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ESPORTE E LAZER: UMA PROPOSTA DE INCLUSÃO SOCIAL ÍNDIGENA NA CIDADE DE MANAUS - AM

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ESPORTE E LAZER: UMA PROPOSTA DE INCLUSÃO SOCIAL ÍNDIGENA NA CIDADE DE MANAUS - AM

Vanderlan Santos Mota Universidade Paulista UNIP barbabarauma@yahoo.com.br

Myrian Abecassis Faber Universidade Paulista UNIP maf_unip@yahoo.com.br

INTRODUÇÃO

Os povos indígenas brasileiros totalizam, hoje, cerca de 210 grupos e 170 línguas. Esses povos estão classificados pela língua, por convenção antropológica. O nome dos grupos, também por convenção, é sempre usado no singular (INSTITUTO SÓCIO-AMBIENTAL, 2001; in: RICARDO, 1995).

Observando o que preceitua o Art. 217 da Constituição Federal do Brasil, promover o encontro e o intercâmbio esportivo-cultural entre os povos indígenas, revela ao público o universo lúdico traduzido na harmonia e equilíbrio das sociedades tribais, manifestado por meio de competições, danças e gestos esportivos autênticos. Assegura, ainda, como dever do Estado, proteger, resgatar, registrar e divulgar as manifestações culturais de caráter esportivo que se vinculem às raízes etno-históricas.

O Ministério do Esporte e Turismo, em 1996 denominou a arquearia, a canoagem, a caça, a pesca, as lutas nos rituais indígenas, as vaquejadas, as corridas de argolinhas, a montaria, as jangadas, entre vários outros, como raízes etno- históricas de caráter esportivo (OLIVEIRA, 1996).

Segundo dados do IBGE (2000) a região Amazônica concentra 59,43% dos índios brasileiros que vivem em terras indígenas e apenas 16,09% dos indígenas que vivem nas cidades, distribuídos pelos estados que compõem a região da seguinte forma a seguir apresentada:

População UF Nas terras indígenas Nas cidades Total

1. Amazonas (AM) 94.608 18.783 113.391 2. Roraima (RR) 22.331 5.797 28.128 3. Mato Grosso(MT) 21.848 7.348 29.196 4. Pará (PA) 25.962 11.718 37.681 5. Maranhão (MA) 19.535 8.036 27.571 6. Acre (AC) 6.911 1.098 8.009

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7. Tocantins (TO) 7.153 3.428 10.581 8. Rondônia (RO) 6.460 4.223 10.683 9. Amapá (AP) 3.714 1.258 4.972 Total 208.522 61.689 270.211

Em Manaus, a capital do Amazonas é uma das principais entradas para a maior reserva ecológica do planeta: a Floresta Amazônica. Essa área territorial gigante possui densa e heterogênea vegetação, a qual abriga em seu interior segundo dados da FUNAI (www.funai.org.br) uma população total de 83.966 indígenas, distribuídos nas etnias apresentadas no quadro a seguir:

Apurinã Issé Katawixi Marimam Parintintin Tuyúca Arapáso Jarawara Katukina Marubo Paumari

Waimiri-Atroari Aripuaná Juma Katwená Matis Pirahã Waiwái

Banavá-Jafí

Juriti Kaxarari Mawaiâna Pira-tapúya

Wanana

Baniwa Kaixana Kaxinawá Mawé Sateré-Mawé

Warekena

Barasána Kambeba Kayuisana Mayá Suriána Wayampi Baré Kanamari Kobema Mayoruna Tariána Xeréu Deni Kanamanti Kokama Miranha Tenharin Yamamadi Desana Karafawyána Korubo Miriti Torá Yanomami Himarimã Karapanã Kulina MundurukuTukano Zuruahã Hixkaryana Karipuna Maku Mura Tukúna

No Município de Manaus, uma intensa biodiversidade, que resguarda espécies da fauna e da flora ainda ignorados pela ciência, englobando mais de 95% da superfície do Estado, o quê desperta interesse generalizado, favorecendo ao Turismo; a coordenação das Organizações da Amazônia Brasileira (COIAB) estima 20 mil indígenas vivendo na capital. No entanto, considerando que no Estado do Amazonas concentra-se a maior população indígena do país, projeta-se que os números acima estão subestimados, havendo mais indígenas do que se propaga. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística relata (IBGE), a existência de cerca de 18 mil indígenas.

