• Nenhum resultado encontrado

CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO MARIA MARIANA SABINO GOUVEIA MARIA VICTÓRIA APOLINÁRIO DA SILVA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO MARIA MARIANA SABINO GOUVEIA MARIA VICTÓRIA APOLINÁRIO DA SILVA"

Copied!
19
0
0

Texto

(1)

CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

MARIA MARIANA SABINO GOUVEIA MARIA VICTÓRIA APOLINÁRIO DA SILVA

EFETIVIDADE DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÔMEGA-3 NA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

MACEIÓ-AL 2020

(2)

MARIA MARIANA SABINO GOUVEIA MARIA VICTÓRIA APOLINÁRIO DA SILVA

EFETIVIDADE DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÔMEGA-3 NA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito de obtenção do título de Bacharel em nutrição pelo Centro Universitário Tiradentes

Orientadora: Prof.ª MSc. Jaqueline Fernandes Gomes

Coorientadora: Anne Karolyne Carnaúba Alves

MACEIÓ-AL 2020

(3)

À Deus por ter guiado os nossos passos e ter dado forças para superarmos todas as dificuldades vividas.

Aos nossos pais por toda confiança, apoio e incentivo.

À faculdade, por toda trajetória de vida e conhecimentos adquiridos.

À nossa orientadora Prof ° Msc. Jaqueline Fernandes Gomes pela brilhante orientação, apoio e confiança depositado em nós, és um exemplo de profissional.

À nossa coorientadora nutricionista Anne Karolyne Carnaúba por todo suporte, ajuda e orientações proporcionados.

A todos professores, em especial às Prof ° Renata Tenório Antunes e Prof ° Ariana de Alencar Gonçalves por todo empenho e dedicação em passar conhecimentos, marcando nossa vida acadêmica e a futura carreira profissional.

E todos os demais que fizeram parte direta ou indiretamente da nossa jornada, o nosso muito obrigado!

(4)

Acadêmicas do curso de Nutrição do Centro Universitário Tiradentes 1: e-mail:maria.mariana@souunit.com.br; maria.apolinario@souunit.com.br Docente do curso de Nutrição no Centro Universitário Tiradentes2: e-mail: jaqueline.fgomes@souunit.com.br

Nutricionista graduada pelo Centro Universitário Tiradentes3; e-mail:karolcarnaubanutri@gmail.com EFETIVIDADE DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÔMEGA-3 NA SÍNDROME DOS

OVÁRIOS POLICÍSTICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

EFFECTIVENESS OF OMEGA-3 SUPPLEMENTATION IN POLYCYSTIC OVARY SYNDROME: A SYSTEMATIC REVIEW

EFICACIA DE LA SUPLEMENTACIÓN DE OMEGA-3 EN EL SÍNDROME DE OVARIO POLICÍSTICO: UNA REVISIÓN SISTEMÁTICA

Maria Mariana Sabino Gouveia1 Maria Victória Apolinário da Silva1 Jaqueline Fernandes Gomes2 Anne Karolyne Carnaúba Alves3

RESUMO

A síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endócrina de origem multifatorial e de caráter inflamatório que acomete mulheres em idade reprodutiva. Acredita-se que o ômega-3 na forma de suplementação tenha um papel importante no prognóstico da doença, em decorrência das suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a efetividade da suplementação de ômega-3 em mulheres diagnosticadas com SOP. Trata-se de uma revisão sistemática realizada no período de fevereiro a março de 2020 que utilizou as bases de dados IBECS, Lilacs e Pubmed, com os seguintes descritores “polycystic ovary syndrome” AND “ômega-3 fatty acids” AND “supplementation”. Ao final da pesquisa, foram incluídos 9 estudos na presente revisão. Os resultados mostraram que houve melhora em alguns parâmetros bioquímicos e antiflamatórios como LDL, HDL, VLDL, colesterol, triglicerídeos, glicemia, adiponectina; pressão arterial e proteína C-reativa. Entre os estudos, houve a variação na dosagem de 1 a 4 gramas de ômega-3 por dia e no tempo de intervenção 8 a 12 semanas. A suplementação de ômega-3 mostrou-se eficaz para o tratamento da SOP quanto à melhora de manifestações sintomáticas relacionadas à doença.

