Legale Educacional
REGISTRO DE IMÓVEIS
2018
LEGALE Cursos Jurídicos
P r o f e s s o r : M a r c u s V i n i c i u s K i k u n a g a
Advogado
Mestre em Direitos Difusos e Coletivos pela Universidade Metropolitana de Santos – UNIMES
Especialista em Direito Notarial e Registral pela Escola Paulista de Direito - EPD.
Professor da Pós-Graduação em Direito Notarial e Registral Imobiliário na EPD
Professor do Legale Cursos Jurídicos
Professor da Pós-Graduação em Direito Imobiliário da Unicuritiba/PR
Professor do Escola Superior de Advocacia - ESA
Professor do Instituto Conde Matarazzo/SC
Autor do Manual Lex Magister de “Prática Imobiliária” – Notarial e Registral de 2010 a 2013LEGALE Cursos Jurídicos
Objetivo:
Capacitar o discente a sistematizar a
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3. Direito Registral
3.1. Do Sistema Registral
3.1.1. Introdução
O nosso sistema registral, após a entrada em vigor da Lei dos
Registros Públicos (Lei nº 6.015/73), alterou seu viés para
perpetuar o histórico do imóvel.
Assim, somente com o registro se opera a aquisição da
propriedade (art. 1.245, § 1º, do CC).
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3. Direito Registral
3.1. Do Sistema Registral
3.1.2. Conceito de registro imobiliário
Ato primordial da aquisição da propriedade imobiliária inter
vivos, por meio de cópia, em livro próprio, de todo título
oneroso ou gratuito e dos demais atos translativos de domínio
judiciais ou administrativos, que originam oponibilidade erga
omnes em face da publicidade gerada por consulta obrigatória.
(Manual Lex – Prática Imobiliária, inclui prática registral e notarial, fascículo 61, São Paulo, Ed. Lex Magister, p. 9)
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3. Direito Registral
3.1. Do Sistema Registral
3.1.2. Conceito de registro imobiliário
Serventia extrajudicial que tutela os direitos reais imobiliários.
Coisa própria = propriedade e laje
Direito real
(unidade de poder)
(art. 1.225, CC)
fruição
Coisa alheia
aquisição
(divisão de poder)
garantia
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3. Direito Registral
3.1. Do Sistema Registral
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3. Direito Registral
3.1. Do Sistema Registral
3.1.4. Atos registrais
a) Registro
a.1) Serventia = local físico
a.2) Assento = fólio real / folha / ficha / livro
a.3) Ato de registro em sentido amplo = qualquer lançamento no assento
(registro em sentido estrito, inscrição, transcrição, averbação ou anotação)
a.4) Ato de registro em sentido estrito = art. 167, I, L. 6015/73)
d.1. Inscrição (art. 179, “a”, Decreto 4857/39) – art. 168, LRP d.2. Transcrição (art. 179, “b”, Decreto 4857/39) – art. 168, LRP
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3. Direito Registral
3.1. Do Sistema Registral
3.1.4. Atos registrais
b. Averbação (art. 246, L. 6.015/73)
Ato administrativo de alteração de qualquer elemento do
assento registral.
Ex: Averbação de construção ou demolição Ex2: Averbação de cancelamento de ônus real Ex3: Averbação de casamento
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3. Direito Registral
3.1. Do Sistema Registral
3.1.4. Atos registrais
c. Anotação (art. 106, L. 6.015/73)
Art. 106. Sempre que o oficial fizer algum registro ou averbação, deverá, no prazo de cinco dias, anotá-lo nos atos anteriores, com remissões recíprocas, se lançados em seu cartório, ou fará comunicação, com resumo do assento, ao oficial em cujo cartório estiverem os registros primitivos, obedecendo-se sempre à forma prescrita no artigo 98.
Parágrafo único. As comunicações serão feitas mediante cartas relacionadas em protocolo, anotando-se à margem ou sob o ato comunicado, o número de protocolo e ficarão arquivadas no cartório que as receber.
