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SEMENTES DE ABÓBORA ARMAZENADAS EM CONDIÇÕES DE VÁCUO 1

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Academic year: 2021

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SEMENTES DE ABÓBORA ARMAZENADAS EM CONDIÇÕES DE VÁCUO

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ROGERTO ANTONIO BEE2 E ANTONIO CARLOS SOUZA DE ALBUQUERQUE BARROS3

RESUMO - Este trabalho foi realizado com o propósito de verificar a viabilidade de sementes de abóbora armazenadas em embalagens impermeáveis, em condições de vácuo, com 13% de umidade, valor superior ao recomendado para sementes de olerícolas, visando reduzir os gastos com a secagem até 6%. Concomitantemente foi avaliado o processo de retirada da mucilagem das sementes, utilizando-se solução diluída de ácido clorídrico a 1,5N. As sementes, após atingirem a umidade desejada, foram embaladas em sacos impermeáveis, de polietileno liso, Starvac, com dimensão de 20 x 25cm com cinco camadas e seladas no vácuo, no sistema Cryovac e armazenadas por oito meses, de março a dezembro de 1998. Os atributos de qualidade fisiológica e sanitária das sementes foram avaliados a cada 60 dias. Os resultados mostram ser viável o uso de embalagens a vácuo para o armazenamento de sementes de abóbora; a lavagem com água é tão eficiente na remoção da mucilagem das sementes de abóbora quanto a com solução diluída de ácido clorídrico; sementes embaladas em condições de vácuo mantém praticamente inalterados o grau de umidade, durante o armazenamento; o uso de solução ácida na lavagem das sementes de abóbora favorece mais a incidência dos fungos de armazenamento, como Aspergilus e Penicillium, do que a água. Termos para indexação: abóbora, armazenamento, embalagem, vácuo.

PUMPKIN SEEDS PACKED IN THE VACUUM

ABSTRACT - This work was done with the purpose of verifying the viability of pumpkin seeds stored in impermeable bags, in the vacuum, with 13% of moisture, that is bigger than recommended for vegetables seeds, and also reduce expenses drying up to 6%. It was also evaluated the efficiency of hidrochloric acid and water for washing out seed mucilage. After that, seeds were bagged in impermeable polietilene bags Starvac, dimension of 20 x 25cm with five layers and stamped in the vacuum in Cryovac System and stored by eight months (march to december/98). The physiological and sanitary quality of the seeds was evaluated each 60 days. The results showed the viability of the use of vacuum for storing vegetable seeds; washing seeds with water has the same efficiency as using acid; seeds in vacuum almost maintain moisture content during storage and the use of acid for washing seeds can propitiate more incidence of storage fungi, of genus Aspergilus and

Penicillium, than water.

Index terms: pumpkin, storage, packing, vacuum.

1Aceito para publicação em 27.12.99; parte da Dissertação de Mestrado em Ciência e Tecnologia de Sementes, Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

2Engo Agro, MSc., FAEM/UFPel, Cx. Postal 354, 96010-900, Pelotas-RS. 3Prof. Adjunto, Dr., Depto. de Fitotecnia, FAEM/UFPel; e-mail:

acbarros@ufpel.tche.br

INTRODUÇÃO

A família das cucurbitáceas compreende cerca de 90 gêneros e 750 espécies, adaptadas às regiões tropicais e subtropicais de ambos os hemisférios. Poucas espécies são cultivadas em regiões temperadas sensíveis a geadas. No

Bra-sil, são cultivadas cerca de 115 cultivares pertencentes a 11 espécies e entre elas se encontram a abóbora, abobrinha, me-lancia, melão, moranga e pepino (Viggiano, 1981).

O Brasil produz 26 toneladas anuais de sementes de abó-bora (Cucurbita pepo L.) var. melopepo comumente chama-da de caserta, e isso gera, no comércio, em torno de R$ 780.000,00 por ano.

Produzir sementes de olerícolas com alta qualidade re-quer muito esforço e técnicas especiais, visto que possuem alto valor agregado e os cuidados se estendem desde a esco-lha da área, passando por todas as fases da produção como de preparo do solo, semeadura, colheita, beneficiamento e seca-gem, até o armazenamento.

