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Recebido em 22/03/2017. Revisado em 02/06/2017. Aceito em 19/07/2017. Publicado em 30/07/2017. RASM, Alvorada, ano 7, n.1, p.108-123, Jan/Jun. 2017. ORGANIZACIONAIS BRASILEIROS

Alexandre Borba da Silveira1

RESUMO

O objetivo deste artigo é analisar as influências da Teoria Ator-Rede (TAR), desenvolvida pelo filósofo francês Bruno Latour, relacionando sua contribuição no contexto dos estudos organizacionais brasileiros. Entretanto, no Brasil, a propagação de tal abordagem teórica empírica ainda é recente. Assim, este estudo realizará uma revisão na literatura científica em Administração com objetivo de analisar os principais conceitos abordados nos estudos já existentes, apresentando um breve percurso histórico das recentes pesquisas bem como seus pressupostos teóricos, metodológicos e empíricos. Ao final, serão exploradas as principais implicações para o contexto organizacional brasileiro e, principalmente, as que reforçam e tentam compreender a importância dos conceitos básicos da TAR, colaborando para o campo científico da Administração contemporânea.

Palavras-Chave: Teoria Ator-Rede. Bruno Latour. Estudos

organizacionais. Metodologia de Pesquisa.

ABSTRACT

The purpose of this article is to analyze the influence of the Actor-Network Theory (ANT) developed by the French philosopher Bruno Latour, relating his contribution in the context of Brazilian organizational studies. However, in Brazil, a proposal for an empirical theoretical approach is still recent. This study will conduct a review of the scientific literature on administration, aiming to analyze the main concepts addressed in the studies, presenting a brief history of recent research and its theoretical, methodological and empirical assumptions. In the end it should be explored as the main implications for the Brazilian organizational context and especially for the reinforcement and attempt to evaluate the basic concepts of ART, collaborating in the scientific field of contemporary administration.

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RASM, Alvorada, ano 7, n.1, p.108-123, Jan./Jun. 2017. Keywords: Actor-Network Theory. Bruno Latour. Organizational

studies. Research Methodology.

1. INTRODUÇÃO

A Teoria Ator-Rede vem sendo pesquisada e analisada por diversas áreas científicas como a Psicologia, a Educação, a Biologia, a Comunicação, a Ciência da Informação, a Sociologia e a Administração (TONELLI, 2016).

Nos estudos organizacionais contemporâneos, a Teoria Ator-Rede (TAR) é amplamente utilizada em pesquisas relacionadas ao entendimento dos processos e estratégias interorganizacionais, do sistema de informação, da comunicação, de redes e de tecnologia (FORNAZIN e JOIA, 2015).

Além disso, existe um grande interesse científico em compreender este princípio de Bruno Latour (2012), sobre a Teoria Ator-Rede, levando a uma reflexão a respeito do relacionamento existente entre os diversos atores (humanos e não-humanos) os quais podem integrar, interagir, alterar e transgredir diferentes e variadas configurações dentro de uma rede de relacionamentos interorganizacionais e de sistemas sociais, com o objetivo de torná-los comuns ao seu meio.

A proposta de Latour é de reformular o debate sobre os estudos do “social” perante um fenômeno qualquer. O principal argumento está alicerçado pelo pilar de apresentar; do por que o social por si só não poder ser construído como uma espécie de fundamento principal para explicar ou assumir a tarefa de definir fenômenos, os quais podem estar imbricados por outras razões ou associações (LATOUR, 2012, p. 17).

Sendo assim, a explicação pode ser suportada mediante a associação de um social em rede. O autor faz uma reflexão em torno da construção de imagem de um social em rede, com vínculos entre diversos atores, mas descarta concepções de estruturas duras; propõe, então, um conceito de “sociologia das associações”, representado por pequenos fios que podem caracterizar vínculos entre os atores (humanos e não-humanos) de um fenômeno a ser analisado (CERRETTO et al., 2016; ALCADIPANI e TURETTA, 2009).

