os termos que muitas marcas de moda têm usado hoje em dia para propagar o consumo sustentável da marca por muitas vezes são apenas estratégias de marketing e se resumem apenas ao uso de fibras naturais, tingimentos não poluentes, materiais orgânicos e reciclados, lojas ecoeficientes, plantio de árvores, coleta e reciclagem de lixo.

A autora ressalta “Assim, o consumidor entende essas ações como sustentáveis e absorve a ideia de que esse conceito está relacionado apenas a ecologia e meio ambiente”. (BERLIM,2012, p.22) De fato essas são ações que tem muito valor, mas elas por si só não são consideradas sustentáveis, a indústria da moda tem realidades que é preciso levar em consideração na hora de fazer um produto sustentável. Neste sentido Manzini e Vezzoli propõe:

(...)o desenvolvimento do design para a sustentabilidade significa, portanto, promover a capacidade do sistema produtivo de responder à procura social de bem-estar utilizando uma quantidade de recursos ambientais drasticamente inferiores aos níveis atualmente praticados. Isso requer gerir de maneira coordenada todos os instrumentos de que se possa dispor (produtos, serviços e comunicações) e dar unidade e clareza às próprias propostas. Em definitivo, o design para a sustentabilidade pode ser reconhecido como uma espécie de design estratégico, ou seja, o projeto de estratégias aplicadas pelas empresas que se impuseram seriamente a prospectiva da sustentabilidade ambiental. (MANZINI E VEZZOLI ,2008, p.23)

Para Lipovetsky (1989) Os produtos de moda talvez sejam aqueles de menor e mais frágil vida útil, tendo assim como consequência um consumo constante de

(20)

novos produtos. Alguns autores dizem que os produtos de moda que tem o ciclo de vida determinado, o foco é somente a venda, pois o produto de moda hoje em dia muitas vezes só é útil se estiver na moda.

Uma das propostas defendidas por muitos pesquisadores e alguns designers é o Slow Fashion que é o oposto do que estamos mais acostumados a ouvir que é o Fast Fashion que é esse sistema de moda que está mais em voga ultimamente; é a moda rápida, com prazo de validade. O slow fashion é um conceito que busca produzir moda de forma consciente, produções em pequenas escalas, valorizando os materiais e tecnologias locais procurando alternativas de menor impacto ao meio ambiente respeitando os aspectos sociais e econômicos. Defende a criação de peças atemporais, com um tempo de vida útil mais extenso, evitando assim o consumo desenfreado de produtos de moda produzidos em massa.

As ideias relacionadas ao Slow Design teriam nascido do movimento Slow Food, criado em 1986 por Carlo Petrini, na Itália. Assim como no Slow Food, o Slow Design e o Slow Fashion conjugam prazer em criar, inventar e inovar com prazer em consumir. Esses movimentos se posicionam contra a padronização (no nosso caso, padronização de estilos). A informação sobre a procedência dos produtos e seus impactos também são itens considerados pelos consumidores e interagem com o prazer ligado à consciência de estar fomentando uma cadeia produtiva ética – valor perdido com muita rapidez na criação e no consumo da fast fashion. (BERLIM, 2012 p.54)

Sobre aumento da durabilidade dos produtos MANZINI E VEZZOLI (2008) diz que:

Um produto que é mais durável que outro, exercendo a mesma função, determina geralmente um impacto ambiental menor. Se um produto dura menos, ele de fato não só gera precocemente mais lixo, mas determina também outros impactos indiretos, como a necessidade de ter que substituí-lo. (MANZINI E VEZZOLI,2008, p.182)

Fletcher e Grose (2011, p.85) afirmam que “para obter medições reais da vida útil de um produto “durável”, é preciso considerar índices emocionais e culturais – que significado a roupa carrega; como é usada; o comportamento, o estilo de

(21)

vida, os desejos e os valores pessoais do usuário”. Ela diz que essas conexões já são bem exploradas e compreendidas pelas empresas, já que são a base para as estratégias de marketing utilizadas, basta apenas aplicar ao design de moda no âmbito da sustentabilidade.

Diante disso o grande desafio para a indústria da moda é iniciar essa prática do slow fashion diante deste cenário de consumo desenfreado, sendo uma ação bastante desafiadora, visto que opera dentro dos princípios éticos e sustentáveis buscando a melhoria da utilização dos recursos e materiais humanos e naturais para a transformação no mercado de moda, visando melhorias futuras para a humanidade.

4.2 Identidade e conquistas femininas

Por muitos anos a mulher esteve ausente e deslocada na história do Brasil e do mundo, sendo vistas como um ser frágil, dependente e submissa ao homem, incapaz de ter suas conquistas sozinhas devido ao que sempre esteve presente no imaginário coletivo da sociedade. A religião e seus dogmas também teve grande participação nesse “modelo de mulher ideal”. Diante disso cabia às mulheres a responsabilidade de cuidar de casa, filhos e marido. A “mulher ideal” era aquela que era boa filha, mãe, esposa, seguia as regras que a sociedade lhes impunha. Já aquelas que transgrediam o seu tempo ou almejavam ter papéis considerados informais que não condiziam com o que era tido como normal para as mulheres diante sociedade, papéis esses que na maioria das vezes eram ocupados por homens, não eram reconhecidas como cidadãs e eram marginalizadas pela sociedade,. No entanto, foram essas mulheres que enfrentaram e contestaram as normas vigentes e começaram a lutar por seus direitos e sua identidade.

Beauvoir (1970, p.153) afirma que “a razão profunda que, na origem da história, vota a mulher ao trabalho doméstico e a impede de participar da construção do mundo é sua escravização à função geradora”.