PALAVRAS CHAVES: Síndrome dos Ovários Policísticos; Ácido alfa-linolênico;

(5)

ABSTRACT

Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) is an endocrine disease of multifactorial origin and of an inflammatory character that affects women of reproductive age. It is believed that omega-3 supplementation has an important role in the prognosis of the disease, due to its antioxidant and anti-inflammatory properties. Thus, the objective of the present study was to evaluate the effectiveness of omega-3 supplementation in women diagnosed with PCOS. This is a systematic review carried out from February to March 2020 using the IBECS, Lilacs and Pubmed databases, with the following descriptors “polycystic ovary syndrome” AND “omega-3 fatty acids” AND “supplementation”. At the end of the research, 9 studies were included in this review. The results showed that there was an improvement in some biochemical and anti-inflammatory parameters such as LDL, HDL, VLDL, cholesterol, triglycerides, glycemia, adiponectin; blood pressure and C-reactive protein. Among the studies, there was a variation in the dosage of 1 to 4 grams of omega-3 per day and in the intervention time 8 to 12 weeks. Omega-3 supplementation has been shown to be effective for the treatment of PCOS in improving symptomatic manifestations related to the disease.

KEYWORD: Polycystic Ovary Syndrome; Alpha-Linolenic Acid; Women's Health

RESUMEN

El síndrome de ovario poliquístico (PCOS) es una enfermedad endocrina de origen multifactorial y de carácter inflamatorio que afecta a las mujeres en edad reproductiva. Se cree que el omega-3 en forma de suplementos tiene un papel importante en el pronóstico de la enfermedad, debido a sus propiedades antioxidantes y antiinflamatorias. Por lo tanto, el objetivo del presente estudio fue evaluar la efectividad de la suplementación con omega-3 en mujeres diagnosticadas con PCOS. Esta es una revisión sistemática realizada de febrero a marzo de 2020, utilizando las bases de datos IBECS, Lilacs y Pubmed, con las siguientes palabras clave "síndrome de ovario poliquístico" Y "ácidos grasos omega-3" y "suplementación". Al final de la investigación, se incluyeron 9 estudios en esta revisión. Los resultados mostraron que hubo una mejora en algunos parámetros bioquímicos y antiinflamatorios como LDL, HDL, VLDL, colesterol, triglicéridos, glucemia, adiponectina; presión arterial y proteína C reactiva. Entre los estudios, hubo una variación en la dosis de 1 a 4 gramos de omega-3 por día y en el tiempo de intervención de 8 a 12 semanas. Se ha demostrado que la suplementación con Omega-3 es efectiva para el tratamiento de PCOS en la mejora de las manifestaciones sintomáticas relacionadas con la enfermedad.

CLAVES DE PALAVRAS: Síndrome de Ovario Poliquístico; Ácido alfa-linolénico;

(6)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 6 2 METODOLOGIA ... 7 3 RESULTADOS ... 8 4 DISCUSSÃO ... 12 5 CONCLUSÃO ... 15 REFERÊNCIAS ... 16

(7)

6

1 INTRODUÇÃO

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença caracterizada por alterações endócrinas, que acomete no mundo aproximadamente 20% das mulheres em idade reprodutiva e, no Brasil, esta prevalência é cerca de 13% (SIDRA et al., 2019; MELO et al., 2012). A prevalência de resistência à insulina (RI) em mulheres com SOP em relação às mulheres saudáveis é de 14,2% e 9,3%, e a de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) 23,8% e 3,3%, respectivamente (RIBEIRO et al., 2019).

A SOP possui etiologia multifatorial, sendo influenciada por fatores genéticos e ambientais, como alimentação e prática de atividade física e apresenta como principais manifestações clínicas: amenorreia, acne, alopecia e hirsutismo. Associado a isso, mulheres diagnosticadas com a doença possuem maior predisposição a desenvolver disfunções metabólicas como dislipidemia; obesidade; RI; diabetes mellitus tipo 2, DHGNA, as quais impactam negativamente nos sintomas e no controle da SOP (MORAN et al., 2013).

O critério mais utilizado para o diagnóstico da SOP é o Consenso de Rotterdam (2003), classificação que avalia e diagnostica a doença através da presença de no mínimo dois dos seguintes critérios: oligo ou anovulação; hiperandrogenismo; ovários policísticos à ultrassonografia (RUDNICKA et al., 2020).

Diante da confirmação do diagnóstico, deve ser adotada como medida terapêutica, a mudança do estilo de vida, a qual contribui para a melhora dos sintomas através da prática de atividade física; controle do peso e adequação dos hábitos alimentares. Ademais, o uso de contraceptivos orais, progestágenos, metforminas e alguns fármacos com ação anti-androgênica contribui para a regulação do ciclo menstrual, controle dos sintomas do hiperandrogenismo e melhora da sensibilidade à insulina (BAPTISTA; VIEIRA; MEIRELES, 2016).