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3. Direito Registral
3.1. Do Sistema Registral
3.1.5. Dos livros obrigatórios
a) Livro de Recepção de Títulos – exame e cálculo; b) Livro nº 1 – Protocolo;
c) Livro nº 2 – Registro Geral; d) Livro nº 3 – Registro Auxiliar; e) Livro nº 4 – Indicador Real; f) Livro nº 5 – Indicador Pessoal;
g) Livro de Registro de Aquisição de Imóveis Rurais por Estrangeiros (art. 10, L. 5.709/1991)
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3. Direito Registral
3.1. Do Sistema Registral
3.1.6. Bem jurídico
Garantir o acesso à propriedade (art. 5º, inciso XXII, CF)
3.1.7. Função
1º) Controle da legalidade
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
1º) P. obrigatoriedade do registro (172, LRP e 1227, CC)
“A mutação jurídico-real nasce com a inscrição e, por meio
desta, se exterioriza a terceiros”.
(Afrânio de Carvalho, Registro de Imóveis, 3ª ed., Forense, Rio de Janeiro, 1982, p. 163)LEGALE Cursos Jurídicos
3. Direito Registral
3.2. Princípios
2º) P. unitariedade matricial (176, §1º, I, LRP)
Entende-se por este princípio a impossibilidade da matrícula
conter mais do que um imóvel em sua descrição, bem como da
abertura de matrícula de parte ideal de imóvel.
NSCGJ – Cap. XX, item 56. A matrícula será aberta com os elementos constantes do título apresentado e do registro anterior. Se este tiver sido efetuado em outra circunscrição, deverá ser apresentada certidão expedida há no máximo 30 (trinta) dias pelo respectivo cartório, a qual ficará arquivada, de forma a permitir fácil localização.
NSCGJ – Cap. XX, item 56.1. Se na certidão constar ônus ou ações, o oficial fará a abertura da matrícula e em seguida (AV. 1) averbará sua existência, consignando sua origem, natureza e valor, o que ocorrerá, também, quando o ônus estiver lançado no próprio cartório. Por tais averbações não são devidos emolumentos e custas.
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
3º) P. da legalidade (não exauriência do art. 167, I e II, LRP)
Somente podem ser lançados os atos que contem com expressa previsão legal. “os direitos registráveis são taxativamente fixados pela lei, constituem um numerus clausus”. (Afrânio de Carvalho, Registro de Imóveis, Forense, Rio de Janeiro, 1976, pág. 76)
Ex: Arrolamento fiscal (lei 9.532/97)
Ex2: Direito de superfície (LRP, 167, I, “39” x 1.369, CC) Ex3: Penhora (LRP, 167, I, “5” x 828/837/844, nCPC)
Ex4: Adjudicação por condomínio edilício (art. 63, §3º, L. 4.591/64)
Ex5: Doação a condomínio edilício (TJMG – 2ª Câmara - Ap. Cível nº 1.0188.13.006872-2/00, j. 24.11.2015)
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
4º) P. da prioridade (art. 182, 183 e 205, LRP)
O título ao ser recepcionado para registro recebe uma
numeração cronológica que garante a sua prioridade ao
registro. Esse número é o que garantirá a sua prioridade ao
registro. O prazo para que o oficial promova o registro é de
30 dias. No caso de devolução do título com exigências e a
parte não as cumpra a prenotação será cancelada.
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
4º) P. da prioridade (art. 182, 183 e 205, LRP)
a) Prioridade de atendimento das pessoas vulneráveis
NSCGJ – Cap. XIII, item 88. Na prestação dos serviços, os (...) devem:a) atender as partes com respeito, urbanidade, eficiência e presteza;
b) atender por ordem de chegada, assegurada prioridade às pessoas com deficiência, aos idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, às gestantes, às lactantes, às pessoas com crianças de colo e aos obesos, exceto no que se refere à prioridade de registro prevista em lei; (L. 10.294/99, art. 7, II e Prov. CG 32/2016.)
NSCGJ – Cap. XIII, Item 88.2. No caso da alínea “b”, ressalvado o prudente critério do (...), não se concederá a prioridade quando houver indícios de abuso de direito.