Confirmando essa linha de seu pensamento ela diz também que “[...] para muitas mulheres, a vida era então uma série ininterrupta de partos; mesmo as

(22)

mulheres de maus costumes pagavam suas licenças amorosas com numerosas maternidades”. (BEAUVOIR, 1970 p.153)

Sobre a subordinação da mulher na sociedade Sardenberg e Costa (1994,p.81) afirmam que “A subordinação da mulher na sociedade, além de se manifestar como fenômeno milenar e universal, também figura como a primeira forma de opressão na história da humanidade”.

Teles (2003) discerne que no Brasil as mulheres também sempre foram subordinadas ao homem:

[...] De qualquer modo, o fundamental era que ela se colocasse de forma subalterna em relação ao homem, aceitando passivamente o que lhe fosse determinado. Dificilmente a mulher podia fugir a esses padrões. Caso houvesse desconfiança em relação ao seu comportamento ou a menina desse sinais de inconformismo ou rebeldia, procuravam encaminhá-la logo para o internato num convento. (TELES, 2003 p.19)

Não se pode falar em conquistas femininas sem falar do feminismo, pois foi através dele que as mulheres conseguiram várias conquistas. Sobre o movimento feminista Teles (2003) diz que:

O capitalismo se desenvolveu de modo diferente em cada país, mas em todos eles legitimou o mesmo regime patriarcal de dominação. As mulheres enfrentavam, em lugares diferentes, problemas similares de opressão. (TELES, 2003 p.37)

A partir do século XVIII com o advento do Iluminismo e da Revolução Francesa, teve início ao que se pode chamar de embrião do movimento feminista, devido ao colapso político que vivia a França, as mulheres se

Simone de Beauvoir (1908-1986) foi uma escritora, filósofa e feminista Francesa, foi uma das escritoras mais influentes do Ocidente, suas ideias estavam sempre ligadas a questões ligadas a independência da mulher e seu papel na sociedade.

(23)

encorajaram e começaram a questionar principalmente sobre sua posição política na sociedade e a forma de como elas eram submissas aos homens. Em 1759 surgiu na também na França o primeiro manifesto feminista que foi liderado por uma revolucionária e feminista a francesa Olympe de Gougesas, o manifesto surgiu logo após ela lançar a “Declaração dos direitos da mulher e da cidadã” que evidenciava a organização das mulheres para reivindicar sua cidadania e seus direitos na sociedade, neste mesmo ano Olympe ingressou no Cercle Social que era uma associação que tinha como objetivo principal a luta pela igualdade dos direitos políticos e legais para as mulheres, uma frase dela que ficou bastante famosa dizia “a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve igualmente ter o direito de subir à tribuna” . Devido a sua grande atuação na luta pelas mulheres em 1793 Olympe foi decapitada (TELES, 2003).

Ao identificar a subordinação da mulher como resultante do processo de socialização e estancamento do seu crescimento intelectual pela falta de incentivo à educação, Mary Wollstonecraft prenuncia o que se tornará uma das primeiras „bandeiras de luta‟ do feminismo: o direito a educação. Uma luta que será travada essencialmente por mulheres letradas, das camadas médias, burguesas, e que utilizarão como principal veículo para suas reivindicações a palavra escrita, através de livros e publicações em jornais literários, voltados para o público feminino. (SARDENBERG, COSTA, 1994 p.87)

Tal era o menosprezo às mulheres, consideradas seres inferiores, ou crianças, que as constituições latino-americanas do século XIX sequer proibiam o voto feminino, pois o título de cidadão era somente dado aos homens. Quando as mulheres resolveram, então, efetivar o direito do voto, algumas constituições sofreram algumas mudanças para estabelecer expressamente que a mulher não podia votar (TELES, 2003 p.40)

No Brasil um grande representante deste vertente é Nísia Floresta, ela foi educadora, escritora e poeta brasileira e é considerada uma das pioneiras do movimento feminista Junto com Bertha Lutz fundaram em 1922 a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino que tinha como objetivo lutar pelo sufrágio feminino e o direito das mulheres trabalharem sem precisar da autorização dos

(24)

seus maridos. Também nessa época surgem no Brasil jornais editados por mulheres, como afirma Teles (2003):

Em meados do século XIX surgiram no Brasil diversos jornais editados por mulheres, que, certamente, tiveram grande papel para estimular e disseminar as novas ideias a respeito das potencialidades femininas. Vários brasileiros recorriam à imprensa para informação e trocas de ideias sobre suas crenças e atividades. As feministas também lançaram mão desse recurso. (TELES, 2003 p.33)

O primeiro desses jornais que surgiram no Brasil foi chamado de “O jornal das senhoras”, saíram às ruas em 1852, e era editado por Joana de Paula Manso, ela era Argentina, mas vivia há muitos anos no Rio de Janeiro. Também segundo Teles (2003) “O Brasil foi o país latino-americano onde houve maior empenho do jornalismo feminista”. Em 1862 surgiu o Belo Sexo, que foi dirigido por Júlia de Albuquerque Sandy Aguiar, Teles (2003) também diz que em 1872 também no Brasil a proporção de mulheres alfabetizadas era de 29,3% no Rio de Janeiro, e de apenas 11,5% de toda população feminina brasileira.

Em 1920 aconteceu nos EUA o sufrágio feminino e as americanas enfim ganham direito ao voto. Em 1928 foi eleita uma prefeita no município de Lages no Rio Grande do Norte, a primeira da história do Brasil, Alzira Soriano de Souza. Também em 1928 as mulheres conquistam o direito de disputar oficialmente as provas olímpicas.

