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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 6ª, 2018, Balneário Camboriú. Anais... Balneário Camboriú: Faculdade Avantis, v. 1

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2019

ANAIS DA VI SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

FACULDADE AVANTIS

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4

Ficha catalográfica elaborada na fonte Aline Medeiros d’Oliveira CRB 14 – 1063

CIDADÃO

Ana Paula Resende e Andrade

Fabio Noda Hasegawa

Juliana Ferreira

Sidnei Maria do Nascimento Coelho

1 INTRODUÇÃO

Com o tema “Educação para a paz e a excelência educativa”, a Semana de Iniciação

Científica da

Faculdade Avantis, edição 2018, trouxe a oportunidade de discutir as práticas e o

método de ensino utilizado no primeiro semestre da graduação em Psicologia da referida instituição,

por meio

dos trabalhos produzidos pelos acadêmicos, identificando e analisando as abordagens

utilizadas pelos docentes nas disciplinas dessa etapa, visando alcançar o objetivo geral do curso.

Compreendendo que o objetivo geral do curso é formar profissionais aptos para atuarem de

forma crítica, social e eticamente responsáveis no exercício de sua profissão, torna-se importante

que as discussões sobre esse tema sejam ressaltadas e trabalhadas pelos estudantes desde o início de

sua vida acadêmica, não somente quando ingressa no ensino superior, mas também durante toda a

sua formação.

A metodologia empregada consiste em um relato de experiência de modo participante,

classificada como uma pesquisa qualitativa e exploratória. A observação se concentrou em uma

atividade realizada durante as aulas da disciplina de

‘Filosofia, Ética, Cidadania e Direitos

Humanos’, denominada de

‘autofotografia’, que proporcionou aos discentes uma interação entre

teoria e prática por meio da linguagem fotográfica.

Entendida como o processo de ensino aprendizagem, a educação, em todos os níveis, é uma

ferramenta significativa na construção da cidadania que possibilita nesse processo educacional ser

abordada por uma gama diversificada de linguagens.

Não somente professores, mas todos os profissionais, cidadãos atuantes na sociedade,

possuem o direito e o dever, no cotidiano de seu ofício, de exercer e incentivar a prática cidadã. A

exemplo, temos o fotógrafo mineiro Sebastião Salgado, que por meio de suas fotografias transmite

uma reflexão de realidades conhecidas, mas ignoradas, de modo que haja uma visibilidade maior de

tais situações, promovendo a sensibilização social e política, auxiliando a discussão, o debate e a

efetivação social do tema em questão.

A Psicologia, inserida nesse mundo cada vez mais rodeado de imagens de todos os tipos, há

algum tempo vem discutindo o uso da fotografia em suas práticas, não somente como uma simples

plataforma de exposição, um documento, mas como produto do ser com o mundo, carregado de

Centro Universitário Avantis - UNIAVAN

C397a Anais da IV Semana de Iniciação Científica [recurso eletrônico] / André Gobbo; Isabel Regina Depiné Poffo; Sabrina Weiss Sties; Xana Raquel Ortolan. Centro Universitário Avantis – UniAvan. Balneário Camboriú: Editora Faculdade Avantis, 2019.

Disponível em: http://www.avantis.edu.br/ebook-sic-2018 ISBN: 978-85-5456-095-9

ISBNe: 978-85-5456-096-6

1. Anais – Eventos. 2. Iniciação Científica. 3. Educação para a Paz.

CDD 21ª ed. 001.4 – Investigação – métodos estadísticos

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FACULDADE AVANTIS

NÚCLEO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - NIC

VI SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – 2018

Publicação Anual – Editora Faculdade Avantis

EXPEDIENTE

COMISSÃO ORGANIZADORA

André Gobbo

Isabel Regina Depiné Poffo

Sabrina Weiss

Xana Raquel Ortolan

COMISSÃO CIENTÍFICA

Angélica Cavalett

Cláudia Mara Petri

Cristina Kuroski

Darlene Pena

Eduardo Jorge Aranha

Gabriela Piske

Letícia Januário

Mara Regina Zluhan

Mônica Duarte

Muriel de Pauli

Oliveira Machado Fernandes Júnior

Pamella Hornburg

Sigmundo Preissler Júnior

Avenida Marginal Leste, 3.600, Bairro dos Estados Balneário Camboriú (SC) – CEP: 88.339-125

Fone: (47) 3363-0631 www.avantis.edu.br

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APRESENTAÇÃO

Queridos colegas professores e alunos.

Chegamos ao término de mais uma Semana de Iniciação Científica, a sexta de nossa

história de 15 anos de trabalhos voltados para Balneário Camboriú e região. Nesse ano

contamos com mais de 50 trabalhos inscritos e 36 acabaram sendo selecionados para serem

apresentados à nossa comunidade acadêmica, sendo que todos eles versaram sobre a temática

escolhida para esse ano de 2018, a saber: Educação para a Paz e Excelência Educativa!

Desse modo, como Diretora Geral da Faculdade Avantis, mas também como

professora, acredito que atingimos todos nossos objetivos para que, enquanto instituição de

ensino, pudéssemos propiciar reflexões, estudos e debates sobre essa temática tão importante

que é a paz no ambiente escolar.

Só me resta a agradecer a cada professor e a cada aluno que se empenharam em seus

estudos sobre essa temática, que desenvolveram projetos, compartilharam suas ideias conosco

e, certamente, foram capazes de se transformar a si próprios e aos outros que estão ao seu redor,

acendo a fagulha da esperança de um mundo e de uma escola com a paz que tanto esperamos.

Porém, entendo que a construção de uma sociedade mais justa, humana e

fundamentada em princípios éticos não se faz com um único evento e em uma única semana.

Esse deve ser nosso ideal diário. De todos os dias. Em todas as nossas ações, afinal, somos

partes fundamentais para essa mudança. Nesse sentido é que, hoje, ao encerrarmos o Ano da

Educação para a Paz e à Excelência Educativa, lançamos, orgulhosamente, o tema que haverá

de nortear nossas ações durante todo o ano de 2019: A FELICIDADE FAZ PARTE DO

NOSSO CURRÍCULO.

Elegemos esse tema pois somos sabedores que a educação, sobretudo a superior, tem

um papel importantíssimo para que possamos alcançar a justiça social e, enquanto cidadãos de

bem, combatermos todas as formas de corrupção. Para isso, 2019 será o tempo em que a

Faculdade Avantis refletirá sobre essas problemáticas que afligem a humanidade de maneira

geral e, consequentemente, dissemina o rancor, o ódio, a opressão e a guerra.

Enquanto Diretora, convido a todos para se envolverem desde já nessa temática de

modo que a consolidação de um novo tempo e de um novo mundo comece a partir do agora,

fruto de um agir mais consciente, justo e honesto de cada um de nós.

Por fim, faço votos de que as ideias que aqui foram levantadas durante toda essa

semana ecoem mundo afora, iluminando mentes e transformando atitudes em prol de homens,

mulheres e, consequentemente, um mundo melhor! Muito obrigada!

