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A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA EM ESTOQUES DO PONTO DE VISTA ADMINISTRATIVO FINANCEIRO

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DO PONTO DE VISTA ADMINISTRATIVO

FINANCEIRO

Douglas Prates Magalhães1

Resumo:

A Auditoria em estoques é uma atividade normalmente cara, porém é de extrema importância para a empresa na sua área fiscal e consequentemente no melhor planejamento dos seus tributos. O presente artigo pretende mostrar a importância do correto cadastro de produtos e consequentemente sua importância na ótica da administração financeira. A relevância deste trabalho se encontra no fato de as pequenas empresas não darem a devida atenção aos cadastros dos seus produtos e muitas vezes pagar impostos sobre produtos não tributados. Palavras-Chave: Estoques, Auditoria, Tributação.

1. INTRODUÇÃO

No Brasil cerca de 70% (setenta por cento) do tempo de um contador está relacionada à área fiscal das empresas. O sistema tributário no Brasil além de complexo possui impostos em condições que muitas vezes, na prática, nem os auditores das receitas estaduais sabem informar a respeito de determinadas situações.

Portanto, não é novidade que as empresas são oneradas com altas cargas tributárias e impostos com fórmulas de cálculos que muitas vezes confunde os menos experientes.

Visando reduzir a carga tributária da qual as empresas estão sujeitas existem alguns métodos utilizados para se reduzir a carga de tributos são eles: Elisão fiscal e Evasão fiscal.

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Dessa forma o administrador da empresa deve ter conhecimento e saber distinguir entre ambas as formas para se proteger de possíveis sanções impostas pelo fisco contra atitudes ilícitas.

Primeiramente deve-se observar que a maior parte dos tributos que uma empresa paga está diretamente ligada ao faturamento. Dessa forma quanto mais a empresa faturar maior será sua base de cálculo e os impostos que ela deverá pagar.

Portanto, a auditoria em cadastros de estoques está firmada na premissa de reduzir a carga tributaria da empresa. É comum encontrar empresas pagando impostos sobre produtos que não são tributadas para um determinado imposto onerando a sua empresa com impostos pagos a maior. Para a empresa pode-se entender como um valor pago indevidamente e para os agentes arrecadadores, uma renda a mais para compor o seu orçamento.

2. DOS IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE O FATURAMENTO

O planejamento tributário não é uma tarefa fácil, tanto que muitas empresas de consultoria cobram preços extremamente altos para fazer um planejamento tributário e recuperação tributária de seus clientes, valores estes que chegam a ser astronômicos.

Dentre as formas citadas anteriormente para a redução da carga tributária, encontram-se a Elisão e a Evasão fiscal. A Elisão fiscal, ou popularmente conhecida como planejamento tributário, é uma forma prevista em lei ou não proibida por lei para que o contribuinte reduza a carga de tributos. Já a Evasão fiscal, ou sonegação fiscal, tem a mesma finalidade, porém está pautada em procedimentos que violem a lei ou regulamento fiscal.

Quando se trata de elisão fiscal, trata-se de duas formas: Uma prevista em lei, como é o caso dos benefícios ou incentivos fiscais e a outra é a exploração de lacunas ou brechas previstas na legislação para diminuir o ônus dos tributos. No caso dos benefícios de incentivos fiscais, podemos citar o caso da Zona Franca de Manaus (ZFM) que possuem o benefício de isenção do IPI em suas mercadorias e o SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus) que isentam os contribuintes de pagarem o IPI de suas mercadorias.

Ao analisarmos as contas de resultado de uma determinada organização encontramos pelo menos cinco tributos diferentes tributados sobre a receita bruta de vendas, os quais são: ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISS.

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2.1. DO ICMS

O ICMS é um imposto estadual, incidente sobre Movimentação de Mercadorias e Serviços de Transporte Intermunicipal e interestadual e de comunicação. Com exceção do ICMS, todos tributos incidentes sobre o faturamento são legislados e regulamentados pela União Federal. O ICMS por sua vez, como podemos encontrar no texto constitucional é imposto privativo dos Estados Federados os quais têm total autonomia para legislar sobre este imposto. O ICMS, portanto, é o imposto mais complexo do sistema tributário Brasileiro. Esta afirmação está amparada pela ocorrência de várias legislações fiscais, convênios entre Estados e produtos tributados de formas diferentes entre os Estados.

Portanto os estoques de produtos têm impacto direto na tributação da empresa pelo fato de muitos produtos terem isenção de ICMS, estarem sujeitos ao regime de Substituição tributária, não possuírem tributação ou terem redução em sua base de cálculo.

Segundo a Lei Complementar 87/1996, o contribuinte do ICMS “é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior”.

