• Nenhum resultado encontrado

Nível de governança corporativa: Um estudo em empresas do Setor Elétrico Brasileiro / Level of corporate governance: A study in companies of the Brazilian Electric Sector

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Nível de governança corporativa: Um estudo em empresas do Setor Elétrico Brasileiro / Level of corporate governance: A study in companies of the Brazilian Electric Sector"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

Nível de governança corporativa: Um estudo em empresas do Setor Elétrico

Brasileiro

Level of corporate governance: A study in companies of the Brazilian Electric

Sector

Recebimento dos originais: 09/03/2016 Aceitação para publicação: 01/05/2016

Barbara Luzia Sartor Bonfim

MBA em Gestão Executiva de Negócios pela Universidade Braz Cubas Instituição: Instituto Federal do Paraná

Endereço: Rua Barão do Cerro Azul, 2987, Bom Jesus – São José dos Pinhais, Paraná, CEP: 83025-140

E-mail: barbarals.bonfim@yahoo.com.br

Anderson Catapan

Pós-doutor em Gestão

Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Endereço: Av. Sete de Setembro, 3165, Rebouças – Curitiba, Paraná, CEP: 80230-901 E-mail: andecatapan@yahoo.com.br

RESUMO

O objetivo desta pesquisa consiste em apresentar um instrumento de mensuração de nível de governança corporativa e mensurar a mesma para 4 empresas nos anos de 2008 à 2010. O instrumento de coleta de dados baseou-se nos trabalhos de Leal, Carvalhal-da-Silva e Valadares (2002), Almeida (2008), Silveira (2004) e Alencar (2007). Percebeu-se que os constructos Dados Financeiros e Direitos de Acionistas foram os menos transparentes, enquanto os constructos Transparência, Composição e Funcionamento, Controle e Conduta são aqueles que mais apresentam altos níveis de governança e transparência.

Palavras-chave: Governança Corporativa; Transparência; Setor Elétrico Brasileiro.

ABSTRACT

The objective of this research is to present an instrument for measuring the level of corporate governance and to measure it for 4 companies in the years 2008 to 2010. The data collection instrument was based on the works of Leal, Carvalhal-da-Silva and Valadares (2002), Almeida (2008), Silveira (2004) and Alencar (2007). It was noticed that the Financial Data and Shareholder Rights constructs were the least transparent, while the Transparency, Composition and Functioning, Control and Conduct constructs are those with the highest levels of governance and transparency.

(2)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

Keywords: Corporate governance; Transparency; Brazilian Electrical Sector.

1 INTRODUÇÃO

Com a globalização o mercado está cada vez mais competitivo. A cada dia, as organizações vêem-se pressionadas a planejarem estrategicamente as suas decisões de modo a manterem-se competitivas e assegurarem acima de tudo a sua sobrevivência. Cada empresa que compete em uma indústria possui uma estratégia competitiva. Um processo explícito de formulação de estratégias gera benefícios significativos para as empresas (PORTER, 2004). O planejamento estratégico tem como objetivo a melhoria do desempenho dos negócios (HITT, 2003).

No Mercado de ações, as empresas de capital aberto, como é o caso das companhias que integram o Setor de Energia Elétrica, precisam analisar cuidadosamente as suas decisões, como por exemplo, onde investir, quando investir, de que forma o capital destinado ao investimento será financiado entre outras questões cruciais para o bom desempenho da empresa, afinal, elas precisam manter-se atrativas aos olhos dos investidores.

Os investidores possuem inúmeras opções para realizarem seus investimentos e certamente decidirão investir seus recursos financeiros na empresa que mais lhe parecer rentável e confiável. As empresas que possuem ações cotadas na Bolsa de Valores, estão sujeitas às regras e normas impostas pela Lei das Sociedades por Ações (Lei das S.As.), portanto, devem constantemente fornecer todas e quaisquer informações que possibilite aos investidores mensurar a saúde financeira da empresa. Mas como assegurar a veracidade das informações prestadas por estas organizações? Esta questão entrou em evidencia após a falência de grandes empresas no passado. Estas empresas forneceram informações manipuladas, demonstrando resultados favoráveis quando a realidade vivida pela empresa era outra. Atraíram investidores, porém, posteriormente, decretaram falência e os sócios ficaram com todo o ônus. Neste aspecto, houve a necessidade de estabelecer um conjunto de regras e normas para as empresas de capital aberto, de modo a garantir segurança nas informações prestadas por elas e conseqüentemente proteger os direitos dos investidores.