Em bases preliminares do diagnóstico que a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) realizou, constatou-se um ´número significativo de núcleos populacionais indígenas organizados em diversos bairros de Manaus e em comunidades ribeirinhas: o Povo Ticuna, no bairro Cidade de Deus (Wotchimaücü); o povo Sateré Mawé, no

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Conjunto santos Dumont/Hiléia (Comunidade Y’apyrehyt, Comunidade Waykyhy, Comunidade Inhãa-be); Povo Mura, no bairro Nova Vitória e Zumbi; o Povo Apurinã, no bairro Val Paraíso; o Povo Tariano, no bairro da Alvorada e Nova Esperança; Povo Deni, no bairro Cidade de Deus; Povo Kambeba, no bairro da Compensa; Tuyuka, no bairro Jorge Teixeira; Kokama, no bairro João Paulo dentre outras.

Nas áreas rurais do Município estão concentradas no Rio Culeiras – Aldeia Três Unidos (Kambeba), Aldeia Nova Esperança (Baré), Aldeia Barreirinha (Tukano, Baré), aldeia Kuanã (Carapanã Baré), aldeia São Tomé (Baré, Tariano); no Rio Negro (margem esquerda) – Aldeia Terra Preta (Baré, Baniwa), Aldeia Kaiawe (Dessano, Tukano); no Rio Tarumã Açu Comunidade Stº André (Povo Barassana), Aldeia Rouxinol, Aldeia São Sebastião; no Rio Amazonas – Comunidade Nova Vida (Mundurucu), os quais mantêm contato perma nente com o centro urbano.

A problemática sócio-ambiental vivenciada nos dias atuais pelos povos indígenas conduz a reflexões sobre a necessidade de esclarecer e ampliar o sentido de nossas experiências, bem como orientar experiências futuras. Esses esclarecimentos nos levam a pensar sobre o destino desses e de suas culturas. Assim sendo, os Jogos das culturas Indígenas de Manaus deverá figurar entre as mais importantes manifestações culturais do Amazonas. Esses Jogos projetados e não realizados seria um evento para uma grande celebração de paz, que traduziria a harmonia e o equilíbrio das sociedades tribais. Além dessa confraternização pacífica, os Jogos teriam por finalidade a integração dos povos indígenas, o incentivo, a valorização e o fortalecimento da prática de seus esportes tradicionais, além de divulgar nas populações não indígenas suas culturas. Nas competições, prevaleceria a comemoração, pois o evento traria o lema: "o importante não é competir, mas sim celebrar".

A realização dos Jogos das Culturas Indígenas de Manaus, idealizado pelos profissionais de Educação Física da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEMESP), é uma utopia a muito sonhada pelas comunidades indígenas do Estado, que praticam uma modalidade esportiva. Por muito tempo esse ideal foi manifestado pelos povos indígenas que reivindicavam ações efetivas do Governo para a formulação de uma política nacional voltada para as questões físico-esportivas e sociais em encontros freqüentemente realizados sob grande tensão. Havia, na época, a impressão predominante da sociedade não- indígena de que os índios viviam em constante depressão (CIMI, COIAB, COIAM, FEPI, FUNAI).

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Por outro lado, nesses encontros, em muitas comunidades indígenas o momento era de grande expressão de alegrias, através de suas manifestações culturais, com a preparação de seus enfeites, plumários, desenhos e pinturas corporais, danças, cantos, instrumentos musicais e esportes tradicionais.

