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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CITAÇÕES EM DOCUMENTOS

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Academic year: 2021

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA – CITAÇÕES EM

DOCUMENTOS

De onde vem o seu conhecimento?

Ao falarmos sobre a importância do uso de referências bibliográficas é necessário enfatizar que, se você sabe alguma coisa, é porque aprendeu em algum lugar. Isto é básico e essencial: sabemos o que sabemos porque estamos inseridos em sociedade e envolvidos por informações. Dentro da sociedade, passamos por processos de aprendizagem que remontam a nossa infância, e neste processo aprendemos, coisas que vêm sendo acumuladas durante várias gerações e de diferentes lugares.

COMO SE FAZ UMA TESE1

[I] PARÁFRASES E PLÁGIO

Ao elaborar a ficha de leitura, você resumiu vários pontos do/a autor/a que lhe interessavam: isto é, fez paráfrases e repetiu com suas próprias palavras o pensamento do autor. E também reproduziu trechos inteiros entre aspas2.

Ao passar para a redação da tese, já não terá sob os olhos o texto, e provavelmente copiará longos trechos das fichas. Aqui, é preciso certificar-se de que os trechos que copiou são realmente paráfrases e não citações sem aspas. Do contrário, terá cometido um plágio3.

Essa forma de plágio é assaz comum nas teses. O estudante fica com a consciência tranqüila porque informa, antes ou depois, em nota de rodapé, que está se referindo àquele autor. Mas o leitor que, por acaso, percebe na página não uma paráfrase do texto original, mas uma verdadeira cópia sem aspas, pode tirar dai uma péssima impressão. E isto não diz respeito apenas ao orientador, mas a quem quer que posteriormente estude a sua tese, para publicá-la ou para avaliar sua competência.

Como ter certeza de que uma paráfrase não é um plágio? Antes de tudo, se for muito mais curta do que o original, é claro. Mas há casos em que o autor diz coisas de grande conteúdo numa frase ou período curtíssimo, de sorte que a paráfrase deve ser muito mais longa do que o trecho original. Neste caso, não se deve preocupar doentiamente em nunca colocar as mesmas palavras, pois às vezes é inevitável ou mesmo útil que certos termos permaneçam imutáveis. A prova mais cabal é

1ECO, Humberto. Como se faz uma tese. 12ª ed.. SP: Perspectiva, 1995, p. 128-132. 2 Veja o link sobre “Fichamentos”.

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dada quando conseguimos parafrasear o texto sem tê-lo diante dos olhos, significando que não só não o copiamos como o entendemos.

Para melhor esclarecer esse ponto, transcrevo com o número 1.1. um trecho de um livro (trata-se de Norman Cohn, Os Fanáticos do Apocalipse).

Com o número 1.2 exemplifico uma paráfrase razoável.

Com o número 1.3 exemplifico uma falsa paráfrase, que constitui um plágio.

Com o número 1.4 exemplifico uma paráfrase igual à do número 1.3, mas onde o plágio é evitado pelo uso honesto de aspas.

1.1. O texto original

A vinda do Anticristo deu lugar a uma tensão ainda maior. Sucessivas gerações viveram numa constante expectativa do demônio destruidor, cujo reino seria de fato um caos sem lei, uma era votada à rapina e ao saque, à tortura e ao massacre, mas também o prelúdio de um termo ansiado, a Segunda Vinda e o Reino dos Santos. As pessoas estavam sempre alerta, atentas aos “sinais” que, segundo a tradição profética, anunciariam e acompanhariam o último “período de desordem”; e, já que os “sinais” incluíam maus governantes, discórdia civil, guerra, fome, carestia, peste, cometas, mortes imprevistas de pessoas eminentes e uma crescente pecaminosidade geral, nunca houve dificuldade em detectá-los.

1.2. Uma paráfrase honesta

A esse respeito, Cohn4 é bastante explícito. Debruça-se sobre a situação de tensão típica desse período, em que a expectativa do Anticristo é, ao mesmo tempo, a do reino do demônio, inspirado na dor e na desordem, mas também prelúdio da chamada Segunda Vinda, a Parúsia5, a volta do Cristo triunfante. Numa época dominada por acontecimentos sombrios, saques, rapinas, carestia e pestes, não faltavam às pessoas os “sinais” correspondentes aos sintomas que os textos proféticos haviam sempre anunciado como típicos da vinda do Anticristo.

