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EDITO RIAL. Todos os filhos são surpreendentes para seus pais.

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Todos os filhos são surpreendentes para seus pais. E junto com o nascimento dos filhos, nascem também diversas expectativas e, como consequência delas, algumas frustrações. E não é por menos, durante os primeiros anos de vida, a dedicação é quase que total e as primeiras interações e experiências determinarão fortemente sua identidade. Aqui neste guia, elencamos 34 dicas para auxiliar e favorecer o desenvolvimento das nossas crianças em seus primeiros anos de vida.

Boa leitura!

EDITO

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O desenvolvimento infantil envolve o lado motor, cognitivo, social e emocional que são formados nos primeiros anos de vida da criança.

São os estímulos e experiências de cada criança que auxiliarão no seu desenvolvimento. Porém, cada criança tem seu próprio tempo de aprendizado. Por mais que tenhamos referências sobre os períodos em que a criança estaria apta para realizar determinadas ações, como andar e falar, é necessário levar em consideração os estímulos que ela recebeu.

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A IMPORTÂNCIA

DOS ESTÍMULOS

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2

Também não é possível pensar em desenvolvimento infantil

sem falar dos direitos das crianças.

Hoje, parece comum que crianças e adolescentes tenham direito a se expressarem e serem respeitadas, mas há cerca de 30 anos isso não era comum no Brasil. Ainda é comum encontrar pessoas que pensam nas crianças como seres sem voz, vontade ou opinião.

No entanto, elas são sujeitos de direitos como à saúde, educação, moradia, alimentação, lazer, espaços para brincar, cultura, convivência familiar, liberdade, dignidade e participação na sociedade.

O DIREITO

DA CRIANÇA

O ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente surgiu em

1990 para defender os direitos das crianças e adolescentes, garantindo as oportunidades e condições necessárias para o seu pleno desenvolvimento.

Segundo o Art. 4º do ECA, todas as crianças devem ser cuidadas e protegidas com absoluta prioridade pela família, pela comunidade, pela sociedade em geral e pelo poder público.

Ou seja, é responsabilidade de todos assegurar à criança uma infância digna, saudável e protegida.

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INFÂNCIA DIGNA,

SAUDÁVEL E

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As experiências afetivas construídas na infância têm influência em toda nossa vida.

Por meio do cuidado, carinho, proteção, segurança e acolhimento, a família pode proporcionar uma base para que vínculos afetivos se estabeleçam.

Participar do cotidiano das crianças, da vida escolar, contar histórias, conversar e brincar são atividades simples que além de estimular a construção do vínculo, contribuem para o desenvolvimento dos pequenos.

Apostar na qualidade das relações entre os cuidadores e as crianças e na identificação de suas demandas individuais, está intimamente ligado ao bom desenvolvimento da criança e uma relação genuína com ela.

FAMÍLIA E

VÍNCULOS AFETIVOS

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O brincar é central na vida das crianças e os adultos que

compreendem isso, tratam esse tema com o maior respeito. Brincar com elas não é somente desfrutar de prazeres juntos, mas também, ajudá-las a crescer. O espaço do brincar é um espaço de liberdade, de fantasia e de concentração. Quando uma criança brinca, ela aprende a lidar com seus desejos e sentimentos, conhece os limites de seu corpo e estabelece relações com o outro. Descobre novas habilidades, aprende regras de convivência e a se expressar.

APRENDER

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6

As crianças costumam, durante as brincadeiras, imitar pessoas e situações do mundo à sua volta. Por isso, a brincadeira tem papel importante no modo como a criança se relaciona e descobre o mundo, pois é nesse lugar em que elas podem treinar como expressar seus sentimentos, aprender sobre determinadas situações que podem contribuir para diminuir a exposição delas a situações de risco, ensinando por exemplo, a como reagir em circunstâncias difíceis ou assustadoras. Assim, o brincar é um modo mais pessoal que a criança expressa o que pensa e o que sente, em contato com o mundo. Mesmo que não compreenda muitas vezes o que sente, o que está dentro da brincadeira e o que está fora, a criança vai aprendendo a realidade externa e vai encontrando as semelhanças e diferenças entre o que é fantasia e o que é realidade.