Lideranças indígenas buscavam a valorização e divulgação das manifestações de sua cultura, não somente para mostrá- la aos não- índios, mas, também, para aproximar as 66 etnias existentes no Estado do Amazonas, segundo a FUNAI (2005). Em virtude das grandes manifestações indígenas existentes nos últimos meses nos órgãos federais, estaduais e municipais, na cidade de Manaus, buscaram-se recursos para a realização desses Jogos, prometidos pelo poder público, entretanto não realizados.

Esse acontecimento seria realizado pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer – SEMESP e teria características únicas no município. Sua realização foi prevista para setembro de 2005, como primeira edição; sendo o esporte eleito pelos povos indígenas como canal de comunicação entre os índios e a comunidade não- indígena.

LOCAL DO EVENTO

Complexo Poliesportivo da Ponta Negra em Manaus-Am

Complexo composto com a seguinte estrutura:

? 1.6 km de calçadão

? 37 banheiros masculino e feminino

? 15 telefones públicos

? 01 posto policial

? 01 posto médico com ambulatório

? 60 bares / lanchonete

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? 02 campos d e futebol de areia

? 01 campo de futebol society (sintético)

? 04 quadras de areia

? 01 quadra poliesportiva

? 01 barraca de tacacá

? 01 banca de revista

? 01 sorveteria

? 01 anfiteatro com capacidade para 12 mil pessoas

? 04 lanchonetes no calçadão

? 01 capoeiródromo

? 01 pista de skate

? 49 postes de iluminação pública

? 13 barracas de vendas coco

? 01 estacionamento com 12 mil vagas

? 02 caixas eletrônicos 24 horas

ALDEIA ESPORTIVA

Maquetes do Projeto da Construção das Ocas

• Uma estrutura de 10.000 metros quadrados será montada para o evento: • Aldeia com 02 ocas, reproduzindo o habitat natural dos povos indígenas; • Arena com capacidade para 10.000 pessoas;

• Espaço para artesanato, exposição fotográfica e palestras; • Refeitório (alimentação sugerida por nutricionistas da FUNAI); • Ambulatório médico-hospitalar.

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PÚBLICO

• Estima-se uma média de 15.000 espectadores diários durante o período de realização do evento (três dias);

• A platéia é bastante diversificada, composta de jovens, idosos, pobres e ricos; • O acesso é gratuito;

• A interação com os povos indígenas em especial as crianças; é fantástica.

MÍDIA

• O evento terá a cobertura dos principais veículos de comunicação do Município, Estado e do mundo;

• O noticiário regional (concernente ao Município, Estado e entidades de comunicação, em que os Jogos serão realizados) dedicará total atenção ao evento.

ETNIAS ? Apurinã ? Baniwa ? Baré ? Juriti- Tapuia ? Kulina ? Marubo ? Mundurucu ? Mura ? Saterê ? Ticuna ? Atroaris ? Ianomami MODALIDADES ESPORTIVAS ARCO E FLECHA Tipo: Tradicional Forma de marcação: Individual: SIM

Categoria: Masculino e Feminino

Cada etnia participaria com dois competidores que disparam a flecha em direção ao alvo, geralmente o desenho de um animal, localizado de 30 metros de

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distância. Cada parte do corpo do animal obedece a uma contagem, sendo que o olho é a parte que vale mais pontos. Nesta prova, cada atleta tem direito a três lances.

A prova seria dividida em duas etapas (eliminatória e classificatória) e somente doze atletas disputam a final. Para decidir o primeiro, segundo e terceiro colocados na prova, a contagem de pontos é reiniciada na fase classificatória. Isto porque, com a utilização de armas de uso pessoal, cada atleta pôde aproveitar melhor suas técnicas. Uma demonstração apurada da técnica de cada guerreiro ao retesar a corda, calibrar o arco e arremessar a flecha.