As mudanças na alimentação, devem incluir baixo consumo de alimentos ricos em gordura saturada e gordura trans, maior consumo de alimentos fontes de gorduras mono e poli-insaturadas, aumento na ingestão de cereais integrais e adequação na ingesta de frutas, legumes e verduras (SILVA et al., 2019).

Dentre as gorduras poli-insaturadas, o ômega-3 ou ácido alfa-linolêico, na forma de suplemento diário, tem se destacado em estudos como uma alternativa eficaz no controle de alguns sintomas da SOP (HAJISHAFIEEH et al., 2016). Esse

(8)

7

ácido graxo possui ação anti-inflamatória que atua no sistema imunológico e nos danos vasculares, auxílio no aumento do HDL plasmático (High Density Lipoproteins), na redução do colesterol LDL (Low Density Lipoproteins) e triglicérides séricos. Os ácidos graxos ômega-3, podem ser consumidos mediante uso de cápsulas e/ou alimentos considerados fontes como peixes, óleos vegetais, oleaginosas e linhaça (VAZ et al., 2014).

A suplementação de ômega-3 proporciona melhora no perfil lipídico; diminuição da resistência à insulina e das citocinas pró-inflamatórias, sendo uma das estratégias sugeridas para auxiliar na terapêutica de mulheres diagnosticadas com SOP, visto que a doença apresenta elevado estresse oxidativo e caráter inflamatório (YANG et al., 2018).

Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a efetividade da suplementação de ômega-3 em mulheres portadoras da síndrome dos ovários policísticos mediante elaboração de revisão sistemática.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão sistemática realizada durante o período de fevereiro a março de 2020, nas bases de dados PubMed (National Library of Medicine and National Institute of Health), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e IBECS (Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud).

Foi utilizada como metodologia a estratégia PICOS, na qual o acrônimo P (população) refere-se às mulheres jovens; I (intervenção) ao ômega 3; C (controle) ao placebo, O (outcomes) à síndrome dos ovários policísticos. Sendo elaborada a seguinte pergunta norteadora: Quais as principais evidências cientificas acerca da efetividade da suplementação de ômega-3 na SOP? Como protocolo para elaboração da revisão foi utilizada as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA-P).

Para a identificação dos artigos foi utilizada a estratégia de busca avançada, na qual foram empregados os seguintes descritores cadastrados no DeCS (Descritores em Ciência da Saúde) “polycystic ovary syndrome” AND “ômega-3 fatty acids” AND “supplementation” (Tabela 1). Como critério de inclusão determinou-se os seguintes parâmetros: mulheres com a faixa etária entre 18 a 45 anos com síndrome dos ovários policísticos; ensaios clínicos randomizados que realizaram intervenção

(9)

8

nutricional utilizando-se de suplementação de ômega 3; artigos nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Para a exclusão determinou-se os seguintes critérios: artigos repetidos, estudos com experimentos em animais; artigo de revisão, artigos com títulos e/ou conteúdos discordantes do tema abordado, capítulos de livro, estudos in vitro, piloto e observacionais.

O crivo metodológico se deu através da análise de títulos, resumos e textos na íntegra. Dessa forma, na busca inicial utilizou-se os descritores citados e a partir disso, os títulos e resumos foram lidos e selecionados para a leitura na íntegra.

A pesquisa foi realizada às cegas por duas pesquisadoras. Após seleção dos artigos houve a unificação das informações. Mediante a leitura completa dos artigos selecionados, foram filtrados artigos para fazer parte da presente revisão sistemática.

Tabela 1: Estratégias de busca nas bases de dados.

Estratégia de busca PUBMED LILACS IBECS

Polycystic ovary syndrome AND ômega-3 fatty acids AND supplementation

20 2 1

Supplementation AND oils n-3 AND polycystic ovary syndrome

16 0 1

Polycystic ovary syndrome AND

supplementation AND n-3

polyunsaturated

16 0 1

PubMed= National Library of Medicine and National Institute of Health, LILACS= Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e IBECS= Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud.

Fonte: Autores, 2020

3 RESULTADOS

Ao final da pesquisa encontrou-se 23 publicações, sendo (1) na IBECS, (2) LILACS, (20) PUBMED (Figura 1). Após a leitura dos títulos e resumos 11 artigos estavam em concordância com os critérios adotados e foram lidos na íntegra.

Figura 1 - Fluxograma da seleção dos artigos para a revisão sistemática.

(Continua)

Estudos encontrados após a pesquisa nas bases de dados: (n=23)

IDE

NT

IFIC

(10)

9

Figura 1 - Fluxograma da seleção dos artigos para a revisão sistemática.