Apenas em 1932 o então presidente do Brasil Getúlio Vargas incorporou ao novo Código Eleitoral o direito de voto às mulheres e o Brasil foi o quarto país nas Américas a conceder o voto às mulheres. Nesta mesma época a nadadora Maria Lenk foi a primeira atleta brasileira a participar de uma olimpíada. Na França em 1948 a escritora Simone de Beauvoir publica o seu livro “O segundo sexo” que é uma análise da condição da mulher em vários aspectos da sociedade(DUARTE, 2003)

Logo essa primeira onda foi muito importante para dar a base para que o movimento feminista seguisse firme ao longo das décadas. (DUARTE, 2003) A segunda onda iniciou-se na década de 1960 após a segunda guerra mundial e tem como ideia principal a libertação da mulher para que seus diretos fossem

(25)

garantidos, e enquanto em outros países as mulheres estavam unidas lutando contra a discriminação sexual e pela igualdade de direitos.

No Brasil as mulheres tiveram que lutar pelos seus direitos na ditadura que se estendia no país no ano de 1964. Mas ainda assim a sexualidade, o direito ao prazer e o aborto forma temas bastante debatidos e reivindicados pelo movimento, “nosso corpo nos pertence” era o grande lema dessa época, o discurso sobre sexo, que antes era restrito a igreja começa a surgir em diferentes áreas do conhecimento, construindo assim novos conceitos e imagens sobre a mulher no mundo todo. (DUARTE,2003)

Beauvoir (1970, p.192) disse que “entre os tabus que dizem respeito à mulher em estado de impureza, nenhum é tão rigoroso quanto à proibição de relações sexuais com ela”. O planejamento familiar e o controle de natalidade passam a ser pensados e questionados, e nesse contexto que surge a pílula anticoncepcional trazendo um grande avanço para as mulheres que agora poderiam escolher quando engravidariam.

Na década de 1970 no Reino Unido é aprovada a igualdade salarial, na Argentina em 1974 Izabel Perón torna-se a primeira mulher presidente, em 1975 as Nações Unidas instituem o Ano Internacional da Mulher, após a conferência do México, no Brasil também em 75 surgem no Rio de Janeiro O Centro da Mulher Brasileira (CMB) e São Paulo o Centro de Desenvolvimento da Mulher Brasileira (CDMB), surgiu também o Movimento Feminista pela Anistia (MFA) que era presidido por Terezinha Zerbini, em 1976 acontece uma convenção contra todas as formas de discriminação contra a mulher a CEDAW, em 1984 a ginástica olímpica passa a fazer parte dos esportes olímpicos, a primeira Delegacia de Atendimento Especializado a Mulher (DEAM) surgiu em São Paulo em 1985 e várias outras são implantadas em outros estados brasileiros, a câmara dos deputados aprova o projeto de lei nº 7.353, que criou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Essa onda foi considerada um divisor de águas no movimento feminista pois foi uma época que as mulheres tiveram conquistas muito importantes que fortaleceram ainda mais o movimento. (NEGRÃO,2016)

(26)

A terceira onda surgiu no início da década de 1990 e se mantém até hoje. Alguns escritores chamam o feminismo de hoje de pós-feminismo, devido as novas formas de militância, como a internet, por exemplo. Nessa fase a proposta é a análise das diferenças, Louro(1999) apud Narvaz e Koller (2006) disse que “a fase surgida mais recentemente, a terceira geração do feminismo tem grande influência sobre os estudos de gêneros contemporâneos”.

A luta das mulheres que abraçam as bandeiras feministas não se resume simplesmente na conquista dos direitos constitucionais do gênero. Ao contrário, essa luta é muito mais ampla, posto que é a opressão e exploração da mulher também é muito mais ampla, assumindo várias facetas e formas, nem sempre facilmente identificáveis. Suas raízes são sociais e culturais e, portanto, para erradicá-las é necessário não somente uma transformação social, mas uma verdadeira revolução nos costumes e práticas: uma revolução cultural. (SARDENBERG, COSTA, 1994 p.108)

4.3 A mulher e a moda

Assim como na sociedade, em alguns períodos da história da moda também a mulher ficava em segundo plano, visto que quem tinha mais destaque era a moda masculina que era mais cheia de detalhes e mudava constantemente. Antes de entender um pouco dessa evolução que a mulher teve também na moda, é necessário conceituar e entender um pouco sobre o que é moda, de acordo com o dicionário Aurélio a palavra moda vem do latim modus, que significa modo, maneira.

Laver(1989) afirma que na Europa antiga “foi na metade do século XIV que as roupas, tanto masculinas quanto femininas, adquiriram novas formas e surgiu algo que já podemos chamar de “moda”.

Para Hollander (1996) “a moda vai muito além da roupa, passa a ideia de que um corpo é dotado de uma psique individual e de uma sexualidade particular, de juventude e maturidade únicas, um conjunto próprio de experiências e fantasias”.

(27)

Gilles Lipovetsky (1989) e outros pesquisadores franceses localizam a moda na transição da idade média e o renascimento, entre os séculos XIV e XV. Para eles foi nessa época em que realmente a moda começou a ganhar força como um fenômeno bastante abrangente. Na idade média as mulheres usavam vestidos compridos, e justos no busto, nos séculos XII e XIII elas colocavam redes nos cabelos e para cobrir o pescoço usavam véus e panos, tanto homens quanto mulheres usavam uma sobreveste copiada dos trajes dos cruzados. (LAVER, 1989)

Alguns momentos da história da moda serão destacados nos próximos parágrafos, tendo em vista a observação da relação do vestuário com a opressão feminina e algumas formas de conquistas das mulheres na moda. Observa-se ao longo da história da moda o uso de roupas volumosas que impediam a locomoção das mulheres nos espaços públicos, além de detalhes que comprimiam seu peitoral, causando dores e doenças às mesmas.