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
4º) P. da prioridade (art. 182, 183 e 205, LRP)
b) Ineficácia da prioriedade
NSCGJ - Cap. XX – item 18. No Livro de Recepção de Títulos serão lançados exclusivamente os títulos apresentados para exame e cálculo dos respectivos emolumentos, a teor do artigo 12, parágrafo único, da Lei n° 6.015/73, os quais não gozam dos efeitos da prioridade.
NSCGJ – Cap. XX – item 20. A recepção de títulos somente para exame e cálculo é excepcional e sempre dependerá de requerimento escrito e expresso do interessado onde declare ter ciência de que a apresentação do título na forma escolhida não implica prioridade e preferência dos direitos, cujo requerimento será arquivado em pasta própria.
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
5º) P. da territorialidade (art. 169, LRP)
É a delimitação de atuação pela circunscrição imobiliária.
Comarca = unidade territorial de jurisdição
Exceção = Imóvel em + de uma circunscrição (art. 169, II)
Ex: Registro de loteamento
Ex2: Registro de formal de partilha de gleba (Ap. Cível nº
13.549-0/5, rel: Onei Raphael – j. 02.12.1992
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
6º) P. da instância ou Rogação (art. 13, LRP)
Todos os títulos que forem apresentados à qualificação do
oficial deverão conter expressa ou implicitamente a
autorização para se proceder os atos requeridos.
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
6º) P. da instância ou Rogação (art. 13, LRP)
Exceções:
a) retificação de erro evidente (art. 213, § 1º da LRP)
b) alteração de logradouros públicos (art. 167, II, “13”, LRP) c) abertura de matrícula (item 55, Cap. XX, NSCGJ/SP)
“55. É facultada a abertura de matrícula, de ofício, desde que não acarrete despesas para os interessados, nas seguintes hipóteses:
a) para cada lote ou unidade autônoma, logo em seguida ao registro de loteamento, desmembramento ou condomínio;
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
7º) Segundo Afrânio de Carvalho, “o princípio da especialidade
significa que toda inscrição deve recair sobre um objeto
precipuamente individuado”
A especialidade deve ser observada tanto quanto:
1ª) OBJETIVA – refere-se aos imóveis (direitos reais)
(176, §1º, II, item 3 e 225, LRP)
2º) SUBJETIVA – refere-se aos titulares de direitos
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
8º) P. da Disponibilidade
Corolário do P. continuidade.
Art. 172 - No Registro de Imóveis serão feitos, nos termos
desta Lei, o
registro
e a
averbação
dos títulos ou atos
constitutivos, declaratórios, translativos e extintos de
direitos reais sobre imóveis reconhecidos em lei,
" inter vivos" ou " mortis causa" quer para sua
constituição, transferência e extinção, quer para sua
validade em relação a terceiros, quer para a sua
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
8º) P. da Disponibilidade
8.1.
Disponibilidade objetiva ou qualitativa (imóvel)
a) Bens no comércio (urbano, rural ou enfitêutico):
1) Caução locatícia
2) Arrolamento fiscal
3) Ônus real
3.1. Fruição (usufruto, superfície, servidão)
3.2. Garantia (hipoteca, penhor e anticrese)
3.3. Aquisição (ccv ou cessão de direitos)
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
8º) P. da Disponibilidade
8.1.
Disponibilidade objetiva ou qualitativa (imóvel)
a) Bens no comércio (urbano, rural ou enfitêutico):
4) Garantias judiciais
4.1. Sequestro (arts. 301, 553, p.único, NCPC)
4.2. Arresto (arts. 828 e 830, NCPC)
4.3. Penhora (art. 831, NCPC)
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
8º) P. da Disponibilidade
8.1.
Disponibilidade objetiva ou qualitativa (imóvel)
b) Bens fora do comércio por lei ou natureza:
b.1) Bens públicos (99, Código Civil)
b.2) Penhora da Fazenda Nacional (53, §1º, L. 8.212/91)
b.3) Indisponibilidade pela falência - Lei 11.101/2005
Art. 103. Desde a decretação da falência ou do seqüestro, o devedor perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor.
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
8º) P. da Disponibilidade
8.1.
Disponibilidade objetiva ou qualitativa (imóvel)
c) Bens fora do comércio por mandamento judicial:
c.1) Bloqueio de matrícula (214, §3º, LRP)
Art. 214 - As nulidades de pleno direito do registro, uma vez provadas, invalidam-no, independentemente de ação direta.(Renumerado do art. 215 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). (...)