4 COHN, Norman. I fanatici dell’Apocalipse. Milano: Comunità, 1965, p. 128.

5 Normalmente, entre nós teólogos/as e pastoras/es, empregamos a forma transliterada do grego parusía; todavia, no dicionário Aurélio a forma de se grafar esse vocábulo é parúsia. Em atenção à perfeita tradução e revisão do texto, ora compilador, mantivemos a grafia original do texto. [Nota do

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1.3. Uma falsa paráfrase

Segundo Cohn... [segue-se uma lista de opiniões expressas pelo autor em outros capítulos]. Por outro lado, cumpre não esquecer que a vinda do Anticristo deu lugar a uma tensão ainda maior. As gerações viviam na constante expectativa do demônio destruidor, cujo reino seria de fato um caos sem lei, uma era consagrada à rapina e ao saque, à tortura e ao massacre, mas também o prelúdio à Segunda Vinda ou ao Reino dos Santos. As pessoas estavam sempre alerta, atentas aos sinais que, segundo os profetas, acompanhariam e anunciariam o último “período de desordem”: e, já que esses “sinais” incluíam os maus governantes, a discórdia civil, a guerra, a seca, a fome, a carestia, as pestes e os cometas, além das mortes imprevistas de pessoas importantes (e uma crescente pecaminosidade geral), nunca houve dificuldade em detectá-los.

1.4. Uma paráfrase quase textual que evita o plágio

O próprio Cohn, já citado, recorda ainda que “a vinda do Anticristo deu lugar a uma tensão ainda maior”. As diversas gerações viviam em constante expectativa do demônio destruidor, “cujo reino seria de fato um caos sem lei, uma era consagrada à rapina e ao saque, à tortura e ao massacre, mas também o prelúdio de um termo ansiado, a Segunda Vinda e o Reino dos Santos.

As pessoas estavam sempre alerta e atentas aos sinais que, segundo os profetas, acompanhariam e anunciariam o último “período de desordens”. Ora, sublinha Cohn, uma vez que estes sinais incluíam “maus governantes, discórdia civil. guerra, seca, fome, carestia. peste. cometas, mortes imprevistas de pessoas eminentes e uma crescente pecaminosidade geral, nunca houve dificuldade em detectá-los.

Ora, é claro que, ao invés de dar-se ao trabalho de elaborar a paráfrase n.° 4, melhor fora transcrever como citação o trecho completo. Mas para isso seria preciso que sua ficha de leitura já contivesse todo o trecho ou uma paráfrase insuspeita. Como, ao redigir a tese, não poderá mais recordar-se do que foi feito na fase de fichamento, cumpre proceder corretamente a partir daí. Você deve estar seguro de que, não existindo aspas na ficha, o que ali está é uma paráfrase e não um plágio.

Notem que no exemplo 1.2 ao falar de Cohn, Umberto Eco logo faz a referência em nota de rodapé, fornecendo a sua indicação bibliográfica.

Importante: se você utiliza palavras ou idéias de algum autor, é necessário que faça

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Quando há uma cópia literal, é uma citação textual ou direta, isto é, uma transcrição de textos de outros autores. Reproduzimos literalmente a palavra do autor, respeitando todas as características de redação, ortografia e pontuação do texto original. E, quando a citação for no corpo do texto, devemos transcrever a palavra do(a) autor(a) utilizando "aspas".

Seja através de citação livre ou de citação textual, as informações foram tiradas de algum lugar, e, portanto, deve ser fornecida a sua fonte, a sua referência.

Existem duas maneiras de fazer referência: a) referência numérica (quando usamos nota de rodapé); b) referência alfabética – autor-data (quando colocamos a fonte entre parênteses no corpo do texto).

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REFERÊNCIA NUMÉRICA – NOTAS DE RODAPÉ.

Apresentaremos um texto utilizando citação direta e indireta, e depois explicaremos.

Exemplo 1:

Dimoulis analisa as alterações da Emenda Constitucional 45, e especialmente a inserção do § 4º no art. 5º da CF, que, a partir de 08.12.2004, passou a ter a seguinte redação: “O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”.