Ela imita e se identifica com pessoas importantes à sua volta e vai internalizando também, aspectos da personalidade de seus pais e cuidadores.

IMITAÇÃO É

COISA SÉRIA

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Assumimos o brincar como uma das linguagens das crianças, uma forma de comunicação não consciente e não verbal, por meio da qual elas expõem como se sentem, percebem e veem o mundo. Assim, é por meio do que chamamos de expressão lúdica, que as crianças revelam como compreendem os fatos que ocorrem em sua vida. O brincar, que pode se manifestar com atividades que trabalham as formas, o movimento, a arte e a música, é uma das linguagens expressivas não verbais fundamentais na primeira infância.

Na brincadeira, a criança tem oportunidade de elaborar seus sentimentos que costumam ser intensos e confusos nessa época. Ela traz a chance de aliviar sofrimentos, satisfazer desejos na fantasia, compreender as relações familiares, adquirir confiança quando as coisas saem bem, aceitar quando não saem como esperado e aprender a persistir quando necessário.

BRINCADEIRA COMO

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Quando a família brinca junto, os laços afetivos se fortalecem. É possível utilizar espaços públicos para realizar piqueniques, leituras, brincadeiras, passeios de bicicleta, entre outras atividades. Além de trabalhar os vínculos saudáveis, esses momentos de passeios e brincadeiras estimulam as crianças a pensar, aprender a ganhar e perder, conhecer regras e limites, a se relacionar com outras crianças e a desenvolver valores como solidariedade, autonomia e tantos outros.

PASSEIOS EM

FAMÍLIA

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O faz de conta, toma conta da imaginação da criança com histórias sobre casinha, médico, supermercado e outras situações que refletem a vida real. A imitação, o teatro, a introdução de brinquedos tradicionais e regionais, os trabalhos manuais com material reciclado que temos em casa, as mágicas ou outros brinquedos, são possibilidades de brincadeiras com as crianças.

Meninos e meninas brincam de lutar tanto com um galho de árvore como com uma espada de super-herói. Em seguida, estão prontos para brincar de mamãe e filhinha ou papai e filhinha, conseguem transformar um lápis e uma borracha em pai e mãe quando não têm uma boneca a seu alcance. A imaginação e a fantasia das crianças são extremamente férteis, elas podem chegar a criações incríveis de objetos de brincar.

O BRINQUEDO E

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Sempre que possível, organize os brinquedos à altura do alcance das crianças, já que isso estimula a sua autonomia e permite que ela escolha qual brinquedo quer brincar. Outra dica é deixar apenas alguns brinquedos expostos e outros brinquedos guardados e fazer um rodízio de tempos em tempos. Assim, a criança consegue escolher melhor o que quer brincar entre os brinquedos expostos e quando o brinquedo que estava guardado é disponibilizado de novo para a criança, ele traz junto uma boa novidade.

ORGANIZAÇÃO

INTENCIONAL

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É comum ouvirmos “as crianças não são preconceituosas e nem racistas”, “isso vem de família”, “o preconceito está na cabeça do adulto”. As crianças, ainda muito pequenas, percebem as diferenças, sejam elas raciais e/ou de gênero, mas a interpretação que fazem dessas diferenças, ou seja, se entendem como positivas ou negativas, irá depender das informações que recebem e é muito importante que cada um de nós tenha consciência disso.

Por isso, é importante reconhecer e trabalhar as diversas identidades que temos, sejam raciais, étnicas, de gênero, do território e nacionalidade com nossas crianças. Para trabalhar o tema da diversidade, os pais e cuidadores podem ofertar às crianças livros, desenhos e histórias que contemplem a diversidade, para que encontrem nos textos lidos, personagens que protagonizam diferentes histórias.