Dra. h. c. Isabel Regina Depiné Poffo

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SUMÁRIO

SCHOOLING GAME: UM JOGO EDUCATIVO ... 13

Bruna Kenes Colla; Débora Cristine Baumgarten; Grazielle Vasconcelos e Jhonathan

Victor Teixeira

O USO DA CONSTRUÇÃO COM TERRA COM FINALIDADE EDUCATIVA: A

EXPERIÊNCIA DO PROJETO NOVA OIKOS ... 17

Davide Chareun; Jaques Dias; Maria Balbina de Magalhães Gappmayer e Mildred Gustack

Delambre

O ELEVADOR AINDA TEM DONO? A PARTICIPAÇÃO DE DOCENTES NEGROS

NO ENSINO SUPERIOR ... 21

Rafael Ribas Augusto

O QUE É O ESTADO ISLÂMICO? SERÁ QUE PAZ É UM DOS OBJETIVOS DA

ORGANIZAÇÃO? ... 25

Alessandra Menezes da Luz Machado; Fernanda Natalia Colla de Souza e Felipe de Bortolli

ANÁLISE DAS AÇÕES SOCIAIS DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

KROTON ... 31

Camila Gadonski de Freitas; Dante Guilherme Santos Panzeri da Cruz; Felipe Carlos

Vargas e Tânia Cristina Chiarello

PEQUENAS AÇÕES EDUCATIVAS EM PROL DE SEUS COLABORADORES ... 35

Douglas Soares; Jonas Patrick Pereira e Tânia Cristina Chiarello

RELATO HISTÓRICO E ANÁLISE DAS AÇÕES SOCIAIS DA PETROBRAS S/A .. 39

Héliton Herodes de Paulo; Jackson Saut; Márcio Costa e Tânia Cristina Chiarello

UMA ANÁLISE DO BALANÇO SOCIAL DAS EMPRESAS AZUL E GOL ... 43

Tânia Cristina Chiarello; Luana Carolina Bitencourt da Silva e Maiara da Silva

ANÁLISE DOS INDICADORES SOCIAIS DO BANCO BRADESCO S/A ... 47

Jéssica Marina Zanon; Maria Carolina Michels Franco e Tânia Cristina Chiarello

REVOLUÇÃO AGENDA 2030: CONTRIBUINDO PARA O DESENVOLVIMENTO

ORGANIZACIONAL ... 51

Jéssica Aparecida Oliveira Silva; Katyuscia Lemos Bittencourt e Tânia Cristina Chiarello

(10)

NATURA&CO: ANÁLISE DO BALANÇO SOCIAL ... 55

Brian Ribeiro da Silva; Geórgia Dalcégio Varela e Tânia Cristina Chiarello

PARA QUE HAJA PAZ É NECESSÁRIO IGUALDADE DE OPORTUNIDADES NO

ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR ... 59

Alan Alexandre; Diane Mendes; Elizanda Martins e Márcia Cecília Vassoler

O PAPEL DO OPERADOR DO DIREITO NA CONSCIENTIZAÇÃO E FORMAÇÃO

DE UMA SOCIEDADE IGUALITÁRIA E LIVRE DE PRECONCEITOS ... 63

Aline das Chagas; Jessica de Goes Julio; Luisa Adada e Márcia Cecília Vassoler

O RACISMO E A EDUCAÇÃO PARA A PAZ... 67

Ana Paula Lemonie; Júlia Nassar; Márcia Cecília Vassoler e Müller Pontes Campos

SUICÍDIO UNIVERSITÁRIO: A REEDUCAÇÃO MENTAL PARA A PAZ ... 71

Daniel Henrique Huttel; Tailine Lisboa e Wanessa Graminho de Carvalho

O ESPORTE COMO FATOR DE INCLUSÃO SOCIAL: A IMPORTÂNCIA DOS

PROJETOS SOCIAIS ESPORTIVOS ... 75

Adan Alves Ribeiro; Ana Paula Maurilia dos Santos; Ellacyane Cardoso Soares e Luiz

Felippe Soares

A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E O ESPORTE NO PROCESSO DE INCLUSÃO

DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA ... 79

Ana Paula Maurilia dos Santos; Ellacyane Cardoso Soares; Juliano César da Costa e Luiz

Felippe Rocha

EDUCAÇÃO PARA A PAZ E EXCELÊNCIA EDUCATIVA: BULLYING NAS

ESCOLAS ... 91

Bianca Jaqueline Rocha; Jaqueline Silva e Juliano de Amorim Busana

ACESSIBILIDADE EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: ELEMENTO PARA

A MANUTENÇÃO DA PAZ ... 95

Alessandra Menezes da Luz Machado; Claudio Mengarda Filho; Daniel Curzel

Dallagasperina e Matheus Bosa Tostanowski

A IMPORTÂNCIA DA CULTURA DA PAZ E ESPIRITUALIDADE NAS POLÍTICAS

PÚBLICAS PARA VALORIZAÇÃO DA VIDA ... 101

Altair Argentino Pereira; Kathleen Goedert e Bruno Geiss Kober

A BUSCA PELA PAZ ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO... 105

Cesar Augusto Abrahão; Pablo Matheus França Ramos e Hemínio Javier Ibarra Jara

(11)

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS ESCOLAS ... 107

Luiene da Silva Veloso e Larissa Giovanna Miranda

PERFIL NUTRICIONAL DOS PACIENTES ATENDIDOS PELO PROGRAMA

FISIOCOR ... 111

Isadora Letícia Ritter; Juliana Pereira Vansin; Marcel Petreanu e Marco Aurélio Salomão

Fortes

EDUCAÇÃO COMO AGENTE TRANSFORMADOR NA ABORDAGEM DO

PROBLEMA HÍDRICO NO ÂMBITO NACIONAL ... 115

Gabriel Henrique Forlin Padilha; Juliano Forlin; Marcel Petreanu e Marco Filipe Costa

Souza

PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM ESCOLAS PÚBLICAS:

GERANDO PAZ E BEM-ESTAR AS CRIANÇAS. ... 119

Bruna Sartorel; Camila Nitz Moi e Horace Houw

PAPEL DO DOCENTE NA MOTIVAÇÃO E FORMAÇÃO DO PENSAMENTO

CRÍTICO DO ACADÊMICO DE ODONTOLOGIA. ... 123

Daisy Cristina dos Santos Lamim; Demilson Rodrigues de Oliveira; Horace Houw e Lucas

Luiz Krochinski

APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA EM PESSOAS COM NECESSIDADES

ESPECIAIS ... 127

Bernadètte Beber; Bruna Bechtold e Quênia Alves de Andrade

A EDUCAÇÃO PARA A PREVENÇÃO DO CÂNCER BUCAL NOS IDOSOS DE

BALNEÁRIO CAMBORIÚ ... 131

Horace Houw e Vitória Gabriela Costa

A EDUCAÇÃO SENSÍVEL E A ARTE: UM NOVO OLHAR PARA O SER HUMANO

... 133

Sabryna Pereira de Souza e Shirlei de Souza Corrêa

EDUCAÇÃO

PARA

PAZ

E

EXCELÊNCIA

NO

ÂMBITO

ESCOLAR:

CONTEXTUALIZAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA NA MODERNIDADE ... 137

Deise Pereira Costa

EDUCAÇÃO PARA A PAZ NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA: POR QUÊ?

... 141

(12)

A ARTETERAPIA E A EDUCAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA... 147

Maria Balbina de Magalhães Gappmayer e Valdimir Aparecido Rezende Pereira

DECORRÊNCIAS PSICOLÓGICAS EM PROFESSORES NO SISTEMA DE

PRIVAÇÃO DE LIBERDADE ... 151

André Luiz Thieme e Elisângela Neves

CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA

CULTURA DE PAZ NAS ESCOLAS: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO ... 157

Débora Araújo; Douglas Assayag e Eliz Marine Wiggers

PSICOLOGIA ESCOLAR: UMA FERRAMENTA PARA EDIFICAÇÃO DA

CULTURA DE PAZ NO CAMPO DA EDUCAÇÃO ... 161

Cláudia Maria Petri; Daniela Otávio Rodrigues; Juliana Colione e Ludimila Lays

Cavalcante

FOTOGRAFANDO A PSICOLOGIA: RETRATOS DA CONSTRUÇÃO DE UM

SUJEITO CIDADÃO ... 165

Ana Paula Resende e Andrade; Fabio Noda Hasegawa; Juliana Ferreira e Sidnei Maria do

Nascimento Coelho

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1º COLOCADO - CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

SCHOOLING GAME: UM JOGO EDUCATIVO

Bruna Kenes Colla

Débora Cristine Baumgarten

Grazielle Vasconcelos

Jhonathan Victor Teixeira

INTRODUÇÃO

É na escola onde as crianças e os adolescentes passam a maior parte do seu tempo, vivem experiências, formam sua personalidade, caráter e identidade. Ou seja, é onde o indivíduo cria seu senso crítico de “o que é certo e o que é errado”, além de como irá agir diante de certas situações no seu dia a dia. Por conta desses fatos é necessária uma maior atenção no cenário educativo, com o foco na comunicação e nos conflitos diários nas escolas (PSICOLOGIA..., 2014).