Da mesma forma, para os que já são sócios de uma ou mais empresas, houve a necessidade de se estabelecer padrões de conduta visando garantir os direitos dos sócios minoritários. Neste ínterim, entra em questão o conceito de Governança Corporativa. Neste sentido o objetivo da pesquisa resume-se em apresentar um instrumento de mensuração de governança corporativa, avaliando aspectos de transparência e divulgação, com base nos trabalhos de Leal, Carvalhal-da-Silva e Valadares (2002), Almeida (2008), Silveira (2004) e Alencar (2007), avaliando o mesmo para 4 empresas inseridas no Setor Elétrico Brasileiro.

(3)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

Este trabalho encontra-se dividido em quatro secções, além da presente introdução. Na segunda secção, apresentam-se os aspectos teóricos necessários para o desenvolvimento do mesmo. A terceira ilustra os aspectos metodológicos. Depois, apresentam-se os resultados obtidos. Por último, apresentam-se as considerações finais do estudo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo traz o referencial teórico da pesquisa. Abordam-se aspectos sobre governança corporativa, setor elétrico e sobre a governança corporativa no contexto do setor elétrico brasileiro.

2.1 GOVERNANÇA CORPORATIVA

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) (2012), Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade.

Quando uma empresa esta iniciando suas atividades, geralmente o proprietário e/ou os sócios, além de se preocuparem com o planejamento da empresa como um todo, também são responsáveis pelas atividades pertinentes às áreas financeira, de produção, de marketing entre outras. Porém, ao passo em que esta empresa se desenvolve os sócios não possuem mais condições de tomar decisões por todas as áreas da empresa, dado a proporção atingida por esta. Desta forma, os sócios contratam Diretores/Gestores para cada uma destas áreas especificas, para os mesmos possam tomar decisões em nome dos donos da empresa.

Quando a empresa abre seu capital para o mercado, estes gestores passam então a tomar decisões em nomes dos acionistas. Neste sentido, muitas vezes pode ocorrer o chamado conflito de agência que consiste no conflito de interesses entre as decisões tomadas pelos Diretores/Gestores e os reais interesses dos acionistas e demais stakeholders. O conflito de agência é a base dos entendimentos do despertar da governança corporativa (ANDRADE; ROSSETTI, 2006).

No Brasil, a bolsa de valores BM&FBOVESPA criou o chamado Novo Mercado que consiste em um segmento especial de listagem de ações de companhias que se comprometam

(4)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

voluntariamente a adotar as boas práticas de governança corporativa (ANDRADE; ROSSETTI, 2006).

Para que uma empresa possa fazer parte deste Novo Modelo, deve necessariamente enquadrar-se numa série de exigências. Desta forma, os investidores tomam conhecimento das empresas que fazem ou não parte deste novo modelo e certamente, fazer parte deste novo modelo tornou-se uma grande vantagem competitiva, uma vez que os investidores tendem a investir nas empresas mais seguras. Assim, passa-se para os aspectos importantes inerentes ao setor elétrico.

2.2 SETOR ELÉTRICO

A eletricidade surgiu no Brasil no ano de 1879, 379 anos após o descobrimento do Brasil no ano de 1500. Este avanço foi possível, graças ao então imperador Dom Pedro II que convidou Thomas Alva Edson, inventor, empresário e cientista americano que criou a lâmpada elétrica incandescente, para introduzir no Brasil as suas invenções destinadas à utilização da luz elétrica na iluminação pública. A primeira instalação de iluminação elétrica permanente do Brasil ocorreu na Estação Central da Estrada de Ferro Dom Pedro II da cidade do Rio de Janeiro (RJ). No ano de 1881, foi instalada a primeira iluminação externa pública do país.