§ 3o Se o juiz entender que a superveniência de novos registros poderá causar danos de difícil reparação poderá determinar de ofício, a qualquer momento, ainda que sem oitiva das partes, o bloqueio da matrícula do imóvel.
§ 4o Bloqueada a matrícula, o oficial não poderá mais nela praticar qualquer ato, salvo com autorização judicial, permitindo-se, todavia, aos interessados a prenotação de seus títulos, que ficarão com o prazo prorrogado até a solução do bloqueio.
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
8º) P. da Disponibilidade
8.1.
Disponibilidade objetiva ou qualitativa (imóvel)
c) Bens fora do comércio por mandamento judicial:
c.2) Indisponibilidade judicial
Prov. 13/2012 - CGJ/SP (DJE 14/05/12) - vigência a partir de 01/06/2012 Prov. 39/2014 CNJ (DOU 25.07.14) – vigência a partir de 10/08/2014 a) Ordens genéricas
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3.2. Princípios
8º) P. da Disponibilidade
8.1.
Disponibilidade objetiva ou qualitativa (imóvel)
d) Bens fora do comércio voluntariamente:
d.1) Bem de família voluntário (1711 a 1722, Código Civil)
d.2) Bem alienado fiduciariamente (Lei 9.514/97)
d.3) Bem clausulado com inalienabilidade (1848 e 1911, CC)
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
8º) P. da Disponibilidade
8.2.
Disponibilidade subjetiva ou quantitativa (sujeitos)
a) Titularidade particular ou exclusiva
Obs: solteiros, separação convencional de bens e participação
final nos aquestos
b) Titularidade em comunhão
Obs: Analisar estado civil (comunhão universal, parcial ou
separação obrigatória)
c) Titularidade em condomínio civil
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
9º) P. da Continuidade (art. 195, 196, 197, 222, 223, 225, 228,
229 e 237 LRP)
Exigência de causalidade subjetiva e objetiva ininterrupta de
assentos.
Art. 197 - Quando o título anterior estiver registrado em outro cartório, o novo título será apresentado juntamente com certidão atualizada, comprobatória do registro anterior, e da existência ou inexistência de ônus.
Art. 222 - Em todas as escrituras e em todos os atos relativos a imóveis, bem como nas cartas de sentença e formais de partilha, o tabelião ou escrivão deve fazer referência à matrícula ou ao registro anterior, seu número e cartório
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
10º) P. da Concentração (P. Inoponibilidade) (art. 54, L.
13.097/15)
Admissão de presunção “absoluta” da boa-fé do titular de
direito real.
Art. 54. Os negócios jurídicos que tenham por fim constituir, transferir ou modificar direitos reais sobre imóveis são eficazes em relação a atos
jurídicos precedentes, nas hipóteses em que não tenham sido registradas ou averbadas na matrícula do imóvel as seguintes informações:
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
10º) P. da Concentração (P. Inoponibilidade) (art. 54, L.
13.097/15)
I - registro de citação de ações reais ou pessoais
reipersecutórias (167, I, “21”, L. 6.015/73);
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
10º) P. da Concentração (P. Inoponibilidade) (art. 54, L.
13.097/15)
II - averbação, por solicitação do interessado, de constrição
judicial, do ajuizamento de ação de execução ou de fase de
cumprimento de sentença, procedendo-se nos termos
previstos do art. 828, Ncpc (antigo 615-A CPC);
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
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3.2. Princípios
10º) P. da Concentração (P. Inoponibilidade) (art. 54, L.
13.097/15)
III - averbação de restrição administrativa ou convencional ao
gozo de direitos registrados, de indisponibilidade ou de outros
ônus quando previstos em lei; e
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3.2. Princípios
10º) P. da Concentração (P. Inoponibilidade) (art. 54, L.
13.097/15)
IV - averbação, mediante decisão judicial, da existência de outro tipo de ação cujos resultados ou responsabilidade patrimonial possam reduzir seu
proprietário à insolvência, nos termos do inciso II do art. 792, nCPC,
(antigo 593 CPC) (Fraude à execução).