Segundo a Lei Kandir (Lei complementar 87, de 13 de setembro de 1996), no artigo 2º, o ICMS incidirá, entre outras, sobre: (1) operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; (2) prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; (3) prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; e (4) fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios.

Entre outras operações, a Lei Kandir nos incisos constantes no artigo 3º prevê a não incidência de ICMS: (1) operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; (2) operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços; e (3) operações

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de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie.

Cabe aos Estados, legislar sobre os produtos que devem ser tributados, isentados, tratados como substituição tributária ou reduzir a base de cálculo.

As alíquotas do ICMS são variáveis, alterando de acordo com o Estado. Entretanto, a União Federal tem autonomia para legislar sobre as alíquotas interestaduais do ICMS.

2.2. DO PIS/PASEP

Já o PIS/PASEP, foi criado pela Lei Complementar 07/1970 e possui, segundo o Supremo Tribunal Federal, características de Contribuição de Seguridade Social (STF, 2ª Turma, RE 227098-5/AL, rel. Min. Mauro Corrêa, jun./98). Possui a finalidade de integrar o trabalhador na vida e no desenvolvimento das empresas. São contribuintes do PIS/PASEP as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao Simples Nacional. Possui dois regimes básicos de tributação: o Regime Cumulativo e o Regime não-cumulativo.

O Regime Cumulativo do PIS/PASEP está regido pela Lei 9.718/1998. Nesse regime não são permitidas as deduções relativas aos créditos da compra de mercadorias ou insumos do processo de produção, incidindo assim, como regra geral, a alíquota sobre a base de cálculo. Porém, a Lei 9.718/1998 permite no ajuste da base de cálculo a exclusão de: (1) Vendas Canceladas; (2) Descontos incondicionais concedidos; (3) a receita decorrente da venda de bens classificados no ativo não circulante que tenha sido computada como receita bruta entre outras.

Já a não-cumulatividade do PIS/PASEP está disciplinada na Lei 10.637/2002. Neste Regime, em contraste com o anterior, permite o aproveitamento do crédito relativo a operações previstas no Artigo 3º da Lei 10.637/2002: (1) Bens adquiridos para revenda; (2) bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; (3) aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; (4) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a

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terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; (5) bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei; (6) energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica entre outras.

Ainda segundo lei Lei 10.637/2002, não compõe a base de cálculo do impostos os itens constantes no Parágrafo 3º do Artigo 1º.

As alíquotas aplicadas nos regimes cumulativos e não-cumulativos são de 0,65% e 1,65%, respectivamente.

2.3. DA COFINS

A COFINS, por sua vez, é a contribuição para o financiamento da seguridade social. Sua instituição deu-se pela lei complementar numero 70/1991. A COFINS incide sobre a receita bruta de vendas, ou seja, sobre operações de venda de mercadorias, mercadorias e serviços e serviços de qualquer natureza. Sua base legal encontra-se na Constituição Federal, art. 195, inciso I, alínea b. São contribuintes da COFINS as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao Simples Nacional. Assim como o PIS/PASEP a COFINS possui dois regimes básicos de tributação: Regime cumulativo e o Regime não-cumulativo.

Conforme a Receita Federal do Brasil, as regras do PIS e da COFINS são bastante semelhantes mesmo sendo originários de legislações diferentes.

O Regime Cumulativo da COFINS está disciplinado na Lei 9718/1998 e portanto, possui as mesmas regras do PIS/PASEP Cumulativo.

Já o Regime não-cumulativo, encontra-se disciplinado na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. A Base de cálculo da COFINS no regime não cumulativo conforme o parágrafo 2º do artigo 1º, é o total das receitas auferidas pela entidade no período correspondente. Porém os itens descritos no parágrafo 3º do artigo 1º não integram a base de cálculo da COFINS, sendo alguns deles: (1) isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero); (2) auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa

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vendedora, na condição de substituta tributária; (3) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos entre outros.

O Contribuinte ainda pode descontar, no regime de não cumulatividade, os créditos decorrentes dos itens descritos nos incisos do artigo 3º da Lei 10.833/2003 dos quais podemos citar: (1) bens adquiridos para revenda; (2) bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; (3) energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica; (4) aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; (5) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; (6) bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei entre outros.

As alíquotas incidentes sobre os regimes cumulativo e não cumulativo são de 3% e 7,6%, respectivamente.

2.4. DO IPI

O Imposto Sobre produtos industrializados – IPI, tem como contribuintes, de acordo com o artigo 51 do Código Tributário Nacional (CTN): O Importador ou a quem a Lei a ele equiparar; O Industrial ou a quem a lei a ele equiparar; o Comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que forneça a industriais ou a estes equiparados; o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

Conforme o artigo 4º do Decreto 7212/2010, “Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo”. Pelo mesmo decreto, Estabelecimento Industrial “é o que executa qualquer das operações referidas no art. 4o, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento”. No Artigo 9º e seus incisos, encontramos os estabelecimentos equiparados a industriais.

