• Nenhum resultado encontrado

INDICADOR DE QUALIDADE AMBIENTAL URBANA PARA O MUNICÍPIO DE VITÓRIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "INDICADOR DE QUALIDADE AMBIENTAL URBANA PARA O MUNICÍPIO DE VITÓRIA"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

INDICADOR DE QUALIDADE AMBIENTAL URBANA PARA O

MUNICÍPIO DE VITÓRIA

Fábio Márcio Bisi Zorzal (1)

Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES (1997). Adesguiano pelo XVII CEPE - ADESG/ES (1996). Mestre em Ciências em Engenharia Ambiental pela UFES (1999). Professor da Universidade Tuiuti do Paraná.

Robson Sarmento

Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da UFES (1969). Master of

Science COPPE/RJ (1971). Doctor of Philosophy Manchester

University, Inglaterra (1979). Professor Adjunto 4 do Departamento de Hidráulica e Saneamento e do Programa de Mestrado em Engenharia Ambiental, ambos do Centro Tecnológico da UFES.

Alexandre José Serafim

Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da UFES (1969). Especialista em Engenharia Ambiental, M.Sc., Ph.D.. Professor Titular do Departamento de Hidráulica e Saneamento e do Curso de Mestrado em Engenharia Ambiental do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo.

Endereço(1): Av. Jerônimo Monteiro, 926 - apto.101 - Glória - Vila Velha - ES - CEP:

29123-001 - Brasil - Tel: (027) 229-4850 - Fax:: (027) 339-9447 - e-mail: fzorzal@npd.ufes.br

RESUMO

O desenvolvimento sócio-econômico vem acontecendo de forma acelerada, tendo influência decisiva na Qualidade de Vida da população da Grande Vitória. Até a presente data, não foi realizado nenhum estudo que tenha quantificado esta qualidade de vida, que é o objetivo deste trabalho. Através dos indicadores foi possível medir a situação atual do contexto urbano do Município de Vitória, que é a Capital e epicentro deste cenário.

Utilizando-se de informações existentes a partir de 1993, e atualizadas até 1998, e metodologia adequada, foi possível obter o Indicador de Qualidade Ambiental Urbana para o Município de Vitória como sendo 77% (sessenta e sete por cento), refletindo a realidade de um modelo inédito, composto de diversos indicadores validados no Brasil e no mundo, além de outros criados durante a realização deste trabalho.

O indicador se refere a cada bairro, num total de 74 (setenta e quatro), como também para as 7 (sete) Regionais Administrativas da Prefeitura Municipal de Vitória. Portanto, estes indicadores formam um instrumento de fundamental importância para o planejamento ambiental urbano, auxiliando as decisões das autoridades competentes.

Este trabalho não termina aqui, ele poderá ser continuado em outra oportunidade em função da disponibilidade de novas informações deste Município, como também estendido e aplicado para outras regiões daquele Estado, quiçá do País.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão Ambiental, Política Ambiental, Administração Urbana,

(2)

INTRODUÇÃO

Preocupado com o meio ambiente, o homem encontrou várias formas de se defender contra fenômenos naturais ou antrópicos, dentre elas, tomar determinados parâmetros para medir a qualidade de vida de algumas espécies. Consegue-se medir a tolerância ou sobrevivência de várias espécies em função da concentração a que estão submetidas. Isso, no entanto, torna-se inoportuno quando se trata do homem, já que, por sua natureza social e espiritual, busca outros valores além de suportar determinados fenômenos externos. A qualidade de vida, a satisfação pessoal, as perspectivas futuras ou mesmo a eterna busca pela felicidade, são valores subjetivos que só encontram-se na espécie humana.

Num ambiente onde os indivíduos vivem intensa mobilidade, mudanças econômicas e stress social, configurando verdadeira disputa pelos melhores espaços para se viver, torna-se importante retratar o lugar em que moram ou trabalham, enfim, onde passam a maior parte de suas vidas. Porém, a diversidade de situações sócio-econômico-culturais dificulta uma abordagem científica capaz de traduzir a realidade de forma abrangente e completa.

