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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL: OS RESIDUOS SÓLIDOS

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

RESIDUOS SÓLIDOS

Regiane Aparecida Kusman1 - UTP Grupo de Trabalho - Educação e Meio Ambiente Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo

Este estudo ira descrever sobre “Educação Ambiental no Ensino Fundamental: os resíduos sólidos”, objetivando-se levantar dados sobre o conhecimento dos alunos dos 6º anos do ensino fundamental de um colégio estadual, sobre a abordagem do lixo no contexto da coleta seletiva, fazendo-se um pré levantamento da destinação do lixo na zona urbana do município de Contenda-Pr. Adotou-se a pesquisa qualitativa tendo como metodologia a pesquisa bibliográfica seguida da pesquisa de campo, através de uma analise com 120 alunos que responderam um questionário com 12 questões objetivas para melhor análise e interpretação de dados. Verificou-se que a temática da Educação Ambiental envolvendo o lixo, é trabalhada de maneira isolada e superficial, apenas por professores das disciplinas de ciências e geografia. Através da pesquisa observou-se que os alunos apresentam conhecimentos prévios sobre a coleta seletiva, porém é preciso trabalhar a Educação Ambiental de maneira contextualizada. Ao tratar desta temática sobre resíduos sólidos, percebeu-se o quanto se faz necessário educar o ser humano no sentido de conscientiza-lo da utilização adequada dos recursos naturais, de maneira equilibrada, sem agredir o meio ambiente. Nesse sentido a coleta seletiva torna-se uma importante alternativa pois está diretamente ligada a redução da poluição e do desperdício de recursos naturais, bem como da redução dos aterros sanitários e do prolongamento de vida dos mesmos. Partindo desse pressuposto e tendo em vista a relevância do assunto para a educação uma modo geral, ressalta-se a importância da coleta seletiva no espaço familiar e escolar, como a melhor solução para destinação final do lixo. Palavras-chave: Educação Ambiental. Coleta Seletiva. Escola.

Introdução

Nos dias atuais o modelo econômico que predomina na sociedade é aquele que preconiza o consumo exagerado impondo padrões e trazendo danos sérios ao meio ambiente, devido à insustentabilidade dos recursos naturais.

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Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná-UTP. Professora da Rede Estadual do Paraná. regikusman@hotmail.com

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A expansão industrial que hoje é globalizada tem exercido efeitos nocivos ao meio ambiente. De acordo com Penteado

os efeitos prejudiciais ao meio ambiente natural, tais como poluição das águas, do ar, rompimento da camada de ozônio da atmosfera, entre outros, são hoje amplamente destacados, o mesmo não se pode ainda dizer dos efeitos sociais nocivos desta forma de industrialização, muitos deles potencializadores e reforçadores da predação natural. (PENTEADO, 2000, p. 31).

O caminho da sustentabilidade somente será construído com a alteração dos padrões de consumo e para isso acontecer muitos desafios deverão ser enfrentados, principalmente pela escola que terá de trabalhar as temáticas ambientais, discutindo a relação entre meio ambiente e consumo, algo que é muito complexo, pois envolve mudanças de padrões comportamentais.

Outro desafio é trabalhar com as informações que a mídia exerce sobre as pessoas, especialmente influenciando o consumo exagerado, que vem a cada dia aumentando a quantidade de lixo produzida pelo ser humano.

Segundo Piva e Wiebeck (2004, p. 57) “a ideia de se aproveitar o lixo não é nova, mas só recentemente ela tem se estabelecido de forma expressiva, não só por razões econômicas, mas também como uma forma de minimizar os impactos ambientais”.

Nesse contexto fica evidente a importância de se educar os futuros cidadãos de modo que venham a agir responsavelmente e com sensibilidade, conservando o ambiente saudável no presente e no futuro.

A proposta da coleta seletiva é uma ação educativa que visa investir numa mudança de mentalidade como um elo para trabalhar a transformação da consciência ambiental.

Além da introdução de novas diretrizes curriculares e orientações didáticas e produção de materiais pedagógicos, o espaço da escola pode se tornar local de ações ambientais que podem mudar a conduta das pessoas em relação ao meio ambiente, mas para isso torna-se necessário conhecer informações conceituais sobre educação ambiental.