Dentro desta redação constitucional, Dimoulis questiona qual o sentido que a utilização do termo “se submete” pode trazer para a noção de soberania, que entende como essencial no constitucionalismo moderno, iniciando seu artigo com as seguintes perguntas:

De quem emana o poder no Brasil, após a entrada em vigor da Emenda Constitucional 45? Houve substituição parcial do povo brasileiro pelas instancias e autoridades internacionais às quais o Brasil se “submeteu’”? Isso equivale a uma verdadeira tentativa de suicídio do soberano que, no texto destinado a proclamar e organizar a sua soberania, exprime a vontade de se submeter a autoridades estrangeiras.1

No rodapé da página: __________________

1 DIMOULIS, D. O art. 5º, § 4º, da CF: dois retrocessos políticos e um fracasso normativo. In: TAVARES, A. R.; LENZA, P.; ALARCÓN, P de J. L. Reforma do judiciário: analisada e comentada. São Paulo: Método, 2005, p. 107-108.

Explicações:

O exemplo inicia-se com dois parágrafos de paráfrases que procuram contextualizar a discussão e introduzir a citação. Logo no início do primeiro parágrafo já sabemos quem é o autor do texto, assim como as linhas gerais da discussão do autor citado. Depois desta pequena citação indireta é feita uma citação direta, e somente no final, colocamos o número da nota de rodapé. Neste exemplo, o número fica no final, pois, pelo encadeamento do texto, e apesar de ser três parágrafos, sabemos que se trata de um mesmo autor. Na nota de rodapé colocamos o(s) número(s) da(s) página(s) de onde foi tirada, e nunca o total de páginas do artigo ou livro.

Regras de formatação:

Quando tiver mais de 3 linhas, a citação deve, necessariamente, estar separada em um parágrafo de citação. Esse deve ter recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem aspas. Não há recuo de primeira linha. Assim, se o parágrafo de

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texto, está formatado com, 1ª linha 1,25 cm, espaço duplo, justificado e Arial 12. O parágrafo de citação é espaço simples, justificado e Arial 11.

A palavra “submeteu” está entre aspas porque estava assim no texto citado.

Exemplo 2.

As citações diretas até 3 (três) linhas podem permanecer no parágrafo do texto. Por exemplo:

Dentro desta redação constitucional, Dimoulis questiona qual o sentido que a utilização do termo “se submete” pode trazer para a noção de soberania, que entende como essencial no constitucionalismo moderno, iniciando seu artigo com as seguintes perguntas: “De quem emana o poder no Brasil, após a entrada em vigor da Emenda Constitucional 45? Houve substituição parcial do povo brasileiro pelas instâncias e autoridades internacionais às quais o Brasil se ‘submeteu’?”.2

No rodapé da página: __________________

1 DIMOULIS, D. O art. 5º, § 4º, da CF: dois retrocessos políticos e um fracasso normativo. In: TAVARES, A. R.; LENZA, P.; ALARCÓN, P de J. L. Reforma do judiciário: analisada e comentada. São Paulo: Método, 2005, p. 108.

Explicações:

Como a citação esta inserida no corpo do texto, essa deve ter o destaque das aspas, separando, assim, as diferentes autorias. Como já tinha aspas duplas (“), a palavra soberania teve suas aspas alteradas para simples (‘).

As notas de rodapé:

1. A primeira citação de uma obra, deve ter sua referência completa. No exemplo acima, estamos utilizando um artigo em livro. Note que as regras para a redação da referência de rodapé são as mesmas que utilizamos para a Bibliografia. A diferença é que na bibliografia colocamos o total de páginas da obra, e no rodapé, somente a(s) página(s) que estamos citando.

2. Se citar a obra novamente durante o seu texto, não precisa fazer a referência completa, mas pode indicá-la pelo nome, data e página.

Exemplo: ____________

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3. Quando for uma citação subseqüente da mesma obra, utiliza-se a expressão Ibidem – na mesma obra – Ibid.(forma abreviada).

Exemplo: ____________

3 DIMOULIS, 2005. p. 108. 4 Ibid., p. 108.

4. Quando a obra tiver sido citada anteriormente, e não for subseqüente, utiliza-se a expressão Opus citatum, opere citato – obra citada – op. cit. (abreviação).