A partir deste ponto de vista, os atores envolvidos em um fenômeno realizam as associações que não necessariamente podem ser maiores ou menores do que os outros fatos relevantes, mas podem se valer das interações a fim de gerar novos comportamentos ou tendências em um grupo ou estrutura (LATOUR, 2012).

Partindo deste ponto, frente às novas situações e aos novos objetos que permeiam a vida cotidiana da sociedade, pode-se correr o risco de apenas repetir formatos, formados do mesmo repertório das forças de poder, dominação e legitimação, construídas e assumidas não

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só pelos elementos sociais, mas também econômicos.

Como consequência a esta dinâmica, complexa e abstrata, apresentada pela Teoria Ator-Rede, observa-se a instigante questão em analisar novas tendências de estudos, que se utilizam deste arcabouço teórico para melhor explicar suas propostas teóricas e fenômenos contemporâneos nos estudos organizacionais.

Portanto, o objetivo do artigo é analisar alguns conceitos, pressupostos e influências da teoria TAR relacionada às principais recentes contribuições nos estudos organizacionais brasileiros.

Inicialmente é apresentada uma revisão de literatura das principais bases teóricas propostas por Bruno Latour, as quais suportam a Teoria Ator-Rede, percorrendo seus métodos, fundamentos e pressupostos. Num segundo momento, faz-se uma associação dessas bases com os principais autores nacionais, os quais se utilizam desta base teórica nos seus estudos organizacionais brasileiros, para melhor explicar suas propostas teóricas empíricas. Ao final, são apresentadas as considerações finais e as principais implicações.

2. O QUE É A TEORIA ATOR-REDE?

A Teoria Ator-Rede surgiu dos estudos dos sociólogos franceses Bruno Latour, Michel Callon e John Law pertencentes ao centro de sociologia e inovação de Paris (CERRETTO et al., 2016). A base fundamental proposta pelos autores, em diversos estudos, centra-se na compreensão de como ocorrem as práticas cotidianas do indivíduo social que convive em redes e com objetos.

Um dos fundamentos da teoria afirma que a melhor forma de explicar o fenômeno dos actantes ou atores de uma rede está na sua interação e nos efeitos que podem gerar. O significado desta afirmação pode ser explicado como “uma forma de sugerir que a sociedade, as organizações, os agentes e as máquinas são todos efeitos gerados em redes de diversos (não somente humanos) materiais” (LAW, 1992, p.380).

Ocorre que a proposta sugerida pelo autor traz considerações acerca da estrutura da relação entre os humanos e não-humanos e suas mediações e interações. Latour complementa e aprofunda os conceitos de Law caracterizando os objetos como intermediários, pois assumem papéis de “mediadores” nas situações quando podem alterar e criar relações de forças gerando novos significados (ALCADIPANI e TURETTA, 2009).

Latour busca explicar uma visão bicameral entre os atores humanos e não- humanos, os quais podem ou não influenciar novas situações e associações dentro de uma sociedade contemporânea. Um dos principais argumentos da Teoria Ator-Rede está na relação que a “sociologia do social” não explica somente pela análise das coisas-em-si ou humanos-entre-eles, mas na associação entre os diversos atores que vivem em uma rede podendo ser melhor explicados pela

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“sociologia das associações” (LATOUR, 2012; LAW, 1992).

“Se você puder, com a maior tranquilidade, sustentar que pregar um prego com ou sem um martelo, ferver água com ou sem uma panela, transportar comida com ou sem um cesto, andar na rua com ou sem roupas, zapear a televisão com ou sem o controle remoto, parar um carro com ou sem o freio, fazer um inventário com ou sem uma lista, administrar uma empresa com ou sem a contabilidade são exatamente as mesmas atividades, que a introdução desses implementos comuns não muda nada “de importante” na realização das tarefas, então você está pronto para visitar a Terra Longínqua do Social e desaparecer daqui. Para todos os outros membros da sociedade esses implementos fazem muita diferença e são, pois, segundo nossa definição, atores ou, mais exatamente, partícipes no curso da ação que aguarda figuração” (LATOUR, 2012 p. 108).