ARREMESSO DE LANÇA Tipo: Tradicional Forma de marcação: Individual: SIM Categoria: Masculino

O arremesso de lança é uma modalidade masculina. O atleta deve arremessar a lança, objetivando alcançar a maior distância possível. As lanças são confeccionadas de forma tradicional, usando madeira rústica; sendo idênticas no formato, tamanho e peso, para todas as etnias.

As técnicas para a confecção da lança variam de acordo com os povos e também depende da finalidade a que se destina - caça, pesca (arpão) ou mesmo para defesa em um ataque de animal feroz.

ATLETISMO (CORRIDA DE 100 METROS)

Tipo: Não Tradicional Forma de marcação: Individual: SIM

Categoria: Masculino e Feminino

Nesta prova de velocidade cada delegação pode inscrever duas duplas (feminina e masculina). O número de largadas é definido pela Comissão Técnica de

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acordo com a quantidade de atletas inscritos. Os atletas classificados são aqueles que participaram da primeira à última largada.

Os índios sempre se interessaram em trabalhar seu preparo físico e tornam-se verdadeiros competidores, adaptando e aprendendo, com a natureza, a caçar e pescar, percorrendo grandes distâncias, atravessando lagos e rios em busca de seu alimento.

CORRIDA DE FUNDO (5 KM)

Tipo: Não Tradicional Forma de marcação: Individual: SIM

Categoria: Masculino e Feminino

Nessa prova de resistência não há limites de inscrição e podem participar homens e mulheres. São realizadas duas largadas: a primeira para a prova feminina e a segunda, que acontece 15 minutos depois, para a prova masculina. O percurso é definido pela organização dos jogos.

CABO DE GUERRA

Tipo: Tradicional Forma de marcação: Individual: NÃO

Categoria: Masculino e Feminino

É uma das modalidades preferidas das etnias e consegue atrair muitos participantes, que vibram com as disputas, onde são demonstradas a força física e a técnica das tribos.

Esta prova seria realizada por atletas de ambos os sexos, sendo que cada equipe é formada por 10 atletas. As equipes se posicionam em fila indiana (um atrás do outro), ficando uma fila de frente para a outra, segurando uma corda e puxando para o seu lado.

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O vencedor irá puxar toda a equipe adversária para o seu lado. É disputada em melhor de dois confrontos.

Na preparação de seus guerreiros, os índios sempre procuraram meios de desenvolver e medir sua coragem e os limites de sua força.

CANOAGEM Tipo: Tradicional Forma de marcação: Individual: NÃO Categoria: Masculino

A canoagem seria disputada no rio Negro com dois atletas em cada canoa. Atualmente, as disputas dos Jogos utilizam as canoas regionais. Para isso, será preciso padronizar o tamanho e o peso de cada embarcação.

Apenas a primeira equipe vencedora de cada bateria de competições participará da fase final composta por um número de equipes correspondente ao número de canoas disponíveis na prova. A distância e o percurso da prova serão definidos pela Comissão Técnica.

CORRIDA DE TORA Tipo: Tradicional

Forma de marcação: Individual: NÃO

Categoria: Masculino e Feminino

Cada equipe seria formada por 10 a 15 atletas que se revezariam para correr carregando as toras, que pesam até 80,90 e 100 quilos. Não existe premiação para o

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vencedor, mas, sim, o orgulho do participante pela demonstração de força física e a resistência. A competição seria observada por cinco juízes não–indígenas que avaliariam as equipes com dez corredores e três reservas cada. Quem selecionaria as toras utilizadas e o número de voltas a serem dadas, largada e chegada na corrida seria a Comissão Organizadora. Duas equipes escolhidas por meio de um sorteio prévio participam da largada. A prova será composta de uma fase eliminatória até que se chegue a uma equipe vencedora.

A maioria das toras usadas pelas etnias que praticam a modalidade é tirada do caule da palmeira Buriti (nativa da região) e; cada grupo tem um ritual próprio para sua confecção.