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Após a obtenção da semente seca e limpa, há necessida-de necessida-de manter a sua qualidanecessida-de fisiológica, durante o armaze-namento até a época de semeadura.

Considerando-se que, ao serem colhidas, as sementes são desligadas da planta mãe, que até aquele momento era seu ambiente natural, passa então à responsabilidade do homem, a conservação das mesmas nas melhores condições durante todo esse período. Contudo, o armazenamento das sementes inicia-se algum tempo antes de que seja realizada a operação de colheita, quando as sementes atingem o seu ponto da ma-turidade fisiológica, conforme Popinigis (1985); Vieira & Carvalho (1994) e Baudet (1999).

Araujo et al. (1981) estudaram a influência do período de armazenamento de frutos de abóbora de diferentes idades, verificando que as sementes dos frutos não armazenados apre-sentam maior germinação e vigor, em torno de 55 dias após a antese.

Segundo Castellane (1990) a longevidade da semente é, sobretudo, uma característica inerente à espécie. Entre as olerí-colas, a cebola é exemplo de espécie de vida curta, ao passo que aipo, couve-flor, beringela, melancia e abóbora constitu-em exconstitu-emplos de espécies longevas e que a longevidade da semente pode ser ainda afetada pela umidade, temperatura e microrganismos associados a ela.

Popinigis (1985) considerou que a respiração de uma massa de sementes é um aspecto muito importante a ser con-siderado em relação a umidade e temperatura. O processo respiratório que ocorre em nível celular libera energia na for-ma de calor e produz gás carbônico e água. Os fatores que mais aceleram o processo respiratório são umidade, tempera-tura, presença de oxigênio e de microrganismos.

Em sementes de olerícolas, quando se trata de frutos carnosos, um ponto importante a se considerar, é a extração feita via úmida, em que as sementes apresentam uma capa mucilaginosa, material rico em pectina (Silva, 1979), que pode beneficiar a associação de diversos microrganismos, pondo em risco a qualidade das sementes.

Para a extração de sementes de pepino, o tratamento uti-lizando ácido clorídrico comercial por 30 minutos, seguido de lavagem com água, resultou em melhor aparência e quali-dade fisiológica, elevando a porcentagem de germinação em testes efetuados 90 dias após a extração das mesmas (Couto et al., 1969).

Silva (1976) e Jaramillo (1978) comparando diferentes métodos de extração de sementes de tomate, verificaram que a adição de ácido clorídrico comercial na água proporcionou satisfatória degradação do envelope gelatinoso.

Outro aspecto relevante na produção de sementes de hor-taliças é observado no período de armazenamento, onde, por ocasião da sua maturação, a germinação e o vigor das semen-tes podem entrar em declínio pois as mesmas ficam sujeitas ao ataque de insetos e microrganismos e às oscilações do cli-ma, principalmente as não protegidas por algum invólucro.

Com o objetivo de avaliar as perdas na qualidade e a eficiência do armazenamento de sementes em condições de vácuo, foram avaliados os efeitos de dois métodos de retirada

da capa mucilaginosa das sementes (extração com HCl e H2O)

e armazenamento das sementes nas seguintes embalagens: no vácuo com 13 e 6% de umidade (polietileno 20 x 25 x 20); impermeável (lata) com 6% de umidade e permeável (papel) com 13% de umidade inicial.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Laboratório Didático de Análises de Sementes do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM) - UFPel, no ano de 1998 de março a dezembro.

Foram utilizados 300 frutos de abóbora (Cucurbita pepo L.), variedade melopepo, (caserta) provenientes das lavouras de produção de sementes, de cooperantes da Empresa HORTEC S.A., de Bagé, RS, produzidas na safra 97/98. Os frutos fo-ram colhidos quando houve homogeneidade de maturação de campo e transportados para Pelotas-UFPel. Em seguida, fo-ram cortados ao longo do seu maior eixo e as sementes extra-ídas. As sementes mais o material placentário foram sepados em dois lotes com aproximadamente 30kg cada. Em ra-zão das sementes de abóbora serem envolvidas por um enve-lope gelatinoso, rico em pectina, chamado mucilagem, foi ne-cessário eliminar esse envoltório. Essa mucilagem dificulta os processos de pós-colheita das sementes e pode facilitar o ataque de patógenos. A extração da mucilagem foi efetuada através dos tratamentos: lavagem com solução ácida (ácido clorídrico) a 15% do p.c. (produto comercial 37% de HCl) e

lavagem com H2O.

