Referencia: STAM, Robert (1941).
Referencia: STAM, Robert (1941). Introdução à teoria do cinemaIntrodução à teoria do cinema. Campinas,. Campinas, SP: Papirus, 2003.
SP: Papirus, 2003.
Capítulo 9: A ESCOLA DE FR
Capítulo 9: A ESCOLA DE FRANKFURT
ANKFURT
Os surrealistas haviam manifestado frustrações e esperanças quanto ao Os surrealistas haviam manifestado frustrações e esperanças quanto ao cinema. As principais criticas surgiram quanto ao fato de ser uma indústria que cinema. As principais criticas surgiram quanto ao fato de ser uma indústria que predominava o modo norte-americano de ser, e também quanto a qualidade predominava o modo norte-americano de ser, e também quanto a qualidade das produções.
das produções.
Enquanto alguns teóricos procuravam definir o que era a arte cinematográfica Enquanto alguns teóricos procuravam definir o que era a arte cinematográfica outros negavam o cinema como arte. Para Duhamel o capitalismo estava outros negavam o cinema como arte. Para Duhamel o capitalismo estava lançando meios para sua própria destruição. Benjamin destaca o fato do lançando meios para sua própria destruição. Benjamin destaca o fato do acesso de todos a essa arte,
acesso de todos a essa arte, e ainda a toma e ainda a toma como enriquecedora da percepçãocomo enriquecedora da percepção humana. Ele o traz como
humana. Ele o traz como uma vantagem cognitiva.uma vantagem cognitiva.
“Para Benjamin, o cinema exemplificava e configurava, ele próp
“Para Benjamin, o cinema exemplificava e configurava, ele próp
rio, umario, uma espécie de mutação da percepção ajustada a uma nova era da evolução social espécie de mutação da percepção ajustada a uma nova era da evolução sociale tecnológica.” (p.85)
e tecnológica.” (p.85)
Adorno vem acusa-lo de
Adorno vem acusa-lo de utopismo tecnológico, ele preocupava-se com utopismo tecnológico, ele preocupava-se com o que ao que a
escola estava denominando como “indústria cultural”, já que identificava u
escola estava denominando como “indústria cultural”, já que identificava u
mama grande propensão à alienação e comodificação. Mas mesmo ele sabia que a grande propensão à alienação e comodificação. Mas mesmo ele sabia que a arte mesmo a maisarte mesmo a mais erudita estava comprometida com o capitalismo.erudita estava comprometida com o capitalismo.
Uma das principais preocupações da Escola de Frankfurt era procurar explicar Uma das principais preocupações da Escola de Frankfurt era procurar explicar porque a revolução avistada por Marx não ocorrera. Estudou o cinema como porque a revolução avistada por Marx não ocorrera. Estudou o cinema como parte de um todo do processo capitalista, em uma abordagem dialética e com parte de um todo do processo capitalista, em uma abordagem dialética e com varias faces, atravessada por questões politicas, estéticas entre outras.
varias faces, atravessada por questões politicas, estéticas entre outras.
Adorno
Adorno e e Horkheimer Horkheimer eram eram críticos críticos do do cinema cinema enquanto enquanto produtor produtor dede consumi
consumi
dores. Para eles “o surgimento da indústria cultural significou a morte
dores. Para eles “o surgimento da indústria cultural significou a morte
da arte como espaço de uma negatividade corrosiva.” (p. 88)
da arte como espaço de uma negatividade corrosiva.” (p. 88)
A
A Escola Escola de de Frankfurt teve Frankfurt teve grande grande influencia sobre influencia sobre as as teorias teorias após após a a indústriaindústria cultural, apresentando em geral um impacto a longo prazo sobre a ideia de cultural, apresentando em geral um impacto a longo prazo sobre a ideia de arte.