FUTEBOL DE CAMPO Tipo: Não Tradicional

Forma de marcação: Individual: NÃO

Categoria: Masculino e Feminino

O futebol já faz parte do contexto cultural de vários grupos indígenas, sendo unânime a participação de todas as etnias e de atletas de ambos os sexos. A modalidade é disputada de acordo com as regras da Instrução Geral dos Jogos, obedecendo ao padrão da Confederação Brasileira de Futebol. A exceção é o tempo de jogo - cada partida dura 50 minutos, divididos em dois tempos de 25 minutos cada, com intervalo de 10 minutos.

O futebol praticado pelos indígenas não se propõe a consagrar o atleta artilheiro, o goleiro menos vazado ou a defesa mais eficiente. Os Jogos Indígenas têm como objetivo destacar o aspecto lúdico da prática desportiva do futebol. Todas as etnias levam representantes para participar da competição. Apesar da popularidade do esporte,

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as partidas realizadas durante os Jogos Indígenas não atraem grande número de espectadores, que preferem assistir às modalidades esportivas tradicionais e as manifestações culturais.

CURIOSIDADES

• Exceto o futebol (masc. e fem.), todas as outras modalidades dos jogos são originárias da cultura indígena;

• Não há árbitros nas competições, pois a sinceridade e a confiança são características peculiares aos povos indígenas;

• Todos da aldeia participam, sem restrição de idade ou sexo (respeitadas as tradições inerentes a cada nação indígena).

LUTAS CORPORAIS

Tipo: Demonstrativa Forma de marcação: Individual: SIM

Categoria: Masculino e Feminino

As lutas corporais são praticadas por homens e mulheres e o esporte faz parte da cultura tradicional dos povos indígena. Algumas etnias lutam em pé, outras ajoelhadas no chão(Huka Huka).

O Huka-Huka , tradicional dos povos indígenas do Xingu e dos índios Bakairi, começa quando o dono da luta, um homem chefe, caminha até o centro da arena e chama os adversários pelo nome. Os lutadores se ajoelham girando em circulo anti-horário frente ao oponente, até se entreolharem e se agarrarem, tentando levantar o adversário e derrubá- lo ao chão. Já, os Karajás, do Tocantins, possuem outro estilo. Os atletas iniciam a luta em pé, se agarrando pela cintura, até que um consiga derrubar o outro ao chão. O atleta vencedor abre os braços e dança em vo lta do oponente, cantando e imitando uma ave. Os Gaviões Parakateyê, PA, e os Tapirapé e Xavante de Mato Grosso, têm certa semelhança no desenvolvimento das lutas com os Karajá. Nessa

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demonstração, não existe juiz, e sim um orientador indígena. Não há prêmio para o vencedor da luta, há reconhecimento e respeito por toda a comunidade indígena.

NATAÇÃO (TRAVESSIA)

Tipo: Não Tradicional Forma de marcação: Individual: SIM Categoria: Masculino e Feminino

Realizada em águas abertas do Rio Negro, a prova pode ser de meia distância ou de resistência (as distâncias variam de 400 a 700 metros); com a participação de atletas do sexo feminino e masculino.

A relação de vida dos povos indígenas está sempre associada a água. A primeira hora da vida de um bebê indígena começa com um mergulho em um rio ou lago com sua mãe. Grande parte da recreação das crianças é realizada dentro d’água. As brincadeiras vão desde os mergulhos até o desafio de se atravessar de uma margem a outra, quando a criançada inicia a preparação para se tornar grandes "caçadores" de peixes. RONKRÃ Tipo: Demonstrativa Forma de marcação: Individual: NÃO Categoria: Masculino

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O Rõkrã é um jogo coletivo tradicional praticado pelo s Povos indígenas. Duas equipes de 10 ou mais atletas se posicionam em lados diferentes de um campo semelhante ao de futebol. Com um bastão, os atletas devem rebater para o lado adversário uma pequena bola, feita de coco. Quando a bola ultrapassa a linha de fundo do outro time, a equipe marca um ponto.