Outra ideia é proporcionar vivências que estimulam experiências nas quais as crianças possam brincar sem que haja a distinção entre brinquedos e brincadeiras de meninos e meninas. Dessa forma, as crianças se reconhecem em suas identidades e podem crescer conhecendo e respeitando toda a diversidade que vivemos.

TRABALHAR A

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A criança é exposta ao mundo sonoro de comunicação por meio dos familiares e do ambiente que a cerca desde a sua gestação. Ela ouve a comunicação da família com ela e entre eles mesmos. Consegue perceber a entonação das vozes, se suaves, mais bruscas ou grosseiras, por exemplo.

É muito importante que os pais tenham conhecimento de que o bebê se comunica desde que nasce e que ele busca essa comunicação com seus cuidadores.

Por isso, conversar com o bebê falando tudo que está acontecendo com ele, por exemplo, quando o alimenta, quando o veste, passeia e brinca com ele, é de grande relevância para o desenvolvimento da linguagem.

CONVERSANDO

COM O BEBÊ

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Quando as crianças não sabem falar, conversam com gestos imitando os mais velhos, buscando exteriorizar o que sentem e o que pensam. A imitação vai oferecer ao bebê, a oportunidade de reproduzir sons e ir aos poucos desenvolvendo a sua comunicação verbal.

As crianças nascem com um potencial para a comunicação, mas necessitam do ambiente para desenvolvê-la.

É importante falar com a criança de modo correto para que ela associe as palavras a seus sons, embora em alguns momentos o adulto possa usar afetuosamente expressões infantis, imitando o bebê falando.

DESENVOLVIMENTO

DA FALA

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O uso de pequenos livros com figuras ilustrativas, certamente despertará interesse e servirá para introduzir palavras e novas informações. Contar histórias, mostrar gravura nos livros, cantar músicas, enriquecem a experiência do bebê. A proximidade com o pai ou mãe nestes momentos, ajuda a associar vivências de aprendizado com prazer e aconchego afetivo. A voz dos cuidadores, a música das palavras, transmitem os significados emocionais do que ela vive e os bebês são especialistas em captá-los.

A leitura auxilia a criança no desenvolvimento da linguagem, em adquirir raciocínio lógico, já que a maioria das histórias infantis ensinam de forma lúdica a entender causa e consequência e estimulam as crianças a desenvolverem sua imaginação. Por meio das histórias, seu bebê é capaz de experimentar novas emoções como perigo, mistério e alegria.

O UNIVERSO

DA LEITURA

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Os pais e cuidadores, muitas vezes, se perguntam se podem fazer mais coisas para ajudar a criança a se desenvolver. Estar efetivamente junto dela é o melhor alimento para a criança e para o bebê. Deixar o celular de lado, se entregar para a brincadeira e investir em tempo de qualidade com seu filho é o que ele mais precisa.

TEMPO

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Crianças pequenas são obcecadas por autonomia. Considere as condições de segurança da sua casa ou da creche que seu filho frequenta, para evitar acidentes. Imponha os limites adequados e deixe seu filho explorar o que quiser dentro desses limites.

Pode ser que você precise de uma dose extra de paciência para lidar com tudo que a criança quer fazer sozinha (como trocar de roupa, colocar a fralda, etc...), mesmo que ela ainda não consiga. Mas é importantíssimo que ela tenha a oportunidade de tentar, para que desenvolva sua autonomia e conheça seus limites.

AUTONOMIA

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A sequência de ações que acontecem com a criança, principalmente antes da hora de dormir e na hora da soneca são muito importantes para que ela possa entender o que está por vir. É importante estabelecer uma rotina, pois a previsibilidade traz segurança para a criança, auxiliando-a a adormecer mais fácil.