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: (...)
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor
ação capaz de reduzi-lo à insolvência; V - nos demais casos expressos em lei.
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3.2. Princípios
10º) P. da Concentração (P. Inoponibilidade) (art. 54, L.
13.097/15)
V – OBJETIVO DA LEI:
Não poderão ser opostas - situações jurídicas não constantes
da matrícula no RI, inclusive para fins de evicção, ao 3º de
boa-fé que adquirir ou receber em garantia direitos reais sobre
o imóvel,
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3.2. Princípios
10º) P. da Concentração (P. Inoponibilidade) (art. 54, L.
13.097/15)
VI - Situações não protegidas:
1º) Falência (hipóteses dos arts. 129 e 130 da Lei no 11.101, de 9.2.2005) 2º) usucapião, herança e casamento (hipóteses de aquisição e extinção da propriedade que independam de registro de título de imóvel.)
3º) Imóveis públicos (art. 58)
Art. 58. O disposto nesta Lei não se aplica a imóveis que façam parte do patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas fundações e autarquias.
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3.2. Princípios
10º) P. da Concentração (P. Inoponibilidade) (art. 54, L.
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VII – Proteção dos empreendimentos imobiliários
Art. 55. A alienação ou oneração de unidades autônomas integrantes de incorporação imobiliária, parcelamento do solo ou condomínio edilício,
devidamente registrada, não poderá ser objeto de evicção ou de
decretação de ineficácia, mas eventuais credores do alienante ficam
sub-rogados no preço ou no eventual crédito imobiliário, sem prejuízo das perdas e danos imputáveis ao incorporador ou empreendedor, decorrentes de seu dolo ou culpa, bem como da aplicação das disposições constantes da Lei no 8.078, de 11.9.1990.
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3.2. Princípios
10º) P. da Concentração (P. Inoponibilidade) (art. 54, L.
13.097/15)
Lei 7.433/85 - Art 1º - Na lavratura de atos notariais, inclusive os relativos a imóveis, além dos documentos de identificação das partes, somente serão apresentados os documentos expressamente determinados nesta Lei.
§ 2o O Tabelião consignará no ato notarial a apresentação do documento comprobatório do pagamento do ITBI, as certidões fiscais e as
certidões de propriedade e de ônus reais, ficando dispensada sua transcrição. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
11º) P. Tempus regit actum
Significa a aplicação das exigências legais contemporâneas ao registro, e não aquelas que vigoravam quando da lavratura do título apresentado a registro.
REGISTRO DE IMÓVEIS - Escritura de Compra e Venda lavrada antes da averbação da indisponibilidade, mas apresentado a registro depois dela - Impossibilidade de registro até que a indisponibilidade seja cancelada por quem a decretou - Tempus regit actum-Precedentes do CSM - Recurso não provido (AP. CÍVEL 0015089-03.2012.8.26.0565 – SCS - j. 23/08/2013 Relator: José Renato Nalini)
Outros precedentes:
Apelação Cível nº, 115-6/7, rel. José Mário Antonio Cardinale, Apelação Cível nº 777-6/7, rel. Ruy Camilo,
Apelação Cível nº 530-6/0, rel. Gilberto Passos de Freitas,
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
11º) P. Tempus regit actum
Exceção:
Art. 176. § 2º Para a matrícula e registro das escrituras e
partilhas,
lavradas
ou
homologadas
na
vigência
do
Decreto nº 4.857, de 9 de novembro de 1939
, não
serão observadas as exigências deste artigo, devendo tais
atos obedecer ao disposto na legislação anterior
.
(Incluído pela Lei nº 6.688, de 1979)
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3.2. Princípios
12º) P. Cindibilidade
Pela sistemática adotada pela LRP, o CSM Ap. Cív. nº 2.642-0-São Paulo. "Isso porque só aquele sistema da transcrição dos títulos justificava não se admitisse a cisão do título, para considerá-lo apenas no que interessa.
"Vale dizer que hoje é possível extratar só o que comporta inscrição, afastando-se aquilo que não puder constar do registro, por qualquer motivo, como quando, eventualmente, houver ofensa à continuidade registrária.