Empresas atacadistas são caracterizadas pelo decreto no artigo 14º, inciso I, como aqueles que efetuarem vendas de: (1) Bens de produção, exceto a particulares em quantidade que não exceda a normalmente destinada ao seu próprio consumo; (2) de bens de consumo,

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em quantidade superior àquela normalmente destinada a uso próprio do adquirente; e (3) a revendedores.

Empresas Varejistas, em contraste com empresas atacadistas, pelo mesmo decreto é considerada quando o estabelecimento “efetuar vendas diretas a consumidor, ainda que realize vendas por atacado esporadicamente, considerando-se esporádicas as vendas por atacado quando, no mesmo semestre civil, o seu valor não exceder a vinte por cento do total das vendas realizadas”.

O IPI possui duas hipóteses de ocorrência de acordo com o artigo 35 do Decreto 7212/2010: (1) o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou (2) a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.

Entre os fatos geradores previstos no artigo 36, encontra-se: (1) na saída de armazém-geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento; (2) na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, quanto aos produtos que, por ordem do importador, forem remetidos diretamente a terceiros; (3) no momento em que ficar concluída a operação industrial, quando a industrialização se der no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora do estabelecimento industrial; (4) no momento da sua venda, quanto aos produtos objeto de operação de venda que forem consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento industrial, entre outros.

São isentos do IPI, conforme os incisos do artigo 81 do Decreto 7.212/2010, entre outros: (1) os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus, destinados, ao seu consumo interno, excluídos as armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros; (2) os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus, por estabelecimentos com projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, que não sejam industrializados pelas modalidades de acondicionamento ou reacondicionamento, destinados à comercialização em qualquer outro ponto do território nacional, excluídos as armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros e produtos de perfumaria ou de toucador, preparados ou preparações cosméticas, e (3) os produtos nacionais entrados na Zona Franca de Manaus, para seu consumo interno, utilização ou industrialização, ou ainda, para serem remetidos, por intermédio de seus entrepostos, à Amazônia Ocidental, excluídos as armas e munições, perfumes, fumo, automóveis de passageiros e bebidas alcoólicas.

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2.5. DO ISSQN

Empresas Prestadoras de Serviço, estão sujeitas ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Este imposto compete aos municípios institui-lo porém é regulamentado pela Lei Complementar 116/2003.

Segundo a Lei Complementar no artigo 8º, inciso II, a alíquota máxima do ISS será de 5%.

A Lista de serviços abrangidos por este imposto encontra-se no anexo da Lei Complementar 116/2003.

Não possuem incidência do ISSQN os seguintes serviços: (1) as exportações de serviços para o exterior do País; (2) a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados; (3) o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras

3. DA AUDITORIA EM ESTOQUES

Devido ao descrito no Código Civil Brasileiro, apenas contadores podem atuar como auditores, sendo uma atividade privativa do profissional de contabilidade. Neste caso, empresas que têm interesse em auditoria nos seus tributos, devem procurar profissionais de contabilidade habilitados para prestar serviços de auditoria tributária e recuperação de tributos pagos a maior.

Conforme observa-se, principalmente nos tributos federais (PIS, COFINS e IPI), empresas comerciais, possuem, em determinadas situações isenção, diferenciação, ou mesmo a não tributação de determinados produtos.

Quanto ao ICMS pelo seu volume de legislações existentes, acaba se tornando uma árdua tarefa descrever quais são os produtos que estão sujeitos a qual regime dentro de ICMS em cada legislação estadual.

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Desta forma ao empreendedor, administrador ou qualquer outro profissional que deseja ou que atua na área fiscal, é necessário conhecer como funciona a sistemática dos impostos, sejam eles federais, estaduais ou municipais, para maior economia tributária.

Analisa-se, primeiro, a Legislação do ICMS a procura de produtos relacionados a atividade da empresa que estejam cadastrados de maneira errada. A exemplo do RICMS/RO que possui anexos de Isenção e Substituição Tributária.

Após uma análise preliminar, do imposto estadual podemos analisar se a empresa se enquadra em algum caso dos benefícios concedidos pelo PIS e COFINS para empresas Varejistas.

Ainda em relação a tributação federal, é necessário verificar se a empresa se enquadra nos limites estabelecidos pela Zona Franca de Manaus (ZFM) ou se a empresa se enquadra nos limites do SUFRAMA, visto o benefício de isenção do IPI.