A primeira utilização de energia hidrelétrica no Brasil ocorreu em 1883, quando foi instalada no Ribeirão do Inferno, em Diamantina (MG) uma pequena usina. A energia gerada por esta usina era utilizada nas maquinas responsáveis por extrair os cascalhos de uma mina de diamantes. Pouco tempo depois o industrial mineiro Bernardo Mascarenhas decidiu utilizar também a energia gerada pelas forças das águas para fazer funcionar sua fábrica de tecidos. Desta forma, construiu a Usina Hidrelétrica Marmelos, que entrou em operação no ano de 1889, às margens do rio Paraibuna, em Juiz de Fora (MG). Com a fábrica de tecidos funcionando, o excedente de energia era fornecido para iluminar a cidade de Diamantina, inaugurando oficialmente o primeiro serviço público de iluminação no Estado de Minas Gerais.

As primeiras hidroelétricas surgiram através da iniciativa privada, posteriormente, o setor de Elétrico Brasileiro passou por uma fase de estatização iniciada na década de trinta e posteriormente por uma fase de privatizações iniciada na década de noventa. Atualmente, os assuntos relacionados à Energia Elétrica são de competência do Ministério de Minas e Energia.

(5)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

2.3 O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO E A GOVERNANÇA CORPORATIVA

O Setor Energético é de fundamental importância para o crescimento econômico, político e social do Brasil. Dada a sua importância para o país, o bom desempenho destas empresas interessa não somente aos seus acionistas como também para o país.

As empresas do setor de energia elétrica brasileiras possuem ações cotadas na bolsa de valores e por este motivo, ao aderirem estrategicamente às boas práticas de Governança Corporativa, se tornam mais confiáveis aos olhos dos investidores, pois transmitem uma imagem ética, de transparência na prestação e constas e de responsabilidade empresarial, conseqüentemente, tornam-se mais competitivas.

No ano de 2000 a BM&FBOVESPA desenvolveu o conceito de Novo Mercado, onde para poder fazer parte deste novo modelo, as empresas devem cumprir rigorosamente uma série de exigência das boas práticas da Governança Corporativa, sendo que essas regras vão além das obrigações que as companhias têm perante a Lei das Sociedades por Ações (Lei das SAs). Alguns exemplos destas regras (BM&FBOVESPA, 2012):

 O capital deve ser composto exclusivamente por ações ordinárias com direito a voto;

 Divulgação de dados financeiros mais completos, incluindo relatórios trimestrais com demonstração de fluxo de caixa e relatórios consolidados revisados por um auditor independente;

 A empresa deverá disponibilizar relatórios financeiros anuais em um padrão internacionalmente aceito.

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Nesta seção será evidenciada a metodologia utilizada para obter-se os resultados da pesquisa. Para a construção do instrumento de coleta dos dados, utilizou-se como base as pesquisas de Leal, Carvalhal-da-Silva e Valadares (2002), Almeida (2008), Silveira (2004) e Alencar (2007), as quais avaliaram e mensuraram governança corporativa em determinados setores ou países.

3.1 AMOSTRA

Martins e Theóphilo (2007) definem amostra como conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam em comum determinadas características definidas para o estudo. Nesta pesquisa, a amostra utilizada contempla as seguintes empresas do Setor Elétrico Brasileiro, escolhidos por

(6)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

critério de conveniência: AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia S/A, AES Tiete S/A, Centrais Elétricas do Pará S/A (CELPA) e Companhia de Energia de Pernambuco (CEP).

3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DOS DADOS

Para evidenciar o nível de governança corporativa das empresas, utilizaram-se todas as questões propostas pelos autores, resultando num instrumento final que contém 31 questões, o qual encontra-se evidenciado abaixo:

Quadro 1 – Instrumento de Coleta de Dados

TRANSPARÊNCIA

A companhia prepara seus relatórios financeiros exigidos por lei dentro do prazo previsto? (AL E LE) A companhia utiliza métodos internacionais de contabilidade? (AL, LE, SILV)

A companhia usa uma das principais empresas de auditoria globais? (AL, LE, SILV)

A companhia apresenta no seu website ou nas informações anuais (IAN) informações sobre remuneração do diretor geral e dos membros do conselho? (AL, LE)

A empresa teve parecer de auditoria independente sem ressalva? (AL) COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DO CONSELHO

O presidente do conselho e o diretor geral da empresa são pessoas diferentes? (AL, LE, SILV)