O contexto de sociologia proposto por Latour contempla os objetos ou não-humanos podendo, por vezes, assumir um comportamento de “intermediários”, ou seja, mediadores eventualmente atuantes mais significativamente do que os próprios humanos. Nesse sentido, os não-humanos tem uma capacidade de agir e interferir, no curso geral dos acontecimentos (CERRETTO et al., 2016).

O autor não nega a ação dos humanos, no entanto ele reforça que os atores sociais não podem ser localizados somente em um elemento único, mas podem ser caracterizados por uma rede padronizada com relações ou efeitos heterogêneos. O fundamento proposto está embasado no pensar, no agir, no escrever, no caminhar, no trabalhar, no navegar na internet, no fazer investimentos, no ganhar dinheiro, ou seja, em todos os atributos que simplesmente aceitamos como papel dos seres humanos, podendo ser gerados em redes e caracterizados ou significados por ambos os elementos. Assim, no Termo Ator-Rede, um ator é também uma rede (LATOUR, 2012 e LAW, 1992).

Neste sentido, a definição de uma rede está na sua composição, na qual actantes, mesmo sem uma hierarquia estruturada e definida, podem se conectar e gerar associações. O conceito de rede é dinâmico, pois a composição de atores humanos e não-humanos produz associações. Assim, a falta de um único elemento ou ator pode ocasionar um colapso em toda rede. Nas palavras de Latour (1999, p.346) “a palavra ator se limita a humanos, utilizamos muitas vezes actant (actante), termo tomado à semiótica para incluir não-humanos na definição”.

Na estrutura da teoria o Termo Ator-Rede é caracterizado pela vinculação entre os actantes e a rede, pois não é aceita a existência do ator fora de uma rede. Nesta visão, existe uma ligação direta onde todos estão imbricados em redes que podem gerar uma identidade ou função para os atores através de motivações, funções ou recursos

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(TONELLI et al., 2011).

Portanto, não existe, na concepção da teoria, ator fora da rede, pois os elementos são agentes atuantes mesmo os não-humanos, interagindo com o meio ou com os humanos, inspirando e gerando novos comportamentos e associações.

Além dos fundamentos básicos da Teoria Ator-Rede, é necessário analisar os demais pressupostos que a compõe como sua estrutura relacional, sua simetria, sua translação e sua dinâmica híbrida, caracterizando-a e reforçando a teoria.

2.1 Estrutura relacional

A estrutura da Teoria Ator-Rede permite ao pesquisador uma visão relacional do mundo, a partir de uma pesquisa organizada em diferentes formas, além de estar empiricamente realista de acordo, não se deparando com muitas barreiras e dificuldade em produzir e descrever os processos e associações entre os actantes humanos e não-humanos (LATOUR, 2005).

Quando se denomina a TAR (Teoria Ator-Rede) como um método de pesquisa, não se pode caracterizá-la como uma estrutura fechada de análise que tem um foco único nos elementos observados em campo empírico (CAMILLIS et al., 2013).

Nesse sentido, afirmar que a Teoria Ator-Rede é ontologicamente relativista está associado a analisar o campo em diversas formas e considerar os aspectos dos intermediários na ação, estabelecendo um vínculo direto entre o desempenho prático e real nos acontecimentos e fatos.

Portanto, fica difícil definir quem impacta em quê e no quê; se são as pessoas (humanos) ou os elementos que os rodeiam (não-humanos) os geradores de relações e acontecimentos entre ambos e em torno de ambos. A confirmação está em “a presença do social precisa ser demonstrada recorrentemente” (LATOUR, 2005, P.53). Contudo, a ontologia relacionada por objetos (não-humanos) está diretamente ligada ao comportamento das pessoas (humanos), ou seja, se não existe relação, não existe ator, portanto nenhuma rede. O actante ou agente descrito pela Teoria Ator-Rede, também analisado na metodologia de pesquisa, é aquele que altera, transforma, cria conflitos e problemas gerando diferenças e produzindo novas relações e ou associações (LATOUR, 2012).

