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1^ Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal na Bahia
Sede- Av. Ulisses Guimarães, 3302 Ed. CAB. Empresarial l ° andar -Sussuarana Salvador- BA CEP 41213-000
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EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTA DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA SARA SILVA DE BRITO
SECAO DÊ PROTOCOLO 3ERAL -BAHIA _
1.439/2013 Copia
07/01/2013-15:13
ASSUNTO: PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS. ALTERAÇÃO DE DIVISOR. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. OBSERVAÇÃO OBRIGATÓRIA PELA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
SINDJUFE-BA - Sindicato dos servidores do Poder Judiciário Federa! no Estado da Bahia, com CNP3 - 14.669.089/0001-98, com representação de todos os servidores no Estado da Bahia, representada por seu Coordenador Jurídico Francisco Filho, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, expor os fatos constitutivos dos direitos sociais e financeiros, ao finai requerer o que segue:
I - DOS FATOS:
Como é cediço desse Regional Eleitoral, os Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovaram, na sessão realizada no dia 21 de agosto de 2012, por maioria de votos, a alteração do fator de divisão
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para cálculo das horas extraordinárias prestadas por funcionários da Justiça Eleitoral de todo o país/ para adequá-lo à jornada de trabalho efetivamente cumprida,
O divisor utilizado era de 200 (duzentos) passou a ser de 175 (cento e setenta e cinco), levando-se em consideração que, na Justiça Eleitoral/ a jornada diária é de 07 (sete) horas ininterruptas de trabalho e não de oito horas, com intervalo de uma hora para repouso e alimentação.
Com a publicação da Resolução TSE 23.386/2012, foi dada nova redação ao artigo 9° da Resolução do TSE 22.901/2008, que agora reza:
Art 9° O Salárío-hora do serviço extraordinário será calculado dividindo-se a remuneração mensal do servidor por cento e setenta e cinco, acrescido dos percentuais de cinquenta por cento em se tratando de hora extraordinária em dias úteis e aos sábados, e de cem por cento aos domingos e feriados.
Ocorre que tal alteração importou no reconhecimento expresso do equívoco no cálculo das horas extraordinárias por essa Justiça Regional, pois o cálculo do valor-hora depende do divisor utilizado, que, por seu turno, depende da carga horária trabalhada.
Não obstante, a Instrução Normativa 02, desta Corte, de 31 de agosto de 2012 e publicada no DJE em 02 de setembro de 2012, determinou a aplicação retroattva do divisor de 175 (cento e setenta e cinco) apenas até o mês de agosto/ deixando de incluir os últimos cinco anos, uma vez que a lei manda aplicar a prescrição quinquenal para todos os créditos de direito alimentar do servidor publico.
Ora, desde que nossa jornada foi instituída em sete horas, nosso divisor é 175, pois ele nada mais é do que o padrão mensal da duração do trabalho em contraponto aos padrões semanais e diários em voga, ou seja, calcula-se o divisor a partir da carga horária diária e semanal, e não o contrário.
Alíás, na Justiça Operária, o posicionamento é remansoso quanto ao cálculo do divisor aqui aventado, consoante apontam os arestos abaixo ementados:
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RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA - HORAS EXTRAS - DIVISOR - JORNADA SEMANAL DE 40 HORAS - Após a vigência da atual Carta Magna, com a limitação da jornada semanal, o teto de 44 horas é dividido por 6 dias úteis, o que resulta em 7/33 horas diárias, que, multiplicadas por 30 dias, resulta no divisor de 220. Contudo, se a Jornada cumprida é de 40 horas, como no caso concreto, o divisor a ser observado é 200, conforme decidido na segunda instância. Violação do art. 7°, XIII, da CF/88 não configurada. Recurso de Revista não conhecido. (..,)" ( TST - RR 586296 - 3a T. - Rei. Min. Carlos Alberto Reis de Paula - DJU 06.08.2004) De fato, a matéria encontra-se pacificada, conforme especifica a Súmula 431 do Tribunal Superior do Trabalho:
SALÁRIO-HORA. 40 HORAS SEMANAIS. CÁLCULO. APLICAÇÃO DO DIVISOR 200. Aplica-se o divisor 200 (duzentos) para o cálculo do valor do salário-hora do empregado sujeito a 40 (quarenta) horas semanais de trabalhe.
Neste sentido, repise-se: se a nossa jornada legalmente instituída é de 7 horas diárias e 35 semanais, então o nosso divisor, para fins de cálculo de horas extraordinárias não poderia nunca ser
200, mas 1751, como decidido pelo TSE, desde que a jornada
assim foi instituída.
Conclui-se, muito facilmente, que não se pode cogitar da correção da aplicação de divisor de 200 horas quando se tem legalmente instituída a jornada de 7 horas diárias e 35 semanais, sob a pena de subversão da ordem jurídica e de enriquecimento sem causa do Estado.