Dessa forma, o objetivo do “projeto” é fomentar um debate entre jovens acerca do tema educação para a paz e excelência educativa, de uma forma dinâmica por meio da criação de um jogo de tabuleiro lúdico-pedagógico.

O referencial metódico para a criação desse jogo educativo baseia-se no estudo de

Violetas: cinema & ação no enfrentamento da violência contra a mulher(criado em parceria com professores das escolas de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE/USP) e da Universidade de Brasília (UnB), o qual mistura linguagem lúdica com referências cinematográficas, onde os jogadores se tornam

parceiros na luta contra um único inimigo: a violência contra a mulher (RADIS, 2016).

O método foi dividido em três etapas: (1) pensar em como associar o tema ao jogo; (2) pensar no funcionamento e orientações de como jogá-lo; (3) fazer o design do tabuleiro.

Na etapa de associação do jogo com o tema, primeiro foi analisado qual seria o público-alvo, que no caso serão alunos do Ensino Médio. Esta escolha foi feita pelo fato de os jovens já terem consciência da esfera “política” brasileira e do senso moral. Logo após essa decisão foi analisado de que forma o assunto Educação para a Paz e Excelência Educativa seria abordado no jogo. A ideia é que seja um jogo dinâmico, imaginativo e reflexivo, fazendo com que os jogadores usem seu senso moral para a criação de um debate a respeito do tema.

A segunda etapa foi de funcionamento e orientações de como jogá-lo. Para essa fase inicialmente foram elaboradas perguntas, dentre elas argumentativas e de múltipla escolha. Como um dos objetivos do jogo é a troca de argumentações entre os jogadores, foram elaboradas também algumas afirmações que

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pedem a opinião do aluno. O jogo em si (físico) será composto por um tabuleiro, duas roletas, e aproximadamente 50 cartas. Ele poderá ser jogado por até quatro participantes e o objetivo é chegar a 40 pontos ou ser o último jogador. A cada rodada o grupo será dividido em dois jogadores ativos, um juiz e o quarto sobrará. O “jogador 1” é o jogador da rodada e o “jogador 2” será escolhido girando a roleta, assim como o juiz. Por esse motivo são duas roletas, uma para escolher o

“jogador 2” e a outra para o juiz. Cada carta deverá conter a pergunta ou afirmação e a regra ou resposta adequada. O papel do juiz na partida será escolher qual jogador melhor o convenceu, e justificar o motivo.

O tabuleiro foi desenhado no CorelDRAW e será projetado na máquina de corte a laser e na impressora 3D da Faculdade Avantis. O material usado será o MDF no corte do tabuleiro, e o polímero na impressão de peças.

Figura 01: Imagem ilustrativa do jogo Schooling game desenhado no CorelDRAW. Fonte: Autores do projeto, 2019.

2 DISCUSSÕES

Educação para a paz é história iniciada há muitos anos, com a primeira Guerra Mundial é que surgiram os primeiros pensamentos. Mas foi logo após a Segunda Guerra Mundial que a Fundação UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) introduziu diversas iniciativas que refletiam sobre a possibilidade de a educação contribuir para a paz. Na década de 1980 surgiram diversas associações, fundações e

centros de pesquisa, com a difusão de práticas no âmbito formal e informal da educação. Daí por diante a educação para a paz passou a ser reconhecida e recomendada pela ONU (Organização das Nações Unidas) e UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) com a conclusão de que não haverá paz sem educação, onde os professores devem ser capacitados para auxiliarem e

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incentivarem a prática no setor escolar (EDUCAÇÃO, 2006).

Durante a pesquisa sobre o tema foi possível presumir que infelizmente ainda vivemos uma “Guerra” constante em nosso dia a dia, principalmente o jovem, que está muito mais vulnerável a sofrer agressões diárias, seja na escola, na rua, no shopping, ainda são reféns da violência. Com a finalidade de diminuir essa “afinidade”, diversas organizações podendo citar a UNESCO e o Governo Federal, iniciaram a criação de projetos como o “Programa Abrindo Espaços: Educação e Cultura para a Paz”. Segundo Diskin e Roizman (2002), este Programa foi criado pela UNESCO com o intuito de mudar a visão do ambiente escolar, resgatando o interesse por ela, transformando-a em um ambiente onde os alunos queiram estar. Para isso a Organização resolveu colocar como prioridade a abertura das escolas aos finais de semana, com o intuito de ocupar os jovens além de incentivar a prática de esportes e atividades culturais.

No Rio de Janeiro, a UNESCO está desenvolvendo, em parceria com o Governo do Estado, o programa “Escolas de Paz”, cujo principal objetivo é dar oportunidades de acesso aos jovens, ao mesmo tempo que educa para valores, para a paz e para a construção da cidadania (DISKIN; ROIZMAN, 2002, p. 7).

A criação de novos projetos e ONGs faz-se necessária para que os jovens tenham a oportunidade do poder de escolha quanto a como aproveitará o seu tempo e como será o seu futuro. Lamentavelmente, no momento presente, essa decisão já é tomada a partir do momento em que só é lhe dado uma opção: a criminalidade (CASTRO et al, 2001).

A carência de atividades é explorada pelo tráfico que, em muitos lugares, marca

presença, ocupando um espaço deixado em aberto pelo poder público e pela comunidade, constituindo-se em referência para os jovens (CASTRO et al, 2001, p. 61). “

Neste sentido, percebe-se a escola como lugar institucional para o crescimento e conhecimento do ser humano, na produção e disseminação do saber, sem secundarizar outros espaços importantíssimo como a família, o movimento social etc. (GESTÃO ..., 2009).

Desta maneira os jogos pedagógicos são utilizados como apoio, reforçando conteúdos, desenvolvendo um caminho correto para o aluno, aumentando a construção do conhecimento, estimulando a concentração, motivação, o desejo de vencer, causando também uma aproximação entre professor e aluno (RENOTE ..., 2004).

Diante disto, o ‘Jogo Violetas: cinema & ação no enfrentamento da violência contra a mulher’, serviu como pilar para o amadurecimento da ideia da criação do jogo onde o aluno por meio da parte lúdica aprende se divertindo. No ‘Violetas’ cada jogador assume um papel de impedir que a violência contra a mulher se alastre pelo tabuleiro ou por uma cidade. Os jogadores respondem perguntas relacionadas com temas de cenas de filmes que abordam violência doméstica, gravidez na adolescência, entre outros; e cada personagem pode ser um educador, operador do direito, integrante de políticas públicas, profissional da saúde ou cidadão, e assim realizam comandos por meio das cartas que retiram. O objetivo do jogo é promover uma reflexão em torno do assunto sobre violência contra a mulher (RADIS..., 2016).

Por meio das pesquisas o jogo ‘Schooling Game’ foi criado para gerar reflexão, para pensar no outro e fomentar um debate entre jovens acerca do tema educação para a paz e violência, de uma forma dinâmica lúdico-pedagógico.