No final do século XVI as saias rodadas das mulheres passaram a ser rígidas e armadas com crinolinas que eram feitas de madeira, arame ou barbatana, também nessa época, mais precisamente em 1570 surgiu o rufo que primeiramente foi usado pelos homens e depois chegou até as vestimentas femininas e de acordo com Laver (1989) ele surgiu de um cordão que amarrava a extremidade superior da camisa “Bastava apertar bem o cordão e um rufo incipiente passava a existir

Apesar das mulheres também começarem a usar o rufo, sempre tinha outro elemento no traje feminino a ser notado.

O “princípio da sedução”, como foi chamado, é uma tentativa de explorar os encantos femininos de quem usa a roupa, como, por exemplo, o decote. As mulheres desejavam usar um rufo para mostrar seu status na sociedade: queriam também ser atraentes como mulheres. (LAVER 1989 p.93)

Devido a esse “princípio da sedução” surgiu o “Compromisso elisabetano” que abriu o rufo na parte da frente deixando o colo feminino exposto, permitindo que se elevasse em asas de gaze atrás da cabeça, dando assim um efeito mais alongado a silhueta feminina, essa foi uma grande tendência dominante

(28)

durante a era de reinado da Rainha Elisabeth (Figura 1). O corpete que formava a frente da blusa era endurecido com tela engomada ou papelão e mantido no lugar por barbatanas feitas de madeira. (LAVER, 1989)

Figura 1 – Gola rufo

Fonte: Laver,1989, p. 92

No século XVII temos a França e não mais a Espanha influenciando a moda nos demais países da Europa. O traje feminino consistia em corpete, anáguas no lugar das crinolinas e beca. O corpete era extravagante, armado, decotado e era amarrado com uma fita de seda na frente e essa parte era coberta por um piece ou plastron, as mangas eram grandes e bufantes, a saia era formada por duas saias, a de cima era drapeada para revelar a de baixo, a gola passou a ser caída e foi ficando cada vez mais sofisticada, com as bordas em rendas caríssimas. Durante o reinado de Carlos II, na vestimenta feminina as cinturas em formato de ponta “V” foram ficando cada vez mais apertada com o passar dos anos, tanto na vestimenta feminina como na masculina deste período, utilizou-se bastante de laços, fitas, armações, rendas e bordados. (LAVER, 1989)

No século XIX, Laver (1989) disse que talvez em nenhuma época entre os tempos primitivos e a década de 1920, as mulheres tenham usado tão pouca roupa como no início do século XIX”. A França e Inglaterra eram quem ditavam

(29)

a moda, e lá um traje feito uma camisola que chegava até os tornozelos e extremamente decotada era o que se estavam usando as mulheres, os rufos tinham voltado também e com essa volta dos rufos veio a paixão por xales, as mulheres que sabiam usar o xale era tida como uma mulher elegante, nessa época o xale era uma peça essencial para toda mulher. A moda feminina nesse período também não houve grandes revoluções, apenas a volta dos espartilhos e das cinturas que ficavam cada vez mais finíssimas, mas nada que fosse dar mais liberdade para a mulher.

Em 1851 Amélia Bloomer visitou a Inglaterra e tentou convencer as mulheres a usarem um traje mais sensato, ele era uma versão simplificada do corpete que estava em voga, uma saia que ficava logo abaixo do joelho e abaixo da saia vinha uma calça turca volumosa (figura 2) geralmente com um babado de renda.

Essa modesta tentativa de reformar os trajes femininos provocou uma explosão quase inacreditável de agitação, gracejos e censura. O que podemos chamar de complexo das calças veio à tona. As mulheres estavam empenhadas, ao que parecia, em “usar as calças”, e o homem de meados do período vitoriano considerava tal atitude em um ataque ultrajante à sua posição privilegiada. (LAVER 1989, p.182)

Figura 2 – O traje proposto por Amélia Bloomer

(30)

Devido ao grande tumulto que essa revolução nos trajes femininos estava causando, as mulheres tiveram que deixar de usar essa vestimenta para evitar mais violência, visto que elas estavam sendo bastante atacadas pela sociedade e principalmente pelos homens que se sentiram ofendidos com o uso dessas roupas pelas mulheres.

Por volta dos anos 1890 as anquinhas haviam desaparecido de vez no guarda roupa feminino, como também os drapeados nas saias, e os vestidos passaram a ser lisos e cortados enviesados, pois se ajustavam melhor aos quadris. As saias eram compridas e em formas de sino com uma calda. Assim a bicicleta tornou-se bastante popular as mulheres sentiram a necessidade de usar roupas mais leves e confortáveis para pedalar, e aí adotaram as calças (figura 3), a peça que foi proposta por Bloomer na década de 1850, foi adotada por uma grande maioria feminina. (LAVER, 1989)

O ciclismo foi um grande símbolo de empoderamento e emancipação feminina moda, pois quebrou totalmente a silhueta feminina de tantos séculos dando mais liberdade ao corpo feminino. Portanto esse traje não foi bem aceito na sociedade, mas dessa vez as mulheres não deram atenção as críticas e continuaram a usar tais peças.