Para interpretar a realidade, o homem desenvolveu modelos diversos, adaptáveis às diferentes áreas do conhecimento humano, tal qual a Engenharia da Qualidade, que se estabelece a partir das técnicas do TQC – do inglês, Total Quality Control. Ela é hoje, instrumento de destaque nas principais empresas que almejam alcançar a melhoria na qualidade de vida, no ambiente de trabalho, como também de seus produtos ou serviços. Mais ainda, sabendo-se do potencial evidente que algumas dessas empresas têm em poluir tanto seu entorno, como estando elas próprias no epicentro destes acontecimentos, foram também previstos modelos e normas reguladoras desta situação, todos estabelecidos no SGA – Sistema de Gestão Ambiental. Ficou melhor definido o papel do Engenheiro Ambiental.

Se, no SGQT - Sistema de Gestão da Qualidade Total - tornou-se prática comum a cobrança efetiva da qualidade pelos usuários ou consumidores dos produtos e serviços dos envolvidos, qual seja, o mercadológico, no SGA – Sistema de Gestão Ambiental, os fatos passaram a ser encarados como forma exigência da Norma Técnica. Mesmo porque, não é tradição as empresas investirem seus recursos nas áreas que não sejam a produtiva, sem que haja algo de caráter impositivo, qual seja, o legal.

JUSTIFICATIVAS

Na implementação dos SGA, os Indicadores de Desempenho Ambiental ocupam lugar de destaque, tendo em vista servirem de instrumento de medida que caracterizará diferentes estágios de desenvolvimento naquilo para os quais foram concebidos. Assim, uma das maneiras mais simples de caracterizar ou retratar determinada realidade é sob a forma de um índice, ou seja, um número. Um simples número pode representar se determinado ambiente é favorável ou não ao bem-estar daquele ser humano ou daquele grupo social, respeitadas, evidentemente, as individualidades e anseios de cada um.

(3)

Nesse contexto é inserida a vida urbana da população. Visando a avaliar a qualidade ambiental do Município de Vitória, buscar-se-á um número que seja reflexo da análise de vários indicadores, já existentes ou não. A escolha deste município se deve a sua maior relevância no contexto capixaba. Além de tratar-se da Capital do Estado, é o município que mais sofre a ação dos movimentos econômico-sociais.

Ademais, este município contempla em seu território um grande número de ativos imobilizados e duas das quatro maiores empresas do Estado, podendo atender aos investimentos necessários à comunidade. Também a existência de vasto material de consulta, acesso ao material bibliográfico nos órgãos competentes1 associados ou indiretamente interessados no projeto de pesquisa é fato que não se repete nos demais municípios do Estado.

Importa ressaltar que a utilização de indicadores para retratar a qualidade de vida em Vitória encontra interesse inclusive em autoridades locais2, cientes da importância dos números como instrumento de mensuração entre diferentes épocas e situações, em especial, no que diz respeito ao meio ambiente.

Portanto, além de medir o desempenho ambiental, estes indicadores servem como um instrumento para assessoria de meio ambiente, estabelecem as ações necessárias para atingir as metas ambientais em diversas instituições públicas e privadas, e ainda, para comunicação com as partes interessadas incluindo a comunidade. Enfim, trata-se de um eficiente instrumento de planejamento para o assessor de meio ambiente dessas instituições.

OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é apresentar e aplicar, por meio de indicadores, uma metodologia para avaliar a qualidade de vida de uma região urbana, qual seja o Município de Vitória, criando um índice que retratará o perfil desse ambiente avaliado. Para isso, estabeleceram-se outros objetivos, aqui chamados de específicos, que tratam da obtenção dos índices e da aplicação dos indicadores como ferramenta de gestão.