Na concepção de Jacobi, a educação ambiental

[...] trata-se de um aprendizado social, baseado no diálogo e na interação em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados, que podem se originar do aprendizado em sala de aula ou da experiência pessoal do aluno. Assim, a escola pode transformar-se no espaço em que o aluno terá condições de analisar a natureza em um contexto entrelaçado de práticas sociais, parte componente de uma realidade mais complexa e multifacetada. (JACOBI, 2003, p. 198).

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Conforme este autor, a Educação Ambiental objetiva preparar os indivíduos para melhor compreender a natureza, visando uma ação coletiva, na busca de alternativas que promovam soluções para as problemáticas do meio ambiente.

Nesse sentido associar Educação Ambiental com o aproveitamento dos resíduos pode ser uma ótima alternativa para conscientização humana.

Segundo Piva e Wiebeck (2004, p. 57) “a ideia de se aproveitar o lixo não é nova, mas só recentemente ela tem se estabelecido de forma expressiva, não só por razões econômicas, mas também como uma forma de minimizar os impactos ambientais”.

O lixo reciclável sempre foi um problema para a população de um modo geral. No espaço da escola aonde vamos para aprender e a nos socializar também produzimos lixo, que muitas vezes não são separados.

Segundo CAVINATTO (1994, p. 55) a palavra lixo, “significa cinzas, pois vem do latim lix. Os técnicos em geral dão preferência à denominação de resíduos sólidos, porque ao contrário dos esgotos, o lixo praticamente não contém substancias líquidas”.

Ainda de acordo com CAVINATTO (1994, p. 55) “qualquer que seja a origem do lixo, ele deve ser recolhido e colocado em locais que dificultem o contato com a população”.

Para definir resíduos sólidos o autor Ferreira, diz que é “aquilo que resta de qualquer substância, resto”, ou ainda, “o restante daquilo que sofreu alteração de qualquer agente exterior, por processos mecânicos, físicos, químicos,” etc...(FERREIRA, 1986, p. 1493).

Uma das maneiras de se evitar os problemas causados pelo lixo e pelos resíduos sólido, é o reaproveitamento do lixo, através da reciclagem e principalmente com a educação ambiental.

Metodologia

Esta pesquisa apresenta-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa tendo como metodologia uma pesquisa de campo realizada com 120 alunos dos 6º anos do ensino fundamental a partir dos questionários distribuídos aos mesmos, contendo 12 perguntas.

A pesquisa foi a realizada em um colégio estadual na zona urbana do município de Contenda, nos meses de outubro e novembro de 2014.

Durante a realização da pesquisa foi possível desenvolver algumas atividades referentes a temática da Educação Ambiental, especificamente sobre resíduos sólidos, o qual

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observou-se que a maioria das famílias não participam de maneira efetiva da separação dos resíduos sólidos.

Os alunos participaram da construção de maquetes de lixeiras recicláveis, leitura de textos, assistiram documentários, realizaram monitoramento da limpeza da sala de aula e do pátio do colégio, despertando a atenção de outros alunos para a manutenção do ambiente em que estudam. Também fizeram uma excursão de campo, com o objetivo de mostrar uma associação de coleta seletiva para onde a maior parte dos resíduos sólidos se destinam.

Resultados e discussão

Tabela 1. Resultado do questionário entregue aos alunos dos 6º anos

Pergunta Sim Não SR*

Na sua casa ocorre a separação do lixo? 80% 20% Você sabe a diferença entre lixo e resíduos sólidos? 40% 60% Você sabe a diferença entre lixo orgânico e inorgânico? 60%% 40% A sua escola possui lixeiras coletivas? 100% Em sua escola, ou no seu município existe uma lixeira coletora especial para

destinação de pilhas e baterias?

100%

Em sua casa existe o hábito de reutilizar materiais? 60% 35% 5% Sua família tem o hábito de jogar lixo em terrenos vagos ou nas ruas? 15% 85%

Você sabe dos problemas ambientais causados pelo lixo? 100% Participa de algum projeto de separação do lixo (em casa, na escola, na comunidade, etc)?