Figura 3 – Vestido para ciclismo

(31)

No século XX a moda começou a ser dividida por décadas, começando pela década de 1910, onde ocorreram grandes mudanças na moda feminina, como o desaparecimento do espartilho e grandes revoluções estéticas. Na vestimenta feminina as saias ficaram estreitas na barra tendo um resultado de saia afunilada (figura 4) que impossibilitava a mulher de dar passos maiores que cinco ou oito centímetros, e para evitar que as saias fossem rasgadas usava-se tiras largas de cadarço entre as pernas (Figura 5), fazendo com que seus passos ficassem curtos. (LAVER, 1989)

Figura 4 – Vestidos com saia afunilada

Fonte: LAVER 1989, p.224

Figura 5 – Tiras usadas com os vestidos

Fonte: LAVER 1989, p.224

Após a guerra na década de 1920, as saias ainda eram compridas, mas a silhueta ganhou forma de cilindro (Figura 6) devido ao desaparecimento da

(32)

cintura com o estilista Paul Poiret, o estilo andrógeno esteve em voga para as mulheres, que usavam em seus bustos achatados dando aparência de busto masculino. Nessa época uma grande estilista que fez sucesso com suas formas limpas e retas foi Coco Chanel que propagou em sua estética a liberdade feminina através de suas roupas, um grande símbolo dessa época foi o cabelo que como define Hollander(1996):

A afirmação sexual por meio dos cabelos tornou-se opcional para as mulheres – elas podiam balançá-los, jogá-los para trás e mostrar sua vitalidade, como os homens haviam feito, em vez de carregá-los publicamente como um acessório feminino extra, belo, rebelde e com necessidade constante de controle estrito. (HOLLANDER 1996, p.187)

Figura 6 – Vestidos da década de 1920

Fonte: Laver, 1989 p.231

Vestidos com tecidos leves, cintura baixa, franjas marcaram a época, nos anos 30 a elegância veio mais refinada e as formas do corpo feminino passou a ser mais valorizadas, vestidos justos e retos, cortes enviesadas e decotes profundos nas costas (Figura 7) forma grandes características dessa época, Laver(1989, p.241) diz que “Possivelmente, tais roupas decotadas nas costas tiveram algo a ver com a evolução dos trajes de banho”.

(33)

Figura 7 – Vestido de noite da década de 1930

Fonte: LAVER 1989, p.243

A década de 1940 é definida por Laver(1989) como a era do individualismo, influenciadas pelos efeitos da guerra a moda tinha como palavra de ordem a simplicidade, os vestidos tinham muitas pregas e drapeados, volumes sobre os ombros, justos na cintura e com saias que se abriam a partir da cintura. As formas eram de ombros quadrados retas, cortes remetendo aos trajes masculinos, por muitas vezes parecidos com fardas (Figura 8).

Figura 8 – Vestimenta feminina na década de 1940

(34)

A década de 1950 trouxe de volta a as características de feminilidade que a mulher havia perdido na década anterior, a beleza passou a ter grande importância assim que terminou a escassez de cosméticos do pós-guerra, um grande marco dessa época foi o New Look(Figura 9) criado por Dior. Nesta peça eram utilizados vários metros de tecidos para confecção de cada vestido ou saia, foi uma época de muito luxo. Utilizavam-se muitas peles, cashmere, mohairs e muitas jóias. (LAVER,1989)

Figura 9 – New Look Dior

Fonte: https://br.pinterest.com

Veio a década de 1960 e pela primeira vez a moda começou a concentrar-se nos adolescentes, Laver(1989) explica que as roupas da década de 60 estabeleceram uma nova tendência “Duras e geométricas, eram eróticas no quanto desnudavam (ou quase) o corpo”. A grande vedete dessa década foi a minissaia (Figura 10) criada por Mary Quant em 1965, que chegaram à altura das coxas, os decotes foram se aprofundando, transparências, vestidos tubinho, linhas retas, a moda agora começava a ser percebida nas ruas, os jovens estavam se libertando cada vez mais daquele modelo de moda que sempre foi ditado por alguém e como consequência disto a alta costura perdia cada vez mais espaço no mundo.

(35)

Figura 10 – Minissaia

Fonte: https://br.pinterest.com

O impacto do movimento feminista e a necessidade de volta à natureza que as mulheres tinham, de estar mais conectada com o natural, levar uma vida mais simples foi um grande influenciador da estética dos anos 1970 (Figura 11). As pessoas se distanciaram mais da vida urbana e passaram a viver em comunidades rurais onde elas produziam seus alimentos de um jeito que fosse mais natural, e consequentemente esses hábitos influenciaram a moda, roupas com tecidos rústicos, explosão de cores, vestidos longos, curtos, soltos, essa década foi marcada pela técnica do “faça você mesmo” que foi bem característico do movimento hippie surgiu também nessa década, e assim as mulheres estavam cada vez mais lutando para conquistar seus lugares na sociedade.(LAVER,1989)

(36)

Figura 11 – Vestimenta da década de 1970

Fonte: http://www.ideafixa.com

O início da década de 1980 foi a febre da geração saúde e da ginástica aeróbica entre as mulheres, roupas de lycra, sapatilhas, polainas, cores cítricas, excesso de brilho (Figura 12). Duas mulheres que foram influenciadoras dessa época foi a cantora Madonna com seus figurinos ousados e irreverentes e também a cantora Cyndi Lauper que traduzia em suas roupas o espírito jovem e adolescente da época. As mulheres adultas e mais clássicas se inspiravam na princesa Diana (Figura 13) que foi uma grande mulher que influenciou essa época tanto na moda como também na sociedade. Na década de 80 surgiu também o movimento punk (Figura 14), que vem como um movimento de contracultura e antimoda e influenciou também a moda dos anos 80, os cabelos eram moicanos coloridos, roupas rasgadas, tons escuros, sapatos extravagantes, broches e couro fizeram parte da estética punk. Abanda punk de grande sucesso foi Sex Pistols, na moda a estilista que propagou o estilo punk foi Vivienne Westwood (Laver, 1989 p.278)