3

CONSIDERAÇÕES

FINAIS

O ambiente escolar é um espaço importantíssimo e seguro de aprendizagem, onde

os educandos precisam se sentir livres para dialogar, possibilitando conviver com suas

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individualidades e diferenças. Acreditamos que de forma lúdico-pedagógica o aluno se sentirá livre, podendo formar um senso crítico por meio das perguntas argumentativas do jogo proposto, além de aprender com o outro, ouvindo e discutindo sobre o assunto, colaborando no desenvolvimento de seus valores, como a paz, a liberdade e a solidariedade.

Os assuntos tratados no jogo serão basicamente um caminho para a paz, fazendo com que os jovens vejam e analisem as próprias atitudes, e também enxerguem outra maneira de resolver os problemas. ‘Schooling Game’ poderá ser usado não só como um jogo educativo, mas também como um aliado ao combate da violência nas escolas.

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

CASTRO, Mary Garcia et al. Cultivando vida desarmando violências: Experiências em

educação, cultura, lazer, esporte e cidadania com jovens em situação de pobreza. Brasília:

UNESCO, 2001. 567 p. Disponível em:

<http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001271/127136porb.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2018.

DISKIN, Lia; ROIZMAN, Laura Gorresio. Paz, como se faz? Semeando cultura de paz nas

escolas. Rio de Janeiro: Unesco, 2002. 95 p. Disponível em:

<http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001308/130851por.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2018.

EDUCAÇÃO. A educação para a paz como exercício da ação comunicativa: alternativas

para a sociedade e para a educação. Porto Alegre: Redalyc.org, v. XXIX, n. 2, 2006.

Trimestral. Disponível em:

<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/447/343>. Acesso em:

14 ago. 2018.

GESTÃO INSTITUCIONAL E QUALIDADE SOCIAL DA EDUCAÇÃO. A qualidade da

educação: perspectivas e desafios. Campinas: CEDES, v. 29, n. 78, 2009. Trimestral.

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v29n78/v29n78a04>. Acesso em: 15 ago.

2018

PSICOLOGIA EM ESTUDO. Desenvolvimento na personalidade da criança: o papel da

educação infantil. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, Paraná, Brasil, v. 19, n. 4,

2014. Trimestral. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/pe/v19n4/1413-7372-pe-19-04-00587.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2018.

RADIS: COMUNICAÇÃO E SAÚDE. Um jogo não voraz. Rio de Janeiro: ENSP, n. 164,

maio 2016. Mensal. Disponível em:

<http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/sites/default/files/radis_164_web_0.pdf>. Acesso em: 10

ago. 2018.

RENOTE NOVAS TECNOLOGIAS NA INFORMAÇÃO. Jogos educacionais. Porto

Alegre: Cinted/ufrgs, mar. 2004. Mensal. Disponível em:

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2º COLOCADO – CURSO DE PSICOLOGIA.

O USO DA CONSTRUÇÃO COM TERRA COM FINALIDADE

EDUCATIVA: A EXPERIÊNCIA DO PROJETO NOVA OIKOS

Davide Chareun

Jaques Dias

Maria Balbina de Magalhães Gappmayer

Mildred Gustack Delambre

1

INTRODUÇÃO

A arquitetura e construção com terra (ACT) é um método que vem adquirindo sempre mais adeptos e sendo difundida em diferentes contextos. Santos (2015) relaciona esse fenômeno à difusão de tecnologias e a ocorrência de cursos de capacitações, na área da construção natural. No Estado de Santa Catarina as capacitações vêm sendo promovidas, tanto por profissionais da área quanto por organizações vinculadas à permacultura. O formato das atividades varia entre cursos, oficinas e experiências em obra.

A partir desse panorama promissor, faz-se necessário analisar qual o papel destes conhecimentos teóricos e práticos, em relação ao processo de desenvolvimento e aprendizagem dos participantes dos cursos. Foram escolhidas para estudo as experiências das atividades práticas realizadas no espaço permacultural Nova Oikos, localizado em Camboriú, Santa Catarina.

A Nova Oikos é um espaço concebido para promoção e experimentação de técnicas e alternativas ecológicas que refletem os princípios éticos da Permacultura, a saber: “o cuidado com a Terra, o cuidado com as pessoas e o limite do consumo e da reprodução e a redistribuição dos

excedentes” (HOLMGREN, 2013, p. 51). Nas atividades são propostas rotinas com objetivo de despertar sentimentos e valores como a responsabilidade, coletividade, respeito e comprometimento. Este aspecto, pilar que sustenta o projeto, reflete os princípios permaculturais, pois a finalidade educativa desejada foca na fortificação do indivíduo, na sua pluridimensionalidade: biológica, psicológica e social.

O presente trabalho é um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, e tem como objetivo principal disponibilizar informações e dados para se compreender o processo de aprendizagem das práticas de construção natural e a relação com o desenvolvimento humano do participante, identificando quais são os elementos e as dinâmicas educativas que os favorecem. Esta investigação se utiliza da psicologia sócio-histórica de Vygotski e os conceitos sobre educação propostos por Dewey, para demonstrar o resultado das experiências, a relação entre homem e ambiente e a aprendizagem do fazer.

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2

DISCUSSÕES

O processo educativo dos cursos organizados e realizados pela Nova Oikos, baseia-se na concepção de uma aprendizagem do fazer. De acordo com Dewey (1978), a educação é o resultado entre a interação e a experiência com o meio no qual o indivíduo está inserido, onde há um processo de reconstrução e reorganização das experiências adquiridas, as quais influenciam experiências futuras. Com isto, é extremamente importante que o processo de aprendizagem seja espontâneo e criativo, pois o sujeito na interação com o ambiente é produtor e ao mesmo tempo produto desta relação dialética (DUARTE, 2001).

Já para Vygotsky (1991) a aprendizagem de novos conceitos só é possível mediante contato concreto e real, ou seja, experiência própria. Para tanto é necessário que o indivíduo possa se colocar na ação e experimentar no corpo a relação entre concreto e abstrato. A partir deste quadro introdutório, segue a descrição das atividades desenvolvidas nos dois cursos promovidos pela Nova Oikos.

O curso de construções ecológicas foi realizado nos dias 17 a 19 de março de 2017. Os tópicos abordados foram: alicerces e estrutura, patologias da construção com terra, técnicas de bioconstrução e arquitetura vernacular (adobe, terra ensacada, super e hiperadobe), taipa de mão e de pilão, tipos de argamassas e seus componentes e noções de bioclimática.

As atividades práticas foram a produção de tijolos de adobe, a execução de alguns metros corridos de terra ensacada, a produção de argamassas em terra, solocimento, cimento e cal, além de um exercício prático de planejamento e gestão de obra. Na sequência, em exercício projetual e de gestão de obra, os dados registrados foram utilizados para que calculassem quantidades de material, tempo e custo de um projeto que os próprios participantes idealizaram.

A outra experiência, foi o primeiro módulo da Formação Certificada em Bioconstrução, realizado de 28 de abril a 1 de maio de 2018, contabilizando 35 horas-aula, nas

quais foram intercaladas exposições teóricas e atividades práticas. O conteúdo abrangeu as propriedades e usos de materiais naturais e industrializados; o uso do bambu e da madeira na construção civil; histórico e técnicas tradicionais da arquitetura vernacular. As atividades práticas envolveram o reconhecimento de solos conforme a cartilha de Seleção de Solos (NEVES et al., 2010); o preenchimento de paredes de taipa de mão; manejo de bambuzal; revestimento de paredes de taipa com argamassas finas e argilas coloridas, demonstração das técnicas com madeira e taipa de pilão em formas improvisadas. Aulas teóricas foram realizadas de forma participativa com utilização de bibliografia de referência. Tanto na primeira como na segunda formação as atividades práticas foram iniciadas de forma didática, com explicação passo a passo das tarefas, apresentação dos materiais e dicas sobre o uso das ferramentas e manipulação dos materiais, além de tempo de observação e informações adicionais àquelas fornecidas na exposição teórica.