100% A Educação Ambiental é a maneira eficaz de conscientizar sobre o problema do

lixo?

80% 10% 10% Você incentiva as pessoas a separarem o lixo caseiro? 70% 25% 5% Você repassa as informações sobre o lixo, educação ambiental, aprendidas na escola

para sua família?

85% 15% Fonte: autoria própria.

Quando perguntados para os alunos se em suas casas ocorria a separação do lixo, 80% responderam que sim, enquanto que 20% não separavam, ou seja, misturavam todo tipo de lixo.

A segunda pergunta os alunos responderam se sabiam a diferença entre lixo e resíduos sólidos, 40% disseram que sim e 60% responderam que não. De acordo com. De acordo com DEMAJOROVIC (1995, p. 89), “os resíduos sólidos, diferenciam-se do termo “lixo”, no tipo de valor, uma vez que o resíduo sólido pode ser reaproveitado”. Nesse sentido saber a diferença nos termos utilizados pode ser um fator de conscientização ao separar o lixo dos resíduos.

A terceira pergunta referia-se a diferença entre o lixo orgânico e inorgânico, sendo que 60% dos alunos disseram saber a diferença e 40% responderam que não sabiam.

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A quarta pergunta, os alunos responderam se na escola onde estudam possui lixeiras recicláveis,e, 100% responderam que sim. Para que se possa reutilizar e reciclar o lixo é preciso que, antes, o material aproveitável passe por uma coleta seletiva, ainda nos locais onde é produzido. Isso significa selecionar, em meio ao lixo, tudo que pode ser reutilizado ou reciclado, e separá-lo. É o caso dos metais, papéis, vidros, plásticos, e restos alimentares.

Com a coleta seletiva pode-se trabalhar com educação ambiental, instruindo a comunidade em geral sobre como separar o lixo e dos malefícios que o mesmo traz para o meio ambiente. Com a reciclagem materiais, como plásticos, vidros, podem ser transformados em outros produtos, beneficiando muitas pessoas.

De acordo com CAVINATTO (1994, p. 61) “além de diminuir a quantidade de resíduos nos depósitos de lixo, que interferem no ambiente, a reciclagem representa um fator de economia”.

A quinta pergunta era relacionada a existência de lixeiras coletoras de pilhas e baterias na escola ou no município, e todos responderam que não existe. Pela resolução nº 257 de 30 de junho de 1999, o CONAMA atribuiu aos fabricantes a responsabilidade sobre os materiais tóxicos que produzem. Alguns setores da sociedade já se organizam para recolher esse tipo de material, como lojas de eletrodomésticos, ou ONGs ambientais.

A sexta pergunta, questionou-se se a família tem o hábito de jogar lixos em terrenos vagos ou nas ruas, 85% responderam que não jogam e 15% que sim, evidenciando que nem todos os alunos estão conscientes sobre a importância da separação do lixo.

A sétima pergunta, referiu-se aos hábitos de reutilizar matérias nas casas dos alunos, 60% disseram que sim, 35% responderam que não reutilizam e 5% não responderam.

Na oitava pergunta os alunos responderam se sabiam dos problemas causados pelo lixo e todos disseram que sim.

A nona questão, referiu-se a participação de projetos de separação do lixo, seja em casa, na escola, na comunidade, e todos responderam que sim.

A décima questão, perguntou-se aos alunos se estes acreditavam que a Educação Ambiental era a maneira mais eficaz de conscientização do lixo, e, 80% responderam que sim, 10% responderam que não e 10% não responderam.

Na concepção de GUIMARÃES (2007, p.15), a Educação Ambiental “tem o importante papel de fomentar a percepção da necessária integração do ser humano com o meio ambiente”.

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A décima primeira questão, perguntou-se se os alunos incentivavam as pessoas a separarem o lixo, 70% disseram que sim, 25% que não e 5% não responderam.

A décima segunda pergunta, os alunos responderam se repassavam informações sobre educação ambiental e lixo apreendidas na escola para suas famílias, 85% disseram que sim e 15% responderam que não.