(37)

Figura 12 – Roupas de lycra

Fonte: https://moda.terra.com.br

Figura 13 – Estilo clássico da princesa Diana

(38)

Figura 14 – Estilo Punk

Fonte: http://tvitape.com.br

Na década de 90 o estilo Grunge (Figura 15) foi o grande influenciador da moda e no comportamento dos jovens, as calças jeans despojadas, largas, camisas xadrez, e camisas de banda foram as grandes vedetes dessa época. A moda ficou bastante minimalista nos anos 90, sem muitas misturas de cores, modelagens largas e parecidas tanto feminina quanto masculina, a banda que fez bastante sucesso foi a banda de rock Nirvana. (FRANCHIN, 2012)

Figura 15 – Estilo Grunge

(39)

Em resumo, todos esses acontecimentos na moda em cada década foram essenciais para a construção do estilo da mulher moderna que vemos atualmente, mulher ousada, decidida e que sabe o que quer quando se fala também em moda.

A mulher contemporânea em pleno século XXI pode perpassar por todas as épocas da história da moda, com suas nuances ressignificadas, com liberdade. Tendo em vista este cenário da história da moda e dos aspectos relacionados a identidade feminina e lutas femininas, observa-se que a mudança da vida privada para a pública foi um dos motores das lutas das mulheres na sociedade, saindo do espaço doméstico para o espaço público logo a coleção visou destacar o espaço público urbano e a constituição da cidade em sua forma mais pura, onde fios, muros, concreto mistura-se a arte.

(40)

5 A Coleção

Seguindo a metodologia de Sanches (2008) já descrita nesse projeto, abaixo está o quadro resumido de fases onde se encontra descrito todas as etapas para concepção da coleção e também o mix de produtos que delimita a proposta da coleção e se divide entre básico, fashion e vanguarda, podendo ser alterada de acordo com o conceito da coleção. No caso desta coleção ela foi dividida apenas entre peças básicas e vanguarda.

Quadro 1- Fases de planejamento

Fonte: Própria (2017)

O mix de moda delimita a proposta da coleção, ou seja como ela vai se dividir, se é em básico, fashion e vanguarda. De acordo com estas informações a coleção foi delimitada da seguinte forma:

Planejamento Geração de

alternativas

Avaliação de detalhamento Produção

Nesta fase, foram feitas coletas de dados a partir da bibliografia disponível em livros e em sites online sobre os conceitos de moda e sustentabilidade, a mulher e a moda e também sobre joias contemporâneas. A partir do material escolhido (câmara de ar de pneu) houve a necessidade de estudar o material para uma melhor compreensão para poder serem geradas as alternativas, que foram feitas a partir dos painéis (semântico, público alvo e referências visuais).

A partir do material recolhido (câmara de ar de pneu), houve a necessidade de limpar o material, pelo fato dele vim de doações de borracharias e ser um material que já foi utilizado, após esse processo começaram as experimentações. Depois de definidas as formas e materiais complementares, foi feito o corte da câmara para que ela ficasse aberta e a partir

daí serem

recortadas as formas dos acessórios

(41)

Quadro 2- Mix de produtos

Anel Bracelete Colar Brinco Cinto

Básico 1 1 2 2 1

Vanguarda 1 2 -

Total 10

Fonte: Própria (2017)

5.1 Conceito

A definição do conceito dessa coleção surgiu a partir da necessidade de fazer um produto sustentável com o material que é descartado inadequadamente no meio ambiente como a câmara de ar de pneu, para isso foi pensado em um produto sem tempo de sazonalidade, que impulsione o consumo consciente e ainda traga empoderamento para as mulheres que usarão as peças, a partir daí foi pensado no Slow Fashion que busca exatamente o conceito de moda consciente sem afetar em demasia o meio ambiente. A partir disso foram geradas palavras chaves para definir melhor o significado do conceito da coleção.

Quadro 3- Conceitos

Fonte: Própria (2017)

Características Conceitos

Atemporal

Conceitual Minimalismo, arte

que se adequa

Sustentável

Empoderador Movimento,

feminino,urbano Design, slow fashion

(42)

Após a realização do brainstorming os conceitos utilizados na coleção serão: Minimalismo, slow fashion, reuso, feminino, urbano.

5.2 Painéis Semânticos 5.2.1 Painel do público alvo

Figura 16 – Painel de público

Fonte: Própria (2017)

Esta coleção destina-se a mulheres jovens ou de espírito jovem que buscam nos acessórios transparecer a sua personalidade, gosta de peças mais descoladas e que não seja obsoleta, mulheres que trabalham ou estudam design, arquitetura, teatro que são engajadas em projetos sociais que envolvem sustentabilidade.

(43)

Vive em uma cidade agitada, sem mar, consegue ver poesia no caos metropolitano e está sempre rodeada de grafites e intervenções urbanas, gosta de ter esse tipo de arte também em sua casa, pois gosta de cerca-se de referências do lugar em que vive. Seu apartamento é branco ou sempre em tons claros, mas ela sente necessidade de colorir as paredes com quadros, fotos e livros em estantes.