Desde pequeno, é importante manter esse mesmo ritual. Porém, caso você não tenha feito isso quando seu filho era um bebê pequeno e ele ainda não pegue no sono de forma tranquila, ainda assim é possível criar essa rotina, como por exemplo, jantar, tomar banho, colocar o pijama, escovar os dentes, colocar seu filho para dormir, apagar a luz e sair do quarto.

RITUAL

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Ter consistência é a chave do sucesso para que a criança durma bem. Então, depois de definir o ritual do sono que funciona na sua casa, apegue-se a ele e siga todos os dias. Se seu filho acorda de madrugada, ele precisa ter os mesmos estímulos que teve na hora em que pegou no sono, por isso, um dos fatores chaves para que a criança volte a dormir sozinha quando acorda de madrugada é ela conseguir pegar no sono sozinha.

A criança precisa de companhia, mas também necessita aprender a estar consigo mesma. Oferecer objetos como naninha que trazem segurança para a criança, um ambiente calmo, permitir a ela que brinque com o seu próprio corpo, estabelecer um ritmo para dormir que vira um ritual e se transforma em um hábito, são dicas para favorecer um bom sono aos filhos e também aos pais.

CONSISTÊNCIA NO

MOMENTO DE DORMIR

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Perto do segundo ano de vida, alguns bebês começam a apresentar sinais de que já estão prontos para o desfralde. É preciso que os pais e cuidadores fiquem atentos aos sinais da criança para saber se ela está também, preparada emocionalmente para esse processo. Somente quando fizer sentido para a criança é que ela irá colaborar de forma decisiva para o desfralde.

O xixi e o cocô nessa idade são associados a sentimentos e sensações boas ou ruins. Fazer cocô e xixi é algo muito valioso para a criança, é sua primeira produção física e algumas vezes a criança pode querer não se desfazer dela. Por isso, um bom ritual para o início do desfralde é a criança dar tchau para o xixi e para o cocô para que ela possa participar dessa despedida.

Para que o desfralde seja tranquilo para todos, não convém apressar esse processo. É necessário sentir os sinais da criança para saber se ela está pronta, quando ela já reconhece o momento que tem vontade de fazer xixi e cocô, procura o vaso sanitário ou penico, ela provavelmente está interessada pelo desfralde.

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Um pouco antes da chegada dos dois anos, pode começar a aparecer a birra. A birra é uma mistura de frustração e raiva que a criança sente, normalmente após ser contrariada, em um momento em que ela está encantada com sua independência. A criança quer ser independente, autônoma e algumas vezes, quando tem seus desejos frustrados, suas emoções transbordam sem controle e acontece a birra. Nesse momento, a criança extravasa os sentimentos que não consegue suportar - de um modo violento, com agitação do corpo e gritos de desespero. As birras fazem parte do processo de

crescimento da criança e apesar de ser um momento bastante desafiador para os pais, a criança precisa ser acolhida. Após a birra, a criança ficará mais disponível para ouvir o que seus cuidadores têm a dizer.

O MAR DE EMOÇÕES

DA BIRRA

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Acolha o sentimento da criança e tente nomeá-lo para que ela identifique o que está sentindo. Permita que a criança chore, abrace-a e ouça também o que ela tem a dizer. Essa conversa também ajuda a criança a organizar e conhecer seus sentimentos e é importante para que ela consiga lidar com eles.

Caso as birras sejam muito frequentes, é importante avaliar se os pais estão exigindo demais do filho ou contrariando-o além do necessário.

É sempre importante que os pais percebam suas próprias emoções durante uma birra e que possam lidar com ela, mesmo que seja necessário se afastar neste momento.

ACOLHA E NOMEIE

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A família e os cuidadores possuem papel principal na formação dos hábitos alimentares que se inicia nas primeiras semanas de vida de um feto.

A partir do nascimento, passamos a experienciar costumes familiares e culturais, influenciados pelo ambiente que vivemos, pela economia e outros fatores positivos e negativos, passando a formar nossos hábitos e comportamentos relacionados à alimentação.