(Conclusão)

Fonte: Autores, 2020

As participantes dos estudos foram avaliadas através de medidas antropométricas, marcadores de ingestão alimentar e exames bioquímicos. Nos estudos selecionados, os autores afirmaram que a suplementação apresentou melhora em alguns parâmetros bioquímicos como LDL, HDL, VLDL, colesterol, triglicérides e glicemia. Ressalta-se que as pesquisas apresentaram variação na intervenção, em relação às dosagens de ômega 3, utilizando entre 1 a 4 gramas por dia, e em relação ao tempo de intervenção, variando entre oito a doze semanas (Tabela 2).

Tabela 2 - Características dos estudos incluídos na revisão sistemática.

(Continua)

AUTOR, ANO TIPO DE ESTUDO AMOSTRA INTERVENÇÃO RESULTADOS

Estudos selecionados após a leitura dos títulos e resumos: (n= 11) S E L E ÇÃO Artigos excluídos:(n=12) Duplicidade: (2) Artigo de revisão:(3) Uso de outro suplemento: (5)

Experimento com animais: (1) Outra patologia:( 1) E L E G IBILI DAD E

Estudos selecionados para leitura na integra:

(n=11) Artigo excluído: (n=2) Revisão:(1) Experimento com animais:(1)

Estudos incluídos para fazer parte da revisão: (n=9)

INCL

US

(11)
(12)

11

Tabela 2 - Características dos estudos incluídos na revisão sistemática.

(Continua) CUSSONS et al. 2009 Estudo randomizado controlado cruzado utilizando placebo 25 mulheres (> 18 anos ) (4g de Ω-3) durante 8 semanas Diminuição da gordura do fígado, TG, HOMA e pressão arterial. MOHAMMADI e RAFRAF, 2012 Ensaio clínico randomizado duplo-cego controlado por placebo 64 mulheres (20 a 35 anos) (4g de Ω-3) contendo 180 mg de EPA e 120mg DHA em 8 semanas Aumento da atividade PON1 no soro e diminuição do CT, HDL, LDL e TG. MOHAMMADI et al. 2012 Ensaio clínico randomizado duplo-cego controlado por placebo 64 mulheres ( 20 a 35 anos) (4 cápsulas de 1000mg de Ω-3/dia) cada uma contendo 180mg EPA e 120mg DHA por 8 semanas Aumento da adiponectina e do HDL, diminuição dos níveis de glicose, insulina, CT, LDL e TG NASRI et al. 2016 Ensaio clínico randomizado duplo-cego placebo-controlado 60 mulheres (18 a 40 anos) (1000mg de óleo de linhaça, 2 x/dia) por 12 semanas Regulação positiva do gene PPAR-y e alterações nas RNAm expressas LDLR. KARAKAS et al. 2016 Estudo randomizado com braço paralelo e 3 cegos. 67 mulheres ( 20 a 45 anos) Óleo de semente de linhaça (545mg de ALA) Óleo de peixe (358mg EPA e 242 mg de DHA) e o 200 mg de ácido oleico (429 mg, 57 mg de ALA) por 6 semanas Óleo de peixe diminuiu HBA1c e a secreção da insulina em comparação ao óleo de linhaça. Melhorou o perfil lipídico em ambos óleos. Aumentou a isoleucina, valina e prolina e diminui a cisteína com uso do óleo

de soja e de peixe. MONTILLA et al. 2017 Estudo clínico prospectivo controlado com placebo 195 mulheres (23,5 anos ±36 anos) 1 cápsula com (180mg de EPA e 120mg de DHA) por 12 semanas Diminuição da insulina, HOMA, CT ,LDL, glicemia ,TG e aumento da adiponectina

(13)

12

Tabela 2 - Características dos estudos incluídos na revisão sistemática.

(Conclusão) MIRMASOUMI et al. 2018 Ensaio clínico randomizado duplo-cego placebo-controlado 60 mulheres com idade entre

18 a 40 anos diagnosticadas com SOP 2 doses de (1000mg/dia) por 12 semanas Diminuição da insulina, HOMA, TG e VLDL. RAHMANI et al. 2018 Ensaio clínico randomizado duplo-cego placebo-controlado 40 mulheres com idade entre

18 a 40 anos com SOP (1000mg/dia 2x/dia) por 12 semanas Melhorou a expressão do gene PPAR-y e regulação negativa das IL-1

e IL-8. AMINI et al. 2018 Ensaio clínico randomizado duplo-cego controlado por placebo 60 mulheres entre 18 a 40 anos com SOP