Ainda, serão feitas comparações entre micro-regiões, no caso particular, comparar os bairros entre si. Portanto, saberemos qual a situação de um bairro em relação ao outro, mesmo que intuitivamente isto já seja conhecido, confirmando, novamente, a necessidade em se empregar indicadores. Além disso, agrupar os dados obtidos para os bairros, nas Regionais3 - divisões geopolíticas criadas pela gestão municipal - será uma segunda forma de tratamento dos dados, verificando como os recursos estão sendo destinados e aplicados nas “Regionais”.

1 Prefeitura Municipal de Vitória, Instituto Jones dos Santos Neves, Departamento Estadual de Estradas de

Rodagem, Companhia Espirito Santense de Saneamento, Espirito Santo Centrais Elétricas SA, dentre inúmeras outras instituições e empresas públicas e privadas.

2

Pronunciamento do Prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, no início da execução das obras de drenagem do bairro Santa Lúcia, promovido pela Prefeitura Municipal de Vitória.

3 Há, em Vitória, sete Regionais com política e infra-estruturas próprias de resolução de seus problemas,

(4)

ESTADO DA ARTE

A origem deste trabalho encontrou-se no último Congresso ABES através de discussões entre os autores. Dispostos a estabelecer quantitativamente qual era a qualidade ambiental, por sua vez um item da qualidade de vida, do zoneamento urbano da Região da Grande Vitória, buscaram uma metodologia científica que abonasse o trabalho.

Através de intensa pesquisa científica e conveniente aplicação tecnológica deu-se o resultado, qual seja, um número que identifica a qualidade ambiental urbana para o Município de Vitória. Para isso, primeiramente procurou-se definir o que seja Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida, ambos conceitos muito discutidos. Definiu-se Desenvolvimento Sustentável como sendo “a vitalidade da saúde ambiental, econômica e cultural a largos termos”, enfatizando “largos termos” como sendo a compatibilização do bem-estar ambiental, financeiro e social. É o que propôs o encontro “Seatle Sustentável” em 19934.

Quanto a Qualidade de Vida, definida no mesmo documento anterior e já contextualizado no meio urbano, ficou definido como o resultado da maior ou menor satisfação e felicidade dos indivíduos como reflexo do entorno urbano, proposto por Campbel, Converse e Rodgers em 1976, contudo inserindo a variável psico-social, a representatividade da saúde, da educação, do meio ambiente, entre diversos outros. Esta segunda parte foi proposta por Dominguez e Pol em 1987.

Como elo de ligação entre os temas anteriores surge o conceito de Indicadores. No dicionário, Indicador é o que indica, o que dá a conhecer; Indicar é o que se mostra, o que se determina as causas de algum fenômeno. Índice é o valor matemático dado à letra que se emprega num mesmo cálculo para representar grandezas análogas5. Estes conceitos são muito abrangentes e genéricos, contudo muito utilizados até final de 70.

Para realmente compor um conceito que ampare estas definições surgem os critérios de seleção dos indicadores. São eles os critérios técnicos e os critérios para as fontes de dados, comuns a todos os indicadores, além dos critérios específicos a cada problema. Quanto aos critérios técnicos é desejável que tenham congruência teórica e consistência científica, sejam baseados em consensos internacionais e capaz de relacionarem com modelos econômicos. Quanto aos dados usados na construção dos indicadores, recomenda-se gerar uma razoável relação custo/benefício referentes à sua obtenção, serem de qualidade, ou seja, estarem bem documentados e validados, e terem a possibilidade de atualização em intervalos regulares.

Particularmente, quanto aos critérios ambientais, pressuposto da dissertação, devem proporcionar uma visão das condições ambientais, das pressões ambientais ou das respostas da sociedade a estas pressões. Ainda, devem ser sensíveis e de fácil interpretação, capaz de mostrar as tendências através dos tempos, ser aplicável em uma escala nacional ou regional, conforme cada caso, devem proporcionar uma base para as

4

NORIEGA, N. F., SORIA, C. de la M. Auditoria Ambiental Municipal : Gestão Local em Cidades

Sustentáveis e Saudáveis. PANGEA [on line] Barcelona, 199?. Disponível:

http://www.pangea.org/ev...sustenible/ doc/franco.html [capturado em 20 jul. 1998].