Capitulo 14: O ADVENTO DO ESTRUTURALISMO
Tanto o movimento estruturalista como os pós, caíram como a autocracia na Europa. Em termos cinematográficos a metodologia das ciências humanas foi um desfio. Mais tarde a chamada
“teoria do cinema” passou a ocupar lugar
importante no empreendimento analítico. A linguística em primeiro lugar como modelo dominante.A vasta metadisciplina da semiótica passa a ser vista como uma manifestação de uma virada linguística, tendo a necessidade de repensar tudo em termos linguísticos, assim essa semiótica passa a ser sintomática por sua inclinação a autoconsciência e metalinguística.
No entanto Saussure apresenta a linguagem não como qualquer acessório mas como elemento formativo fundamental na compreensão da realidade. Lévi-Strauss utilizou-se do método saussuriano, fundando o estruturalismo como
movimento. “Entendeu a ideia do binarismo como principio organizador dos
sistemas fonéticos a cultura humana em geral.” (p.126)
No cinema, a abordagem estrutural se afastou de qualquer associação critico valorativo que quisesse celebrar a regra artística do meio ou de cineastas e filmes individuais.
Capitulo 15: A QUESTÃO DA LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA
Os anos 60 e 70 podem ser considerados o auge do imperialismo semiótico. O cerne do projeto filmolinguístico, definir o estatuto do cinema como linguagem e assim varias perguntas foram feitas para entender essa ligação entre o cinema e a linguagem, entre e
las: “É legitimo utilizar a linguística para estudar um meio
“icônico” como o cinema?” Em pouco tempo vários estudos foram publicados
tendo como tema a linguagem cinematográfica.
O mais influente foi A significação do cinema, de Metz. Seu principal objetivo foi ir ao intimo da metáfora linguística. Como base a discussão de Saussure sobre
o objeto do estudo linguístico. “Metz concluiu que o objetivo da cine
-semiotica deveria ser o de extrair, da heterogeneidade de sentidos do cinema, seus procedimentos básicos de significação, suas regras combinatórias, com vistasa apreciar em que medida essa regras se assemelham aos sistemas diacríticos
de dupla articulação das “línguas naturais”.”(p. 129)
Assim, Metz delimita o objeto da semiótica como sendo o estudo dos discursos, dos textos e não do cinema em sentido institucional. A questão que orientou o trabalho inicial de Metz foi se o cinema era uma língua ou uma linguagem. E concluiu que o cinema não é uma língua mas uma linguagem.
E ainda o cinema tornou-se um discurso ao se organizar como uma narrativa e produzir assim um conjunto de procedimentos significantes. Para Metz a relação entre cinema e linguagem é por sua natureza sintagmática comum.
“Tanto a linguagem quanto o cinema produzem discursos por meio de
oper
ações paradigmáticas e sintagmáticas.”(p.134)
Ele formulou inicialmente seis tipos de sintagmas que foram ampliados para oito posteriormente, são eles: o plano autônomo, o sintagma paralelo, o sintagma parentético, o sintagma descritivo, o sintagma alternante, a cena, a sequencia episódica e a sequencia ordinária.
Metz foi criticado por priorizar o cinema narrativo, e marginalizar as demais formas.
Capitulo 18: 1968 E A GUINADA À ESQUERDA
A teoria do cinema nos anos 60 e 70 tiveram como ponto de partida as realizações anteriores da teorização de esquerda, foram produtivos quanto a movimentos de renovação, tinham um caráter politico. A cultura cinematográfica se movia na direção da politização da estética.
Dai um termo sempre presente nos debates de esquerda cinematográfica a
“ideologia”. Que vai ser compreendida em três principais sentidos
: um sistema de crenças características de determinado grupo e/ou classe; um sistema de crenças ilusórias e ainda o processo geral dos sentidos e ideias.Essa ideologia
age por intermédio do que Althusser denomina “interpelação”.
“A ideia era compreender a ideologia não como uma forma de falsa consciencia
decorrente de perspectivas parciais e distorcidas produzidas por diferentes posições de classe, mas, em lugar disso, como sugere Richard Allen(1989),
como “um traço objetivo da ordem social que estrutura a própria experiência”.”