É de se ressaltar, de logo, que em nada altera o quadro delineado a circunstância da Resolução TSE 22.901/2008, até então prescrever que o cálculo deveria ser feito em função de um divisor de 200 horas, pois considerado sobre jornada de 4O horas
1 Chegamos neste valor pelo seguinte cálculo: 35h / 6 dias (sábado é
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semanais inexistente, uma vez que a fixação da jornada de trabalho em sete horas diárias, consoante fixado nas Portarias 95/2004, 156/2005, 664/2006 e 634/2011 (anexas), com a devida guarida no art. 19 da Lei 8.112/90, implicou a produção de efeitos jurídicos, inclusive para fins do cálculo em questão.
É cristalino, portanto, o direito à correção do divisor utilizado nos cálculos efetuados para pagamento de horas extraordinárias, respeitada a prescrição quinquenal e, consequentemente, o recebimento das diferenças financeiras apuradas, acrescida da devida correção monetária e juros legais.
Saliento que a questão não é nova, tendo este Regional apreciado e decidido favoravelmente ao pagamento das diferenças, em sede administrativa, alinhando-se ao precedente materializado na Resolução TSE 21.972/2004, consoante consta nos expedientes de
nos. 3.432/2006, 19.053/2005, 18.965/2005, 20.462/2005 e
21.034/2008.
Finalmente, considerando que as fichas financeiras, quadros de cálculos de horas extras trabalhadas, registros de ponto e demais documentos que comprovam o recebimento de valores referentes ao serviço extraordinário prestado nos últimos cinco anos encontram-se em poder da Administração, faz-se necessário que sejam os autos devidamente por ela instruídos, conforme previsto no art. 37 da Lei 9.784/99, para o efetivo pagamento das quantias devidas aos servidores.
I-DA LEGISLAÇÃO VIGENTE SOBRE HORAS
EXTRAORDINÁRIAS:
Os servidores Públicos do Poder Judiciário Federal, especificamente, os servidores da Justiça Eleitoral cumprem jornada diária de sete horas ininterruptas, fazendo jus por direito, quando devidamente cumprida, as horas extraordinariamente trabalhadas.
A Constituição Federal em seu artigo 39, § 3° assegura o mesmo direito dos trabalhadores urbanos e rurais, ao pagamento de horas extras quando executadas, devendo ser uma norma de observação cogente por parte dos tribunais e de todas as empresas.
FE-BA
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Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
plano de carreira para os servidores da administração pública direta,
das autarquias e das fundações públicas.
§ 3° Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público
o disposto no art. 7°, IV, VII, VIII, IX, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
XIX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
admissão quando a natureza do cargo o exigir.
Art. 7°, São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem a melhoria de sua condição social:
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior,
no mínimo, em cinquenta por cento;
O artigo 61, inciso V e o artigo 73 da lei 8.112/90
7traz
expressa previsão de pagamento de horas extraordinárias, quando
devidamente trabalhadas.
Vejamos a previsão:
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições,
gratificações e adicionais:
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora
normal de trabalho.
A Constituição Federal de 1988, a lei 8.112/90 que trata do
Regime Jurídico Único não deixa dúvida quanto ao direito do servidor
que exerceu atividade além da jornada do recebimento das horas
extras trabalhadas.
A alteração de uma base de cálculo superior ao pagamento de
horas extras, que envolve adstritamente um entendimento
administrativo da Administração pública, sem alteração legislativa
anterior ou posterior, traz em si, o reconhecimento de que o
entendimento anterior está coberto de equívoco, que considerando a
legislação vigente desde outrora, a modificação é obrigação cogente,
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para melhor servir aos aspectos de justiça e de interpretação jurídica. Assim o fez quando se procedeu o Conselho Nacional de Justiça quando alterou o valor do Auxilio Alimentação e deu isonomia para todos os servidores do Poder Judiciário da União.
III - DO PEDIDO:
Diante das considerações expendidas, requer que a digna e Ilustre Autoridade determine:
a)-A instrução dos autos com a documentação necessária para à análise e concessão do direito vindicado;
b)-A abertura de vista a Entidade Sindical requerente, para que se necessário, exercer o direito de contraditório e ampia defesa em nome de todos os servidores do Tribunal Regional Eleitoral, na forma do art 3°, inciso III, da Lei 9.784/99; Incisos III e VI, do artigo 8° da Constituição Federal;
c)-Ao final, determine a correção do divisor utilizado nos cálculos efetuados para pagamento de horas extraordinárias, respeitada a prescrição quinquenal, determinando o pagamento das diferenças financeiras apuradas, acrescidas da devida correção monetária e juros legais, por ser de direito e de justiça.
d)-Que se determine a suspensão do prazo prescricional conforme determina a legislação vigente, resguardando os direitos dos servidores desse Regional.
Nestes termos pede e espera deferimento. Salvador, 31 de Dezembro de 2012.
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