A secagem foi efetuada em dois protótipos de secador estacionário da marca Vitória, com fundo perfurado, diâme-tro de 0,92m e altura de 1m com ar forçado num procedimen-to que envolvia duas etapas: na primeira, o material foi

sub-metido ao ar forçado, na temperatura de 42oC, por uma noite

(em torno de 14 horas), para a retirada da água superficial; na segunda etapa, utilizou-se 30ºC na massa de sementes para reduzir o grau de umidade para 13%. A obtenção do grau de

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A determinação do grau de umidade foi efetuada pelo método de estufa a 105ºC por 24 horas de acordo com as Regras para Análise de Sementes, com duas subamostras de 10g (Brasil, 1992).

Imediatamente após a secagem, as sementes foram sepa-radas em embalagens de polietileno, coextrusivas (camadas sobrepostas) com 150g de sementes e fechadas em condições de vácuo em uma máquina automática, pelo sistema Cryovac, modelo VS-90 de fabricação Suíça, e armazenadas por oito meses em ambiente (março/dezembro/98). Os atributos de qualidade fisiológica e sanitária das sementes foram avalia-dos a cada 60 dias.

Foram realizadas as seguintes determinações: germina-ção - realizada com três repetições com 200 sementes (4 x 50), semeadas em rolo de papel toalha Germitest, umedecido com quantidade de água correspondente a 2,5 vezes o peso do papel seco, postas para germinar em germinador a 25ºC e as avali-ações foram efetuadas no quarto e oitavo dias; plântulas mai-ores do que 4cm e menmai-ores do que 4cm - os valmai-ores foram obtidos através da média do comprimento das plântulas e o método foi calibrado no mês zero e padronizado para as ava-liações seguintes; teste de sanidade - foi conduzido com três repetições de 150 sementes (6 x 25 sementes) por tratamento

(HCl e H2O), distribuídas em caixas gerbox. Para impedir a

germinação das sementes, foi utilizado o processo de embe-bição em rolo de papel por 12 horas e congelamento em freezer (-20ºC, por 48 horas). O crescimento dos fungos foi conduzi-do em uma câmara climatizada com 25ºC avalianconduzi-do-se indi-vidualmente cada semente, após o congelamento, a percenta-gem de incidência; vigor das sementes - foi efetuado através dos testes de comprimento de plântula; primeira conta-gem do teste de germinação - efetuado no quarto dia do teste de germinação; envelhecimento acelerado - foi reali-zado com 200 sementes (4 x 50 sementes) por repetição, em-pregando o método do gerbox com temperatura de 41ºC e umidade relativa do ar de 90 - 95%, após 48 horas e 72 horas de envelhecimento foi realizado o teste de germinação (Vieira & Carvalho, 1994).

O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso e os tratamentos estudados foram resultantes de um fatorial

2 x 5 (dois tratamentos (HCl e H20) e cinco épocas de

armazenamento) com três repetições. Os dados, em

porcen-tagem, foram transformados para arco-seno (x/100)1/2. A

aná-lise estatística dos dados foi realizada utilizando-se o pacote

estatístico STATISTICA(1997). Os dados originais foram

informados nas tabelas. As sementes foram armazenadas em condições de vácuo com 13% de umidade e avaliadas a cada 60 dias, ao longo dos oito meses de armazenamento. Os

da-dos foram analisada-dos através da regressão simples ao nível de 5% de probabilidade.