4. DA ÓTICA ADMINISTRATIVA FINANCEIRA

Do ponto de vista administrativo financeiro, a auditoria em estoques, mesmo sendo uma atividade bastante cara, pode trazer benefícios a longo prazo.

Uma vez analisado os cadastros dos estoques da empresa, e corrigido possíveis erros, podemos considerar um investimento de longo prazo, com resultados imediatos.

Ao analisar a atividade relacionada aos impostos sobre o faturamento, entendemos que a entidade é fiel depositária do imposto, ou seja, ela destaca o imposto pago pelo cliente na nota fiscal e posteriormente o recolhe ao fisco. Ao entendermos este procedimento, entendemos que a entidade, ao destacar o imposto, deve posteriormente realizar um desembolso de recursos financeiros para quitar suas obrigações com o fisco. Na realização do desembolso este recurso sai do caixa ou equivalentes, o que afeta o capital de giro da entidade o que pode prejudicar a liquidez da entidade no curto prazo.

Portanto, mesmo que o desembolso inicial seja alto, os resultados obtidos pelo investimento a longo prazo tendem a superar os custos iniciais.

Quando se analisa a legislação vigente, a respeito dos prazos, encontramos nos textos legais que só é possível compensar o valor dos impostos pagos indevidos ou a maior dos últimos cinco anos, portanto, se analisar os estoques da empresa e seus livros nos últimos cinco anos é possível encontrar um valor de impostos recolhidos a maior que muitas vezes chegam a ser astronômicos.

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Portanto, além de melhorar o resultado financeiro da empresa no decorrer de suas atividades, a atividade pretende reduzir sua carga tributária e consequentemente, com a redução dos impostos, melhora também, a liquidez da empresa, melhorando o saldo de sua conta caixa ou equivalentes.

Uma vez que a empresa possua mais recursos financeiros em caixa, torna-se mais fácil investir em infraestrutura, estoques, centros de distribuição, equipamentos ou mesmo renovação tecnológica dos equipamentos da organização.

Pode-se investir em campanhas de marketing, propaganda e gestão da qualidade nos processos da entidade. Além disso, a entidade pode utilizar-se de estratégias de gestão de custos para reduzir o custo dos produtos e consequentemente seu preço de venda, fazendo assim melhor concorrência e melhorando seu lucro pela economia de escala proporcionada pelos custos operacionais.

Administrativamente, uma organização que cuida bem do seu departamento fiscal/tributário tem grandes chances de sobreviver no mundo corporativo e alcançar crescimento em um prazo significativamente mais curto.

Outro ponto interessante, é que o custo dos produtos tendem a ser menores, vistos que os tributos incidente serão menores, o que aumentaria o lucro da entidade, possibilitando assim, melhores investimentos ou mesmo distribuição para os sócios.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quanto o processo de planejamento tributário é extrema a necessidade nas organizações brasileiras, onde a preocupação em relação aos tributos e a carga tributária em sua totalidade são excessivos e causa muita confusão, se um imposto é devido ou não.

Portanto as organizações devem dar maior importância ao cadastro de estoques visando melhorar a situação da empresa no longo prazo ou mesmo evitar o pagamento indevido de impostos e contribuições.

Ao evitar o pagamento indevido a empresa faz uma “economia” de recursos financeiros que serão melhor aproveitados em outros investimentos.

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Mesmo os menores valores pagos a maior poderiam ser utilizados pela entidade para investir ou mesmo utilizados para melhorar a liquidez da organização no curto prazo evitando assim que a entidade deixe de honrar seus compromissos com fornecedores ou funcionários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei Complementar 87/1996: Dispõe sobre o imposto dos Estados e do

Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre

prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de

comunicação, e dá outras providências. (LEI KANDIR). Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm>. Acesso em: 02 dez.

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BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012:

Estabelece normas sobre restituição, compensação, ressarcimento e reembolso, no

âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil, e dá outras providências.

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http://www.normaslegais.com.br/legislacao/in-rfb- 1300-2012.

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BRASIL. Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970: Institui o Programa

de Integração Social, e dá outras providências. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp07.htm>. Acesso em: 02 dez.

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Tributária Federal e da outras providências. Disponível em: <http://www.receita.

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BRASIL. Lei nº 10.637 de 30 de dezembro de 2002: Dispõe sobre a

não-cumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração

Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), nos casos

que especifica; sobre o pagamento e o parcelamento de débitos tributários federais,

a compensação de créditos fiscais, a declaração de inaptidão de inscrição de

pessoas jurídicas, a legislação aduaneira, e dá outras providências. Disponível em:

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http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Leis/2002/lei10637.htm>. Acesso

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Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e

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DENTRO DA LEI! Disponível em: < http://www.portaltributario.com.br/

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Referências

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