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Desafios da Pós-Graduação no Ensino, Pesquisa e Extensão no contexto dos Institutos Federais

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Academic year: 2021

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III Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e

Extensão do Instituto Federal Catarinense

Desafios da Pós-Graduação no Ensino, Pesquisa

e Extensão no contexto dos Institutos Federais

Profa. Dra. Flaviana G. Nunes

Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) flaviananunes@ufgd.edu.br

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Pontos balizadores/desafios: os

objetivos do III Seminário do IFC

 as possibilidades do trabalho interdisciplinar a partir da pós-graduação com a necessária articulação entre as atividades de ensino, de pesquisa e de extensão;

deslocamento e transgressão das tradicionais fronteiras

do saber disciplinar e fragmentado, forçando a um olhar mais sistêmico, integrador e multidisciplinar capaz de contribuir, a partir de uma visão global, com a resolução dos problemas locais e regionais.

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 de que lugar falo: experiências e vivência num programa de pós-graduação disciplinar, em uma universidade pequena, relativamente nova e periférica – dificuldades de se manter um programa de pós-graduação nesse contexto;

 relação com a própria concepção hegemônica de ciência e produção do conhecimento ainda vigentes: os IFs, em muitos casos, também são vistos como “incapazes”, por sua condição “periférica ou interiorana”, de produzir conhecimento científico.

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Desafio: O trabalho interdisciplinar a partir da

pós-graduação com a

necessária articulação entre as

atividades de ensino, de pesquisa e de extensão

 É um desafio a pós-graduação brasileira como um todo e não somente no âmbito dos Institutos Federais – talvez, por sua natureza, formas de organização e objetivos, os IFs tenham mais possibilidades de promover essa articulação;

 no entanto, resta questionar: Até que ponto as concepções e modelo acadêmico/universitário estão presentes e direcionam ou trazem entraves para que esse relação se dê de forma distinta nos Institutos Federais?

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 a pesquisa, a produção científica, a produção do conhecimento e por conseguinte, a pós-graduação brasileira ainda são extremamente disciplinares;

 embora exista uma área de avaliação na CAPES denominada Interdisciplinar (“...visando formar mestres e doutores com perfis inovadores, deve gerar produtos resultantes da convergência de duas ou

mais áreas do conhecimento, promover o desenvolvimento e a inserção social.”) – predomina a concepção disciplinar e homogeneizadora de ciência – ver as formas de avaliação da pós-graduação, por exemplo.

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Desafio: Deslocamento e transgressão

das tradicionais fronteiras do saber

disciplinar e fragmentado

 disciplinarização do conhecimento – concepção de ciência que se consolida no século XIX ainda bastante presente e arraigada nas estruturas institucionais e mesmo nas formas de pensamento daqueles que desenvolvem pesquisa;

 neste aspecto, destaca-se um conjunto de críticas e reflexões já desenvolvidas por vários autores, dentre eles, Boaventura de Sousa Santos fundamentais para avançarmos neste debate;

 pensar o conhecimento para além da esfera reduzida da racionalidade cognitivo-instrumental da ciência moderna;

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 Para Santos, necessitamos de um novo modo de produção do conhecimento, de uma outra racionalidade e não de um novo conhecimento – não há ciência pura, há contato cultural de produção da ciência – ela não é independente da cultura;

 razão indolente (preguiçosa, única e exclusiva) a razão hegemônica – ela é dominada pelas monoculturas: do saber e do rigor, do tempo linear, da naturalização das diferenças que ocultam as hierarquias (diferenças não são desigualdades), do produtivismo capitalista;

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 Santos amplia o conceito de Epistemologia entendendo que é toda noção ou ideia, refletida ou não, sobre as condições do que conta como conhecimento válido;

 É por via do conhecimento válido que numa dada experiência social se torna intencional e inteligível. Não há, pois, conhecimento sem prática de relações sociais – diferentes tipos de relações sociais podem dar origem a diferentes epistemologias.

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“A ciência moderna, a que se inicia em Bacon e alcança sua formulação mais elaborada em Descartes, desconfia da experiência. E trata de convertê-la em um elemento do método, isto

é, do caminho seguro da ciência. A experiência já não é o meio

desse saber que forma e transforma a vida dos homens em sua singularidade, mas o método da ciência objetiva, da ciência que se dá como tarefa a apropriação e o domínio do mundo. Aparece assim a ideia de uma ciência experimental. Mas aí a experiência converteu-se em experimento, isto é, em uma etapa no caminho seguro e previsível da ciência. A experiência já não é o que nos

acontece e o modo como lhe atribuímos ou não um sentido, mas o modo como o mundo nos mostra sua cara legível, a série de regularidades a partir das quais podemos conhecer a verdade do que são as coisas e dominá-las.(...)” (BONDÍA, 2002, p. 28)

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“(...) Uma vez vencido e abandonado o saber da experiência e uma vez separado o conhecimento da existência humana, temos uma situação paradoxal. Uma enorme inflação de conhecimentos objetivos, uma enorme abundância de artefatos técnicos e uma enorme pobreza dessas formas de conhecimento que atuavam na vida humana, nela inserindo-se e transformando-a. A vida humana se fez pobre e necessitada, e

o conhecimento moderno já não é o saber ativo que alimentava, iluminava e guiava a existência dos homens, mas algo que flutua no ar, estéril e desligado dessa vida em que já não pode encarnar-se.” (BONDÍA, 2002, p. 28)

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Questões/possibilidades

diante dos desafios

 hegemonia da pesquisa derivada de uma dada concepção de ciência que coloca o ensino e a extensão em patamares “inferiores” na hierarquia das atividades acadêmicas é um problema que limita e, muitas vezes, inviabiliza as relações ou articulações da pós-graduação com o ensino e a extensão principalmente;

 saídas? Como fazer? Como a pós-graduação pode contribuir para isso? Quais caminhos?

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 Na elaboração de propostas de programas de pós-graduação é necessário que se construa uma dinâmica em que a pesquisa em si não seja a prioridade – que ele derive ou seja parte das ações de extensão e ensino, que dialogue com elas, que se nutra delas, ao mesmo tempo em que as construa;

 que pesquisas o programa desenvolverá?

 Como serão construídas as problemáticas e questões das

pesquisas a serem desenvolvidas no programa é uma resposta que pode dar a dimensão das relações com o ensino e com a extensão;

 que tipo de concepção de ciência e conhecimento

embasará as pesquisas do programa? Essa também é uma questão fundamental.

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