Foi efetuado um segundo delineamento para comparar os efeitos de embalagens e tratamentos, aos oito meses de armazenamento. O delineamento experimental foi inteiramen-te ao acaso, num esquema fatorial 2 x 4 (dois tratamentos

(HCl e H20) e quatro condições de armazenamento: sementes

com 13 e 6% de umidade armazenadas no vácuo; 6% de umi-dade em lata hermeticamente fechada e no ambiente em sa-cos de papel simples). As médias de embalagens e tratamen-tos foram comparadas pelo teste de Duncan a 5% de probabi-lidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados médios obtidos ao longo de oito meses de armazenamento, para os testes de germinação, vigor e sani-dade encontram-se na Tabela 1 e nas Figuras 1 a 4.

Os atributos de qualidade fisiológica das sementes de abóbora lavadas com solução de ácido clorídrico mostraram vantagens em relação às lavadas com água, resultado seme-lhante aos obtidos por Couto et al. (1969), para sementes de pepino e por Silva (1976) e Jaramillo & Marin (1978), para sementes de tomate. Isso pode ser verificado nos resultados médios das análises de germinação, primeira contagem do teste de germinação, envelhecimento acelerado 48 horas e envelhecimento acelerado 72 horas, realizados após oito me-ses de armazenamento com 13% de umidade em condições de vácuo .

Também na Tabela 1, observa-se que o vigor das plântulas foi superior quando as sementes foram lavadas com ácido clorídrico. Esse resultado é verificado através da porcenta-gem de plântulas maiores que 4cm na primeira contaporcenta-gem do teste de germinação, o qual já foi superior desde o início do armazenamento das sementes em condições de vácuo, tor-nando-se mais acentuado após oito meses de armazenamento. Foram detectados nas amostras do teste de sanidade, os seguintes gêneros de fungos: Alternaria, Aspergilus,

Colletotrichum, Curvularia, Fusarium, Monilia, Phoma e Penicilium porém, para fins de avaliação, foram

considera-dos os fungos Aspergilus e Penicilium que tiveram expressão mais acentuada durante a análise. Os resultados do teste de sanidade das sementes com 13% de umidade armazenadas no vácuo, comparando os efeitos de tratamento nas duas épo-cas (zero e oito meses de armazenamento) e os resultados do teste de sanidade avaliando os efeitos do fator embalagem e

do fator tratamento (HCl e H2O), aos oito meses de

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favorá-vel para a redução do desenvolvimento dos fungos de arma-zenamento Aspergilus e Penicilium.

Para o outro estudo, onde se analisou o comportamento das sementes de abóbora no oitavo mês de armazenamento -vácuo com 13 e 6% de umidade, lata 6% de umidade e ambi-ente em sacos de papel, inicialmambi-ente com 13% de umidade, observando os efeitos dos tratamentos utilizados na remoção da mucilagem e das embalagens em que foram acondiciona-das, os dados sencontram-se na Tabela 2.

Pode-se observar que as sementes com 13% de umida-de, embaladas no vácuo apresentaram atributos de qualidade

y = 0,03x3 - 0,36x2 + 0,51x + 99,55 R2= 0,79 y = 0,02x3- 0,32x2+ 0,87x + 99,17 R2 = 0,75 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 0 2 4 6 8 Ácido Água

FIG.1. Porcentagem de germinação de sementes de abóbora, ao longo do período de armazenamento, quando submetidas a lavagem com diferentes tratamentos. y = -0,09x3 + 0,08x2 + 1,10x + 93,8 R2= 0,96 y = 0,02x3 - 0,40x2 + 1,79x + 94,61 R2 = 0,56 50 60 70 80 90 100 0 2 4 6 8 Ácido Água