5

(5)

comparações internacionais, e por fim, deve existir um valor de referência contra o qual se possa comparar o valor do indicador, facilitando a interpretação em termos relativos6. As Nações Unidas ainda recomendam serem importantes para a política local e atenderem a algum nível de prioridades, serem mensuráveis, ou seja, capazes de realmente mostrar a magnitude do problema. Devem ter uma definição clara e não dar margem à ambigüidade e, finalmente, serem independentes, ou seja, diferentes indicadores devem mostrar resultados distintos7.

Definidos estes critérios foi possível buscar na Internet e fora dela, o que as diversas instituições de pesquisa, órgãos ambientais, companhias de saneamento, censos, indústrias, entre outros8 estão realizando em termos de indicadores de qualidade. Além disso, fez-se busca da disponibilidade dos dados juntos aos órgãos locais, procurando adequar a realidade local à mundial.

Em dois anos foi possível confeccionar um documento que comprovasse a qualidade do ambiente urbano, ou seja, sair das discussões em um congresso e publicá-lo em outro seguinte, passando por uma honraria, qual seja, a de ganhar o terceiro lugar no Prêmio “Tião Sá” de Pesquisa Ecológica, promovido pela Prefeitura Municipal de Vitória, quando ainda encontrava-se deveras incompleto. Outros estudos se fizeram importantes como instrumentos que balizaram este em particular9. Da mesma forma descobriu-se a falta deles como ferramentas de apoio teórico e também como fonte de dados.

METODOLOGIA DA PESQUISA

Foram descritos, abaixo, os indicadores que entraram na composição do cálculo do IQAU(Vitória), enfim, a sua formulação. As fontes de dados a serem levantados no processo foram identificados entre colchetes. A descrição dos indicadores será indispensável para a pesquisa, já que todo o desenvolvimento e desfecho dependem deles. 1. Indicador de Padrão Domiciliar - IPD (Padrão Domiciliar), definido como sendo o número de domicílios acima do padrão “Padrão”, dividido pelo número total de domicílios do bairro. [ambos pela Companhia Espiritosantense de Saneamento - CESAN] 2. Indicador de Abastecimento de Água - IAA (disponibilidade de água tratada), definido como sendo o número de casas abastecidas com água tratada no bairro, dividido pelo número de total de casas do bairro. [ambos pela Prefeitura Municipal de Vitória -PMV, complementado pelo setor operacional da CESAN]

6

OCDE. Criterios de selección de Indicadores. Sistemas Nacional de Información Ambiental [on line], México, 04/06/1998. Disponível: http://www.ine.gob.mx/indicadores/espanol/cri_sele.htm [capturado em 20 jul. 1998]

7

GLOBAL URBAN OBSERVATORY. Monitoring Human Settlements with Urban Indicators :

Guide. United Nations Centre for Human Settlements – Habitat. Quênia, 1997.

8

Dentre os órgãos consultados encontram-se o USEPA, Banco Mundial, Pangea, Departamentos Ambientais do Reino Unido, Japão, Chile, Espanha, Canadá, Austrália, Argentina, Portugal, Suécia, além do IBGE, SEBRAE e Prefeituras do Recife, Curitiba e Vitória.

