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LUCRO VERSUS RESULTADO ABRANGENTE COMO MEDIDA PREDITIVA DO DESEMPENHO DAS EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

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89 t: R eg is tro C o ntá bil U fa l Ma ce /A L , V o l. 4 , N º 3 , p. 89 -1 04 , s et. /de z.

LUCRO VERSUS RESULTADO ABRANGENTE COMO MEDIDA PREDITIVA DO DESEMPENHO DAS EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

PROFIT VERSUS COMPREHENSIVE INCOME AS PREDICTIVE MEASURE OF THE PERFORMANCE OF COMPANIES IN THE BRAZILIAN ELECTRICITY SECTOR

Sady Mazzioni1 Ieda Margarete Oro2 Jorge Eduardo Scarpin3

Resumo

O estudo objetivou avaliar o lucro líquido e o resultado abrangente como medidas preditivas do desempenho das empresas do segmento elétrico brasileiro que integram a BM&FBovespa, a partir da volatilidade dos resultados encontrados no período de 2010 e 2011. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, documental e com abordagem quantitativa. A amostra investigada foi de 33 empresas do setor elétrico. A análise considerou o lucro líquido consolidado e o resultado abrangente consolidado de 2010 como variáveis independentes. Já o retorno das ações, o lucro operacional, o fluxo de caixa operacional, o lucro líquido consolidado e o resultado abrangente consolidado de 2011 foram considerados como variáveis dependentes. Utilizou-se da técnica de análise linear multivariada. Os resultados permitiram concluir que não há nenhuma evidência de que o resultado abrangente de t0 possui capacidade preditiva superior ao lucro líquido de t0 para prever os resultados de t1. Foram considerados como resultados futuros o retorno das ações, o lucro operacional, o fluxo de caixa operacional, o lucro líquido consolidado e o resultado abrangente do ano t + 1, na amostra investigada.

Palavras-chave: Resultado abrangente. Lucro. Predição de resultado. Setor Elétrico. Abstract

The study aims to assess the net income and comprehensive income as predictive measures of the performance of the Brazilian electricity companies that integrate the BM&FBovespa, from the volatility of results in 2010 and 2011. The research characterized as descriptive, documentary and quantitative approach. The sample is of 33 companies. The analysis considered the consolidated net income and the comprehensive result of 2010 as independent variables. Since the return of the shares, the operating profit, operating cash flow, consolidated net income and the comprehensive result of 2011 were considered as dependent variables. We used linear multivariate analysis technique. The results make it possible to conclude that there is no evidence that the result has predictive capability superior to comprehensive net profit to predict the return results of actions; operating profit; operating cash flow; consolidated net profit and the comprehensive result of year t + 1, in the sample investigated.

Keywords: Comprehensive result. Profit. Prediction of outcome. Electricity sector.

1 Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis e Administração da Universidade Regional

de Blumenau – FURB, e coordenador do curso de graduação em Ciências Contábeis da Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó. - sady@unochapeco.edu.br

2 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis e Administração da Universidade Regional de Blumenau – FURB – ieda.oro@unoesc.edu.br

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90 t: R eg is tro C o ntá bil U fa l Ma ce /A L , V o l. 4 , N º 3 , p. 89 -1 04 , s et. /de z. 1 INTRODUÇÃO

O Financial Accounting Standards Board (FASB) estabeleceu em junho de 1997, por meio da Statement of Financial Accounting Standards - SFAS 130, os padrões de relatório e divulgação dos resultados abrangentes e seus componentes como uma das informações que integram o conjunto de demonstrações financeiras. Segundo Dhaliwala, Subramanyamb e Trezevantb (1999), a SFAS 130 não exige divulgações adicionais, no entanto, exige que vários itens que foram relatados anteriormente como ajustes diretos de capital próprio, ou seja, como excedente, sejam relatados como ajustes ao lucro líquido para chegar ao resultado abrangente.

Esse conceito passou a ser discutido no Brasil somente em 2009, quando o Comitê de Pronunciamento Contábil aprovou o CPC 26, que regulamenta dentre outras demonstrações, a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA), tornando-se obrigatória, mesmo não sendo prevista pela Lei 6404/76. Resende, Pinheiro e Maia (2011, p. 3) mencionam que “surge assim, no Brasil, uma nova forma de mensuração do lucro que deverá fazer parte das análises e avaliações por parte dos usuários da informação contábil”.

A DRA, assim como outras demonstrações financeiras publicadas pelas empresas, possibilita aos diversos usuários (principalmente aos investidores), a compreensão do desempenho econômico em um determinado período. O resultado abrangente é formado pela alteração no patrimônio líquido durante um período decorrente de transações e outros eventos que não são provenientes de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários (CPC 26, 2010).

Embora ainda pouco conhecido no Brasil, o lucro abrangente é definido, segundo Macedo, Vilamaior e Pinheiro (2010, p. 2) como “alterações no patrimônio da empresa em um período, originadas em transações, circunstâncias e outros eventos, exceto investimentos dos proprietários e distribuições para os proprietários”. Com relação à utilidade do conceito do lucro abrangente, Coelho e Carvalho (2007, p. 126) ressaltam que “está vinculada à função de orientação para políticas de investimento e estimativa de fluxos de caixa futuros”, conjugando a percepção de teóricos e a posição de profissionais de mercado que defendiam a publicação de conceitos mais amplos de lucro, com o propósito de melhor avaliar as empresas no mercado de capitais.

A principal preocupação da moderna divulgação de informações financeiras é o fornecimento de uma medida de lucro como indicador de desempenho da empresa, tendo como “extremos polares” o lucro operacional corrente e o lucro abrangente (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999).

Evidências de que o resultado abrangente tem maior capacidade explicativa do que o lucro podem ser encontradas nos estudos de Dhaliwal, Subramanyam e Trezevant (1999), Newberry (2003), Pinto (2005), Soutes e Schvirck (2006), Gallon et al. (2009), Resende, Pinheiro e Maia (2011). De outro modo, as investigações de Biddle e Choi (2006), Coelho e Carvalho (2007), Kanagaretnam, Mathieu e Shehata (2009), Macedo, Vilamaior e Pinheiro (2010) e Cahanet al. (2000) não encontraram evidências para sustentar que o resultado abrangente tem maior capacidade explicativa do desempenho empresarial em relação ao lucro.