FIG. 2. Primeira contagem do teste de germinação de se-mentes de abóbora, ao longo do período de arma-zenamento, quando submetidas a lavagem com diferentes tratamentos. T A BEL A 1. Q u al id ad e fi si ol ógi ca e sa n itári a d a s s e m e n tes d e ab ób ora, a r m a zen ad as n o vácu o , com 13% d e um id ad e, d u ran te oi to m e se s e su b lavagem co m d iferen tes trata m en tos . G er m inaç ão ( % ) P CG ( % ) P lâ nt ul as ( > 4cm ) P lânt u la s ( < 4cm ) E A ( 48h) E A ( 72h) As per g il lus P en Ép o ca H Cl H2 OH C l H2 OH C l H2 OH C l H2 OH C l H2 OH C l H2 OH C l H2 OH C l 09 9 ,2 a A9 9 ,5 a A9 3 ,3 a A9 4 ,2 a A 28 ,2 a A 4, 7 b A6 5 ,2 b A8 9 ,5 a A 10 0, 0 a A 10 0, 0 a A1 0 0 ,0 a A 9 9 ,7 a A1 4 ,7 a A0 ,0 b A 16 ,0 a A 89 8 ,5 a A9 3 ,7 b B9 3 ,0 a A6 3 ,8 b B1 9 ,2 a A 1 ,7 b A7 3 ,8 a A 6 3, 7 a B 9 7, 5 a B9 3 ,7 b B 9 8, 0 a A 9 4, 5 a B1 1 ,0 a A5 ,3 a B1 8 ,0 a A Mé di a 9 8 ,9 9 6 ,6 9 3 ,2 7 9 ,0 2 3 ,7 3 ,1 69 ,5 76 ,6 98 ,8 96 ,9 99 ,0 97 ,1 12 ,9 2, 7 1 7 ,0 CV % 2 ,1 10 ,6 61 ,6 19 ,0 1,3 1 ,8 73, 3 M éd ia s se g u id as pe la m esm a l etr a, m ai ú sc ul a na c o lu n a e m in ú sc u la na l in h a, nã o d if er em e ntr e si , a 5% , pe lo te ste de D u n ca n . EA = e n v el h ec im en to ac el era d o ; PC G = p ri m ei ra c o nta g em do te st e de g er Época Primeira contagem (%) Época Germinação (%)

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fisiológica inferior, quando comparadas com as demais em-balagens, porém, os resultados de germinação, envelhecimen-to acelerado 48 horas e envelhecimenenvelhecimen-to acelerado 72 horas mostraram-se superior a 93%, quando as sementes foram la-vadas com água e superior a 97%, quando as sementes foram lavadas com ácido clorídrico, valor superior ao padrão de comercialização para sementes fiscalizadas (Tabela 2). Esses dados condizem com os resultados obtidos por Aguirre & Peske (1991), utilizando embalagem hermética para o armaze-namento de feijão e Miranda (1997), estudando a viabilidade de utilização de embalagens em condições de vácuo no arma-zenamento de sementes de trigo.

y = 0,0035x3 - 0,16x2 + 0,27x + 99,95 R2= 0,94 y = -0,02x3+ 0,17x2- 0,65x + 100,02 R2 = 0,67 92 93 94 95 96 97 98 99 100 0 2 4 6 8 Ácido Água

FIG.3. Porcentagem de germinação de sementes de abó-bora submetidas ao envelhecimento acelerado, durante 48 horas. y = 0,03x3- 0,35x2+ 0,50x + 99,61 R2= 0,81 y = -0,02x3+ 0,19x2- 0,90x + 99,96 R2= 0,62 90 92 94 96 98 100 0 2 4 6 8 Ácido Água

FIG.4. Porcentagem de germinação de sementes de abó-bora quando submetidas ao envelhecimento acele-rado, durante 72 horas.