Considerações Finais

A escola tem um papel importante na formação do aluno, sobretudo nas questões ambientais. A proposta da coleta seletiva é uma ação educativa que visa investir numa mudança de mentalidade como um elo para trabalhar a transformação da consciência ambiental.

Além da introdução de novas diretrizes curriculares e orientações didáticas e produção de materiais pedagógicos, o espaço da escola pode se tornar local de ações ambientais que podem mudar a conduta das pessoas em relação ao meio ambiente.

Esta pesquisa possibilitou a reflexão da importância da Educação Ambiental na escola, buscando alternativas de conscientização tanto do aluno quanto da família, no sentido de buscar alternativas para a reutilização dos resíduos sólidos e da destinação correta do lixo.

A questão ambiental centra-se principalmente no desenvolvimento de valores, atitudes e posturas éticas, e no domínio de procedimentos, mais no que da aprendizagem de conceitos. O aluno deve ser levado à possibilidade de desenvolvimento do exercício pleno da cidadania.

Através da Educação Ambiental busca-se aprender a lidar melhor com os recursos naturais, economizando-os, preservando-os para o futuro e propondo formas alternativas de ocupação do espaço e de exploração que minimizem ou revertam à tendência a degradação, que representa uma ameaça a todos os seres viços da terra, inclusive os humanos.

As práticas educativas realizadas na escola são de suma importância e devem ser condizentes com as necessidades da atual sociedade contemporânea, cada vez mais consumista e produtora de lixo.

O lixo urbano é um problema muito sério, enfrentado em todas as cidades, demanda investimentos públicos, educação e conscientização de que o desperdício e consumo exagerado podem causar um colapso no sistema de coleta e na capacidade que o meio ambiente tem de receber esse lixo.

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Educar nossos alunos é um passo importante para a formação da cidadania. Nesse sentido através da prática educativa, caracterizada pela educação na formação integral do aluno, direcionando e organizando o trabalho do professor que ao desenvolver a prática educativa compreende o conteúdo, os aspectos didáticos, associando teoria e prática em sala de aula, os resultados poderão desencadear no processo de transformação através dos conhecimentos construídos socialmente. Essa prática educativa favorece a relação do aluno com o professor e com a escola, possibilitando a produção do conhecimento.

Nesse sentido, o papel da educação é trabalhar dentro da escola questões referentes aos problemas ambientais enfrentados pela sociedade como um todo, e discutir soluções viáveis que possam ser implementadas pela sociedade como um todo. A coleta seletiva pode ser trabalhada na escola por meio da prática educativa do professor de maneira a desenvolver no aluno a consciência de que todos podem contribuir para a diminuição do consumo exagerado, partindo da premissa de que há necessidade de mudar as atitudes e posturas no cotidiano como condição da transformação de contextos mais amplos.

REFERÊNCIAS

CAVINATTO, Vilma Maria. Saneamento Básico. 9ª Ed. São Paulo: Moderna, 1994. CONAMA, Ministério do Meio Ambiente. Nova resolução do CONAMA sobre pilhas e baterias. Disponível em: HTTP// www.mma.gov.br/conama-licenciamentoambiental. DEMAJOROVIC, J. Da política tradicional de tratamento do lixo à política de gestão de resíduos sólidos: as novas prioridades. Revista de Administração de Empresas. São Paulo: FGV, v.35, n.3, p. 88-93, maio/jun, 1995.

FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986.

GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. 8. ed. São Paulo/SP: Papirus, 2007a.

JACOBI, P. R. Educação Ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educação e Pesquisa, v. 31, n. 2, p. 233-250, maio/ago. 2003. PENTEADO, Heloísa Dupas. Meio Ambiente e formação de professores. 3. Ed., São Paulo: Cortez, 2000, apud SANTANA, Raquel Valéria, SANTOS, Wildson Luiz P. Visão

Sociambiental no ensino de ciências naturais no ensino fundamental, VII Enpec, Florianópolis, 2000.

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PIVA, Ana Magda, WIEBECK, Helio. Reciclagem do Plástico. São Paulo: Artlibereditora, 2004.

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