CRIAÇÃO DOS

HÁBITOS ALIMENTARES

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Nos primeiros 6 meses de vida o alimento ideal de uma criança é o leite materno e a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é ofertar o leite materno de maneira complementar aos alimentos até os dois anos de idade ou mais.

O leite materno é o alimento ideal para a criança por se adaptar de acordo com a necessidade de cada uma delas. Ao alimentar-se diretamente do peito da mãe, a criança está recebendo muito mais que comida. Recebe também afeto, percebe cheiros, sons, troca calor com a sua mãe, vivencia a experiência do olho no olho e cria vínculo. Caso não seja possível amamentar exclusivamente, a alimentação do bebê deve ser complementada com fórmula infantil até os seis meses. O corpo do bebê não está preparado ainda para receber outros alimentos e nem mesmo leite de vaca.

DO ZERO AOS

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Todo leite materno é de boa qualidade, não existe leite fraco. • O leite pode sofrer variações de cor, sabor e densidade. Também é influenciado pela dieta da mãe e o momento da mamada.

• O leite mais transparente é rico em água e importante para hidratação.

• Quanto mais amarelado for o leite, maior será a possibilidade de conter gordura, ajudando na saciedade.

• A mãe que está amamentando deve consumir muita água para se manter hidratada e auxiliar na produção de leite.

QUEBRANDO MITOS

SOBRE A AMAMENTAÇÃO

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Em torno dos 6 meses de vida, além do leite materno, outros alimentos devem passar a fazer parte das refeições da criança. Se a comida preparada em casa para a família é adequada e saudável, a criança acima dos 6 meses também pode comê-la, modificando-se a consistência e diminuindo o uso de condimentos, sempre que possível. Aos 6 meses, na introdução de novos alimentos, é comum que a criança costume aceitar pouca quantidade de comida e a medida que vai crescendo e se desenvolvendo, essa quantidade tende a aumentar. Também é possível que ela apenas experimente o alimento, ou cuspa e faça caretas, parecendo não gostar.

Vale a pena lembrar que tudo é novidade para ela, os sabores, a consistência, a colher, o prato e o modo de comer. Nesta idade também estão nascendo os primeiros dentes, mas mesmo sem eles, ela conseguirá aceitar comida amassada com garfo.

A INTRODUÇÃO

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• Oferecer para a criança uma grande quantidade de alimentos industrializados em detrimento dos naturais. Comer um alimento industrializado deve ser a exceção e não a regra da casa.

• Contar “mentiras” sobre a alimentação (“Você vai ficar grande igual o Hulk”, “Seu dente vai apodrecer se você comer isso”).

• Desistir de ofertar o alimento nas primeiras recusas. Fazer ameaças (“Se não comer, não ganha sobremesa”).

• Forçar a comer (“Só vai levantar da mesa quando raspar o prato”).

• Liquidificar, mascarar alguns alimentos e/ou regredir na consistência.

• Não dar o exemplo prático de uma alimentação e relação saudável com a comida.

• Fazer outras atividades durante a alimentação da criança, como mexer no celular ou ver televisão, por exemplo.

O QUE NÃO FAZER NA

INTRODUÇÃO ALIMENTAR

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Nos primeiros dois anos de vida, a escolha dos alimentos merece atenção especial, afinal, é neste período que são formados os hábitos alimentares que acompanharão o indivíduo até o fim de sua vida. O papel da família e dos cuidadores é de suma importância, são estes que devem escolher os alimentos saudáveis e adequados e a criança poderá fazer a sua escolha dentre o que lhe é ofertado.

Por exemplo, cabe ao adulto decidir pela compra de frutas ao invés de bolacha recheada. E cabe a criança escolher se irá comer a banana ou a maçã que lhe foi oferecida.

ESCOLHA

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Em casos que a criança recuse um alimento, é importante que o adulto continue a oferecê-lo em formatos e preparações diferentes, sem obrigá-la a comer, assim maior será a chance dela aceitar esse alimento.