A partir do exposto, este artigo procura responder ao seguinte problema de pesquisa: O resultado abrangente é superior ao lucro líquido como medida preditiva do desempenho futuro das empresas do setor elétrico brasileiro? O segmento elétrico é um grande gerador de emprego e renda no Brasil, assim como uma das fontes estratégicas para o processo produtivo, para segurança, conforto e a continuidade do modo de vida das pessoas (SANTOS; REIS, 2002). Na última década, várias ações foram desencadeadas com o intuito de valorizar as ações das empresas de energia elétrica, entre elas estão a otimização e a eficiência dos futuros investimentos sociais dos agentes privados no setor (LINS; OUCHI, 2007).

Nesse contexto, o objetivo do estudo é avaliar o lucro líquido e o resultado abrangente como medidas preditivas do desempenho das empresas do setor elétrico brasileiro que integram a BM&FBovespa, a partir da volatilidade dos resultados encontrados no período de 2010 e 2011.

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No Brasil, a divulgação da demonstração do resultado abrangente tornou-se obrigatória a partir da emissão do CPC 26 (aprovado em 2009 e revisado em 2010) e há a necessidade de mais estudos que avaliem a pertinência da divulgação das informações requeridas, justificando a investigação proposta.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A partir da edição do CPC 26 (2010), a contabilidade brasileira passou a elaborar e as empresas passaram a publicar a demonstração do resultado abrangente (DRA). Relevante se faz estudar o caráter preditivo das duas demonstrações, a partir das argumentações teóricas dos demonstrativos e dos respectivos resultados obtidos.

2.1 Lucro

De acordo com Hicks (1946, p. 172), “Lucro é o que podemos consumir numa semana e sentir-nos tão bem no fim como nos sentíamos no início”. Contudo, Iudícibus (2010, p. 68), argumenta que “[...] lucro, em Contabilidade, é o que se pode distribuir durante um período, mantendo a potencialidade do patrimônio líquido inicial intacta. Utiliza-se o termo

potencialidade, pois dá mais liberdade de várias interpretações contábeis, evolutivamente

falando [...]”.

No entendimento de Slywotzy e Morrison (1998), o lucro não é mais o resultado de uma participação significativa no mercado, com o sistema centrado no produto. O lucro não resulta apenas dos produtos vendidos, mas é resultado de uma concepção inteligente do negócio. “A lucratividade é um fenômeno extraordinariamente complexo. Como e por que a lucratividade ocorre variam significativamente de um setor ou empresa para outro” (SLYWOTZY; MORRISON, 1998, p. 34).

Para Guerreiro (2006, p. 13), “O montante de lucro está intimamente associado à capacidade instalada da empresa, ou seja, quanto maior o volume de ativos operacionais disponíveis, derivado da estrutura instalada, maior deve ser o lucro”.

“O objetivo primordial da divulgação do lucro é o fornecimento de informações úteis àqueles que estão mais interessados nos relatórios financeiros” (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999, p. 199). O lucro corresponde à diferença entre a receita total e o custo total, expresso em valores totais referentes a um período de tempo, sendo largamente utilizado como uma medida de avaliação de desempenho organizacional.

Para Hendriksen e Van Breda (1999, p. 200), dentre os objetivos mais específicos da divulgação do lucro estão:

1. Uso do lucro como medida de eficiência da gestão da empresa; 2. O uso de dados históricos de lucro como instrumento de predição da trajetória futura da empresa ou dos pagamentos futuros de dividendos;

3. O uso do lucro como medida de desempenho e orientação para decisões gerenciais futuras.

O resultado líquido do período é apresentado de forma destacada na demonstração do resultado do exercício (DRE), apresentando de forma resumida as operações realizadas pela empresa durante determinado exercício social, incluindo as denominadas receitas e despesas realizadas (IUDÍCIBUS et al., 2010).

De acordo com o item 7 do CPC 26 (2010, p. 5), “Resultado do período é o total das receitas deduzido das despesas, exceto os itens reconhecidos como outros resultados abrangentes no patrimônio líquido”. Uma crítica em relação à apuração do lucro na forma tradicional que apresenta Receitas subtraindo as Despesas e consequentemente aumentando o Patrimônio Líquido é de representar um conceito contábil-ortodoxo, na concepção de Iudícibus (1966), que tem como principal falha a falta de observância das flutuações de preços, principalmente dos intervalos de espera dos fatores de produção, como por exemplo, o tempo de estocagem da matéria-prima. O lucro contábil é entendido como o resultado da

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aplicação de um conjunto de normas fundamentadas na abordagem do custo histórico, ao invés de representar o valor corrente dos ativos e passivos da empresa (GUERREIRO, 1989).

De outra parte, na Economia, o lucro é resultante da mudança do valor corrente dos ativos e passivos ao longo do tempo (SANTOS; FREITAS; PEREIRA, 2011). Neste modelo de apuração do resultado, as principais críticas estão relacionadas à sua subjetividade e à dificuldade de apuração (MIRANDA; MORAES; BONACIM, 2012).

Como indicador do desempenho de uma empresa, o lucro é utilizado para balizar o processo de tomada de decisão por parte dos agentes econômicos (COLAUTO; BEUREN, 2006). A utilização do lucro contábil no processo de gestão depende, dentre outras possibilidades, da importância dada pelos usuários internos a essa métrica enquanto instrumento de apoio às suas decisões no cotidiano dos negócios (SANTOS; FREITAS; PEREIRA, 2011).

2.2 Resultado Abrangente e Pesquisas Antecedentes

A determinação da divulgação do lucro abrangente também chamado resultado abrangente ocorreu com a emissão do Statement of Financial Accounting Standards (SFAS) 130 (1997), contudo, esse conceito remonta o SFAS 3 (1980), posteriormente (1985) substituído pelo SFAS 6 (MACEDO; VILAMAIOR; PINHEIRO, 2010). O conceito de resultado abrangente emitido pelo SFAS 130 inclui todas as alterações no capital próprio da empresa, exceto aquelas resultantes de investimentos pelos proprietários e distribuição para proprietários.

