1
A SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO FLORESTAL – SEMA/MT
.
“O trabalho sem amor te faz escravo.” (anônimo)
Processo nº:
00000000/2007
Parte interessada: MARIA DAS COUVES – FAZENDA MUNDO NOVO Ref.: BAIXA DE ART
FULANO DE TAL
, brasileiro, casado, engenheiro florestal, portador da Cédula de Identidade pelo CREA sob o nº 0000-D com Visto nº 000000/MT, inscrito no CPF sob o nº 0000000000-00, residente e domiciliado na (...), Cidade de XXXXX/MT, comparece à presença de Vossa Excelência, para comunicar a suaEXONERAÇÃO DE
RESPONSABILIDADE TÉCNICA,
referente a tudo quanto compreende o assunto destes autos, pelos motivos que passa a expor.2 O profissional subscritor foi responsável técnico das respectivas anotações – ART’S - abaixo descritas, conforme consta nas informações internas do próprio órgão, bem como encartado em cada um dos autos correspondentes a cada uma delas.
Segue a relação, lembrando-se que todas se encontram BAIXADAS:
ART PROPRIETÁRIO PROCESSO
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
TAL FULANO DE TAL 00000000/2002
Apesar de serem diversos os proprietários/interessados, todos estavam representados por procuração pelo Senhor FULANO DE TAL , o qual em
28/08/2012, via notificação extrajudicial, ordenou a
3
este engenheiro que desse baixa nas ART’s; não
praticasse mais nenhum ato em processo junto a
qualquer repartição pública; que nem mais fizesse
visitas e telefonemas a nenhum dos proprietários, nem
adentrasse nos imóveis da família TAL.
“4. Em razão do exposto, notifico-lhe extrajudicialmente:
II – De que não nos opomos a que seja dada baixa em suas Anotações de Responsabilidade Técnica, até pelo contrário, Vossa Senhoria tem a obrigação de fazê-la; III – Para que não pratique mais nenhum ato em processo junto a qualquer repartição pública;
IV – Que interrompa as cobranças, visitas e telefonemas da forma como as vem fazendo;
V – Que não mais adentre em imóveis meu ou de meus familiares sem autorização.” (A cópia integral segue em anexo)
O motivo desse forte desentendimento
repousa no fato de que como contratado, o subscritor
se achava no direito de forçar o proprietário a fazer
os relatórios de acompanhamento do pós – exploratório
dos PMFS, pois, entende que tal faz parte do fiel
cumprimento de seu ofício, notadamente, por ser uma
exigência legal.
4 Contudo, a realização desses relatórios exige certo custeio, pois as atividades de campo não podem ser efetivadas num único momento.
Deste modo, com a insistência constante do engenheiro fulano de tal para realizar essa atividade,
o procurador dos proprietários não
desejando que a mesma fosse executada
, notificou-o nos termos já destacados, quebrando assim o contrato que existia entre eles.De toda essa contenda, por ora, o que merece registro é que: 1. A
falta de relatório de finalização da
fase pós-exploratória dos PMFS
referentes às ART’s acima relacionadas, é de inteira responsabilidade dos proprietários/interessados, posto que o engenheiro SEMPRE, DE FORMA CONTÍNUA E INSISTENTE, alertou e até mesmo cobrou a permissão para a realização da atividade, o que lhe foi negado em todas as circunstâncias;2. Todos os
ofícios de pendências
que saíram em nome do engenheiro fulano de tal, foram a ele endereçado por uma questão de normatização de sistema da SEMA – cujo cadastro da propriedade gera automaticamente o endereçamento ao Responsável Técnico (RT) do empreendimento;3.
Todas as vezes
que o RT recebia um ofício de pendência, procuravao procurador do
proprietário
para solucionar a questão, mas não obtinha êxito, pois, elenão queria cumprir com
as exigências do órgão, vez que seu
único interesse era a exploração da
madeira
;5
4.
Se a realização do relatório pós-exploratório não dependesse de custeio e permissão para adentrar na propriedade, o subscritor o teria feito, ainda que contrariando a vontade de seu contratante,isso por
entender que ele é uma exigência
legal que deve ser cumprida
compulsoriamente;
Destarte, estando quebrado o contrato de prestação de serviços entre as partes e – o que é pior de tudo – a confiança que a relação profissional/cliente necessita para sobreviver,
é o presente protocolo
para comunicar a SEMA que este engenheiro não é mais
o RT do empreendimento em questão
, já tendo dado baixa na respectiva ART,requerendo
somente que nada mais saia em seu nome e que todas as providências internas para efetivar tal baixa sejam tomadas.Por fim, cumpre deixar claro que durante todo o tempo em que foi o RT do empreendimento, o engenheiro FULANO DE TAL
não mediu
esforços para cumprir com tudo quanto foi determinado pelo
órgão e pela legislação
. Porém, ele não é o proprietário e não possuía autonomia para decidir sobre várias questões. Prova maior dessa verdade é que, ao insistir em se fazer o que é certo e devido, foi grosseiramente compelido a nem mais falar com os responsáveis pela propriedade.Nestes termos, pede e espera deferimento. Cuiabá/MT, 22 de novembro de 2.012.
6
Documentos juntados:
1. Cópia da ART baixada;
2. Cópia da Notificação extrajudicial recebida em 28/08/2012.
ADENDO:
Os projetos de manejo florestais sustentados sempre exigiram três documentos básicos:
O licenciamento ambiental único
A averbação de reserva legal
A averbação dos compromissos de execução das atividades de manejo.
O primeiro e o segundo documentos seriam consequências da apresentação do projeto de licenciamento ambiental único e que resultaria na liberação da licença e na averbação da reserva legal.
No terceiro documento os proponentes firmavam a averbação da área do projeto de manejo e seus respectivos compromissos juntamente com a autoridade legal da SEMA.
Estes documentos, devidamente assinados são averbados à margem da matrícula do registro de imóveis da comarca aonde se situa a propriedade. Como consequência dos termos assinados e da liberação da autorização formal para exploração - AUTEX - os proprietários se tornam responsáveis civis e criminais bem como os proponentes dos projetos por si, seus sucessores e herdeiros.
O responsável técnico é o responsável pela elaboração e acompanhamento da execução do projeto aprovado.
7 Em consequência do não cumprimento dos compromissos assumidos concordamos com as exigências formalizadas pelo fulano de tal na notificação extrajudicial.
No entanto movido pelas responsabilidades individuais como membro de sociedade, tenho o direito e o dever de lembrar aos proprietários e ao poder público que os compromissos assumidos deverão ser resgatados nas conformidades das leis ambientais.
O descumprimento é a razão dos desvios de conduta e da ética profissional, da qual este engenheiro não concorda e por isso mesmo faz questão de deixar claro que melhor é dar baixa nas ART’s e ter sido “dispensado” via notificação extrajudicial do que figurar num contrato para fazer a coisa de forma errada e na contramão da legislação.