Para estimular os pequenos a terem uma alimentação variada, é importante apresentar a eles a maior diversidade possível de alimentos saudáveis. Além disso, o exemplo do adulto é imprescindível na formação de bons hábitos alimentares. Não adianta dizer que comer verduras faz bem, se a criança nunca os vê em outros pratos que não o dela.

RECUSA

DOS ALIMENTOS

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É fundamental oferecer para a criança um ambiente tranquilo e acolhedor para as refeições, promovendo o aprendizado pelo afeto e formação de vínculos.

Quando uma criança começa a comer, não são só os sabores e as texturas que são novidades. As relações entre quem come e quem dá de comer também se ampliam e nelas podem surgir possíveis dificuldades que fazem com que a introdução alimentar não flua adequadamente e experiências ruins desta fase sejam levadas para a alimentação da criança ao longo da vida. A alimentação do bebê e da criança é um assunto que deve ser levado a sério.

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É comum que todas as crianças passem por uma fase de seletividade entre os 2 e 6 anos, mas as atitudes e comportamento dos cuidadores poderão determinar a duração, intensidade e tipo de seletividade. Portanto, mesmo que a criança queira comer apenas um mesmo alimento, continue oferecendo outros alimentos e grupos alimentares para que a criança passe da fase da seletividade sem restringir sua alimentação a poucos nutrientes.

SELETIVIDADE

NOS ALIMENTOS

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Mesmo crianças muito pequenas são capazes de sinalizar sensações como fome e saciedade. Sem a capacidade de comunicação por meio da fala, o bebê utiliza outras formas para se expressar, faz sons com a boca, ri, chora, movimenta as mãos, cabeça e o corpo. Para sinalizar que está com fome, a criança pode chorar ou buscar por comida. Quando já satisfeita, ela pode largar o peito ou virar a cabeça, não querer abrir a boca e até adormecer. A partir dos 6 meses, quando passa a receber a alimentação complementar, a atenção e o respeito aos sinais de fome e saciedade são fundamentais para o processo de aprendizagem e pleno desenvolvimento.

Ao perceber estes sinais, a pessoa que cuida da criança deve responder de forma ativa, carinhosa e com respeito, ofertando alimentos quando a criança demonstrar sentir fome e parando de ofertá-los quando ela demonstrar estar satisfeita.

FOME E

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32

O papel do adulto é oferecer alimentos de qualidade, variados e organizar uma rotina alimentar, seja em casa ou na escola. Já a quantidade de alimentos que são ingeridos fica por conta da percepção individual de cada criança.

A criança não deve ser ensinada a “limpar o prato”, mas também é importante observar o ritmo e os comportamentos à mesa, para diferenciar situações de distração, descanso e saciedade. Forçar a criança a comer, pode prejudicar sua habilidade em controlar o apetite e levar ao ganho de peso excessivo.

TEM QUE

LIMPAR O PRATO?

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• Relação dos pais/cuidadores com a própria alimentação. • Mau planejamento e inabilidade no preparo das refeições pelos adultos.

• Preferências alimentares da família.

• Falta de tempo do cuidador e ausência de rotina. • Oferta de comidas industrializadas e ultra processadas dentro de casa.

PRINCIPAIS BARREIRAS

PARA UMA ALIMENTAÇÃO

SAUDÁVEL

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Na família acontecem as primeiras relações e é por meio dela que inicialmente a criança se prepara para o contato com o mundo exterior.

Além dessa instância, de cuidado e proteção, também é importante a interação com outras crianças, parentes, amigos, além do convívio em outros ambientes para que a criança estabeleça relações positivas de convivência. Além dessas figuras, a rede socioassistencial, composta pela escola, serviços públicos, projetos e programas também compõe a rede de apoio e proteção da criança e é importante que a família invista na ampliação dessa rede de apoio.

34

REDE

DE APOIO

Para que você possa contribuir com o direito das crianças, é importante que você conheça para que servem alguns órgãos da rede socioassistencial e saiba como e quando acessá-los.