Johnson, Reither e Swieringa (1995), antes mesmo da divulgação da SFAS 130, discutiram a apresentação do relatório de resultado abrangente a partir de um contexto histórico de eventos relacionados ao debate de qual valor representa o resultado financeiro de determinada empresa em determinado período. Argumentam a inexistência de base conceitual sólida para ignorar a instrução de rendimentos abrangentes e de se ter certos itens registrados diretamente ao capital próprio. Para os autores, ainda que tais itens fossem componentes reconhecidos de resultado abrangente, não eram incluídos em uma declaração informativa do rendimento ou desempenho financeiro das empresas.

Os métodos utilizados por empresas listadas na NASDAQ para emissão dos relatórios de resultado abrangente exigidos pela SFAS 130 foram investigados no estudo de Pandit, Rubenfield e Phillips (2006). A amostra aleatória constituiu-se de 100 empresas dos diversos segmentos econômicos, que divulgaram as informações requeridas no exercício fiscal finalizado em 31/12/2005. Dentre os três formatos de evidenciação permitidos para outros rendimentos abrangentes e o total dos resultados abrangentes, o estudo encontrou que 87 empresas examinadas comunicaram o resultado abrangente total juntamente com o patrimônio líquido, com uma reconciliação do lucro líquido para o resultado abrangente total; 5 empresas apresentaram o resultado abrangente como parte da demonstração de resultados; e, as 8 restantes usaram uma demonstração em separado.

O estudo de Van Cauwenberge e Beelde (2007) discute a proposição do IASB para a implantação da demonstração do resultado abrangente, confrontando os argumentos apresentados pelos proponentes de dois modelos de avaliação de resultado: lucro líquido pelo custo histórico e resultado abrangente pelo valor justo. O estudo considera que a exclusão de componentes de renda transitória derivadas da avaliação a valor justo, baseia-se em uma noção incompleta de previsão, que poderia haver benefícios em considerar o resultado abrangente além do lucro líquido para fins de previsão e que o foco exclusivo em qualquer um dos números é injustificado.

A argumentação dos teóricos em torno da divulgação de outros resultados abrangentes é coerente com o projeto de organismos normatizadores (IASB, CPC), ao considerar a existência de efeitos das várias atividades, transações e outros eventos das entidades, bem como, da diferença em termos de frequência, potencial de ganhos ou perdas e de previsibilidade, em que tais informações abrangentes podem ajudar na compreensão mais detalhada do desempenho alcançado e fazer projeções de futuros resultados.

No cenário nacional, a discussão acerca do conceito de resultado abrangente era escassa até o início do processo de convergência às normas internacionais de contabilidade, e

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em especial, da emissão inicial do Pronunciamento CPC 26 em 2009. De acordo com o item 7, os outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC, em que os seus componentes incluem:

(a) variações na reserva de reavaliação, quando permitidas;

(b) ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido;

(c) ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior;

(d) ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda;

(e) parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge em operação de hedge de fluxo de caixa;

O CPC 26 (82 A, 2010) estabelece que a estrutura da demonstração do resultado abrangente deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas:

(a) resultado líquido do período;

(b) cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza (exceto montantes relativos ao item (c)); (c) parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de equivalência patrimonial; e

(d) resultado abrangente do período.

Na concepção de Iudícibus et al. (2010, p. 475), “os Outros Resultados Abrangentes incluem as mutações do patrimônio líquido que não representam receitas e despesas realizadas. Inclui alterações que poderão afetar o resultado do período futuramente ou às vezes permanecerão sem esse trânsito”.

Diversos estudos investigaram a relação entre o lucro e o resultado abrangente com variáveis de desempenho organizacional, como o retorno sobre ativos, retorno sobre patrimônio líquido e o retorno das ações. Dentre as pesquisas que não encontraram evidências de que o resultado abrangente tem maior capacidade explicativa do que o lucro, pode-se citar os de Dhaliwal, Subramanyam e Trezevant (1999), Newberry (2003), Pinto (2005), Soutes e Schvirck (2006), Gallon et al. (2009), Resende, Pinheiro e Maia (2011).

Na argumentação de Dhaliwal, Subramanyam e Trezevant (1999) a SFAS 130 é o ponto culminante de um debate de longa data na profissão contábil entre a “inclusão total” (resultado abrangente) e os conceitos de “desempenho operacional corrente”. Desenvolveram estudo em que os principais objetivos foram (1) investigar se o resultando abrangente ou se o lucro líquido resume melhor o desempenho da empresa refletido no retorno das ações; e (2) analisar quais componentes do SFAS 130 melhoram a capacidade do rendimento para resumir o desempenho da empresa. A pesquisa empírica não encontrou nenhuma evidência clara de que o resultado global (resultado abrangente) está mais fortemente associado, em termos de poder explicativo, ao retorno do que o lucro líquido, e, que o único componente do SFAS 130 que melhora a associação entre resultado e retorno é o ajuste de títulos e valores mobiliários, impulsionado pelas empresas do setor financeiro.

Newberry (2003) analisou a demonstração do resultado abrangente a partir de seus componentes, criticando a postura do IASB e seu projeto sobre relatórios de desempenho que externaliza a pretensão de uma norma de contabilidade conceitualmente robusta. Ressalta que a estrutura conceitual é incoerente e não ajuda a alcançar o resultado desejado, pois encarna um aprimoramento do conceito de riqueza em contraste com o desenvolvimento de relatórios de desempenho incompatíveis com esse conceito, propondo-se a produzir medidas de depropondo-sempenho da empresa. Para o autor, à proposição do IASB podem-se acrescentar duas fraquezas: a incoerência interna e o potencial para fins políticos conduzindo regulamentos supostamente técnicos.