1000mg de óleo de peixe/ dia (contendo 240 mg de EPA, 160 mg de DHA por 12 semanas Diminuiu a insulina no soro e os biomarcadores inflamatórios. Legenda: Ω-3= Õmega 3; HDL= High Density Lipoproteins; LDL=Low Density Lipoproteins; DHA= Ácido docosahexaenoico; EPA= Ácido eicosapentaenoico; ALA=ácido alfa-linoleico;VLDL= Very Low Density Lipoprotein; HOMA=Homeostatic Model Assessment; HCB1C- Hemoglobinaglicada; PON1=paraoxonase-1; PPAR-y=Peroxisome proliferator-activated receptor; 1= Interleucina-1; IL-8- Interleucina-8, TG= triglicerídeo, CT= Colesterol Total.

Fonte: Dados da pesquisa, 2020

4 DISCUSSÃO

Na presente revisão sistemática foram incluídos um total de 9 estudos, nos quais foram avaliados os efeitos da suplementação de ômega-3 em mulheres diagnosticadas com SOP. Os ensaios clínicos randomizados dividiram as participantes em grupos de intervenção e grupos controle para a análise de diversos marcadores bioquímicos e inflamatórios demonstrando efeitos positivos nos níveis de LDL; HDL; VLDL; colesterol total; triglicerídeos; glicemia; níveis de insulina; resistência à insulina (índice HOMA-IR); sensibilidade à insulina (índice QUICKI); adiponectina; pressão arterial; IL-1; IL-8; proteína C-reativa ; PPAR-y; PON1.

O ômega 3 é um ácido graxo poli-insaturado de cadeia longa com insaturação no carbono três da molécula, contendo ácido eicosapentaenoico EPA (C20:5) e ácido docosahexaenóico DHA (C22:6) (YONGGANG; LYNDSEY; HALADE, 2012). Além da sua função cardioprotetora e anti-inflamatória, o ômega-3 contribui para melhora da

(14)

13

sensibilidade à insulina devido a diminuição na produção de eicosanoides pró-inflamatórios (SILVA, et al.,2019).

Acredita-se que, o ômega-3 tenha efeitos benéficos para a SOP devido à sua capacidade de ativar a expressão de genes e enzimas como o PPAR-y e a PON1. PPAR-y possui receptores nucleares metabólicos que podem ser ativados por EPA e DHA presentes no ômega-3, resultando na redução da síntese lipídica e no aumento da oxidação de lipídios no fígado. Mecanismo semelhante ocorre com a PON1 que está relacionada à atuação do HDL como um composto anti-esclerótico, assim a mesma pode vir a atuar como um marcador de oxidação lipídica (MOHAMMADI; RAFRAF, 2012).

Em estudos distintos, Rahmani et al. (2018) e Nasri et al. (2016) demonstraram uma diminuição na expressão dos genes envolvidos nas vias de sinalização da insulina e lipídios em decorrência do uso de 2000 mg/dia de ômega 3 durante 12 semanas. Ambos os ensaios clínicos observaram uma regulação positiva do gene PPAR-y, responsável pela melhora no metabolismo glicolítico e lipídico. Acrescenta-se que, ainda não existe mecanismo totalmente elucidado sobre como ocorre a regulação da sinalização PPAR-γ com o ômega 3. Em outro estudo, realizado por Mohammadi e Rafraf (2012), houve avaliação da ação da PON1 e foi demonstrado aumento da sua atividade enzimática, uma vez que esta enzima está associada ao HDL e desempenha um papel protetor contra a aterosclerose.

Todos os estudos demonstraram efetividade com a dosagem entre 1000mg a 4000mg de ômega-3 ao dia, contendo 180mg a 358mg de EPA e 120mg a 242mg de DHA em humanos sem apresentar efeitos adversos.

Montilla et al. (2017) utilizaram como intervenção uma cápsula de ômega-3 contendo 180mg de EPA e 120mg de DHA por 12 semanas, resultando em diminuição do colesterol, LDL, do triglicerídeos, da insulina em jejum, HOMA, aumento do HDL e da secreção de adiponectina. Tais resultados corroboram com os resultados encontrados por Mohammadi et al. (2012) utilizando uma dosagem maior de 4g de ômega-3 (contendo 180 mg de EPA e 120mg de DHA) durante 8 semanas. Observou-se aumento na Observou-secreção de adiponectina, assim como diminuição da insulina em jejum; LDL; colesterol total e HOMA-IR quando comparados ao grupo placebo. Observou-se também aumento do HDL e diminuição de triglicerídeos (no grupo da intervenção), se comparados aos valores iniciais.