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
12º) P. Cindibilidade
REGISTRO DE IMÓVEIS Instrumento particular de venda e compra -Descrição do bem imóvel objeto da alienação - Coincidência entre as
individualizações constantes do registro e do título - Princípio da
especialidade objetiva observado - Condicionamento do registro à prévia averbação da construção levantada no terreno - Realidade extratabular estranha à qualificação registral Exigência descabida -Dúvida improcedente - Recurso provido. (CSMSP - APELAÇÃO CÍVEL – 0000070-28.2012.8.26.0606/Suzano J. 07/02/2013 Relator: José Renato Nalini)
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3. Direito Registral
3.2. Princípios
12º) P. Cindibilidade
Exceções: art. 187 e 244, LRP
1ª) Art. 187, LRP (Registro de permuta)
Art. 187 - Em caso de permuta, e pertencendo os imóveis à mesma circunscrição, serão feitos os registros nas matrículas correspondentes, sob um único número de ordem no Protocolo.
2ª) Art. 244, LRP (Averbação de pacto antenupcial)
Art. 244 - As escrituras antenupciais serão registradas no livro nº 3 do cartório do domicílio conjugal, sem prejuízo de sua averbação obrigatória no lugar da situação dos imóveis de propriedade do casal, ou dos que forem sendo adquiridos e sujeitos a regime de bens diverso do comum, com a declaração das respectivas cláusulas, para ciência de terceiros.
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3.3. Do Processo de Registro
3.3.1. Prenotação
3.3.2. Título adequado
1º) Escritura pública - critério é a exigência legal e o valor (fiscal ou do negócio) iguais ou superiores a 30 s.m. – Precedente: STJ – REsp nº 1.099.480-MG.
2º) Instr. particular (permissão legal ou negócios abaixo de 30 s.m.) 3º) Instr. oriundo de paises estrangeiros
4º) Títulos judiciais
5º) Títulos de natureza pública (terras devolutas, concessão de uso) 6º) Autos de arrematação judiciais ou particulares (art. 37, DL 70/66)
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3. Direito Registral
3.3. Do Processo de Registro
3.3.3. Contraditório
Análise de eventuais prenotações de títulos conflituosos.
3.3.4. Qualificação positiva
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3. Direito Registral
3.4. Retificação dos atos registrais
3.4.1. Retificação ex officio (art. 213, inciso I, LRP)
a) omissão ou erro cometido na transposição de elementos do título;b) indicação ou atualização de confrontação;
c) alteração de denominação de logradouro público, (...);
d) retificação que vise a indicação de rumos, ângulos de deflexão ou inserção de coordenadas georeferenciadas, em que não haja alteração das medidas perimetrais;
e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito a partir das medidas perimetrais constantes do registro;
f) reprodução de descrição de linha divisória de imóvel confrontante que já tenha sido objeto de retificação;
g) inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal das partes, comprovada por documentos oficiais, ou mediante despacho judicial quando houver necessidade de produção de outras provas;
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3. Direito Registral
3.4. Retificação dos atos registrais
3.4.2. Retificação a requerimento (art. 213, inciso II, LRP)
a) Alteração de área do imóvel
inserção ou alteração de medida perimetral de que resulte, ou não, alteração de área, instruído com planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no competente Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, bem assim pelos confrontantes.
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3.5. Cancelamentos e encerramento da matrícula
3.5.1. Cancelamento (233 e 234, LRP)
- Decisão judicial
3.5.2. Encerramento
1ª) Alienações parciais
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3.6. Processo de dúvida
3.6.1. Conceito
É o procedimento administrativo que visa sanear o juízo
obstativo de registro pelo oficial.
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3.6. Processo de dúvida
3.6.2. Princípios
1º) P. Qualificação (legalidade)
Ex1: Arrolamento de bens – Formal de partilha – Qualificação
registral que questiona a que título a viúva do de cujus
deveria receber seu quinhão – Indagação que desborda dos
limites da qualificação registral – impossibilidade de a via
administrativa discutir o mérito da decisão judicial transitada
em julgado – Recurso provido. (Apelação Cível n°
1025290-06.2014.8.26.0100 j. 22.01.2015)
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3.6. Processo de dúvida
3.6.2. Princípios
1º) P. Qualificação (legalidade)
Ex2: Formal de partilha - Inobservância do princípio da
continuidade - Inocorrência - Qualificação registral que não
pode discutir o mérito da decisão judicial - Recurso provido.