O conselho é claramente composto por conselheiros externos e possivelmente independentes (não ligados aos controladores)? (AL E LE)

O conselho possui entre 5 e 9 membros, conforme recomenda o IBGC? (AL, LE, SILV)

Os membros do conselho possuem mandato de um ano, conforme recomenda o IBGC? (AL, LE, SILV) Há na companhia conselho fiscal permanente? (LE)

CONTROLE E CONDUTA

A empresa não está sob investigação em curso ou tem qualquer tipo de condenação pela CVM no último ano? (AL)

A companhia nao recebeu qualquer tipo de condenação pela CVM no último ano? (AL)

O grupo controlador, considerando o acordo de acionistas, possui menos de 50% das ações com direito a voto? (AL, LE, SILV)

A porcentagem de ações sem direito a voto é menor que 20% do total do capital? (AL E LE) O controle da companhia é direto? (AL)

Não existem acordos de acionistas? (AL E SILV)

O índice de acionistas controladores de direitos de fluxos de caixa para direitos de voto é maior ou igual a 1? (LE)

O free-float da companhia é maior ou igual ao que é requerido pela bolsa de valores de São Paulo para o "Novo Mercado" (25%)? (LE)

(7)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

Este Quadro, composto de 31 questões, foi utilizado para ilustrar qual o nível de governança das empresas, e será mensurada em forma de um número, que vai de 0 (zero) até 31 (trinta e um), e será interpretado da seguinte forma: 0 – empresa sem governança corporativa, 31 – empresas com alto nível de governança corporativa.

Os dados para obter as respostas às questões propostas, foram retiradas do sistema DIVEXT, sistema de divulgação externa da CVM, todos utilizando os anos de 2008 à 2010 como base para pesquisa. Não foi utilizado o ano de 2011, pois até a data da coleta dos dados nem todas as empresas tinham divulgado suas informações. Este sistema disponibiliza informação sobre transparência das empresas de capital aberto do Brasil. Para obter-se o nível de governança corporativa, utiliza-se o site da BM&FBOVESPA, que apresenta a classificação (N1, N2 ou Novo Mercado) para as empresas.

A companhia apresenta no seu RA uma série histórica do resultado do período, no mínimo de 3 anos? (ALEN)

Há comentários que indicam explicações ou justificativas sobre as oscilações do resultado do período? (ALEN)

A companhia apresenta no seu RA uma série histórica das despesas administrativas e comerciais, no mínimo de 3 anos? (ALEN)

Há comentários que indicam explicações ou justificativas sobre as oscilações de despesas administrativas e comerciais? (ALEN)

A companhia apresenta no seu RA uma série histórica das ações judiciais trabalhistas, no mínimo de 3 anos? (ALEN)

Há comentários que indicam explicações ou justificativas sobre as oscilações das ações judiciais trabalhista? (ALEN)

A companhia apresenta no seu RA uma série histórica das ações fiscais/tributárias, no mínimo de 3 anos? (ALEN)

Há comentários que indicam explicações ou justificativas sobre as oscilações das ações fiscais/tributárias? (ALEN)

A empresa apresenta no seu RA uma série histórica da evolução de receitas e despesas financeiras, no mínimo de 2 anos? (ALEN)

Há comentários que indicam explicação ou justificativa sobre as oscilacoes de receitas e despesas financeiras? (ALEN)

DIREITOS DE ACIONISTAS

O contrato social da companhia estabelece câmara de arbitragem para resolver conflitos corportativos? (LE) O contrato social da companhia concede direitos adicionais de voto além do que é legalmente requerido? (LE)

(8)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

4 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS

Os dados que mensuram o nível de governança das quatro empresas selecionadas foram levantados, e estão apresentados no Quadro 2. O número 1 (um) significa resposta Sim e o número 0 (zero) significa resposta não, para a pergunta ilustrada.