(15)

14

A melhora da resistência à insulina acontece pela ativação da proteína AMPK (proteína quinase ativada por adenosina monofosfato), que é liberada pela adiponectina e consiste num importante marcador da homeostase glicêmica, por contribuir para maior utilização de glicose. O tecido adiposo, sintetiza e secreta adipocinas, entre elas encontra-se a adiponectina que é produzida, de forma inversamente proporcional à quantidade de tecido adiposo. Em indivíduos obesos, a elevada quantidade de tecido adiposo está associada a uma menor produção de adiponectina, uma vez que o estado inflamatório do organismo induz a secreção de citocinas inflamatórias como IL-6, IL-8, Fatores de Necrose Tumoral Alfa(TNFⲁ) os quais inibem a transcrição de adiponectina (PARIDA; SIDDHARTH; SHARMA, 2019). A AMPK reduz a ativação da gliconeogênese no fígado e estimula o transporte de glicose no músculo, além de aumentar a oxidação de ácidos graxos a nível hepático, possibilitando que a adiponectina atue como um sensibilizador natural da insulina (VIOLLET; ANDREELLI, 2011).

No tocante à pressão arterial sistêmica (PAS), Cussons et al. (2009), através de seu estudo, demonstraram uma redução expressiva na PAS, devido a liberação de substâncias da série ímpar com efeitos vasculares como a prostaglandina PGE3, leucotrieno LTB5, óxido nítrico e tromboxano A3, mediante intervenção com 4g de ômega-3 durante 8 semanas. Nesse estudo também foi avaliada a presença de esteatose hepática em mulheres com SOP, obtendo-se impacto positivo através do uso da suplementação. As mulheres avaliadas que possuíam esteatose hepática (> 5% de gordura hepática), ao final da intervenção com n-3 demonstraram uma redução significativa do conteúdo gorduroso do fígado, assim como a redução de triglicerídeos séricos. Acrescenta-se que apenas este estudo, avaliou a pressão arterial e a presença de esteatose hepática em mulheres com SOP.

Todos os estudos analisados que avaliaram medidas antropométricas, não mostraram resultados significativos em termos de mudança na composição corporal ao suplementar o ômega-3. Ainda, não há evidências científicas que comprovem uma relação direta e significativa entre suplementação de n-3 e alterações nos dados antropométricos (RAHMANI et al, 2018; MOHAMMADI e RAFRAF, 2012; MIRMASOUMI et al, 2018, NASRI et al, 2016; CUSSONS et al, 2009; MONTILLA et al, 2017; AMINI et al, 2018; MOHAMMADI et al, 2012).

Mirmasoumi et al. (2018) analisaram, em um ensaio clínico, duas doses de 1000mg de ômega-3 (óleo de linhaça) ao dia, durante 12 semanas, obtendo

(16)

15

resultados semelhantes à intervenção de Amini et al. (2018) que usaram a mesma dose durante o mesmo período de tempo, entretanto, a fonte de ômega-3 administrada foi diferente e consistiu em óleo de peixe. Ambos os trabalhos observaram a diminuição da proteína C-reativa (marcador de inflamação); insulina; HOMA-IR e aumento dos valores QUICKI. Os índices HOMA-IR e QUICKI utilizam as variáveis de glicemia e insulina em jejum para avaliar a resposta do organismo frente à homeostase de insulina, sendo o primeiro referente à resistência à insulina e o segundo, à sensibilidade (MIRZAALIAN et al., 2019). Desse modo, a obtenção de um resultado favorável desses índices, associado à diminuição da proteína C-reativa reflete em redução do processo inflamatório advindo da doença.

Karakas et al. (2016), em um ensaio, utilizaram três tipos de óleos em sua intervenção: óleo de linhaça (n-3); óleo de peixe (n-3) e óleo de soja (n-6). Cada tipo de óleo foi administrado em um grupo diferente de mulheres na dose de 3,5g/dia durante 6 semanas. Como resultado, os 3 diferentes tipos de óleos demonstraram melhora na resistência à insulina. O óleo de peixe (n-3) e o de soja (n-6), possuem cadeias e características diferentes, o ômega-6 é precursor de eicosanoides pró-inflamatórios das séries 2 e 4 (prostaglandina E2 e leucotrieno B4) e o ômega-3, de eicosanoides anti-inflamatórios, entretanto, compartilharam resultados semelhantes entre si e diferentes do óleo de linhaça. Ambos os ácidos graxos poliinsaturados desempenham funções importantes ao organismo, quando a proporção do consumo de n-3 e n-6 é adequada. Um desequilíbrio na ingestão dietética, de modo que haja consumo exacerbado de ômega-6 e consumo insuficiente de ômega-3 contribui para piora do perfil inflamatório (TORRES-CASTILLO et al., 2018).