Uma das críticas postuladas à DRA é de que os padrões contábeis deixaram a cargo dos profissionais da contabilidade a definição de quais subcomponentes do lucro líquido serão incluídos no resultado abrangente, permitindo o uso mais intenso do poder

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discricionário na escolha das políticas contábeis adotadas, conduzindo a possíveis gerenciamentos dos resultados abrangentes. Outra crítica deriva do fato de que os usuários da informação contábil poderiam não possuir habilidades suficientes para compreender relatórios com informações tão sofisticadas, apesar do pressuposto dos profissionais da contabilidade (NEWBERRY, 2003).

O tratamento específico da relevância do ajuste no valor de conversão de moeda estrangeira para analisar o quanto “abrangente” é o resultado abrangente exigido pela S FAS 130 foi avaliado no estudo de Pinto (2005). Baseado em evidências empíricas anteriores, questiona a incapacidade de estabelecer uma relação entre ajustes de tradução das demonstrações e a avaliação da empresa, e de que, como um elemento do resultado abrangente, os ajustes de conversão de moeda estrangeira não são valores relevantes. O estudo considerou uma amostra com 1002 observações-ano de empresas americanas com uma quantidade significativa de investimentos estrangeiros diretos, obtidas para o período 1991-1996. As empresas foram divididas em dois grupos: aquelas com filiais no México - 54% da amostra - e com filiais na Alemanha - 46% da amostra - fornecendo evidências empíricas de que alterações na taxa de câmbio, como medida para ajustes de conversão de moeda estrangeira, produzem influências heterogêneas na avaliação patrimonial.

Os resultados do estudo de Pinto (2005) contradizem a noção de que os ajustes de conversão de moeda estrangeira são apenas ajustes contábeis que não afetam a avaliação patrimonial e sugerem que os investidores necessitam de divulgações suplementares a respeito de operações estrangeiras, no intuito de formar percepções mais adequadas em relação à exposição cambial.

Para analisar os reflexos no ROA (retorno sobre ativos), Soutes e Schvirck (2006) utilizaram o lucro operacional contábil, o lucro abrangente e o lucro líquido (Lei 6404/76). O estudo foi aplicado em 8 empresas brasileiras constantes na publicação da Revista Exame Melhores e Maiores de julho de 2004 e listadas na Bovespa, com dados referentes ao ano 2003. Os achados não permitiram determinar qual das três formas de evidenciação proporciona maior taxa de ROA, sendo que as diferenças no resultado entre os métodos utilizados dependem da estrutura patrimonial e da contabilização dos eventos nas empresas.

Em estudo similar ao de Soutes e Schvirck (2006), Gallon et al. (2009) analisaram as taxas de retorno sobre o ativo (ROA) considerando o lucro operacional contábil, o lucro abrangente e o lucro conforme a Lei 6.404/76, em 33 empresas do nível 1 de governança corporativa da Bovespa, referente ao exercício findo em 31/12/2005. Os resultados indicaram uma falta de uniformidade nas taxas de retorno entre os lucros considerados. O estudo segregou as empresas em três grupos, considerando os predicados de “Retorno Baixo”, “Retorno Médio” e “Retorno Alto”, a partir das médias geométricas dos lucros apresentados. Adicionalmente, com o uso da análise discriminante, as empresas pertencentes aos três grupos tiveram pouca variação.

Os resultados dos estudos de Soutes e Schvirck (2006) e Gallon et al. (2009) colaboram para fomentar a discussão em torno de qual medida é mais preditiva de ganhos futuros, se o lucro ou o resultado abrangente, conduzindo a resultados que não oferecem subsídios suficientes que sustente a maior relevância da informação proposta pela DRA, comparativamente àquela gerada pela DRE.

A investigação de Resende, Pinheiro e Maia (2011) analisou o impacto na rentabilidade do patrimônio líquido (ROE) considerando o lucro abrangente. A amostra selecionada consistiu de 20 empresas de capital aberto que publicaram junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suas demonstrações contábeis para o exercício social findo em 31/12/2009 de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). Os resultados demonstraram que a média do ROE calculado a partir do lucro líquido ou a partir do lucro abrangente, não apresenta diferença estatisticamente significativa. Porém, quando considerado individualmente para cada empresa, o índice apresenta diferenças significativas em determinados casos, havendo algumas empresas que oscilaram entre taxas positivas e negativas.

A utilização do fluxo de caixa operacional como variável de análise para medir a relação existente com outras variáveis é objeto de vários estudos internacionais

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(MALACRIDA, 2009). A relação do lucro, acrruals, fluxo de caixa e retorno de ações podem variar de acordo com o regime jurídico adotado pelo país (BARTOV; GOLDBERG; KIM, 2001).

Os achados dos estudos de Dhaliwal, Subramanyam e Trezevant (1999), Newberry (2003), Pinto (2005), Soutes e Schvirck (2006), Gallon et al. (2009); Resende, Pinheiro e Maia (2011) e Bartov, Goldberg e Kim (2001) permitem apresentar a hipótese de pesquisa deste estudo:

H0 - O resultado abrangente não possui capacidade superior ao lucro líquido para prever valores futuros de retorno de ações, lucro operacional, fluxo de caixa operacional, lucro líquido e resultado abrangente futuro.

De outro modo, algumas pesquisas encontraram evidências para sustentar que o resultado abrangente tem maior capacidade explicativa do que o lucro, como as de Biddle e Choi (2006), Coelho e Carvalho (2007), Kanagaretnam, Mathieu e Shehata (2009), Macedo, Vilamaior e Pinheiro (2010) e Cahan et al. (2000).

Biddle e Choi (2006) questionam a utilidade da divulgação do resultado abrangente, examinando 16 diferentes definições de renda em três aplicações: conteúdo de informação, capacidade de previsão e contrato de remuneração de executivos. Os achados indicam que a abordagem de resultado abrangente fornece mais utilidade de decisão para as três aplicações, permitindo inferir que definições diferentes de renda fornecem diferentes utilidades de decisão em diferentes aplicações, e, que é uma decisão útil divulgar separadamente componentes do resultado abrangente, corroborando o posicionamento do IASB na exigência da divulgação da informação.