9

ZORZAL. F. M. B., et al. A Situação do Trânsito em Vitória: alternativas para melhorar o fluxo de

(6)

3. Indicador de Energia Elétrica - IEE (presença de energia elétrica nas casas), definido como sendo o número total de casas servidas pela energia elétrica dividido pelo número total de casas do bairro. [ambos pela PMV]

4. Indicador de Comunicações - ICOM (serviço telefônico), definido como sendo o número de residências com pelo menos um aparelho telefônico por domicílio, dividido pelo número total de domicílios do bairro. [pela EDESP listas telefônicas Ltda. e PMV] 5. Indicador de Coleta de Resíduos Sólidos - ICRS (recolhimento de lixo domiciliar), definido como sendo o número de domicílios atendidos pelo serviço de coleta de lixo domiciliar, dividida pelo número total de domicílios do bairro. [pela Construtora Queiroz Galvão Ltda. e PMV]

6. Indicador de Drenagem Pluvial - IDP (existência de drenagem pluvial), definido como sendo o comprimento de tubos destinados à drenagem pluvial nos bairro, dividido pelo comprimento total de ruas do bairro. Há de se supor que todas as casas, edifícios, privados ou públicos estarão ligados à rede de drenagem pluvial, ainda que por força da lei.10 [pela PMV e CESAN]

7. Indicador de Esgotamento Sanitário - IES (existência de esgotamento sanitário), definido como sendo o comprimento de tubos destinados ao esgotamento sanitário nos bairros, dividido pelo comprimento total de ruas do bairro. Como antes, há de se supor que todas as casas, edifícios, privados ou públicos estarão ligados à rede de esgotamento sanitário, ainda que por força da lei.11 [pela PMV e CESAN]

8. Indicador de Pavimentação - IPAV (presença de pavimentação, seja ele asfalto ou paralelepípedo), definido como sendo o comprimento das ruas pavimentadas no bairro dividido pelo comprimento total de ruas do bairro. [ambos pela PMV]

9. Indicador de Transporte - IT (atendimento pelo transporte coletivo), definido como sendo o comprimento de ruas onde há circulação de ônibus coletivos, dividido pelo comprimento total de ruas do bairro. [ambos pela PMV]

10. Indicador de Arborização - IARB (árvores plantadas), definido como sendo o número total de árvores existentes no bairro multiplicado pelo espaçamento ideal entre árvores dividido pelo comprimento total das ruas do bairro. [todos pela PMV]

11. Indicador de Iluminação Pública - IIP (presença de iluminação pública nas ruas), definido como sendo o comprimento das ruas servidas pela iluminação pública dividido pelo comprimento total das ruas do bairro. [ambos pela PMV]

12. Indicador de Varrição - IV (ruas varridas), definido como sendo o comprimento das ruas atendidas pela serviço de varrição dividido pelo comprimento das ruas do bairro. [pela Queiroz Galvão e PMV]

13. Indicador de Condição Atmosférica - ICA (qualidade do Ar), definido como sendo a média entre os complementares das concentrações médias anuais dos parâmetros mais relevantes na região do bairro12, ponderadas pela percentagem de área de abrangência da célula no bairro e sua área, dividido pela diferença entre a concentração máxima permitida pela Legislação para os mesmos parâmetros e o valor de background13. [pelo

LABNATA-UFES]

14. Indicador de Área Verde - IAV (Área Verde), definido como sendo a área do bairro destinada ao lazer, cultura, esporte e entretenimento somadas às áreas verdes, dividido

10

Lei Municipal que obriga os cidadãos residentes no Município de Vitória a se ligarem à rede de drenagem pluvial.

11 Lei Municipal que obriga os cidadãos residentes no Município de Vitória a se ligarem à rede de

esgotamento sanitário.

12

Utilizar os parâmetros encontrados na RESOLUÇÃO CONAMA No 003/90. 13

O valor de background é dito aquele em que não mais se detecta sua concentração, neste trabalho configurado em 5µg/m3.