Não tem muito tempo para fazer uma super produção na hora de se vestir, então opta sempre pelo básico, as cores mais recorrentes no seu guarda roupa são preto, branco, cinza, marinho e cru, tem uma peça conceitual escolhida para quebrar o seu minimalismo, uma jaqueta de couro que ela tem a um bom tempo e adora sempre cai bem, é uma consumidora consciente, por isso compra apenas o que lhe é necessário, ama jeans! Assim como a decoração de sua casa o diferencial do figurino fica restrito aos acessórios: um tênis personalizado, uma bolsa com design surpreendente, um colar, brinco ou anel descolado. Gostam e admiram construções retas, simples e simétricas, que sejam harmônicas. Quando tem animais, gostam de animais que sejam independentes como um gato ou um peixe. Nos finais de semana para relaxar gosta de por sua casa em ordem, embalada sempre por uma boa música, a sua banda favorita é Pink Floyd. Quando decide sair procura por programas culturais, teatros, museus e cinemas estão entre seus lugares preferidos para visitar gosta de conhecer outras culturas por isso ela viaja bastante também. Antenada, procura sempre utilizar as redes sociais para saber tudo que está acontecendo no mundo, também lê os jornais da sua cidade, pois ainda gosta do modo antigo de saber das notícias. Tem livros de arte pela casa, curte design assinado em peças inusitadas, quando praticam esportes é pensando sempre na saúde e sempre o faz em locais fechados como academias bem aparelhadas.

(44)

5.2.2 Painel do tema

Figura 17 – Painel de tema da coleção

Fonte: Própria (2017)

A escolha do tema dessa coleção partiu de como se deu o crescimento das mulheres na sociedade e tudo que contribuiu para hoje ela ser essa mulher empoderada que pode conquistar tudo que ela quiser.

Mulher que se empodera no dia a dia, no cinza dos concretos da cidade se reinventa a cada dia e que presta atenção em cada detalhe da sua vida, mulher que luta todos os dias para ser reconhecida, mulher que cresce e ganha cada vez mais destaque na sociedade.

A partir destas características a coleção foi nomeada Coleção Selva de Pedra. O release abaixo trará a narrativa dos simbolismos retratados nesta coleção, representado pelo painel de referências visuais.

(45)

5.2.2.1 Release da coleção

Coleção Selva de Pedra

No concreto da cidade em que vive, ela se empodera! No caos urbano, ela se empodera!

Nos detalhes do dia a dia ela se empodera! Mesmo vivendo uma selva de pedra. Ela se empodera!

O empoderamento feminino é destacado na representação das ruas para as mulheres, que durante muito tempo eram confinados ao espaço privado e agora graças a revolução feminina que está acontecendo em várias áreas, destaca-se nas ruas por onde passam, tomando o espaço público, saindo às ruas, mostrando a cada dia suas conquistas e lutas em constante transformação. Essa mulher empoderada está nas ruas lutando pelos seus direitos e oportunidades de destaque na sociedade. As ruas também simbolizam a selva, um espaço com obstáculos e desafios.

A coleção de acessórios Selva de pedra foi desenvolvida para uma mulher decidida que sabe o que quer, mulher que se empodera no dia a dia na sua cidade agitada, mulher que é e que faz mil e uma coisa ao mesmo tempo, que vive na correria cotidiana e quer simplificar a vida, mas sem perder o seu estilo e sem se preocupar se o acessório que ela está usando está ou não na moda. As peças são 100% feita a mão, tem um design com formas simples, minimalistas, geométricas mas que são sempre atuais. A principal fonte de inspiração foi a geometria dos prédios, viadutos da cidade, até um simples emaranhado dos fios no poste de eletricidade serviu de inspiração.

Por isso é uma coleção criada para uma mulher moderna, livre e desapegada ao poder que um acessório de luxo pode dar para algumas mulheres.

(46)

5.2.3 Referências visuais

Figura 18 – Painel de referências visuais

Fonte: Própria (2017)

De acordo com o conceito e o release da coleção as peças serão inspiradas em elementos do cotidiano vivido por essa mulher na cidade em que ela mora, uma conexão de cabos e energia que liga as cidades, iluminando o espaço urbano. Espaço público que faz com que ela se sinta empoderada dia a dia, por ser uma mulher independente, forte, enfim ações como parar em um semáforo, atravessar em uma faixa de pedestres, passar por um viaduto com pinturas e grafites de artistas locais e ela fica encantada com a beleza que isso dá para sua cidade. É a poesia urbana x vida urbana, tudo que rodeia e faz parte da rotina dessa mulher no caos da cidade concretada.

(47)

5.3 Materiais Utilizados

Nesta sessão serão apresentados os tipos de materiais a serem utilizados na confecção das peças da coleção.

Para confecção das peças foi escolhido a câmara de ar de pneu por ser um material que tem uma beleza e textura que se assemelha ao couro, que tem um tempo de decomposição indeterminado e também por se tratar de um material que quando descartado na natureza liberam gases tóxicos que contaminam o solo e fazem outros inúmeros estragos. Esse material foi conseguido nas borracharias de Caruaru- PE, então em vez de ser descartado no meio ambiente ele foi doado para ser feita a confecção da coleção. Para complementar a composição das peças foram utilizadas também tachinhas de metal.

O processo de confecção foi bem simples, primeiro foi feita a higienização da câmara de ar com álcool e depois ela foi cortada ao meio para daí serem cortadas as peças da coleção.

Figura 19 – Câmara de ar

(48)

Figura 20 – Câmara de ar

Fonte: Própria (2017)

Existe uma marca japonesa que também trabalha com esse tipo de material, o trabalho deles é com bolsas, sapatos e também alguns acessórios, a Seal Brand (figura 21) é a prova que dá sim para fazer um produto bonito e de qualidade através de um outro produto que pode ser reciclado e virar lindas peças.

Figura 21 – Bolsa da Seal Brand

(49)

5.4 Gerações de alternativas

A partir do painel de referências visuais foram feitos alguns esboços e escolhidos os que compuseram a coleção.