Coelho e Carvalho (2007) apresentaram discussão sobre aspectos conceituais de lucro abrangente e lucro operacional corrente, buscando evidências em empresas do setor financeiro brasileiro, referente aos períodos entre 2001 e 2004. Os achados indicam diferenças expressivas nos lucros divulgados pelos dois conceitos nas demonstrações contábeis, não havendo evidenciação das diferenças encontradas entre o lucro reportado e o incremento limpo do PL, nem mesmo em notas explicativas.

Kanagaretnam, Mathieu e Shehata (2009) argumentam que o Canadian Accounting

Standards Board (AsCB), em sintonia com outros organismos nacionais e internacionais, têm

encorajado a divulgação do resultado abrangente e a adoção de medidas de valor justo nas demonstrações financeiras das empresas, e que estudos empíricos anteriores em outros países documentam resultados mistos sobre a utilidade dessas informações aos investidores. O estudo examina o fornecimento do resultado abrangente e os componentes de outros GAAPs, sugerindo que componentes de outros resultados abrangentes são associados com o desempenho da empresa como resumido pelo preço de mercado e os retornos do mercado. Os resultados indicam que o resultado abrangente é mais fortemente associado (em termos de poder explicativo) com o preço das ações e retorno de mercado em relação ao lucro líquido, sendo melhor estimador de fluxos de caixa futuros. No entanto, o lucro líquido é um melhor estimador de rendimentos líquidos futuros em relação ao resultado abrangente. Assim, os resultados suportam o argumento de que os componentes de outros resultados abrangentes são relevantes, mas são estimadores fracos de rentabilidade futura, devido a sua natureza transitória.

A pesquisa de Macedo, Vilamaior e Pinheiro (2010) analisou a volatilidade que os “outros resultados abrangentes” causariam caso fossem registrados no lucro líquido. A avaliação considerou 22 empresas brasileiras que divulgaram informações contábeis na NYSE, nos períodos de 2003 a 2007. Pelas análises efetuadas confirmou-se a hipótese de alta volatilidade, sem tendência definida no sentido de aumento ou diminuição do lucro. O item que mais contribuiu para a volatilidade do resultado abrangente na amostra investigada foi à tradução das demonstrações contábeis, apontando que há menor volatilidade no resultado abrangente em empresas que atuam somente no Brasil.

A pertinência da obrigatoriedade de divulgação do resultado abrangente foi discutida por Cahan et al. (2000), examinando se informações sobre os componentes separados do resultado abrangente tem valor incremental além do resultado abrangente agregado. Além disso, foi observado se a divulgação dos itens de outros resultados abrangentes na demonstração das mutações do patrimônio líquido resulta em uma mudança

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na relevância do valor incremental desses itens em relação ao lucro líquido. Na análise de 48 empresas da Nova Zelândia, o estudo aponta evidências de que o resultado global é superior, com informações incrementais de valor relevante para além do lucro líquido, contudo, não encontrou nenhuma evidência de que a relevância do valor incremental dos itens de outros resultados abrangentes acima do lucro líquido tenha mudado no período posterior a divulgação das mutações do patrimônio líquido.

Os resultados das pesquisas de Biddle e Choi (2006), Coelho e Carvalho (2007), Kanagaretnam, Mathieu e Shehata (2009), Macedo, Vilamaior e Pinheiro (2010) e Cahan et al. (2000) permitem apresentar uma hipótese alternativa:

H1- O resultado abrangente possui capacidade superior ao lucro líquido para prever valores futuros de retorno de ações, lucro operacional, fluxo de caixa operacional, lucro líquido e resultado abrangente futuro.

Hendriksen e Van Breda (1999) argumentam que os defensores do lucro abrangente atribuem uma melhora à análise da eficiência operacional e do desempenho futuro se estiver baseada na experiência histórica completa da empresa em uma série de anos. Essa melhora estaria vinculada ao fato de que o lucro líquido de um único período é de caráter preliminar e sujeito à verificação em datas futuras, devido à natureza subjetiva da contabilidade.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 Caracterização e Amostra da Pesquisa

A pesquisa caracteriza-se como descritiva com abordagem quantitativa. Gil (2002, p. 42) relata que “a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre as variáveis”. As fontes secundárias consubstanciam-se de pesquisa documental. Martins e Theophilo (2009) ressaltam que muitos estudos são realizados utilizando este recurso.

Neste estudo, a população e amostra da pesquisa é composta por companhias abertas da BM&FBovespa do setor de utilidade pública, segmento Elétrico. O setor elétrico tem sido alvo de diversos estudos no Brasil, como os de Silva (2003), Kovalski (2007), Collet (2008), Schutze (2010), Macedo, Vilamaior e Pinheiro (2010). Devido à restrição na apresentação de informações sobre as variáveis utilizadas, o estudo concentrou-se nos anos de 2010 e 2011 e a lista de empresas que compõem a amostra é apresentada no Quadro 1. Quadro 1 – Relação de empresas da pesquisa

N. EMPRESA N. EMPRESA N. EMPRESA

1 AES ELPA 12 CEMIG 23 EMAE

2 AES TIETE 13 CESP 24 ENERGIAS BR

3 AFLUENTE T 14 COELBA 25 ENERGISA

4 AMPLA ENERG 15 COELCE 26 EQUATORIAL

5 CEB 16 COPEL 27 GER PARANAP

6 CEEE-D 17 COSERN 28 LIGHT S/A

7 CEEE-GT 18 CPFL ENERGIA 29 MPX ENERGIA

8 CELESC 19 ELEKTRO 30 REDENTOR

9 CELPE 20 ELETROBRAS 31 RENOVA

10 CEMAR 21 ELETROPAR 32 TRACTEBEL

11 CEMAT 22 ELETROPAULO 33 TRAN PAULIST

Fonte: Dados da pesquisa.

A população inicial era de 63 empresas, no entanto, na coleta dos dados das variáveis, constatou-se que 30 empresas não divulgaram informações das variáveis dependentes e independentes propostas para o estudo, de forma que foram excluídas. Assim, a amostra resultou em 33 empresas que atenderam aos requisitos estipulados para a pesquisa.