(p. 156)
Relacionando a essa ideia de Althusser onde a função primaria da ideologia é reproduzir sujeitos que consentem aos valores que mantem uma ordem social opressiva, Lacan sobre a construção desse sujeito destaca a forma como o cinema leva as pessoas a se ajustarem ao sistema capitalista.
Esse processo de ajustamento se da por um sistema de sutura, que se refere a um procedimento cirúrgico normalmente mas que foi tomado por lacanianos na relação sujeito e seu discurso, sendo o procedimento ilusório da lacuna entre o imaginário e o simbólico. Imaginário ligado a relação com a mãe o simbólico ao domínio da linguagem, relacionado ao pai.
No cinema inicialmente foi adotado a função da sutura para ocultar a fragmentação da montagem. Em seguida essa teoria foi acusada de grande generalização e imprecisão. E dai em diante tem sido alvo de muitas direções e pontos de vista. A teoria analítica converge para seus problemas de argumentação e conceitualização. Os cognitivistas apontam o desprezo pelos investimentos conscientes e pré-consciente. Enfim, as criticas são muitas.
Capitulo 23: DA LINGUISTICA À PSICANÁLISE
Logo no inicio do capitulo o autor destaca que o encontro entre a psicanalise e o cinema se deu por um longo namoro já que os dois sugiram em épocas próxima.
Segundo Morin, o espectador não assiste, a um filme simplesmente, mas o vive como uma forma de reg
ressão, com uma intensidade neurótica. “Na teoria do
cinema, foi o Freud francês que predominou, o foco dos interesses deslocou-se da relação entre a imagem fílmica e a realidade para o dispositivo cinematográfico tomado em si mesmo, no sentido não apenas da base instrumental da câmera, mas também no do espectador como um sujeito desejante do qual depende a instituição cinematográfica como objeto eNa semio-psicanalise a linguística e a psicanalise foram escolhidas porque lidam diretamente com significação, e Lacan foi quem influenciou decisivamente a teoria psicanalítica do cinema, colocando a linguagem como centro da empreitada psicanalítica, onde o inconsciente é tomado como um reservatório pré-
linguístico e instintivo. “Linguagem como
própria condição doinconsciente.”
Baudry foi o primeiro a utilizar a teoria psicanalítica para caracterizar o dispositivo cinematográfico, como maquina, tecnológica, institucional e ideológica com intensos efeitos subjetivos. O cinema não apenas representa o real, mas ainda estimula fortes efeitos subjetivos.
O cinema vai nos atingir tanto com estímulos visuais quanto auditivos. Transformando assim o sujeito personificado e socialmente situado em um sujeito espectatorial. Na teoria psicanalítica dos anos 70 os lacanianos trazem
a questão do “desejar o desejo do outro”, como adequada ao processo de
identificação no cinema. No cinema quando da identificação o que se tem é uma identificação com o que o outro já desejou.
Como algo positivo o cinema pode significar uma ruptura com a solidão, há um compartilhamento de fantasias, como uma alegria momentânea vinda de mundo exterior, mas imagens que geralmente já são interiores. A critica psicanalítica se estendeu a relação do cinema com o sonho, tendo traços em comum, como o conforto, e o isolamento da realidade.
Em seu entendimento Metz afirma que a realidade oferecida pelo cinema vem de uma produção que estimula sentimentos de recuo narcísico, e autoindulgência sonhadora, uma regressão aos processos primários ocasionada pelas características similares a realidade no sonho. No filme ficcional há um enfraquecimento do estado de vigília levando a um processo próximo do sono e logo do sonho. Aumentando assim a satisfação relacionadas as fantasias e desejos. O sonho é um processo psíquico interno já o cinema envolve percepções reais.
Na comparação entre cinema e sonho esta presente além da capacidade alienatória do cinema , seu impulsos utópico fundamental. Os sonhos não são
apenas regressivos, são fundamentais para o bem estar humano. Os
psicanalistas também atribuem a noção de complexo de Édipo ao cinema “em
sua incorporação do processo de denegação e fetichismo, graças ao qual o espectador é consciente da natureza ilusória da imagem cinematográfica, e ainda sim, acre