Uma vez entrosados com as ferramentas, materiais e parceiros de atividade, os participantes apresentavam tendência a reorganizarem a forma de execução das tarefas tendo em vista as dificuldades encontradas ou ferramentas disponibilizadas. Durante as práticas, os instrutores fizeram sempre intervenções pontuais e observaram os grupos. Ao encontrarem desafios, em geral, foi entre os próprios participantes que os questionamentos e respostas foram encontrados. De fato, os instrutores nestas formações são, geralmente, denominados “facilitadores”, pois o papel principal é facilitar o aprendizado. Este ponto diz respeito a um dos pilares do processo, denominado aprendizagem mediada. Conforme coloca Vygotsky (1991) o educador ocupa um lugar essencial no processo de mediação de conhecimento, pois ele auxilia o sujeito no seu movimento de internalização da informação.

Nas duas formações constata-se um padrão de perfil dos participantes, em sua maioria estudantes universitários ou recém-formados,

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principalmente, do curso de Arquitetura e Urbanismo; os outros exercem atividades diversas. O fato de a maior parte dos participantes nunca ter presenciado ou acompanhado uma obra de construção civil, por vezes, pode fazer com que apresentem uma visão idealizada do processo construtivo. Ressalta-se que os processos construtivos propostos nos cursos são sempre artesanais, pois têm um propósito lúdico do contato das pessoas com a terra; assim sendo, o preparo das argamassas é feito com os pés. Ainda segundo Vygotsky (1991) o brinquedo e o caráter lúdico precisam permear todo o processo de aprendizagem, pois estimulam e ampliam o processo criativo e comunicativo no sujeito.

Ao final de cada formação foi solicitado aos participantes uma avaliação do curso e das suas experiências vivenciais. A avaliação da formação 1 foi realizada no que os organizadores chamam de “roda de feedback”: sentados em roda, participantes, organizadores e facilitadores conversaram sobre os aspectos positivos e os

desafios encontrados durante o curso. A maioria dos participantes afirmou ter experimentado com maior impacto os aspectos sutis decorrentes da cultura do espaço, tais quais o ambiente de cooperação, bom entrosamento e momentos de convivialidade. Este é outro aspecto fundamental da aprendizagem que Vygotsky (1991) demarca: a dimensão social, ou seja, o sujeito mergulhado na coletividade, na troca social de conceitos, sensações e emoções amplifica a sua capacidade de desenvolvimento. Já a avaliação final da formação 2 foi realizada por escrito. Como pontos positivos, foram apontadas: a alternância e o equilíbrio entre as atividades teóricas e práticas, proporcionando fixação do conhecimento, viabilizando um entendimento a respeito da aplicação das técnicas e a resolução de problemas reais, que surgiram durante a execução. Foi comentado também o fato de a aprendizagem prática servir como complementação da formação em Arquitetura e Urbanismo

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A arquitetura com terra é uma área de conhecimento e atuação em extremo desenvolvimento no Brasil e, em específico, no Estado de Santa Catarina. Este contexto pode estar relacionado à eficácia dos cursos de formação, pois representam não só uma possibilidade de ampliação de conhecimento sobre o tema, mas também uma oportunidade de os participantes se relacionarem com o trabalho prático e manual. Sobre este ponto, um aspecto importante diz respeito ao sentimento de empoderamento, expressado durante e após as práticas de construção.

Percebeu-se ainda que os participantes, ao manejarem as ferramentas, ao se relacionarem e trabalharem em grupo e, ao se colocarem em desafio frente às novas experiências, sentiram-se empoderados e satisfeitos pelo próprio fazer. Isto diz respeito à importância da manualidade e da percepção individual e coletiva do produto do próprio trabalho, a qual proporciona satisfação e bem-estar no sujeito.

Outro aspecto importante a ser levantado está relacionado à dificuldade dos participantes de lidar com a própria manualidade e com o esforço físico próprio do trabalho. Com isto percebe-se o quanto falta um contato com a dimensão prática e manual do fazer e a dificuldade de colocar o próprio corpo em movimento para criar e construir.

Por outro lado, o método educativo abordado ao longo dos cursos, ou seja, o aprender fazendo no coletivo, possibilitou uma imersão integral nas atividades. Além de aprender com a teoria, podiam se confrontar com os outros colegas, se relacionar com o ambiente ao redor e se apoiar nos facilitadores para qualquer necessidade.

Também se observou que o fator decisivo na eficácia da aprendizagem foi o trabalhar em grupo. O exercício físico, o cansaço, o suor, as risadas e a sujeira compartilhada, muitas vezes vividas de forma lúdica, são experiências saudáveis que amplificam a capacidade de

(20)

absorção das informações e das técnicas.

Concluindo, ratifica-se a importância da promoção de vivências e experiências relacionadas à construção com terra, pois proporcionam tanto uma nova visão e percepção

do viver e do habitar, quanto um desenvolvimento pessoal positivo e genuíno do indivíduo, promovendo a sua interação humana com o meio e com o social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEWEY, J. Vida e educação. São Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: Fundação

Nacional de Material Escolar, 1978.

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Editora Atlas, 2003.

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com Terra Ensacada. Dissertação de Mestrado defendida pelo Programa de Pós-Graduação

em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina – POSARQ, UFSC.

Florianópolis: 2015.

(21)

3º COLOCADO – CURSO DE DIREITO

O ELEVADOR AINDA TEM DONO? A PARTICIPAÇÃO DE

DOCENTES NEGROS NO ENSINO SUPERIOR

Rafael Ribas Augusto

1 INTRODUÇÃO

Mesmo sendo um assunto muito discutido a construção de uma sociedade democraticamente racial está longe de se tornar uma realidade. A exclusão dos negros nas universidades brasileiras é um retrato desta triste e lamentável realidade.

O racismo e suas reproduções são elementos desestruturantes na educação brasileira. A magnitude de seus efeitos é reafirmada pela evidência estatística, conforme aponta o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (SILVA; GOES, 2013). A perdurável diferenciação racial na sociedade demonstra atuação de sistemas e mecanismos de reprodução das desigualdades, que se faz contrária a nossa Constituição Federal (1988), que expressa no seu art. 5º que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

Mesmo a Constituição Federal (1988) tendo garantido o direito à isonomia e a discussão sobre a construção de uma nação democraticamente racial ter se destacado nos anos 30 do século passado — com forte influência do escritor Gilberto Freire — e mais recentemente, com a Lei 12.711/2012, que dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio — o controle acadêmico e a exclusão racial no Brasil continuam com índices alarmantes,

sendo o Ensino Superior ainda composto por 99% da etnia branca, consequência do tempo no qual apenas se falou sobre o assunto, mas nada de concreto foi realizado para modificar esta realidade (CARVALHO, 2005).

Destarte, este estudo tem como objetivo verificar e apontar a ausência de docentes de fenótipo negro nas Universidades, Centros-Universitários e Faculdades das cidades de Itajaí, Navegantes e Balneário Camboriú.