Quadro 2 – Nível de Governança das Empresas Selecionadas

AES Sul AES Tiete CELPA CEP

TRANSPARÊNCIA 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 A companhia prepara seus relatórios

financeiros exigidos por lei dentro do prazo previsto? (AL E LE)

1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1

A companhia utiliza métodos internacionais de contabilidade? (AL, LE, SILV)

1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1

A companhia usa uma das principais empresas de auditoria globais? (AL, LE, SILV)

1 1 1 1 0 1 0 0 0 1 0 1

A companhia apresenta no seu website ou nas informações anuais (IAN) informações sobre remuneração do diretor geral e dos membros do conselho? (AL, LE)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

A empresa teve parecer de auditoria

independente sem ressalva? (AL) 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

COMPOSIÇÃO E

FUNCIONAMENTO DO

CONSELHO

O presidente do conselho e o diretor geral da empresa são pessoas diferentes? (AL, LE, SILV)

1 0 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1

O conselho é claramente composto por conselheiros externos e possivelmente independentes (não ligados aos controladores)? (AL E LE)

0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1

O conselho possui entre 5 e 9 membros, conforme recomenda o IBGC? (AL, LE, SILV))

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Os membros do conselho possuem mandato de um ano, conforme

(9)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761 recomenda o IBGC? (AL, LE, SILV)

Há na companhia conselho fiscal

permanente? (LE) 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1

CONTROLE E CONDUTA

A empresa não está sob investigação em curso ou tem qualquer tipo de condenação pela CVM no último ano?

1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1

A companhia não recebeu qualquer tipo de condenação pela CVM no último ano? (AL)

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

O grupo controlador, considerando o acordo de acionistas, possui menos de 50% das ações com direito a voto? (AL, LE, SILV)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

A porcentagem de ações sem direito a voto é menor que 20% do total do capital? (AL E LE)

0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1

O controle da companhia é direto?

(AL) 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Não existem acordos de acionistas?

(AL E SILV) 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0

O índice de acionistas controladores de direitos de fluxos de caixa para direitos de voto é maior ou igual a 1? (LE)

1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0

O free-float da companhia é maior ou igual ao que é requerido pela bolsa de valores de São Paulo para o "Novo Mercado" (25%)? (LE)

0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0

DISCUSSÕES E ANÁLISE DE

DADOS FINANCEIROS

A companhia apresenta no seu RA uma série histórica do resultado do período, no mínimo de 3 anos? (ALEN)

0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1

Há comentários que indicam explicações ou justificativas sobre as oscilações do resultado do período? (ALEN)

(10)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761 A companhia apresenta no seu RA

uma série histórica das despesas administrativas e comerciais, no mínimo de 3 anos? (ALEN)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Há comentários que indicam explicações ou justificativas sobre as oscilações de despesas administrativas e comerciais? (ALEN)

0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

A companhia apresenta no seu RA uma série histórica das ações judiciais trabalhistas, no mínimo de 3 anos? (COL)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Há comentários que indicam explicações ou justificativas sobre as oscilações das ações judiciais trabalhista? (COL)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

A companhia apresenta no seu RA uma série histórica das ações fiscais/tributárias, no mínimo de 3 anos? (COL)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Há comentários que indicam explicações ou justificativas sobre as oscilações das ações fiscais/tributárias? (COL)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

A empresa apresenta no seu RA uma série histórica da evolução de receitas e despesas financeiras, no mínimo de 2 anos? (ALEN )

0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

Há comentários que indicam explicação ou justificativa sobre as oscilações de receitas e despesas financeiras? (ALEN)

0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

DIREITOS DE ACIONISTAS

O contrato social da companhia estabelece câmara de arbitragem para resolver conflitos corporativos? (LE)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

O contrato social da companhia concede direitos adicionais de voto além do que é legalmente requerido? (LE)

(11)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761 A companhia concede direitos de

concede tag along além do que é legalmente requerido? (LE)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: Dados da Pesquisa (2015).

O Quadro 2 apresentou o nível de transparência das 4 empresas selecionadas para os 4 anos selecionados para a pesquisa. Percebe-se que na maioria dos casos o nível de transparência e governança das empresas aumenta com o tempo, ou se mantém. São poucos os casos onde a empresa diminui o seu nível de governança e transparência. Este caso pode ser verificado na empresa Centrais Elétricas de Pernambuco que, em 2008, não tinha acordo de acionistas, mas em 2009 passou a ter, fato que se repetiu em 2010.

Também, a mesma empresa em 2008 não estabelecia câmara de arbitragem para resolver conflitos corporativos. Em 2009 passou a estabelecer, mas em 2010 voltou a não estabelecer, ou seja, regrediu em termos de transparência e governança.