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3.6.2. Princípios
1º) P. Qualificação (legalidade)
Ex3: Apesar de se tratar de título judicial, está ele sujeito à qualificação registrária. O fato de tratar-se o título de mandado judicial não o torna imune à qualificação registrária, sob o estrito ângulo da regularidade formal, O exame da legalidade não promove incursão sobre o mérito da
decisão judicial, mas à apreciação das formalidades extrínsecas da ordem e à conexão de seus dados com o registro e a sua formalização instrumental" (Ap. Cível nº 031881-0/1).
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3.6. Processo de dúvida
3.6.2. Princípios
2º) P. Instância (Inércia do oficial)
Requerimento:
a)
Verbal
b)
Escrito
c)
Ordem judicial
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3.6. Processo de dúvida
3.6.3. Natureza jurídica
Procedimento administrativo vinculado.
Não se confunde com jurisdição voluntária (103, CPC)
Não se admite discussão de alta indagação.
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3.6. Processo de dúvida
3.6.4. Hipótese de incidência (art. 198, LRP)
1º) Atos de registro = dúvida (CSM/SP – art. 64, VI, Decreto-lei
Complementar 3/69 e art. 16, V, Regimento Interno do TJSP)
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3.6. Processo de dúvida
3.6.5. Partes
1º) Suscitante – sujeito ativo da dúvida = Oficial (1º, LRP) ou Tabelião de Protestos (18, L. 9492/97)
2º) Suscitado – é o interessado (jurídico ou econômico) no ato ou apenas aquele em cujo nome será feito o registro.
3º) Terceiro interessado - aquele que possa ter um direito atingido se o título for registrado
4º) Terceiro prejudicado (202, LRP)
5º) Tabelião de Notas – como assistente (item 41.4.1, Cap. XX, NSCGJ)
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3.6. Processo de dúvida
3.6.6. Procedimento de dúvida
1º) Prenotação do título (art. 221 e 174, LRP)
Observar: Art. 12, LRP
Cap. XX, item 26.4. Nenhuma exigência fiscal, ou dúvida, obstará a
apresentação de um título e o seu lançamento no Protocolo, com o
respectivo número de ordem, salvo o depósito prévio de emolumentos, nas hipóteses em que há incidência deste.
47.2. Será também prorrogado o prazo da prenotação se a protocolização de reingresso do título, com todas as exigências cumpridas, der-se na vigência da força da primeira prenotação.
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3.6. Processo de dúvida
3.6.6. Procedimento de dúvida
2º) Prazo para qualificação do título
Prov. 58/89, Tomo II, Cap. XX item 43. O prazo para exame, qualificação e devolução do título, com exigências ou registro, será de 10 (dez) dias, contados da data em que ingressou na serventia.
Prov. 58/89, Tomo II, Cap. XX item 43.1. O prazo acima ficará reduzido a 5
(cinco) dias, se o título for (...) estruturado em XML (...).
Prov. 58/89, Tomo II, Cap. XX item 43.2. Reapresentado o título com a satisfação das exigências, o registro será efetivado nos 5 (cinco) dias
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3.6.6. Procedimento de dúvida
2º) Prazo para qualificação do título
Prov. 58/89, Tomo II, Cap. XX item 43.3. Caso ocorram dificuldades na qualificação registral em razão da complexidade, novidade da matéria, ou
volume de títulos apresentados em um mesmo dia, o prazo poderá ser prorrogado, somente por uma vez, até o máximo de 10 (dez) dias, desde
que emitida pelo Oficial nota escrita e fundamentada a ser arquivada, microfilmada ou digitalizada com a documentação de cada título.
Prov. 58/89, Tomo II, Cap. XX item 43.4. As disposições acima não se aplicam às hipóteses de prazos previstos em lei ou decisão judicial.