(7)

pelo número de habitantes do bairro, dividido pelo fator de correção 10m2 de área verde por habitante14. [todos pela PMV]

15. Indicador de Mobilidade - IM (condições para a livre saída do bairro), definido como sendo o número de vias em que se pode sair do bairro, dividido pelo número total de vias do bairro. [ambos pela PMV]

16. Indicador de Infra-Estrutura Social – IIES (presença de creches ou escolas, postos de saúde, hospitais ou clínicas, delegacia de polícia ou posto policial, igrejas ou templos e centros comunitários ou associações comunitárias), definido como sendo a soma da presença individual dos serviços de educação, saúde, segurança pública, religião e associação de bairro, onde cada um tem o mesmo peso unitário, dividido por cinco. Se o quesito é atendido entra na soma com o valor um, se não, entra na soma com o valor zero. [respectivamente pela PMV e SEDU/ES, PMV, Polícia Militar do ES, PMV, PMV]

Cálculo do Índice de Qualidade Ambiental Urbana para o Município de Vitória

O IQAU foi definido em duas etapas, sendo a primeira, dita simplificada, e a segunda, refinada, em continuidade à primeira. Sabendo-se que ambas possuem finalidades distintas, emprega-se uma ou outra em função da necessidade e suficiência em seu atendimento.

A primeira etapa, dita Modelo Simplificado, foi confeccionada pela Equação (1), ou seja, através da Média Aritmética15 de todos os índices (definidos pelos indicadores) alcançados em cada bairro. Este modelo permite estabelecer rapidamente um valor que dá as dimensões, ainda que medianamente, da qualidade de vida urbana a que a população está submetida.

IQAU (simplificado) =

Σ

Índices em cada bairro Equação (1)

Número Total de Índices

Já na segunda etapa, dita Modelo Refinado, o cálculo do IQAU se deu através de uma série de procedimentos conforme descritos abaixo:

1. definir os grupos de bairros (micro-regiões) que comporão as macro-regiões;

2. agrupar os indicadores semelhantes, ou seja, àqueles que se utilizam da mesma base de dados em seu cálculo, como por exemplo, indicadores domiciliares, indicadores de comprimento, indicadores de área e outros que possam surgir;

3. calcular a média aritmética destes grupos de indicadores (índices) para cada macro-região;

4. ordenar os grupos de índices em ordem decrescente de acordo com o índice obtido no cálculo para cada macro-região;

5. efetuar a soma acumulada dos grupos de índices já ordenados em ordem decrescente e efetuar a soma acumulada do potencial máximo (100% para cada grupo de índice) para cada macro-região;

6. traçar um gráfico de eixos cartesianos, em que, no eixo das abscissas se encontre os grupos de indicadores e nas ordenadas, a soma acumulada estabelecida pelos grupos

14

GALLARDO, M. A. de, TORRES, M.. Indicadores de Calidad Ambiental : Ciudad de San Nicolás. Universidad Catolica Argentina, San Nicolás. 1997. P. 17.

(8)

de índices e a soma acumulada do potencial máximo, tal como segue o exemplo, também para cada macro-região (vide Figura 1);

7. calcular as áreas abaixo das poligonais definidas pela soma acumulada estabelecida pelos grupos de índices e pela soma acumulada do potencial máximo para cada macro-região;

8. calcular a relação entre estas áreas acima descritas na mesma ordem em que aparecem, para cada macro-região;

9. IQAU será definido pela Equação (2) dada pela Média Aritmética de cada relação de área definida acima pelas macro-regiões.

IQAU (refinado) =

Σ

Relação entre as áreas OAC e OBC Equação (2)

Número total de macro-regiões

Este é o número mais importante do trabalho, aquele que define o nível de qualidade de vida de toda uma cidade. Dele será deduzido o sentimento de satisfação ou insatisfação com a vida que se leva ou se pode levar. Enfim, poder-se-á ter um padrão de comparação com o futuro, em uma eventual nova inserção de dados, ou confronto com outros municípios, atendendo, portanto, às variações espaço-temporais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Contemplada na Figura 2, os resultados para cada um dos 74 (setenta e quatro) bairros existente no Município de Vitória formam um conjunto extremamente positivo, destacando-se dentre outros fatos, a média de 64% (sessenta e quatro por cento), apenas 04 (quatro) bairros encontram-se abaixo de 50% (cinqüenta por cento) de qualidade ambiental urbana segundo os parâmetros analisados, e finalmente, 16 (dezesseis) bairros encontram-se acima dos 70% (setenta por cento) de qualidade ambiental urbana também segundo os parâmetros analisados.