Casos de melhora na governança também foram percebidos, por exemplo, a CELPA, que em 2008 e 2009 não apresentava comentários que indicam explicações ou justificativas sobre as oscilações de despesas administrativas e comerciais. No ano de 2010, passou a apresentar este quesito e a AES Tiete que em 2008 e 2009 tinha a figura do presidente do conselho e o diretor geral da empresa como a mesma pessoa. Em 2010, passou a ter pessoas diferentes neste cargo, aumentando seu nível de governança. O Quadro 3 apresenta o nível de governança das empresas divididos em constructos.

Quadro 3 – Mini Constructos das Empresas

AES Sul AES Tiete CELPA CEP

Transparência 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 Pontuação Obtida 4 2 4 4 3 4 2 2 3 3 3 4 Pontuação Possível 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 Índice do Constructo 0,8 0,4 0,8 0,8 0,6 0,8 0,4 0,4 0,6 0,6 0,6 0,8 Composição e Funcionamento Pontuação Obtida 2 1 2 1 1 2 2 2 3 4 4 4 Pontuação Possível 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 Índice do Constructo 0,4 0,2 0,4 0,2 0,2 0,4 0,4 0,4 0,6 0,8 0,8 0,8 Controle e Conduta Pontuação Obtida 5 5 5 5 4 3 4 4 3 4 3 4 Pontuação Possível 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8

(12)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761 Índice do Constructo 0,63 0,63 0,63 0,63 0,5 0,38 0,5 0,5 0,38 0,5 0,38 0,5 Dados Financeiros Pontuação Obtida 0 0 0 0 0 1 0 1 5 0 0 2 Pontuação Possível 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Índice do Constructo 0 0 0 0 0 0,1 0 0,1 0,5 0 0 0,2 Direitos de Acionistas Pontuação Obtida 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Pontuação Possível 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Índice do Constructo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,33 0 Governança Corporativa Pontuação Obtida 11 8 11 10 8 10 8 9 14 11 11 14 Pontuação Possível 31 31 31 31 31 31 31 31 31 31 31 31 Índice do Constructo 0,35 0,26 0,35 0,32 0,26 0,32 0,26 0,29 0,45 0,35 0,35 0,45 Fonte: Dados da Pesquisa (2015).

Percebe-se que as empresas analisadas, utilizando o questionário proposto possuem níveis de governança corporativa baixos. As empresas com maiores níveis de governança são a CELPA e a CEP em 2010, com valor de 0,45, ou seja, 45% de respostas Sim.

Estes valores baixos devem-se, principalmente, aos constructos Direitos de Acionistas e Dados Financeiros, que receberam respostas Não em quase todas as questões. Analisando os constructos Transparência, Composição e Funcionamento, Controle e Conduta, têm-se níveis mais elevados de governança, por exemplo, as empresas AES Tiete e CEP em 2010 tiveram 0,8 para o constructo transparência, ou seja, 80% de questões com respostas sim, no tocante à transparência.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de dispersão de capital das entidades, que ocorreu devido a fatores como a constituição das grandes empresas na forma de sociedades anônimas, a abertura de capital de empresas fechadas e o aumento do número de empresas listadas em bolsas de valores, o aumento do número de investidores no mercado de capitais, a crescente diversificação de suas carteiras e o conseqüente fracionamento da propriedade das companhias ocasionou os chamados conflitos de interesse entre acionistas e gestores.

A Governança Corporativa é um conjunto de mecanismos e recomendações que, por meio destes, os acionistas asseguram que vão obter retornos sobre os capitais investidos, evitando, com esta, os conflitos de interesse entre administradores e acionistas. Ela tem a função de promover aos

(13)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

acionistas e credores segurança, com o intuito de que estes não possam ser expropriados pelos agentes da mesma.