Desta forma, se assume uma inter-relação entre humanos e não-humanos, configurando um caráter coletivo, trazendo para o social uma simetria ou dinâmica. Os mediadores (não-humanos), mesmo permanecendo silenciosos, são considerados e reconhecidos em muitas das análises como intermediários na ação, ou seja, “o que entra neles nunca define exatamente o que sai” (LATOUR, 2005, p.65).

Nessa linha de raciocínio, Camillis et al. (2013), Tonelli (2016), Alcadipani e Tureta (2009) recomendam, aos pesquisadores

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brasileiros, verificar as relações rotineiras e cotidianas entre os diversos elementos, os quais podem estar diretamente ligados à estrutura desempenhada na ação ou rotina. Os autores ainda reforçam que a estrutura relacional da Teoria Ator-Rede implica criar e fazer pesquisas qualitativas, com caráter de melhor contribuir na compreensão dos papéis e desempenhos dos humanos e não-humanos nas abordagens empíricas e in loco.

Dois questionamentos ainda se fazem presentes: a) será que o papel dos humanos e não-humanos tem alguma simetria nas ações? b) as pesquisas que se utilizam da Teoria Ator-Rede encontram alguma simetria entre os papéis dos humanos e não-humanos?

2.2 Simetria

As proposições de Latour trazem à reflexão as funções e relações existentes em uma rede na qual há uma união entre os humanos e os objetos (não-humanos). Na Teoria Ator-Rede, o elemento não-humano não é subordinado aos humanos sendo este um ator semelhante na ação. A sociedade de humanos será substituída por Latour como a sociedade do coletivo, composta por seres humanos e não-humanos (LATOUR, 2012).

Seguindo esta lógica, Tonelli (2016) afirma que existe uma simetria entre os agentes humanos e não-humanos, e os pesquisadores sociais que ignoram este fato importante estão negando os papéis dos actantes, podendo alterar e retratar melhor os acontecimentos a partir de análises acerca da realidade do cotidiano.

A sociedade de Latour é composta por sujeitos e objetos nunca dissociados. O conjunto o qual caracteriza essa afirmação pode ser exemplificado da seguinte maneira: um condutor de motocicleta que realiza seu trabalho como motoboy não o realiza se não possuir uma moto; ele precisa estar atento aos equipamentos necessários para realizar sua atividade cotidiana tais como capacete, luvas, roupas adequadas, baú para levar materiais. Além disso, necessita de um roteiro, aplicativo de mapas, estradas, posto de gasolina, oficinas, normas para condução, placas de limites de velocidade, sinaleiras entre outros.

Na maioria das situações, não há uma reflexão a respeito da existência de um elemento sem o outro para a atuação da atividade cotidiana e da formação de uma rede como um funcionamento de uma máquina única, onde actantes humanos e não-humanos se tornam simétricos para sua realização.

Essa reflexão provoca uma nova configuração da necessidade em definir a relação entre os elementos humanos e não-humanos. Analisar e seguir os atores na visão de Latour (2005, p. 12), é importante, “por que indica que o cientista social precisa acompanhar de perto todas as relações ações e práticas dos actantes envolvidos e quais as associações estabelecidas”.

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Apesar de todas essas afirmações sobre simetria entre os elementos da Teoria Ator-Rede, Latour (2005, p.76) considera que a “TAR não é, repito, o estabelecimento de uma absurda simetria entre os humanos e não-humanos”. O autor pondera sobre a heterogeneidade das relações, as quais podem descentralizar a análise sociológica dos elementos ou atores envolvidos.