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3.6.6. Procedimento de dúvida
3º) Qualificação negativa
NSCGJS/SP Cap. XX, item 40. É dever do Registrador proceder ao exame
exaustivo do título apresentado. Havendo exigências de qualquer ordem,
deverão ser formuladas de uma só vez, por escrito, de forma clara e
objetiva, em formato eletrônico ou papel timbrado do cartório, com
identificação e assinatura do preposto responsável, para que o interessado possa satisfazê-las ou requerer a suscitação de dúvida ou procedimento administrativo.
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3.6.6. Procedimento de dúvida
3º) Qualificação negativa
NSCGJS/SP Cap. XX, item 40.1. A nota de exigência deve conter a exposição
das razões e dos fundamentos em que o Registrador se apoiou para
qualificação negativa do título, vedadas justificativas de devolução com expressões genéricas, tais como “para os devidos fins”, “para fins de direito” e outras congêneres.
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3º) Qualificação negativa
NSCGJS/SP Cap. XX, item 40.2. Ressalva-se a emissão de segunda nota de exigência, exclusivamente, na hipótese de, cumpridas as exigências primitivamente formuladas, surgirem elementos que não constavam do
título anteriormente qualificado ou em razão do cumprimento parcial das exigências formuladas anteriormente.
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4º) Cumprimento parcial das exigências (Irresignação parcial)
Apelação n° 0075967-91.2013.8.26.0100 j. 16/10/2014
“A concordância parcial com as exigências do Oficial prejudica a dúvida, que só admite duas soluções: a determinação do registro do título protocolado e prenotado, que é analisado, em reexame da qualificação, tal como se encontrava no momento em que surgida dissensão entre a apresentante e o Oficial de Registro de Imóveis; ou a manutenção da recusa do Oficial. Para que se possa decidir se o título pode ser registrado ou não é preciso que todas as exigências – e não apenas parte delas – sejam reexaminadas pelo Corregedor Permanente. Nesse sentido, é pacífica a jurisprudência deste Egrégio Conselho Superior, como demonstra o julgamento da apelação cível no. 1.118-6/8, rel. Des. Ruy Camilo, de 30.06.2009.
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3.6.6. Procedimento de dúvida
5º) Requerimento do interessado
Prov. 58/89 CGJSP, Tomo II, Cap. XX, item 41. Não se conformando o apresentante com a exigência, ou não a podendo satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a declaração de dúvida, remetido ao Juízo competente para dirimi-la, obedecendo-se ao seguinte: a) o título será prenotado; b) será anotada, na coluna "atos formalizados", à margem da prenotação, a observação "dúvida suscitada", reservando-se espaço para anotação do resultado; (...)
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3.6. Processo de dúvida
3.6.6. Procedimento de dúvida
6º) Suscitação de dúvida pelo oficial
7º) Anotação à margem da prenotação (suspensão do prazo)
8º) Contra-fé ao interessado e notificação para impugnação
em 15 dias ou inércia (199, LRP)
9º) Remessa ao juiz competente
10º) Intimação ao TN para apresentar justificativas lavratura
11º) Vista ao MP (custus legis) em 10 dias
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3.6. Processo de dúvida
3.6.6. Procedimento de dúvida
12º) Sentença improcedente = manda registrar ou averbar
---13º) Sentença procedente = oficial tem razão
14º) Apelação administrativa (atos de registro) ou recurso
administrativo (atos de averbação) em15 dias
15º) Acórdão do CSM (atos de registro) ou julgamento pela
CGJ (atos de averbação)
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3.7. Cancelamentos e encerramento da matrícula
3.7.1. Cancelamento (233 e 234, LRP)
- Decisão judicial3.7.2. Encerramento
1ª) Alienações parciais 2º) Fusão (234 e 235, LRP)
3.7.3. Bloqueio (art. 214, LRP)
- Decisão judicialArt. 214 - As nulidades de pleno direito do registro, uma vez provadas, invalidam-no, independentemente de ação direta.
§ 3o Se o juiz entender que a superveniência de novos registros poderá causar danos de difícil reparação poderá determinar de ofício, a qualquer momento, ainda que sem oitiva das partes, o bloqueio da matrícula do imóvel.