Neste contexto, o estudo objetivou apresentar um instrumento de mensuração de nível de governança corporativa e mensurar a mesma para 4 empresas nos anos de 2008 à 2010. O instrumento de coleta de dados baseou-se nos trabalhos de Leal, Carvalhal-da-Silva e Valadares (2002), Almeida (2008), Silveira (2004) e Alencar (2007). Ambos mensuram o nível de governança a partir de perguntas binárias, resultando num valor que evidencia quão transparente é ou não uma empresa. Percebeu-se que os constructos Dados Financeiros e Direitos de Acionistas foram os menos transparentes, enquanto os constructos Transparência, Composição e Funcionamento, Controle e Conduta são aqueles que mais apresentam altos níveis de governança e transparência. Importante salientar que esta pesquisa limitou-se à analisar as quatro empresas, com foco no instrumento elaborado a partir das pesquisadas sugeridas. Sugere-se, para trabalhos futuros, aumentar a amostra de empresas analisadas e fazer testes de validade e confiabilidade (Alfa de Cronbach) para o instrumento de coleta de dados.

REFERÊNCIAS

ALENCAR, Roberta. Nível de disclosure e custo do capital próprio no mercado brasileiro. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

ALMEIDA, Moisés Araújo. Evolução das Práticas de Governança Corporativa e Desempenho

das Empresas Brasileiras de Capital Aberto Não listadas em Bolsa. Dissertação (Mestrado em

Administração) – Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2008.

BEYS. Felipe Nemitz. Análise das Práticas de Governança Corporativa do Setor de Energia

Elétrica Brasileiro. 2009. 187f. Dissertação (Mestrado em Administração e Negócios) – Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

BM&F BOVESPA. Novo Mercado. Disponível em: < http://www.bmfbovespa.com.br>. Acesso em: 08/2012

BM&FBOVESPA. Governança Corporativa. Disponível em:

<http://www.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/consultas/governancacorporativa/governanca-corporativa.aspx?idioma=pt-br>. Acesso em: 07/2012.

(14)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 2-15, jan./jun. 2016. ISSN 2525-8761

CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS - ELETROBRAS. Centro da Memória da

Eletricidade no Brasil. Disponível em: <http://www.memoria.eletrobras.com>. Acesso em:

08/2012.

GUJARATI, Damodar. Econometria Básica. Tradução de Maria José Cyhlar Monteiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2ª tiragem, 2006.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA - IBGC. Governança

Corporativa. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/Secao.aspx?CodSecao=17>. Acesso em

08/2012.

LEAL, Ricardo Pereira Câmara; CARVALHAL-DA-SILVA, André; VALADARES, Sílvia

Mourthé. Estrutura de controle e propriedade das companhias brasileiras de capital aberto. Revista

de Administração Contemporânea, v.6, No. 1, p. 7–18, 2002.

LEAL, Ricardo. P., Governance practices and corporate value: a recent literature survey. Revista de

Administração de Empresas da USP – RAUSP, v. 39, n.4, p. 327-337, 2004.

SILVEIRA, Alexandre Di Miceli. Governança corporativa e estrutura de propriedade:

determinantes e relação com o desempenho das empresas no Brasil. Tese (Doutorado em

Administração) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade São Paulo. São Paulo, 2004.

Referências

Documentos relacionados

ENSEADA PRAIA HOTEL TAMBAQUI PRAIA HOTEL HOTEL PORTO DA PRAIA PAJUÇARA PRAIA HOTEL HOTEL MATSUBARA HOTEL HOLIDEY EXPRESS HOTEL IBIS MACEIO HOTEL DOVER HOTEL HOTEL

Excelsior Copacabana Hotel Hotel Arpoador Inn Hotel Debret/ copacabana Hotel Intercontinental Hotel Ipanema Inn Hotel Marina All Suites Hotel Praia Ipanema Hotel San Marco Hotel

Preços incluem taxas de aviação no valor de € 375 (sujeitos a alteração sem aviso prévio de acordo com os prazos definidos na legislação em vigor).. PREÇOS POR PESSOA EM

A motivação para o desenvolvimento deste trabalho, referente à exposição ocupacional do frentista ao benzeno, decorreu da percepção de que os postos de

[r]

Esta pesquisa pretendeu desenvolver o Programa de Intervenção para Promoção de AR PIPA e investigar efeitos de curto e longo prazo em habilidades de AR funções executivas - FE

submetidos a lesão hipóxico-isquêmica, aos quais foram administrado 0.1 ml de solução salina/100 g de peso do animal, 1 hora antes do início do estudo.. 2.2.6-Grupo