Em decorrência dos resultados, é evidente o impacto positivo do ômega-3 não somente na SOP, mas também em outras doenças ou condições citadas no presente estudo. Observou-se que a suplementação do ômega-3 na melhora dos sintomas da SOP, como o hiperandrogenismo, visto que a resistência à insulina associada às elevadas taxas de colesterol LDL e triglicerídeos podem estimular a produção excessiva de hormônios andrógenos, causando e/ou acentuando os sintomas da SOP (YANG et al., 2018).

(17)

16

Sendo assim, a presente revisão sistemática sugere que a suplementação de ômega-3 é uma estratégia efetiva para o tratamento da SOP quanto à melhora de manifestações sintomáticas relacionadas à doença como: resistência à insulina; glicemia elevada; níveis elevados de triglicerídeos e colesterol LDL séricos. O ômega-3 pode funcionar como um bom recurso terapêutico coadjuvante aos fármacos já utilizados pelas mulheres portadoras da SOP.

Embora, não exista consenso quanto a dosagem preconizada, os estudos demonstraram efetividade na melhora dos parâmetros avaliados, quando a intervenção esteve em torno de 1g a 4g, sendo o tempo de intervenção, um importante fator a ser considerado.

Diante disso, o consumo de alimentos fontes, associado à suplementação de ômega-3 apresenta um papel fundamental na saúde dessas mulheres e da população em geral. Sugere-se ainda, a realização de mais estudos para reafirmar a efetividade não apenas quanto aos parâmetros bioquímicos e para auxiliar como subsídio diante da determinação de uma dose e tempo de intervenção mais adequados, como estratégia nutricional no tratamento dietoterápico de mulheres com SOP.

REFERÊNCIAS

AMINI, Mehrdad et al. The effects of fish oil omega-3 fatty acid supplementation on mental health parameters and metabolic status of patients with polycystic ovary syndrome: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Journal of

Psychosomatic Obstetrics & Gynecology, p. 1-9, 2018.

BAPTISTA, Diana; VIEIRA, Maria João; MEIRELES, Carla. Síndrome do Ovário Poliquístico na adolescência. Nascer e Crescer, v. 25, n. 4, p. 227-235, 2016.

CUSSONS, Andrea J. et al. Omega-3 fatty acid supplementation decreases liver fat content in polycystic ovary syndrome: a randomized controlled trial employing proton magnetic resonance spectroscopy. The Journal of Clinical Endocrinology &

Metabolism, v. 94, n. 10, p. 3842-3848, 2009.

HAJISHAFIEE, M. et al. The effect of n-3 polyunsaturated fatty acid supplementation on androgen status in patients with polycystic ovary syndrome: A systematic review and meta-analysis of clinical trials. Hormone and Metabolic Research, v. 48, n. 05, p. 281-289, 2016.

(18)

17

KARAKAS, Sidika E. et al. Changes in plasma metabolites and glucose homeostasis during omega-3 polyunsaturated fatty acid supplementation in women with polycystic ovary syndrome. BBA clinical, v. 5, p. 179-185, 2016.

MA, Yonggang; LINDSEY, Merry L.; HALADE, Ganesh V. DHA derivatives of fish oil as dietary supplements: a nutrition-based drug discovery approach for therapies to prevent metabolic cardiotoxicity. Expert opinion on drug discovery, v. 7, n. 8, p. 711-721, 2012.

MONTILLA, Jorly et al. Suplementación de ácidos grasos omega-3 y adiponectina plasmática en mujeres con síndrome de ovarios poliquísticos. Endocrinología,

Diabetes y Nutrición, v. 65, n. 4, p. 192-199, 2018.

MELO, Anderson Sanches et al. Mulheres com síndrome dos ovários policísticos apresentam maior frequência de síndrome metabólica independentemente do índice de massa corpóreo. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 34, n. 1, p. 4-10, 2012.

MIRMASOUMI, Golara et al. The effects of flaxseed oil omega-3 fatty acids

supplementation on metabolic status of patients with polycystic ovary syndrome: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Experimental and Clinical

Endocrinology & Diabetes, v. 126, n. 04, p. 222-228, 2018.