Foi adotado o método indutivo, operacionalizado por meio de pesquisa descritiva e explicativa, com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada acessando-se o site oficial de cada Instituição, levantando-se a lista de docentes dos cursos de Direito e, em seguida, pesquisando-se um a um na Plataforma Lattes, disponível no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científica e Tecnológico. Para analisar o fenótipo de cada docente foram avaliadas as características físicas das fotos publicadas nos seus Currículos Lattes, sendo separados pelo critério binário de negros e não negros, sendo que o objeto de estudo são os docentes negros. Essa pesquisa não se preocupou em categorizar outros fenótipos, como exemplo, índios ou pardos. Os resultados encontrados foram tabulados e serão apresentados na seção a seguir.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO E DISCUSSÕES

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O processo de abolição dos escravos teve início em 1850, sendo somente promulgada a Lei Áurea em 1888, porém, a luta contra a escravidão continuou por muito tempo depois da abolição e seus reflexos sociais continuam até os dias atuais (MENEZES, 2009).

O Brasil conviveu mais de cem anos com um dos índices de exclusão racial dos mais cruéis, passando concomitantemente uma imagem oposta, fortalecida pelas elites brancas e pelo silenciamento por parte das universidades ao adotarem um projeto eurocêntrico do saber (CARVALHO, 2005).

Na década de 30 do século XX, com o surgimento das Universidades Federais, teria sido possível integrar os negros e os índios, construindo assim um panorama da presença negra e indígena nas universidades públicas bem diferente do atual, com uma nação multiétnica e multirracial, para que os seus saberes pudessem influenciar nossos parâmetros de saberes, bem como referenciar a formação de novos professores com uma visão mais democrática sobre a presença negra.

Em 1942, Guerreiro Ramos — sociólogo negro e um dos maiores cientistas sociais daquele século — formou-se na primeira turma de Filosofia da Universidade do Rio de Janeiro, mas apesar de seu brilho intelectual, foi barrado no concurso para professor, relatando ter sido vítima do racismo (GUERREIRO..., 2001). Edison Carneiro também foi outro intelectual negro que tentou ser professor da UFRJ, mas perdeu o concurso para alguém que nem sequer possuía uma produção científica comparável (CARVALHO, 2005).

Diante desse cenário desolador, o Governo brasileiro busca por meio de programas sociais e ações afirmativas uma forma de reverter a situação. Destaca-se, entre essas ações, a Lei n. 12.711/2012, que instituiu a política de cotas raciais. O Supremo Tribunal Federal já manifestou a constitucionalidade da política de cotas, que vem se expandindo gradativamente, buscando a igualdade de oportunidades, visando assegurar a todos a possibilidade de obter um ponto de partida

idêntico para que possam se desenvolver, não podendo ser considerada como um privilégio, mas sim, como vantagens legais visando a igualdade de oportunidades (SARMENTO, 2013).

Conforme Carvalho (2005), se faz necessário observar o topo da educação, não sua base, pois é no topo da pirâmide que encontramos o controle acadêmico, o controle da ciência e do ensino superior pelo fenótipo branco.

As leis que estabelecem as cotas podem ser interpretadas como a metáfora da doutrina italiana sobre as normas de calibragem, segundo Sarmento (2013, p. 3), na qual estabelece que “o ar que penetra em apenas um dos pneus é essencial para a estabilidade do veículo, permitindo-lhe circular com segurança e conforto”, pois o ato de encher o pneu vazio tem efeito corretivo de defeito que poderia degradar o mecanismo.

Nesta pesquisa, buscou-se identificar regionalmente o reflexo da ausência da política de cotas nos Cursos de Direito da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Campi Itajaí e Balneário Camboriú; da Faculdade Avantis de Balneário Camboriú; e da Faculdade Sinergia de Navegantes.

Após levantamento das informações necessárias foram encontrados 229 docentes nos cursos de Direito. Na UNIVALI Campus Balneário Camboriú foram relacionados 84 docentes, sendo possível efetuar a verificação de 68 Currículos, devido à falta de registro fotográfico de 16 docentes. Da mesma forma ocorreu no Campus Itajaí, sendo visualizados 76 Currículos dos 101 docentes deste Campus. Nas demais Faculdades pesquisadas foi realizada a análise do perfil de todos os docentes, sendo 21 na Faculdade Avantis e 23 na Faculdade Sinergia. Esses dados traduzem-se nos percentuais apresentados no Gráfico 1 abaixo.

Gráfico 1 — Número percentuais de docentes do curso

UNIVALI Itajaí 44% UNIVALI Balneário Cambor… Avantis 9% Sinergia 10%

(23)

de Direito por instituição e por campus Fonte: Dados primários, 2018

Porém, para atingir o objetivo deste estudo foram excluídos os profissionais que atuam em mais de uma unidade, totalizando assim o número 184 docentes analisados, sendo identificada apenas uma docente com o fenótipo negro, que leciona nos dois Campus da UNIVALI Itajaí e Balneário. Destarte, o percentual de docentes negros de todas as unidades pesquisadas é de apenas 0,5% (o que mal aparece no Gráfico 2).

Gráfico 2 — Percentuais de docentes negros e não

negros que lecionam nas instituições pesquisadas Dados primários, 2018

Este resultado corrobora com a pesquisa apresentada por Carvalho (2005), a qual identifica que em média, apenas 0,5% dos docentes nas universidades públicas brasileiras são negros, e que em algumas universidades, como a USP e Universidade de São Carlos, este índice é ainda menor: 0,2%.

Mesmo que aludido estudo tenha sido apresentado no ano de 2005, infelizmente a presente pesquisa aponta os mesmos resultados, evidenciando que este tema deveria ter sido colocado como prioritário nos centros acadêmicos, como uma oportunidade de mudança desta realidade, pois trata-se de superar uma exclusão sistemática de quase metade da população nacional, pois em 2010, 50,7% da população se declarou negra (SILVA; GOES, 2013, p. 16).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados encontrados, podemos relacionar que uma grande parte da barreira para uma intervenção antirracista no Brasil é fortemente corroborada pelas universidades com a ausência de docentes negros, porque os professores representam um segmento de poder com uma ideologia própria, com um acesso direto ao poder e com uma capacidade de reproduzir a elite brasileira.

Mesmo com a Lei de Cotas de 2012, ainda não houve uma mudança significativa na inclusão dos negros no corpo docente das Universidades, mesmo porque a Lei é destinada apenas ao ensino público, sendo necessária uma urgente transformação desta realidade moralmente inaceitável. Uma alternativa para esta transformação seria a abrangência desta Lei para as instituições privadas, ampliando ainda mais as oportunidades de inclusão. Contudo, não apenas o

vestibular deve ser afetado pelas cotas, mas todo o contexto em que é inserido o cotista, devendo haver um esforço contínuo para promover ações que realmente integrem e acomodem os cotistas da permanência até a conclusão do curso, por meio de ações concretas nas Universidades, a fim superar o teor assistencialista e unicamente econômico dessas medidas, como aulas de reforço, bolsas de auxílio financeiro, bolsa alimentação, entre outras que promovam a integração e a discussão sobre questões étnico-raciais e para a resolução de conflitos ou problemas ligados ao tema.

Da mesma forma como foi superada a segregação entre negros e brancos no uso dos elevadores, devemos agir para que ambos possam se elevar e atingir os mesmos níveis na educação brasileira.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, José Jorge de Carvalho. Inclusão étnica e racial no ensino superior: um

[] 0,5% []

(24)

desafio para as universidades brasileiras. Brasília, 2005. Disponível em:

<https://www.scribd.com/document/354699729/INCLUSAO-ETNICA-E-RACIAL-pdf>.

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<https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/guerreiro_ramos> Acesso: 14

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MENEZES, Jaci Maria Ferraz de. Abolição no brasil: a construção da liberdade. Revista

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Disponível em:

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ano nacional dos afrodescendentes. Rio de Janeiro: IPEA, 2013. Disponível em:

<http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_contente&view=article&id=19034>.

Acesso: 29 jul. 2018.

(25)

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

O QUE É O ESTADO ISLÂMICO? SERÁ QUE PAZ É UM DOS

OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO?