A coleta de dados foi realizada a partir das demonstrações financeiras - Demonstração do Resultado Abrangente; Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração

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do Resultado do Exercício - das empresas selecionadas, referente ao exercício findo em 2010 e 2011 publicados na homepage oficial da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA).

Os dados coletados foram tabulados na planilha eletrônica Microsoft Excel® e posteriormente avaliados com a utilização do pacote estatístico SPSS®. Para a análise dos dados aplicou-se a estatística descritiva e a regressão linear multivariada por meio do método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). A estatística descritiva tem por objetivo entender melhor o comportamento dos dados por meio da apresentação em elementos gráficos “identificando tendências, variabilidade e valores atípicos” (FÁVERO et al., 2009, p. 51). Já a regressão linear multivariada busca descrever e prever o comportamento de certas variáveis consideradas importantes para tomada de decisões (CUNHA; COELHO, 2011).

3.2 Variáveis da Pesquisa

Conforme Ahangar (2011), atualmente não há uma perspectiva teórica específica ou evidência empírica adequada que suporte a superioridade de qualquer medida específica de

proxy sobre outras. Com a finalidade de realizar a análise no presente estudo, utilizaram-se

variáveis dependentes e independentes, e respectivas proxies, conforme apresentadas no Quadro 2.

Quadro–2 - Variáveis

Variáveis dependentes Definição

1. CAR2011

Retorno anormal cumulativo (t1)

Retorno anormal é a comparação entre o retorno das ações de determinada empresa e o índice Ibovespa.

2. LOC2011 Lucro operacional contábil (t1)

Montante do lucro antes dos itens extraordinários e operações descontinuadas.

3. FCO2011 Fluxo de caixa operacional (t1)

Montante do fluxo de caixa gerado pelas atividades operacionais.

4. LLC2011 Lucro líquido consolidado (t1)

Lucro líquido após itens extraordinários e operações descontinuadas.

5. RACPC2011 Resultado abrangente como definido pelo CPC 26 (t1)

Medido como: RA = LLC + ORA

Variáveis independentes Definição

6. LLC2010 Lucro líquido consolidado

Lucro líquido após itens extraordinários e operações descontinuadas.

7. GPA2010 Ganhos e perdas atuariais

Montante referente aos planos de pensão e demais ajustes atuariais.

8. GPC2010 Ganhos e perdas de conversão

Montante referente à conversão de operações no exterior e demais ajustes.

9. GPAF2010 Ganhos e perdas com ativos financeiros

Montante referente a ganhos e perdas, ajustes e atualizações com ativos financeiros.

10. GPH2010 Ganhos e perdas com hedge

Montante referente a hedge de fluxo de caixa e demais ajustes.

11. EF2010 Efeitos fiscais

Montante de imposto de renda e contribuição social diferida e demais ajustes fiscais.

12. OUTR2010 Outros resultados

Montante de resultados abrangentes diversos, não contemplados em outra categoria.

13. ORA2010 Outros resultados abrangentes

Medido como: ORA = GPA + GPC + GPAF + GPH + EF + OUTR

14. RACPC2010 Resultado abrangente como definido pelo CPC 26

Medido como: RA = LLC + ORA Fonte: Elaborado pelos autores.

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A partir das variáveis definidas para o estudo, consideraram-se as seguintes medidas de proxy para cada variável dependente e independente:

1) CAR2011= Retorno Anormal Cumulativo: o retorno anormal foi assim mensurado: ARit = Rit - Rmt, em que:

ARit = retorno anormal da ação i no dia t; Rit = retorno nominal da ação i no dia t;

Rmt = retorno observado do portfólio de mercado (Ibovespa) no mesmo período.

Considerou-se o desempenho de cada ação individual com o índice Ibovespa gerado entre a última cotação de 2011 e 100 dias antes desta data- variação entre set/2011 a dez/2011 (BIDDLE; CHOI, 2006; BELO; BRASIL, 2006). As cotações dos preços das ações e do percentual de variação do Ibovespa foram coletadas na base de dados da Economática® e na

homepage da Bovespa em setembro de 2012, respectivamente.

2) LOC2011 = Lucro Operacional Contábil: futuro valor do resultado do exercício antes dos tributos- ocorrido em 2011(BIDDLE; CHOI, 2006; GALLON et al. 2009).

3) FCO2011 = Fluxo de Caixa Operacional: futuro valor de fluxo de caixa gerado pelas operações - ocorrido em 2011 (BIDDLE; CHOI, 2006).

4) LLC2011 = Lucro Líquido Consolidado: futuro lucro líquido após itens extraordinários e operações descontinuadas (BIDDLE; CHOI, 2006; COELHO; CARVALHO, 2007).

5) RACPC2011 = Resultado Abrangente como definido pelo CPC 26: é a soma do resultado líquido do período mais a totalidade dos outros resultados abrangentes de 2011 (BIDDLE, CHOI, 2006; CPC 26, 2010).

6) LLC2010 = Lucro Líquido Consolidado: lucro líquido do ano de 2010 após itens extraordinários e operações descontinuadas (BIDDLE, CHOI, 2006; COELHO; CARVALHO, 2007).

7) GPA2010= Ganhos e Perdas Atuariais em planos de pensão com benefício definido e outros: valores excedentes àqueles contabilizados como custos em 2010 (BIDDLE, CHOI, 2006; CPC 26, 2010).

8) GPC2010 = Ganhos e perdas derivadas de conversão das demonstrações contábeis de operações no exterior e outros: valores referentes aos ajustes à mudança de moeda estrangeira em 2010 (BIDDLE, CHOI, 2006; CPC 26, 2010).

9) GPAF2010 = Ganhos e perdas, ajustes e atualizações com ativos financeiros disponíveis para venda e outros: valores referentes ao ano de 2010 (BIDDLE, CHOI, 2006; CPC 26, 2010). 10) GPH2010 = Parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge de fluxo de caixa e demais ajustes: valores referentes ao ano de 2010 (CPC 26, 2010).

11) EF02010 = Montante de imposto de renda e contribuição social diferida e demais ajustes fiscais: valores referentes ao ano de 2010 (CPC 26, 2010).