XIKUNAHITY (FUTEBOL DE CABEÇA)

Tipo: Demonstrativa Forma de marcação: Individual: NÃO Categoria: asculino

O nome desta modalidade pronuncia-se Zikunariti, na linguagem dos Paresi, e Hiara na língua dos Enawenê Nawê. É um jogo, espécie de futebol, mas que ao invés de chutar, as equipes devem cabecear a bola. O esporte é exclusivamente masculino, praticado, tradicionalmente, pelos povos indígena. É disputado por duas equipes, com oito atletas, no mínimo. A partida é realizada em um campo de terra batida, para que a bola ganhe impulso. O tamanho do campo é semelhante ao de um campo de futebol; e conta somente com uma linha demarcatória ao centro, que delimita o espaço de cada equipe.

A partida começa com atletas veteranos, um de cada equipe. Eles se dirigem ao centro do campo, para decidir quem irá lançar a bola ao outro, para que ela possa ser rebatida. O jogo continua com a primeira cabeçada para o campo adversário, que deverá ser recepcionada por um dos atletas também com a cabeça. Em seguida, os dois atletas veteranos deixam imediatamente o campo, já que a responsabilidade deles era exclusivamente fazer o lançamento inicial da partida.

Durante a disputa, a bola não pode ser tocada com as mãos, pés ou qualquer outra parte do corpo, mas pode tocar o chão, antes de ser rebatida pela outra equipe. A equipe marca pontos quando a bola não é devolvida pelos adversários, ou seja, quando

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deixa de ser rebatida. Quanto maiores a habilidade dos atletas mais acirradas são as disputas.

A equipe marca pontos quando a bola não é devolvida pelos adversários, ou seja, quando deixa de ser rebatida. Quanto maiores as habilidades dos atletas que compõem as equipes, mais acirradas são as disputas, podendo durar até mais de quarenta minutos.

A lenda Paresi conta que o Xikunahity foi criado pela principal entidade mítica da cultura Paresi, o Wazare. Depois de cumprir sua missão de distribuir o povo Pareci por toda a Chapada dos Parecis, Wazare fez uma grande festa de confraternização, antes de voltar para seu mundo.

ZARABATANA

Tipo: Demonstrativa Forma de marcação: Individual: SIM Categoria: Masculino

É uma demonstração individual realizada pelas etnias indígenas. Os atletas se posicionam, a 30 metros do alvo - uma melancia pendurada em um tripé. A prova consiste em atingir a melancia o maior número de vezes possível.

A Zarabatana é uma arma artesanal, semelhante a um cano longo, com aproximadamente 2,5 m de comprimento. É feito de madeira e tem com um furo por onde se coloca uma pequena seta, de aproximadamente 15 cm. Por ser silenciosa e precisa, a zarabatana é muito utilizada pelos índios amazônicos para caçar animais e aves.

CONCLUSÃO

Como profissionais da área da Saúde, mais especificamente da Educação Física entendemos e reconhecemos o esporte como o melhor instrumento de inclusão social, o melhor divulgador de metas e comportamentos, um fantástico exercitador de valores éticos e morais. Contudo, a falta de iniciativa e políticas públicas voltadas realmente

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para a inclusão dos indígenas assim como impossibilitaram a execução desse Projeto; excluem não só os índios como também, as minorias desfavorecidas. Apesar disso, esperamos uma oportunidade de encontrar parcerias para levarmos a cabo esses Jogos.

REFERÊNCIAS

Secretaria Municipal de Educação – SEMED •Fundação Nacional do Índio – FUNAI •Conselho Indigenista Missionário – CIMI

•Federação Estadual de Políticas Indigenistas – FEPI

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