CRAS(Centro de Referência de Assistência Social) - É responsável por executar os serviços, programas e projetos sociais desenvolvidos pelo Governo Federal, Estadual e Municipal. Tem como objetivo prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social nos territórios por meio do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, além da ampliação e garantia do acesso aos direitos de cidadania. No CRAS, os cidadãos são orientados sobre os benefícios assistenciais (Bolsa Família, Renda Mínima, Renda Cidadã, BPC, Passe Livre, redução de tarifa da conta de luz, etc.) e fazem seu Cadastro Único (CadÚnico), que é o primeiro passo para a avaliação e eventual recebimento dos benefícios sociais.

Estando dentro dos critérios e de acordo com a renda declarada, algum tipo de benefício poderá ser gerado e a família receberá uma carta informando o tipo concedido. Para saber qual é o CRAS mais perto da sua casa, ligue para o telefone 156 ou acesse o site da prefeitura.

VOCÊ CONHECE A REDE

SOCIOASSISTENCIAL DA

CIDADE DE SÃO PAULO?

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CCA - Os Centros para Crianças e Adolescentes, conhecidos como CCA são contraturnos escolares, e oferecem atividades para crianças e adolescentes até 14 anos que contribuam para o desenvolvimento de sociabilidades e prevenção de situações de risco social.

Para saber sobre os CCAs próximos da sua casa, consulte o CRAS da sua região pelo telefone 156.

Conselho Tutelar - O conselho tutelar foi criado pelo ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente com a responsabilidade de garantir os direitos da população até 17 anos. O conselho atua diante de uma situação de ameaça ou violação de direitos com o objetivo de proteger a criança e o adolescente que está em situação de vulnerabilidade.

O conselho não atende diretamente as crianças, mas atua para que os órgãos responsáveis realizem o atendimento e façam cumprir o direito da criança. Para fazer uma denúncia ao conselho tutelar na cidade de São Paulo, ligue para o telefone 156 ou acesse https://www.prefeitura.sp.gov.br/ para

buscar o conselho tutelar mais próximo de você.

VOCÊ CONHECE A REDE

SOCIOASSISTENCIAL DA

CIDADE DE SÃO PAULO?

Escola - As escolas públicas são divididas entre CEI - Centro de Educação Infantil para crianças até 3 anos, EMEI - Escolas Municipais de Educação Infantil para crianças entre 4 e 5 anos, escolas de ensino básico para anos iniciais (1º ao 5º ano) e anos finais (6º ao 9º ano) e ensino médio. A criança que completa 4 anos de idade até o dia 31 de março , equivalente a entrada na EMEI, deve obrigatoriamente frequentar a escola no Brasil.

Em São Paulo é possível solicitar de forma online a vaga nos CEIs pelo portal da prefeitura.

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Poupatempo - Oferece em um mesmo local diversos serviços públicos de modo ágil e eficiente. Alguns dos serviços oferecidos são emissão de cédula de identidade, carteira profissional, carteira nacional de habilitação, licenciamento veicular, entre outros. Além de serviços presenciais, o poupatempo oferece também alguns serviços virtualmente. Para saber mais acesse:

https://www.poupatempo.sp.gov.br/

UBS(Unidade Básica de Saúde) - É considerada a porta de en-trada do cidadão no Sistema Único de Saúde (SUS). É na UBS que são realizados os atendimentos de baixa complexi-dade, consultas médicas com clínico geral, pequenas urgências, vacinas, etc.

Para consultar a UBS mais próxima da sua casa e os serviços oferecidos acesse: http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/

VOCÊ CONHECE A REDE

SOCIOASSISTENCIAL DA

CIDADE DE SÃO PAULO?

Esse material foi idealizado e produzido pela equipe do Instituto C para valorizar e incentivar o desenvolvimento

de cada uma de nossas crianças.

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Referências

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