12) OUTR2010 = Montante de resultados abrangentes diversos reportados pelas empresas, não contemplados nas demais categorias (BIDDLE, CHOI, 2006; CPC 26, 2010).

13) ORA2010 = Outros Resultados Abrangentes: é a soma dos resultados abrangentes de 2010 (BIDDLE, CHOI, 2006; COELHO; CARVALHO, 2007; CPC 26, 2010).

14). RACPC2010 = Resultado Abrangente como definido pelo CPC 26: é a soma do resultado líquido do período mais a totalidade dos outros resultados abrangentes de 2010 (BIDDLE, CHOI, 2006; CPC 26, 2010).

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Nesta seção, apresenta-se a descrição e análise dos resultados, atendendo ao objetivo do estudo de avaliar o lucro líquido e o resultado abrangente como medidas preditivas do desempenho das empresas do setor elétrico brasileiro, integrantes da BM&FBovespa, a partir da volatilidade dos resultados encontrados no período de 2010 e 2011.

Inicialmente, a Tabela 1 apresenta os dados relativos a estatística descritiva das variáveis analisadas no estudo. Os resultados revelam que os valores médios das variáveis consideradas na análise apresentaram efeitos positivos e negativos. Analisando-se os valores mínimos e máximos, pode-se observar que existem valores significativos distantes das médias.

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Tabela 1 – Estatística descritiva

Variáveis Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

LLC2010 -374.848,00 2.552.985,00 516.200,12 690.243,77 ORA2010 -449.674,00 54.540,00 -12.196,15 82.705,64 GPA2010 -522.779,00 0,00 -15.841,79 91.004,14 GPC2010 -146.621,00 6.703,00 -8.341,12 29.310,39 GPAF2010 -75.974,00 82.636,00 5.176,45 25.125,10 GPH2010 0,00 12.862,00 553,58 2.273,70 EF2010 -28.096,00 231.650,00 6.373,52 42.569,58 OUTR2010 -88.585,00 80.153,00 -116,79 21.125,34 RACPC2010 -374.848,00 2.258.447,00 504.003,97 660.872,37 LLC2011 -401.863,00 3.762.018,00 591.958,97 845.149,87 FCO2011 -236.750,00 4.286.868,00 770.782,39 929.508,34 LOC2011 -310.500,00 4.860.080,00 852.213,42 1.099.225,11 RACPC2011 -431.822,00 3.376.092,00 577.498,09 808.893,72 CAR2011 -0,161 2,047 0,246 0,418

Fonte: Dados da pesquisa.

As variáveis que apresentaram a maior variação percentual do desvio padrão em relação à média foram ORA2010,EF2010 e GPA2010, enquanto em valores absolutos os maiores desvios se verificaram nas variáveis LOC2011, FCO2011 e LLC2011. As variáveis LLC2010 e RACPC2010 apresentaram desvios semelhantes.

A Tabela 2 mostra a correlação de Pearson entre as variáveis dependentes CAR2011, LOC2011, FCO2011, LLC2011 e RACPC2011.

Tabela 2 – Correlação de Pearson entre as medidas de 2010 e 2011

Variáveis CAR2011 LOC2011 FCO2011 LLC2011 RACPC2011

LLC2010 -0,130 -0,010 -0,003 -0,013 0,002

ORA2010 0,027 0,063 0,042 0,054 0,056

RACPC2010 -0,132 -0,003 0,003 -0,007 0,009

Fonte: Dados da pesquisa.

Os resultados apontam que as correlações são muito baixas e insignificantes estatisticamente, indicando que o lucro líquido, os outros resultados abrangentes e o resultado abrangente de 2010 tem baixa correlação com o retorno das ações, com o lucro operacional, com o fluxo de caixa das atividades, o lucro líquido e o resultado abrangente de 2011.

Para testar H1, ou seja, o resultado abrangente possui capacidade superior ao lucro líquido para prever valores futuros de retorno de ações, lucro operacional, lucro líquido e fluxo de caixa operacional, foram utilizadas as variáveis constantes do Quadro 2.

Para a aplicação da técnica de regressão multivariada, procedeu-se inicialmente a transformação logarítmica dos dados, normalização que se deu pela subtração da média e divisão pelo desvio-padrão (QUEIROZ; CELINO, 2008; UEMATSU, 2012).

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algumas variáveis independentes propostas. Conforme Gurajati (2006) a presença de multicolinearidade não significa problemas do modelo, contudo sua presença elevada gera aumento no termo do erro. A partir disso, foram desconsideradas as variáveis que representam a formação dos resultados abrangentes, considerando-se apenas o lucro líquido consolidado do período (LLC2010) e o resultado abrangente consolidado, apurado nos termos do CPC 26 (RACPC2010), como as variáveis independentes do modelo.

Com base nas variáveis remanescentes, o modelo econométrico que verifica se o resultado abrangente é superior ao lucro líquido como medida preditiva do desempenho futuro das empresas investigadas, é demonstrado pela equação:

Onde:

DF2011 = Desempenho futuro das empresas, representadas pelas variáveis dependentes CAR2011, LOC2011, FCO2011, LLC2011 e RACPC2011, conforme definidas no Quadro 2;

β0 = Constante do modelo;

β1 eβ2 = Coeficientes estimados no modelo de cada variável;

LLC2010 = Logaritmo natural do montante do lucro líquido;

RACPC2010 = Logaritmo natural do montante do resultado abrangente consolidado;

A análise inicia com a variável dependente CAR2011, cujos resultados constam da Tabela 3.

Tabela 3 – Resultados da regressão linear múltipla

CAR2011 LOC2011 FCO2011 LLC2011 RACPC2011

N 33 33 33 33 33 R2 ajustado -0,031 -0,062 -0,065 -0,064 -0,063 F 0,524 0,060 0,029 0,044 0,055 Significânci a 0,598 0,941 0,971 0,957 0,947 Variáveis Coef. Beta t Coef. Beta t Coef. Beta t Coef. Beta t Coef. Beta t Constant 6,546 5,487 5,447 5,505 5,419 LLC2010 0,121 0,077 -0,554 -0,347 -0,384 -0,241 -0,467 -0,292 -0,523 -0,328 RACPC2010 -0,303 -0,193 0,548 0,343 0,384 0,241 0,456 0,286 0,529 0,332 Fonte: Dados da pesquisa.