Portanto, a ciência de Latour é caracterizada sobre a prática das relações e não sobre a ideia de relação. A associação é plena e formada por conjunto de redes reais onde um elemento impacta e interage com o outro nos acontecimentos do cotidiano social.

Todas estas afirmações contribuem para a reflexão sobre como são realizadas as pesquisas das ciências sociais atualmente e como a TAR critica tais dicotomias entre ciências naturais e humanas, estabelecendo uma orientação relacional entre elementos humanos e objetos não-humanos. Para melhor entender esses processos propostos pela Teoria Ator-Rede é necessário entender como se traduzem tais relações e como o conceito de translação pode auxiliar nesse entendimento.

2.3 Translação

Latour transcreve que cada entidade humana e não-humana traz para um acontecimento sua característica primordial, definida pela sua imbricação em uma rede translacional (TONELLI et al., 2011).

A translação ocorre quando os pesquisadores das ciências sociais necessitam traduzir como os acontecimentos e fatos são produzidos, entre os atores humanos e não-humanos, isto é, “a tradução é operacionalizada em quatro momentos: problematização, interessamento, engajamento e mobilização” (FORNAZIN E JOIA, 2015, p. 4).

Os quatro momentos são definidos na construção da pesquisa e precisam ser acompanhados durante o processo de análise para que o pesquisador possa transcrever, de forma mais clara possível, os acontecimentos e fatos ocorridos durante a ação entre os atores envolvidos no estudo.

Dessa maneira, traduzir ou transladar implica analisar e transformar uma situação ou acontecimento de forma a ser representada por outra. Latour (2012) e Law (2004) afirmam em seus estudos que o pesquisador necessita ter muita humildade em ouvir para perceber o que está acontecendo, assim como traduzir os fatos e situações imbricados numa dinâmica social composta por um ator que representa uma rede de associações.

Portanto, o pesquisador que se utiliza da Teoria Ator-Rede necessita traduzir os acontecimentos através das repostas e reações das relações entre os humanos e não-humanos. A translação será “mais efetiva se ela antecipa as repostas e reações dos materiais a serem traduzidos” (LAW, 2004, p.9).

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Em outras palavras, a tradução da TAR está ligada diretamente aos processos de negociação, representação, mobilização e deslocamento entre os elementos, entidades, lugares e atores participantes da rede (TELES e JOIA, 2012). Esses processos estão interligados e envolvem uma redefinição dos fenômenos, podendo agir de acordo ou diretamente proporcional aos requisitos da rede frequentemente favorecidos pelos elementos de uma dinâmica heterogênea que suportam e consolidam a rede em si (LATOUR, 2012). A translação definida por Latour (2005) analisa a formação, o estabelecimento, a associação e os resultados dos relacionamentos entre os atores-rede (humanos e não-humanos) com o objetivo de verificar e transcrever as ações geradas e impostas através de seus interesses, podendo manifestar-se de forma imperativa, em busca de seus objetivos, numa dinâmica heterogênea.

Nesse sentido, não existe um poder de ordenação na tradução, mas uma dinâmica na qual os elementos podem evoluir em toda e qualquer direção a fim de explicar um fenômeno cotidiano, o qual entende-se por produto ou efeito de uma relação estável entre estes elementos humanos e não-humanos dentro de uma rede.

A Teoria Ator-Rede ajuda a explicar e contribui para a compreensão dos processos que envolvem a formação de relacionamentos – as redes. A teoria se consolida quando, por meio de associações e inscrições, auxilia na tradução e entendimento de como certos artefatos técnicos podem garantir ou suportar os interesses de um ator humano (FORNAZIN e JOIA, 2015).

Desse modo, translação significa, para Latour (2012), deslocar os objetivos, interesses e dispositivos que envolvem o cotidiano dos seres humanos. Assim sendo, “transladar interesses significa, ao mesmo tempo, oferecer novas interpretações desses interesses e canalizar as pessoas para direções diferentes [...] os resultados de tais translações são um movimento lento de um lugar para outro” (LATOUR, 2005, p. 194).