T A B E L A 2. Q u ali d ade fis iológica e s a nitária das s e m e ntes de abóbora, avaliadas após oit o m es es de ar m a ze na m ento, e m dif erentes e m su b m etid as a lavagem co m d iferen tes tra ta m en tos . G er m inaç ão ( % ) P CG ( % ) P lâ nt ul as ( > 4cm ) P lânt u la s ( < 4c m ) E A 48h E A 72h As per g il lus Emb al ag em HC l H2 OH C l H2 OH C l H2 OH C l H2 OH C l H2 OH C l H2 OH C l H2 O H Vá cu o 13 % 9 8, 5 a B 9 3 ,7 b B 9 3 ,0 a C 6 3 ,8 b C 1 9 ,2 a B 1 ,7 b C 73 ,8 a A 63 ,7 b C 97 ,5 a B 93 ,7 b B 98 ,0 a B 94 ,5 b B 11 ,0 a B 5, 3a A 1 8 SP 13 % 9 9, 0 a B 9 9, 5a A 97 ,0 a B 94 ,5 a B 29 ,0 a A 2, 2b B 6 8 ,0 b A B 9 2, 3a A B 9 9, 3a A 99 ,8 a A 99 ,2 a A B 9 9, 3a A 16 ,3 a B 3, 3b A 3 1 V ácuo 6% 10 0, 0 a A1 0 0 ,0 a A 9 9 ,5 a A 9 9 ,2 a A 3 6 ,0 a A 9 ,2 b A 6 3, 5b B 9 0, 0a B 9 9, 7a A 9 9, 8a A 9 9, 0a A B 9 9 ,5 a A 3 6 ,7 a A 1 0 ,7 b A 3 1 L ata 6% 99 ,5 a A B 1 0 0 ,0 a A 9 9, 5a A 9 9, 5a A 3 0, 8a A 4 ,5 b A B 68 ,7 b A B 9 5, 3a A 9 9, 5a A 9 9, 8a A 1 00 ,0 a A 9 9 ,8 a A 2 0 ,7 a A B 4 ,0 b A 1 9 Mé di a 9 9 ,3 9 8 ,3 9 7 ,3 8 9 ,0 2 8 ,8 4 ,4 68 ,5 85 ,3 99 ,0 98 ,3 99 ,1 98 ,3 21 ,2 5, 8 2 5 C V (% ) 1 ,6 7 ,7 2 5, 5 1 2, 5 1 ,1 1 ,5 5 7, 9 M éd ia s se g u id as pe la m esm a l etr a, m ai ú sc ul a na c o lu n a e m in ú sc u la na l in h a, nã o d if er em e n tr e s i, a 5% , pe lo t es te de D u n ca n . EA = e n v el h eci me n to acel er ad o ; PC G = p ri m ei ra co n tag em d o t es te d e g er m Época Envelhecimento acelerado (%) Época Envelhecimento acelerado (%)

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Também observou-se que, independentemente da emba-lagem utilizada, o número das plântulas maiores do que 4cm foi superior quando as sementes foram lavadas com solução de ácido clorídrico e que, as sementes com 13% de umidade, embaladas em sacos de polietileno, em condições de vácuo, apresentaram desempenho superior no controle dos fungos de armazenamento Aspergilus e Penicillium.

As sementes de olerícolas necessitam de cuidados espe-ciais quanto á umidade e acondicionamento, sendo recomen-dável o seu armazenamento com 6% de umidade. Entretanto, os resultados evidenciaram que sementes de abóbora podem ser armazenadas com 13% de umidade, em condições de vá-cuo, sem perder sua viabilidade durante oito meses. É impor-tante ressaltar que essas sementes não têm valor comercial como grão, por isso há necessidade de mais estudos para ava-liar sua longevidade, se houver necessidade das mesmas fi-carem armazenadas por maior espaço de tempo.

As sementes, com 6% de umidade embaladas no vácuo, apresentaram germinação e vigor superiores a 99%, equiva-lente a lata (embalagem hermética). Isso mostra a viabilidade dessa embalagem para sementes de abóbora, com a vanta-gem do produtor poder visualizar as sementes.

Sementes com 6% de umidade tiveram comportamentos higroscópicos similares, quando embaladas em polietileno em condições de vácuo e em latas, o que evidencia a impermea-bilidade das embalagens (Tabela 3).

Nas sementes, com 13% de umidade embaladas em con-dições de vácuo, não houve diferenças significativas na osci-lação do teor de água ao longo do armazenamento, o que confirma a impermeabilidade das embalagens em estudo (polietileno). Entretanto deve-se considerar que as sementes acondicionadas em sacos de papel atingiram o equilíbrio

higroscópico à um percentual de umidade inferior (9%) e que, apesar das oscilações da temperatura e umidade relativa a que estiveram expostas, mantiveram alta germinação e vigor, após oito meses de armazenamento (Tabela 3).

