Sistema Cardiovascular – Exemplo
de Fitoterápico:
Pirliteiro
Ana Sílvia Mariano, 24570 Filipa Lino, 24944
Breve Introdução
Sistema cardiovascular ou circulatório – Vasta rede de vasos de vários tipos e calibres;
comunicação com todas as partes do corpo.
Dentro desses vasos circula o sangue, impulsionado pelas contrações rítmicas do coração; Responsável pelo transporte de substâncias como nutrientes, gases, hormonas,…, coagulação;
Constituído por: Coração (alojado no interior da caixa torácica) e Rede de artérias (levam o sangue do coração para as restantes partes do corpo), arteriolas, capilares, venulas e veias (levam o sangue ao coração);
O coração apresenta 4 cavidades, 2 auriculas e 2 ventriculos;
Percurso do sangue: Aurícula direita – Válvula tricúspide – Ventrículo Direito – Pulmão (para ser oxigenado) – (veias pulmonares) Aurícula esquerda, sendo esta a circulação pulmonar – Válvula Bicúspide ou mitral – Ventrículo esquerdo – (artéria aorta) para todo o corpo, sendo esta a circulação sistémica.
Exemplo de fitoterápico: Pirliteiro
Classificação Reino – Plantae Divisão – Magnoliophyta Classe – Magnoliopsida Ordem – Rosales Família – Rosaceae Género – Crataegus Espécie – C. oxyacantha L. Árvore de folha caduca, de médio porte (pode atingir 8 a 10m de altura) e de crescimento lento;
Ramos espinhosos;
Folhas simples, compridas e obovadas com 3 a 7 lobos; Flores pequenas brancas;
Frutos (Bagas) vermelhos comestíveis; Floresce a partir de Março até Maio;
Origem
Europa
Conhecida desde 100 d.C. (Dioscórides);
Só no século XIX é estudada e reconhecida pelos seus benéficos cardiovasculares;
Recentemente, têm-se feito estudos na Alemanha e EUA e confirmaram-se as suas propriedades cardiotónicas;
Em Portugal, esta planta encontra-se um pouco por todo o país.
Constituintes
Compostos fenólicos:-Procianidinas oligoméricas (epicatecol);
-Flavonóides (Hiperósido, quercetina, campferol); -Ácido gálico; -Agliconas flavonóides; -Polifenóis; Ácidos triterpérnicos; Aminas; Galactosideos; Cumarinas; Histamina; Taninos; Vitamina C.
As bagas possuem maioritariamente hiperósido, enquanto que as folhas, contêm altos niveis de procianidinas e vitexina-2-ramnosido; as flores também contêm altos niveis de vitexina-2-ramnosido.
Mecanismo de ação
A actividade cardiovascular do Pirliteiro deve-se à sua
capacidade de relaxamento da musculatura lisa por ação dos flavonóides;
Também as procianidinas vão diminuir a constrição do músculo
cardíaco;
Os flavonóides vão interagir com enzimas como a
fosfodiesterase e inibi-la;
AMPc ---- AMP Aumento do AMPc
Activação da bomba de Na+/K+, ao haver diminuição do Ca2+
intracelular;
Diminuição da contractibilidade cardíaca – Efeitos cardiotónicos e
hipotensores.
Mecanismos de Ação
Antioxidante:
Captura directa das especies reactivas de oxigenio;
Aumenta a actividade da
superoxido dismutase e da
catalase;
Função protetora do α-tocoferol; Aumento da viabilidade celular e
proteção da comunicação
intracelular na fenda de junção;
Inibição da actividade da
tirocinase e lipooxigenase;
Atribuido primariamente as
procianidinas.
Hipotensivo:
Relaxamento dos vasos via estimulação da sintese de oxido nitrico. Anti aterosclerótico: Actividade antioxidante; regulação da expressão do gene caspase-3; Regulação da expressão da lipoproteina lipase; Aumento da excreção de acidos biliares via regulação da actividade do colesterol 7 α-hidrolase;
Actividade reduzida da colesterol aciltransferase da acil CoA intestinal, levando a inibição da absorção do colesterol da dieta; inibição do tromboxano A2 (TXA2).
Células cardíacas:
Actividade antioxidante; inibição da 3’,5’- cAMP fosfodiesterase, resultando num aumento da velocidade de relaxamento, pequeno aumento na frequencia cardíaca.
Efeito terapêutico esperado
Efeito anti inflamatório (flavonóides - hiperósido);
Efeito anti apoptótico;
Cardiotónico (melhora fluxo coronário e estabiliza batimento cardíaco - flavonóides); Tratamento da hipertensão (vasodilatador) e ICC (Flavonóides);
Anti arrítmico;
Tratamento da arteriosclerose;
Antioxidante (flavonóides, procianidinas e vitamina C);
(Diuréticos);
(Atividade gastroprotetiva);
Formas Galénicas e vias de administração
Grupo Terapêutico a que pertence
Aparelho cardiovascular Sangue
Anti infecciosos - C. monogyna e C. oxycantha (1:1), com efeito moderado em Micrococcus flavus, Bacillus subtilis e Listeria monocytogenes. Mecanismo de ação: parece estar relacionado com a contracção da parede celular e, consequentemente, lise dos microrganismos.
Comprimidos revestidos: extrato seco das folhas
Infusão usando folhas, flores e frutos: 30g de folha seca para 1 L de água
Interação com fármacos “clássicos” e efeitos
adversos
Tendo em conta os efeitos que o Pirliteiro apresenta, em teoria poderá potenciar ou inibir as ações de fármacos usados para o tratamento da hipertensão, insuficiência cardíaca e arritmia.
Poderá ainda interagir com fármacos que apresentam efeitos vasodilatadores (ex: Teofilina, apesar de não existirem dados que comprovem efeitos adversos).
Pirliteiro + Digoxina – pode ser coadministrado com segurança.
Curiosidades
Origem grega de kratos – força (madeira dura);
Também chamado de espinheiro branco ou alvar pelos seus ramos espinhosos;
Pode durar até 500 anos;
Associada a lendas e feitiços - Romanos tinham por hábito pendurar um raminho de pirliteiro por cima do berço dos recém-nascidos, para os proteger das más energias;
Há historiadores que dizem que os espinhos da coroa de Cristo eram de ramos de pirliteiro;
Arbusto decorativo em jardins;
Bibliografia
Devaraj, S.N. e Vijayan, N.A. e outros; Anti-inflammatory and anti-apoptotic
effects of Crataegus oxyacantha on isoproterenol-induced myocardial damage;
2012;
Infarmed – www.infarmed.pt/;
Apontamentos de Patofisiologia Humana;
Bauman, J.L. e Fong, H.H.; Crataegus oxyacantha (Hawthorn); 2010 ;
Devaraj, S.N. e Chinnasamv, Elango; Immunomodulatory effect of Hawthorn
extract in an experimental stroke model; 2010;
Stevic, T. e outros; Anti-inflammatory, gastroprotective, free-radical-scavenging,
and antimicrobial activities of hawthorn berries ethanol extract; 2008 ;
Sweet, B.V. e Rigelsky, J.M.; Hawthorn: pharmacology and therapeutic uses; 2002;
Universidade Fernando Pessoa – Porto - http://bdigital.ufp.pt/handle/10284/2471 Mary C. Tassell, Rosari Kingston, Deirdre Gilroy, Mary Lehane, and Ambrose Furey;
Hawthorn (Crataegus spp.) in the treatment of cardiovascular disease; Pharmacogn
Rev. 2010 Jan-Jun; 4(7): 32–41.