A Figura 3 denota os resultados para “Regionais” do Município de Vitória. Entre os destaques, percebe-se que a média aumentou, 68% (sessenta e oito por cento), não em decorrência de melhoria, visto que os dados e a metodologia são os mesmos, contudo, a abrangência é outra, e portanto, os resultados se mostram diferentes como função do aumento da escala. Quanto ao IQAU (Vitória), este ficou em 77% (setenta e sete por cento), baseado na formulação e aplicação do Modelo Refinado, exposto anteriormente. Já a Figura 4 denota a política de investimentos realizadas até então pelas gestões administrativas passada e atual. É possível destinar os próximos investimentos como função da real necessidade identificada neste estudo, ou seja, baseando-se nessa informação.

(9)

CONCLUSÕES

Contemplando a maior parte da população do Espírito Santo, a região da Grande Vitória é palco de inúmeras destas atividades degradantes. Através dos indicadores foi possível diagnosticar a situação atual do contexto urbano do Município de Vitória, que é Capital e epicentro deste cenário. Se não de tudo o que se pode fazer, grande passo foi dado para garantir o desenvolvimento sustentável deste ambiente. Outrossim, cumpriu-se o principal objetivo deste trabalho.

Utilizando-se de dados coletados a partir de 1993 e atualizados até 1998, foi possível quantificar o Indicador de Qualidade Ambiental Urbana para o Município de Vitória como sendo 77% (setenta e sete por cento), refletindo a realidade de um modelo inédito, composto de diversos indicadores validados no Brasil e no mundo, além de outros compostos durante a realização deste trabalho.

Ainda se fez menção a vários modelos de saída de resultados, podendo-se gerir todo um processo político de investimentos e ainda medir o grau de Qualidade de Vida reflexo destes investimentos. Como não foi objetivo tratar todos os valores em todas as minúcias, deixa-se, em aberto, a possibilidade de se falar sobre outras formas de tratamento dos dados conforme a iniciativa e dedicação dos apaixonados pela causa ambiental pública. De maneira bastante conveniente, apareceram os melhores e piores bairros quanto aos quesitos ambientais analisados, como sendo Jucutuquara, Bento Ferreira e Parque Moscoso, com Média em torno de 78% (setenta e oito por cento) e na outra extremidade,

Figura 1 Figura 2

Gráfico para a Soma Acumulada do Potencial Máximo e para a Soma Acumulada dos Grupos de Indicadores Estabelecidos 0 0,8 1,4 1,8 2 0 1 2 3 4 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

o Domiciliar Linear Quadrático Outros

Percentagem de Serviços Existentes

Parâmetros

Seqüência1 Seqüência2 Área OBC = Área Alcançada

Área OAC = Área Ideal

IQAU = Área OBC / Área OAC

A

B

C

Gráfico para os Melhores Resultados Obtidos para os Bairros

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Campus Universitário Antônio Honório Praia do Suá Jardim da Penha Bela Vista Goiabeiras Condusa Ilha do Frade Vila Rubim Segurança do Lar Morro do Alagoano Bonfim Itararé Andorinhas Resistência Redenção Santa Marta Inhanguetá Estrelinha Bairros Percentagem Alcançada Figura 3 Figura 4

Gráfico para os Melhores Resultados para as "Regionais"

70 75 76 78 80 80 81 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 São Pedro Santo Antônio Maruípe Bento Ferreira Camburi/Goiabeiras Praia do Canto Centro Bairros Percentagem Alcançada

Gráfico para os Investimentos Realizados por Grupos de Indicadores

IDP 8% IAA 9% IEE 4% ICOM 9% IRS 6% IDP 2% IES 8% IPAV 3% IT 2% IARB 9% IIP 8% IV 6% ICA 9% IAV 5% IM 6% IIES 6%

(10)

Estrelinha, Grande Vitória e Ilha das Caieiras, com Média em torno de 48% (quarenta e oito por cento, respectivamente. Da mesma forma, surgiu a “Regional” Centro como destaque neste estudo, com Média de 81% (oitenta e um por cento), possivelmente contradizendo muitas pessoas alheias à este estudo. Foi o segundo objetivo transcrito que se cumpriu.