Alessandra Menezes da Luz Machado

Fernanda Natalia Colla de Souza

Felipe de Bortolli

1 INTRODUÇÃO

Neste artigo buscou-se identificar o que é o califado conhecido como Estado Islâmico. Pela pesquisa realizada foi possível analisar o surgimento da organização embasado na religião, sendo este fator determinante em seu desenvolvimento e atuação. Ao analisar as atitudes executadas pela organização foi possível identificar a existência de propósitos pacíficos mal interpretados e divulgados erroneamente, expondo a influência do islamismo na organização do grupo, bem como a violência usada para atingir seus objetivos de acordo com as missões pré-estabelecidas pelo califa, que definem o domínio de territórios e soberania. E, por fim, o que isso fomentou a nível mundial.

1.2 O CALIFADO

Califado, Sharia, ou Estado Islâmico (EI) como conhecemos, é uma organização informal Jihadista Islamita, de orientação Salafita e Uaabista, que atua como um governo. Seus ideais são baseados em empenho, esforço e luta na busca pela fé perfeita, de forma puritana, estabelecendo o monoteísmo puro e seguindo a ideologia política e religiosa de que não se separa

o direito da religião, tornando-os um só dentro do Islamismo. Apoiado em conceitos ortodoxos, extremistas e ultraconservadores, fundamenta-se na interpretação dos mandamentos do profeta Maomé e seus primeiros seguidores, presentes no Alcorão, (livro sagrado islã de importância semelhante à Bíblia para os cristãos) designados de acordo com a necessidade política do grupo.

Devido a isso, entender o que é o Islamismo e como o grupo se inspira nele se faz necessário para analisar suas ações e como elas interferem no Iraque e na Síria, [...] existem várias leituras ideológicas sobre Islamismo, sendo que a ideologia em que o grupo se inspira é apenas uma variação bem particular e minoritária de Islamismo. (FERNANDINO, 2017, p. 11)

O grupo estabeleceu sua prática de forma violenta por meio de ataques terroristas, inicialmente no Oriente Médio, o qual é constituído por 15 países, atuando com ataques sobre os territórios conquistados, situados ao noroeste do Iraque e em parte da região central da Síria. Autoproclamado como califado (um Estado que é governado por uma autoridade religiosa)

(26)

localizado atualmente em Raqqa, na Síria, AbuBakr al-Baghdadi assumiu o posto de califa, dando origem à organização conhecida como Estado Islâmico no dia 29 de junho de 2014. Desde então vem disseminando o terror sobre a população das regiões acometidas pela sua presença, perseguindo minorias e atacando outras partes do mundo.

1.2.1 Surgimento

O Estado Islâmico é uma consequência da invasão norte-americana ao Iraque em 2003, gerando uma guerra local após a ocupação. O Governo Bush convenceu os seus aliados que o Iraque, inimigo dos EUA desde a Guerra do Golfo, possuía armas de destruição em massa e acusou Saddam Hussein, então presidente iraquiano, de abrigar e apoiar terroristas da Al-Qaeda, organização de atuação semelhante ao EI, instalada no país em 2004. Sendo assim, a postura de Hussein representava uma ameaça para os Estados Unidos. Enquanto a política envolvendo o Iraque era discutida no Ocidente, grupos jihadistas se instalaram e impuseram sua doutrina dentro da Síria:

Com o início da guerra civil iraquiana em 2006, o Estado Islâmico rompeu relações com a Al-Qaeda e concentrou suas atenções no Iraque. Depois da Primavera Árabe (nome dado à onda de protestos, revoltas e revoluções populares contra governos do mundo árabe que estourou em 2011, devido o agravamento da situação dos países, provocado pela crise econômica e pela falta de democracia) o grupo extremista viu a oportunidade de ocupar a Síria e, com o início da guerra civil síria, o grupo passou a atuar tanto nesse país quanto no Iraque (NEVES, 2017, s.p.).

Desta maneira o grupo tem se consolidado com força, por meio da seleção e recrutamento de

jihadistas nas regiões do Levante, que se resumem

à Síria, Jordânia, Israel, Palestina, Líbano e a Chipre, assim como em outras partes do mundo, buscando jovens sem relação alguma com a religião Islã, nem contato com muçulmanos que

residem no ocidente, com a missão de estabelecer o califado e expandir o domínio territorial. 1.2.2 Objetivos do Califado

Seus objetivos são baseados e justificados nos princípios do Islamismo, focado em expandir o modelo teocrático radical globalmente de governo por meio do domínio, utilizando métodos terroristas, sobretudo contra alvos civis. São guiados pelo Jihad ismo e Uaabismo, segmentos da religião que lidam com vários aspectos da vida cotidiana, desde política, economia, negócios, família, sexualidade, questões sociais, prezando a submissão e obediência, monoteísmo bem como conservadorismo ortodoxo e a luta pelo exercício do direito islâmico, afirmado por Maomé em seus escritos sagrados no Alcorão.

Porém estes princípios a serem seguidos são interpretados pelas gerações atuais, componentes do Califado os quais doutrinam os novos membros, da maneira que melhor lhes convém para que a conversão seja total e irreversível.

[...] A novidade apresentada [...] está relacionada à criação de uma meta a ser seguida pelas novas gerações de muçulmanos: a mundialização do Islã [...] é a função divina dos islâmicos a instalação de um califado islâmico (SOUZA; REIS, 2017, p. 308).

Da mesma forma, tem-se a interpretação do conceito jihad pelo teórico sênior da Irmandade Muçulmana, SayydQtub (1906-1966) que diz “é necessário que haja uma vanguarda que se erga com essa determinação”.

Outro ponto que descreve as ações do grupo extremista é a do professor de História e especialista em Oriente Médio Juan Cole, da Universidade de Michigan que em entrevista à BBC Brasil (2015, s.p.) afirmou que: "Tudo isso aconteceu em reação à invasão militar americana e ocupação do Iraque".

Uma organização que surgiu após ataques à sua nação, vindos de um país apoiado erroneamente por seus respectivos aliados, devoto do materialismo, regido pelo capitalismo

(27)

ganancioso que visa se apropriar da riqueza de minérios em forma de ouro líquido negro, o petróleo, expõe seus objetivos de vingança contra as sociedades promíscuas que contradizem seus princípios religiosos, fazendo uso da violência em suas mais diversas formas para estabelecer domínio e poder, esbanjando seu poderio bélico desenfreado.

1.3 VIOLÊNCIA

A violência do Estado Islâmico tem como finalidade amedrontar e aterrorizar, obtendo o respeito e submissão nas regiões que controlam e nas que pretendem obter o poder. Controlando rigidamente a sharia, são impostas punições e penas aos que não seguem os mandamentos do Alcorão, assim como a perseguição e extermínio de todo e qualquer tipo de minoria, como: curdos, homossexuais, xiitas, cristãos, entre outros. Desde 2014, os atentados e execuções realizados, alguns transmitidos pela internet em tempo real, demonstram a frieza e determinação que os extremistas tratam aqueles que contrariam seus ideais e invadem seu território.

As atividades do Califado são financiadas e mantidas por meio do tráfico de mercadorias, doações de simpatizantes e a venda de barris de

petróleo. Em estimativas recentes o Estado Islâmico arrecadou cerca de dois bilhões de dólares em recursos e o número de membros se aproxima dos 50 mil.

1.4 A IMAGEM DO ESTADO ISLÂMICO PELO MUNDO

Em constante aparição nos noticiários mundiais o Estado Islâmico prova a cada ataque que assume responsabilidade - consciente de que nada parece conseguir deter suas atividades - sua determinação e compromisso em realizar seus objetivos, provando ser desnecessário se subordinar aos países que contrariam seus ideais religiosos.