O processo de retirada da capa mucilaginosa das semen-tes de abóbora, utilizando-se solução de ácido clorídrico ou água, não apresentou diferenças externas aparentes. Isso pode ser atribuído ao fato de que a concentração do ácido clorídri-co foi baixa (1,5N), pois possivelmente, aumentando-se a clorídri- con-centração do ácido obter-se-iam sementes de melhor aparên-cia, conforme Couto et al. (1969).

A utilização da água, como veículo de extração da mucilagem das sementes de abóbora, proporcionou menor desenvolvimento dos fungos de armazenamento do gênero

Aspergilus e Penicilium. Não há resposta conclusiva para

explicar esse fato, porém, pode-se dizer que o ácido clorídri-co pode ter agido no tegumento das sementes, diminuindo sua proteção natural. Outra hipótese que se deve considerar é que a acidez do meio em que as sementes foram expostas foi benéfica para o desenvolvimento de fungos e que, a competitividade, através da dinâmica própria dos fungos, onde o primeiro que se estabelece é o que predomina, proporcio-nou maior desenvolvimento dos fungos de armazenamento

Aspergilus e Penicillium. A maior ou menor eficiência da água

ou da solução ácida na remoção da mucilagem, que poderia ser avaliada pela fermentação dos carboidratos nela existen-tes, foi ofuscada pelos aspectos de competitividade e pH.

A permanência do fungo Aspergilus, nas embalagens hermeticamente fechadas, pode ser atribuída ao fato de os mesmos necessitarem mínimas quantidades de oxigênio para sobreviver e, após a redução dos competidores, em condi-ções favoráveis, retomarem seu metabolismo, o que vem ao encontro dos resultados obtidos por Miranda (1997).

Nas sementes de abóbora com 13% de umidade, arma-zenadas em condições de vácuo e lavadas com solução de ácido clorídrico, a qualidade fisiológica foi superior. Essa di-ferença não se verifica nas outras embalagens utilizadas, não havendo diferenças significativas entre as variáveis estuda-das, a não ser nas plântulas maiores que 4cm, em que o ácido clorídrico foi significativamente superior em todas as emba-lagens. Para as sementes armazenadas em condições de vá-cuo, com 13% de umidade, não há evidências para os resulta-dos obtiresulta-dos, visto que esses daresulta-dos não se repetiram em ne-nhuma das outras embalagens. No caso das plântulas, o HCl pode ter agido no tegumento das sementes, a ponto de facili-tar a absorção de água das mesmas, promovendo maior

rapi-dez no processo germinativo até o 4o dia, quando as plântulas

foram avaliadas.

TABELA 3. Porcentagem de umidade das se-mentes de abóbora, armazenadas em diferentes embalagens, durante oito meses de armazenamento.

Mês de armazenamento Tratamentos zero 2 4 6 8 ... Umidade (%) ... HCl vácuo 13% 12,8 12,3 11,8 11,8 11,6 H2O vácuo 13% 12,9 12,5 12,5 12,5 12,3 HCl sem papel 12,8 – – – 8,9 H2O sem papel 12,9 – – – 9,0 HCl vácuo 6% 6,3 – – – 6,1 H2O vácuo 6% 6,1 – – – 6,0 HCl lata 6% 6,2 – – – 6,1 H2O lata 6% 6,4 – – – 6,1

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CONCLUSÕES

Para as condições em que esse estudo foi realizado, pode-se concluir que:

! as sementes de abóbora podem ser armazenadas em condi-ções de vácuo, com 13% de umidade, mantendo sua quali-dade fisiológica por até oito meses;

! lavagem das sementes com água pura é tão eficiente na re-moção de mucilagem das sementes de abóbora quanto com solução de ácido clorídrico;

! sementes embaladas no vácuo mantém praticamente inal-terados os valores de umidade, durante o armazenamento; ! o uso de solução ácida na lavagem das sementes de

abóbo-ra em relação a água favorece mais a incidência dos fungos de armazenamento Aspergilus e Penicillium.

REFERÊNCIAS

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