Figura 22 – Geração de alternativas

(50)

Figura 23 – Modelo 1

(51)

Figura 24 – Modelo 2

(52)

Figura 25 – Modelo 3

(53)

Figura 26 – Modelo 4

(54)

Figura 27 – Modelo 5

(55)

Figura 28 – Modelo 6

(56)

Figura 29 – Modelo 7

(57)

Figura 30 – Modelo 8

(58)

Figura 31 – Modelo 9

(59)

Figura 32 – Modelo 10

(60)

5.5 Fichas Técnicas

Coleção: Selva de Pedra

Designer:Renata Trajano

Descrição do Modelo: Modelo: Colar 03

Dimensões: Materiais:

41 cm de comprimento total Câmara de ar e tachas de metal 30 cm 42 cm 14,5 cm cm 11 cm cm 12 cm 16 cm cm 11,5 cm cm

(61)

Coleção: Selva de Pedra

Designer: Renata Trajano

Descrição do Modelo: Modelo: Cinto 08

Dimensões: Materiais: Uma tira inteira de 1 m e 24 cm Câmara de ar e 4,8 cm de largura tachas de metal

(62)

Coleção: Selva de Pedra

Designer:Renata Trajano

Descrição do Modelo: Modelo: Anel 05

Dimensões: Materiais: 6 cm de diâmetro Câmara de ar

(63)

Coleção: Selva de Pedra

Designer:Renata Trajano

Descrição do Modelo: Modelo: Bracelete 06

Dimensões: Materiais:

32,2 cm de comprimento Câmara de ar e 4,8 cm de largura argola de metal

(64)

6 Produtos

6.1 Produtos Finais

Figura 33 – Produto final 1

(65)

Figura 34 – Produto final 2

(66)

Figura 35 – Produto final 3

(67)

Figura 36 – Produto final 4

(68)

7 Considerações Finais

A partir dessa pesquisa foi possível observar uma forma reutilizar materiais, dando uma outra função e transformá-lo em um artefato diferente da função para qual ele foi criado inicialmente, nesse caso a câmara de ar, que tem uma estética semelhante ao couro e por isso pode ser trabalhado com um resultado semelhante, não remetendo ao material que normalmente é descartado.

Com a peça final produzida, os objetivos gerais e específicos da coleção foram atendidos, principalmente o foco projetual idealizado nesta coleção, um material que normalmente não é considerado material nobre, mas que quando aplicado o conceito à peça final pode ser considerada um acessório contemporâneo, com valor de conceito de joia contemporânea, justamente pelo diferencial que é o material utilizado.

A coleção foi toda cortada e produzida manualmente justamente para garantir a unicidade de cada peça para que cada peça tivesse o seu corte único tornando-a ainda mais especial e exclusiva, e especificamente sustentável, onde todos os processos realizados foram manuais, mas uma outra opção para o corte poderia ser o laser.

A mudança na mentalidade na forma de produção dos designers é um agente transformador para os que querem agregar valor simbólico de responsabilidade social às suas criações, para que cada vez mais a sustentabilidade seja um conceito que pode ser aplicado, e não só tratada como marketing para muitas empresas e passe de fato a ser uma grande tendência e aposta no mercado da moda.

(69)

Referências

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Fatos e mitos (Vol.1). 4.ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1970.

BERLIM, Lilyan. Moda e sustentabilidade: uma reflexão necessária. São Paulo: Estação das Letras e Cores Editora, 2012.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: Feminismo e Subversão da Identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

DUARTE, Constância L. Feminismo e Literatura no Brasil / Constância Lima

Duarte – São Paulo 2003 disponível em

http://www.scielo.br/pdf/ea/v17n49/18402.pdf acesso em 05 de Junho de 2016. FAGGIANI, Kátia. O poder do Design: da ostentação à emoção. Brasília: Thesaurus, 2006.

FLETCHER, Kate, GROSE, Lynda. Moda & sustentabilidade: Design para a mudança– São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011.

FRANCHIN, Silvia. A moda das Décadas / Silvia Franchin disponível em http://nadafragil.com.br/a-moda-das-decadas/ acesso em 15 de Junho de 2016. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. – 6.ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GOLA, E. A jóia: história e design. São Paulo: Editora Senac, 2008.

HOLLANDER, Anne. O sexo e as roupas a evolução do traje moderno. São Paulo: Editora Rocco, 1996

LAVER, James. A roupa e a moda: Uma história concisa / James Laver. – São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

LIPOVETSKY, Giles. O Império do Efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas / Giles Lipovetsky. – São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Referências

Documentos relacionados

Da Competência Tributária 4.1 Características da Competência Tributária 4.2 Competência Tributária da União Federal 4.2.1 Imposto de importação de produtos

Here, we aim to understand how expression of RA degradation enzymes (Cyp26) can be correlated with RA distribution and functions during amphioxus (B. lanceolatum)

A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação

Na apropriação do PROEB em três anos consecutivos na Escola Estadual JF, foi possível notar que o trabalho ora realizado naquele local foi mais voltado à

Dessa forma, diante das questões apontadas no segundo capítulo, com os entraves enfrentados pela Gerência de Pós-compra da UFJF, como a falta de aplicação de

Nesse contexto, quando o indivíduo age de acordo com o princípio da utilidade, ele cuida de si mesmo através do cultivo da sua natureza humana esse cultivo é a expressão do amor

No submenu das “Notificações Submetidas” aparecem listadas todas as notificações, que foram submetidas no sistema mas que ainda não transitaram de etapa para “Notificações

Utilizar técnicas para avaliar a capacidade de armazenamento de água, tal como curvas de retenção de água para cada tipo de solo da propriedade.. Considerar outras técnicas