A este respeito cabe considerar que a visão que o mundo obteve da organização extremista leva em consideração apenas o exposto pela mídia, manipulada pelas nações que alimentam o interesse que a guerra contra os países que compõem o Oriente Médio continue até que a vitória seja alcançada pelos dominantes caracterizados pelo consumismo, que visam se apossar das riquezas naturais das regiões hoje em conflito, divulgando suas atitudes com êxito e valorizando o mérito de cunho heroico manchado de sangue.

2 DISCUSSÃO

Na época de Saddam Hussein, que governou o Iraque entre as décadas de 1980 e 2000, o país era uma das áreas mais poderosas e importantes do mundo árabe, graças às riquezas naturais e às vantagens de possuir um Estado laico.

Quando os EUA invadiram o país, em 2003, alegando a existência de armas de

destruição em massa, exigiram

o desmembramento do exército local. Muitos desses soldados treinados, que entraram para diferentes grupos armados, hoje estão no Estado Islâmico. Segundo Cole (BBC, 2015), professor de História e especialista em Oriente Médio da Universidade de Michigan, toda a criação do EI aconteceu em reação à invasão militar americana e ocupação do Iraque, confirmando que há

evidências de que os radicais aproveitaram o fato de estarem concentrados em um único lugar para se conectarem uns com os outros fazendo das prisões, lugares para ampliar as redes de contatos

e formação de novas alianças.

o EI tem os Estados Unidos e todos os países que o ajudaram como os principais inimigos além de proclamar que seus ataques são uma forma de iniciar o fim dos tempos, pois acreditam que uma grande batalha contra os infiéis dará início ao julgamento final, profetizado no Hadiz, um de seus textos sagrados.

Após ser realizada uma decapitação de um agente humanitário chamado Peter Kassig, em 2014, o executor disse: “Aqui estamos, enterrando o primeiro cruzado americano em Dabiq e

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esperando avidamente o resto de seus exércitos chegarem”, dando ênfase para a batalha final em seu território e acrescenta “quando o inimigo de Alá vir Jesus, ele se dissolverá, assim o sal se dissolve na água” invocando a morte de um falso messias. Franklin (teólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie) que acredita que a linguagem é muito simbólica, dando a entender que os terroristas têm seu próprio tom de interpretação que mais lhe diz respeito. Há quem defenda que essa batalha não é física e sim uma metáfora sobre manter-se firme nas dificuldades pessoais e religiosas, mas ainda assim é tudo derivado do modo de interpretação.

Contudo, os membros do EI são jihadistas que fazem uma interpretação extrema do ramo sunita do Islã e acreditam serem os únicos reais fiéis tendo a visão do resto do mundo como infiéis que querem destruir sua religião. Desta forma,

atacam muçulmanos e não muçulmanos por meio de decapitações, crucificações e assassinatos em massa, pois usam os versos do Alcorão para justificarem seus atos com trechos que incitam a “golpear a cabeça” dos infiéis.

Apesar de agressivo e violento, o Estado Islâmico é uma organização de princípios religiosos, a qual busca defender seus direitos, afinal estão defendendo sua cultura que é mal interpretada ou rejeitada por aqueles que não a seguem.

Porém o julgamento perante os atos cometidos depende de intervenções externas ao conflito, prolongando o conflito já caracterizado como interminável. A busca pela paz condiz com todas as culturas de todos os povos, porém é preciso entender os sinônimos de paz e como cada uma delas interpreta e aplica aos seus adeptos.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a conclusão da pesquisa envolvendo o tema escolhido, ficou clara a origem do Califado intitulado Estado Islâmico e as razões que justificam os atos cometidos pelo grupo, bem como a influência que a religião exerce sobre os habitantes do Oriente Médio. Em uma terra de fé extremista, muitas vezes é divulgada de forma primitiva e promíscua pela mídia, que mostra apenas aquilo que melhor convém aos seus interesses.

As notícias hoje em dia são facilmente manipulas, por meio das Fake News e outros meios de comunicação. Afinal, em uma terra sagrada segundo os desígnios religiosos que ali estiveram presentes e ainda afetam a política social dos países arredores da região, os habitantes destas nações que vivem em guerra, muitas vezes inocentes que nascem em meio à desordem e caos

causado pelas gerações passadas e hoje têm de batalhar arduamente para recuperarem suas terras tomadas pelos próprios nativos que buscam vingança pela liberdade que lhes foi tomada.

Vê-se que estamos diante de um emaranhado de religiões e conflitos que talvez nunca termine. Observa-se que o fato de uma organização como o EI existir mostra como a realidade gananciosa e consumista presente em países do Ocidente, que se congratulam por ganharem guerras que causam, para se auto intitularem heróis, uma vez que matam milhares de inocentes em um território que não os pertence, pode desestabilizar economias e destruir a esperança de nações culpadas apenas por defenderem seus ideais e direitos constituídos por uma religião não cristã.

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coordenado a Paris. Afinal, o que o ISIS quer além de tocar o terror e chamar a atenção do

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SILVA, Daniel. O que é Estado Islâmico? Entender o que é o Estado Islâmico, o califado

que impõe o terror no Oriente Médio, passa por saber como esse grupo surgiu a partir das

fragilidades de Iraque e Síria. 2 Na bandeira do Estado Islâmico, consta em árabe: “Não há

deus a não ser Deus, Maomé é o mensageiro de Deus”. 2018. Disponível em:

<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-estado-islamico.htm>. Acesso em:

01 set. 2018.

SOUZA, Carlos Vitor Uchôa de; REIS, Marcos Vinícius de Freitas. A Interpretação Islâmica

pelo Estado Islâmico. Revista Labirinto, Porto Velho, v. 27, n. 1, p. 296-314, 01 set. 2018.

Anual

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CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANÁLISE DAS AÇÕES SOCIAIS DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR KROTON

Camila Gadonski de Freitas

Dante Guilherme Santos Panzeri da Cruz

Felipe Carlos Vargas

Tânia Cristina Chiarello

1 INTRODUÇÃO

Na sociedade atual, com a globalização e as facilidades criadas pelas tecnologias, tornou-se ainda mais difícil disseminar a socialização, integração e interação entre todos. As novas tecnologias, criando possibilidades infinitas, sejam elas de negócios ou não, aparentam facultar para que a cada dia que passa, mais e mais os seres humanos optem por se distanciarem uns dos outros, deixando-os mais frios e infelizes, seres que aparentemente não sentem o desejo de ajudar ao próximo.

Neste cenário não muito propício, empresas apresentam algumas propostas buscando, por meio destas facultar para tal

interação, ajudando pessoas em situações lastimáveis e dando a elas uma nova possibilidade de vida. Para tanto, projetos sociais são alguns dos que serão abordados neste artigo, expondo pontos chaves, seus impactos na sociedade e dentre outros motivos que fazem com que ainda pulse esperança no coração das pessoas beneficiadas.

A análise realizada neste estudo baseou-se nos balanços e projetos sociais realizados pela empresa Kroton Educacional S.A, buscando levar ao leitor um conhecimento a mais da importância de empresas como estas na sociedade atual e o impacto que tais projetos têm dentro desta.

2 DISCUSSÕES

Atualmente, observa-se que as empresas estão preocupadas não só com os lucros, mas também com o bem-estar da sociedade e colaboradores, fazendo com que assim demonstrem suas ações ao público em um instrumento de informação denominado balanço social.

Conforme Iudícibus, Martins e Gelbcke

(2000), o Balanço Social busca demonstrar o grau de responsabilidade social assumido pela empresa e resultando na prestação de contas à sociedade pelo uso do patrimônio público, constituído dos recursos naturais, humanos e o direito de conviver e usufruir dos benefícios da sociedade em que atua.

Referências

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