Os resultados da Tabela 3 permitem inferir que, na amostra investigada, o poder preditivo do lucro líquido consolidado de 2010 e do resultado abrangente de 2010 é praticamente nulo sobre os resultados de retorno de ações, lucro operacional, fluxo de caixa operacional, o lucro líquido consolidado e o resultado abrangente do período de 2011, dado que as relações são muito baixas e insignificantes estatisticamente.

Observa-se, ademais, que o RACPC2010 e CAR2011 estão negativamente relacionados, ocorrendo o mesmo com LLC2010 e LOC2011, LLC2010 e FCO2011, LLC2010 e LLC2011, LLC2010 e RACPC2011. Menção deve ser feita ao fato de que a relação positiva ou negativa entre as variáveis se comportou de forma inversa quando da presença da variável independente LLC2010 ou RACPC2010, ou seja, quando se relaciona o lucro líquido com uma das variáveis dependentes e a relação é positiva, utilizando-se o resultado abrangente como variável dependente a relação se mostrou negativa, e vice- versa.

A variável LLC2010 mostrou-se relacionada positivamente somente com a variável CAR2011 e negativamente com todas as demais. De outro modo, a variável RACPC2010 mostrou-se negativamente relacionada coma variável CAR2011 e positivamente com as demais.

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Para analisar a relação com as variáveis independentes de 2011, foi preciso considerar na geração dos cálculos pelo SPSS®, o Lucro Líquido Consolidado (LLC2010) e o Resultado Abrangente Consolidado definido pelo CPC 26 (RACPC2010), desconsiderando as demais variáveis independentes. Ressalta-se que não houve prejuízo na informação do resultado em função de que as variáveis GPA2010, GPC2010, GPAF2010, GPH2010, EF2010, OUTR2010 e ORA2010, estão inclusas no Resultado Abrangente Consolidado definido pelo CPC 26 (RACPC2010). Ademais, nenhum item dos outros resultados abrangentes (GPA, GPC, GPAF, GPH, EF, OUTR, ORA), individual ou em conjunto, demonstraram qualquer nível de significância com as variáveis independentes testadas.

O teste Durbin-Watson indicou a não existência de elevada correlação entre as variáveis utilizadas na regressão linear multivariada. Para verificar a normalidade dos resíduos procedeu-se o teste Jarque-Bera, que é construído com base nas diferenças entre os coeficientes de assimetria e curtose da distribuição observada da série e serve para testar a hipótese nula de que a amostra foi extraída de uma distribuição normal (GURAJATI, 2006). Os resultados indicaram normalidade nos resíduos para as variáveis utilizadas, exceto para a variável CAR2011, cujas estimativas devem ser consideradas não eficientes.

Os achados do estudo corroboram os resultados de estudos anteriores como os de Dhaliwal, Subramanyam e Trezevant (1999), Newberry (2003), Pinto (2005), Soutes e Schvirck (2006), Gallon et al. (2009) e Resende, Pinheiro e Maia (2011), em que o resultado abrangente não se mostrou superior ao lucro líquido como medida preditiva de resultados futuros.

O estudo não apresentou nenhuma evidência de que o resultado abrangente possui capacidade preditiva superior ao lucro líquido para prever os resultados de retorno de ações, do lucro operacional, do fluxo de caixa operacional, do lucro líquido consolidado e o resultado abrangente do ano t + 1, na amostra investigada, aceitando-se a hipótese H0.

5 CONCLUSÕES

O objetivo do estudo foi avaliar o lucro líquido e o resultado abrangente como medidas preditivas do desempenho das empresas do segmento elétrico brasileiro que integram a BM&FBovespa, a partir da volatilidade dos resultados encontrados no período de 2010 e 2011.

Para alcançar o objetivo, procedeu-se uma pesquisa descritiva, documental e com abordagem quantitativa, tendo como amostra 33 empresas do setor elétrico brasileiro, listadas na BM&FBovespa, utilizando-se informações dos anos de 2010 e 2011.A análise considerou o LLC2010 e o RACPC2010 variáveis independentes e o CAR2011, LOC2011, FCO2011, LLC2011 e RACPC2011 como variáveis dependentes, utilizando-se da técnica de análise linear multivariada.

Os resultados permitem concluir que, na amostra investigada, o poder preditivo do lucro líquido consolidado de 2010 e do resultado abrangente de 2010 é praticamente nulo sobre os resultados de retorno de ações, lucro operacional, fluxo de caixa operacional, o lucro líquido consolidado e o resultado abrangente de 2011, dado que as relações são baixas e insignificantes estatisticamente.

O estudo não apresentou nenhuma evidência de que o resultado abrangente possui capacidade preditiva superior ao lucro líquido para prever os resultados de retorno de ações, do lucro operacional, do fluxo de caixa operacional, do lucro líquido consolidado e o resultado abrangente do ano t + 1, na amostra investigada. Nenhum componente da Demonstração do Resultado Abrangente apresentou significância em relação às variáveis independentes testadas.

Aponta-se como limitações do estudo o reduzido tamanho da amostra, a investigação de um único setor econômico e o curto período analisado, o que pode ter influenciado no resultado obtido. Recomenda-se para futuras pesquisas, o alargamento do tamanho da amostra, a ampliação dos períodos investigados e o uso de outras variáveis de desempenho, a exemplo do retorno sobre ativos (ROA) e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE).

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A ampliação do período investigado encontra respaldo na argumentação de Hendriksen e Van Breda (1999) de que o lucro líquido de um único período é de caráter preliminar e sujeito à verificação em datas futuras, devido à natureza subjetiva da contabilidade. Contudo, as informações sobre resultado abrangente no Brasil estão disponíveis para os exercícios findos a partir de 2009. Dado que as empresas investigadas não possuíam informações suficientes para a investigação no primeiro exercício da exigência, o estudo ficou limitado aos resultados de 2010 para prever o desempenho de 2011.

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Referências

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