Exemplo: ____________

3 DIMOULIS, 2005. p. 108. 4 Ibid., 110.

5 SABADELL, A. L. Manual de Sociologia Jurídica introdução a uma análise leitura externa do direito. 2ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 35-45.

6 Ibid., p. 60.

7 DIMOULIS, op. cit., p. 140-150. 8 SABADELL, op. cit., p. 55.

A nota 3 indica que já foi citada; a 4 que é a mesma obra, mas mudou a página; a 5 introduz, de forma completa, um novo autor; a 6 repete o autor, mudando a página; a 7 retoma o autor já citado; e, a 8 também.

5. A expressão apud – citado por, conforme, segundo é utilizando quando se faz uma citação de uma citação. Por exemplo: ao ler o livro de Sabadell, você encontrou uma citação de Max Weber, e vai utilizar esta citação no seu texto.

Exemplo: ____________

3WEBER, 1992, p. 20 apud SABADELL, 2002, p. 40.

Não se esqueça de, na lista de referências do final do trabalho, colocar a referência completa dos dois autores.

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REFERÊNCIA ALFABÉTICA – AUTOR/DATA.

Referência alfabética é a maneira de se fazer referências no corpo do texto sem o uso das notas de rodapé. Insere-se no texto, entre parênteses, no fim da passagem citada, o sobrenome do autor em maiúsculas, o ano e a página. Por exemplo:

De quem emana o poder no Brasil, após a entrada em vigor da Emenda Constitucional 45? Houve substituição parcial do povo brasileiro pelas instancias e autoridades internacionais às quais o Brasil se “submeteu’”? Isso equivale a uma verdadeira tentativa de suicídio do soberano que, no texto destinado a proclamar e organizar a sua soberania, exprime a vontade de se submeter a autoridades estrangeiras. (DIMOULIS, 2005, p. 108).

Ou:

Dentro desta redação constitucional, Dimoulis (2005, p. 108) questiona qual o sentido que a utilização do termo “se submete” pode trazer para a noção de soberania, que entende como essencial no constitucionalismo moderno, iniciando seu artigo com as seguintes perguntas: “De quem emana o poder no Brasil, após a entrada em vigor da Emenda Constitucional 45? Houve substituição parcial do povo brasileiro pelas instâncias e autoridades internacionais às quais o Brasil se ‘submeteu’?”.2

Ou:

Dimoulis (2005) questiona a Emenda Constitucional 45, levantando

problemas quanto a sua constitucionalidade, assim como as dificuldades para

sua implementação. Analisa princípios constitucionais e, frente a estes, mostra

algumas impossibilidades e contradições que a tornam inócua, ainda que

esteja prevista no ordenamento jurídico brasileiro.

Neste exemplo, não estamos tratando de uma parte específica do texto,

que deveria conter sua página, mas sim do texto de modo geral.

Na lista de referências deve conter a referência completa do autor.

DIMOULIS, D. O art. 5º, § 4º, da CF: dois retrocessos políticos e um fracasso normativo. In: TAVARES, A. R.; LENZA, P.; ALARCÓN, P de J. L. Reforma do judiciário: analisada e comentada. São Paulo: Método, 2005, p. 107-119.

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No caso de citação da citação, mantém-se o uso do apud. Por exemplo: (WEBER, 1992, p. 20 apud SABADELL, 2002, p. 40).

Quando houver mais de uma obra de um mesmo autor com o mesmo ano de publicação, crie uma ordem com números em sobrescrito.

Na Bibliografia:

GOLDMAN, L. Ciências humanas e filosofia. São Paulo: Saraiva, 19801. 210p.

_________. O problema do homem. São Paulo: Saraiva, 19802. 150p.

No texto: (GOLDMAN, 19801, p. 28) ou (GOLDMAN, 19802, p. 28).

Quando usar o nome do autor no corpo do texto, deixe em minúsculas (p. ex. Dimoulis afirma que [...]). Quando fizer a referência separada, coloque em maiúsculas. Por exemplo: (DIMOULIS, 1971, p. 10).

Atenção: As duas formas de referências são corretas. Ao escrever o seu texto escolha

somente uma e nunca use as duas formas em um mesmo trabalho.

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