Ademais, o IQAU refere-se a cada bairro, num total de 74 (setenta e quatro), como também para as 7 (sete) Regionais Administrativas da Prefeitura Municipal de Vitória. Portanto, estes indicadores formam um instrumento de fundamental importância para o planejamento ambiental urbano para as autoridades poderem tomar suas decisões. Foi o terceiro objetivo que se cumpriu.

Também foi possível cumprir a legislação ambiental nos itens referentes à formulação dos Índices de Desempenho Ambiental, essencial às empresas, mas também questão legal a se cumprir dentro da municipalidade. Em fim, o que se desejava foi conseguido, obter um único valor reflexo do esforço e parceria entre Prefeitura, entidades e autor, podendo levar os cidadãos a refletirem sobre sua qualidade de vida e sua possibilidade de crescimento preservando-se das conseqüências degradantes as gerações futuras.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. GALLARDO, M. A. de, TORRES, M.. Indicadores de Calidad Ambiental : Ciudad de San Nicolás. Universidad Catolica Argentina, San Nicolás. 1997. P. 17.

2. GLOBAL URBAN OBSERVATORY. Monitoring Human Settlements with Urban Indicators : Guide. United Nations Centre for Human Settlements – Habitat. Quênia, 1997.

3. KOOGAN LAROUSSE SELEÇÕES. Dicionário Enciclopédico. Rio de Janeiro : RJ, Larousse, 1982. 2 v.

4. NORIEGA, N. F., SORIA, C. de la M. Auditoria Ambiental Municipal : Gestão Local em Cidades Sustentáveis e Saudáveis. PANGEA [on line] Barcelona, 199?. Disponível: http://www.pangea.org/ev...sustenible/ doc/franco.html [capturado em 20 jul. 1998].

5. OCDE. Criterios de selección de Indicadores. Sistemas Nacional de Información Ambiental [on line], México, 04/06/1998. Disponível: http://www.ine.gob.mx/indicadores/espanol/cri_sele .htm [capturado em 20 jul. 1998]

6. ZORZAL. F. M. B., et al. A Situação do Trânsito em Vitória: alternativas para melhorar o fluxo de veículos. Vitória. 1996. Monografia. XVII CEPE– ADESG/ES.

7. ZORZAL, F. M. B.. Indicador de Qualidade Ambiental Urbana para o Município de Vitória. Vitória. 1999. 194p. Dissertação de Mestrado. Programa de Mestrado em Engenharia Ambiental. Universidade Federal do Espírito Santo.

Referências

Documentos relacionados

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

esta espécie foi encontrada em borda de mata ciliar, savana graminosa, savana parque e área de transição mata ciliar e savana.. Observações: Esta espécie ocorre

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

A assistência da equipe de enfermagem para a pessoa portadora de Diabetes Mellitus deve ser desenvolvida para um processo de educação em saúde que contribua para que a

servidores, software, equipamento de rede, etc, clientes da IaaS essencialmente alugam estes recursos como um serviço terceirizado completo...

ed è una delle cause della permanente ostilità contro il potere da parte dell’opinione pubblica. 2) Oggi non basta più il semplice decentramento amministrativo.

Este artigo está dividido em três partes: na primeira parte descrevo de forma sumária sobre a importância do museu como instrumento para construção do conhecimento, destaco

da quem praticasse tais assaltos às igrejas e mosteiros ou outros bens da Igreja, 29 medida que foi igualmente ineficaz, como decorre das deliberações tomadas por D. João I, quan-