MIRZAALIAN, Yaser et al. The association of quantitative insulin sensitivity indices (HOMA-IR and QUICKI) with anthropometric and cardiometabolic indicators in adolescents. Archives of medical sciences. Atherosclerotic diseases, v. 4, p. e32-e37, 2019.

MOHAMMADI, Elahe et al. Effects of omega-3 fatty acids supplementation on serum adiponectin levels and some metabolic risk factors in women with polycystic ovary syndrome. Asia Pacific journal of clinical nutrition, v. 21, n. 4, p. 511, 2012.

MOHAMMADI, Elahe; RAFRAF, Maryam. Benefits of omega-3 fatty acids

supplementation on serum paraoxonase 1 activity and lipids ratios in polycystic ovary syndrome. Health promotion perspectives, v. 2, n. 2, p. 197, 2012.

MORAN, Lisa J. et al. Dietary composition in the treatment of polycystic ovary

syndrome: a systematic review to inform evidence-based guidelines. Journal of the

Academy of Nutrition and Dietetics, v. 113, n. 4, p. 520-545, 2013.

NASRI, Khadijeh et al. The effects of omega-3 fatty acids supplementation on gene expression involved in the insulin and lipid signaling pathway in patients with

polycystic ovary syndrome. Hormone and metabolic research, v. 49, n. 06, p. 446-451, 2017.

(19)

18

PARIDA, Sheetal; SIDDHARTH, Sumit; SHARMA, Dipali. Adiponectin, obesity, and cancer: Clash of the bigwigs in health and disease. International journal of

molecular sciences, v. 20, n. 10, p. 2519, 2019.

RAHMANI, Elham et al. Os efeitos do óleo de peixe na expressão gênica em pacientes com síndrome dos ovários policísticos. Revista Europeia de

Investigação Clínica , v. 48, n. 3, p. e12893, 2018.

RIBEIRO, Victor Barbosa et al. Association of measures of central fat accumulation indices with body fat distribution and metabolic, hormonal, and inflammatory

parameters in women with polycystic ovary syndrome. Archives of endocrinology

and metabolism, n. AHEAD, 2019.

RUDNICKA, E. et al. Inflammatory Markers in Women with Polycystic Ovary Syndrome. BioMed Research International, v. 2020, 2020.

SIDRA, Syeda et al. Evaluation of clinical manifestations, health risks, and quality of life among women with polycystic ovary syndrome. PloS one, v. 14, n. 10, 2019.

SILVA, Ana Raquel et al. Efeitos da suplementação de ômega 3 na resistência à insulina em mulheres com síndrome do ovário policístico: revisão sistemática. HU

Revista, v. 45, n. 2, p. 195-202, 2019.

TORRES-CASTILLO, Nathaly et al. High dietary ω-6: ω-3 PUFA ratio is positively associated with excessive adiposity and waist circumference. Obesity facts, v. 11, n. 4, p. 344-353, 2018.

VAZ, DIANA SOUZA SANTOS et al. A importância do ômega 3 para a saúde humana: um estudo de revisão. Revista UNINGÁ Review, v. 20, n. 2, 2014.

VIOLLET, Benoit; ANDREELLI, Fabrizio. AMP-activated protein kinase and metabolic control. In: Diabetes-Perspectives in Drug Therapy. Springer, Berlin, Heidelberg, 2011. p. 303-330.

YANG, Kailin et al. Effectiveness of Omega-3 fatty acid for polycystic ovary syndrome: A systematic review and meta-analysis. Reproductive Biology and

Referências

Documentos relacionados

, por deliberação de 18 setembro de 2019 , procede à primeira alteração do Regulamento de Implementação da Linha BEl PT2020 - Autarquias , que define os procedimentos

1º Estas Instruções têm por finalidade regular a inscrição, as condições de execução do Exame de Qualificação e Admissão (EQA) e de matrícula no Ciclo Básico do Curso

Tendo em vista a percepção simplista dos professores em relação às atividades experimentais no ensino, foi realizada essa pesquisa, com o objetivo de conhecer como os professores

1. Podem candidatar-se aos corpos gerentes da associação, todos os sócios que estejam inscritos há mais de um ano e estejam em pleno gozo dos seus direitos,

Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivos: correlacionar a idade, o peso e a circunferência escrotal estabelecendo a taxa de crescimento testicular; ampliar

O pesquisador aposentado poderá apresentar proposta ao edital desde que possua o título de doutor e tenha seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes, atualizado

• The definition of the concept of the project’s area of indirect influence should consider the area affected by changes in economic, social and environmental dynamics induced

de uma instituição de ensino público federal e sua principal contribuição, tanto na perspectiva prática quanto teórica, reside na análise de aspectos da