Os Atores-Rede modificam e deslocam seus diversos interesses, mas a translação resulta na interpretação do pesquisador em compreender os contraditórios interesses de forma a produzir algo para engajar outras pessoas a compreender ou fazer parte desta interpretação da caixa-preta, envolvendo uma associação ou dinâmica híbrida.

Embora o conceito de translação seja mais amplo e auxilie na compreensão e análise dos acontecimentos e associações propostos pela TAR, é necessário o entendimento dessa dinâmica híbrida a qual pode impactar nos processos, relações e associações propostas pela Teoria Ator-Rede (TAR).

2.4 Dinâmica híbrida

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entendimento dos seres humanos e não-humanos versus sua natureza, diferença, cultura e ação dentro de uma rede. Na visão do autor, a Teoria Ator-Rede avulta uma democracia estendida às coisas, objetos que impactam ou interagem como mediadores na ação social (LATOUR, 1994).

Os modernos são definidos como diferentes dos pré-modernos, pois têm uma dinâmica de associação ou híbrida, representada por um novo movimento, que às vezes separa ou apresenta melhor os fenômenos dos grupos, perante novos dispositivos ou equipamentos no cotidiano contemporâneo (LATOUR, 1994).

Essa lógica contemporânea pode explicar melhor a dinâmica híbrida, devido aos acontecimentos fabricados pelo social ou pela tecnologia do social. Esses acontecimentos ocorrem através de novas propriedades, relações, agrupamentos, competências, dispositivos carregados de inovação, que modificam e transformam a dinâmica envolvida entre os humanos e não-humanos (LATOUR, 1994).

Além dessa característica, Law (1992) reforça a existência de uma mecânica de poder entre os atores e coletividade, a qual procuram frequentemente coordenar os elementos, entidades, objetos naturais que podem ou não resistir a certa tentativa ou experiência.

No entanto, a dinâmica é convergente aos elementos humanos e não-humanos e está presente no processo imbricado na proposta da Teoria Ator-Rede. O conceito é mais amplo que a sociedade e pode explicar melhor a coletividade, pois enfatiza e caracteriza de forma mais precisa a relação e associação entre os humanos e não-humanos (TONELLI, 2016).

Portanto, pode existir convergência e interligação entre os elementos para melhor explicar os acontecimentos e fenômenos, ou seja, “um intercâmbio de propriedades humanas e não-humanas no seio de uma corporação ou ação” (LATOUR, 2000, p.222).

A construção desse intercâmbio acontece a partir de processos de simetria e depois de translação, resultando em uma dinâmica híbrida onde o elemento humano recebe ou suporta ações do elemento não-humano na geração de um novo acontecimento ou fenômeno (LATOUR, 1994). A partir desta perspectiva apresentada pela TAR, todos os artefatos são híbridos e recebem ao mesmo tempo uma visão subjetiva e objetiva dentro de uma pesquisa, tornando-se praticamente impossível separar uma entidade de outra (TONELLI et al., 2011).

As entidades, artefatos ou Atores-Rede podem se manifestar ao mesmo tempo de diversas maneiras. A principal diferença relevante acontece entre o que existe e o que é criado, mas pode transformar as conexões entre ambos pelo lado de dentro ou de fora, dependendo muito das articulações e intercâmbios existentes dentro da dinâmica (ALCADIPANI e TURETTA, 2009).

Contudo, Latour (2012) argumenta que tal dinâmica híbrida acontece, mas depende da multiplicação de ligações existentes com o lado de fora dos acontecimentos passiveis de transformação para o

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lado de dentro da associação. Em outras palavras, a abordagem de dinâmica híbrida não deve ser levada como fator primordial para a compreensão da Teoria Ator-Rede, mas deve ser complementar, visando o entendimento dos seus significados relacionais e de associação entre os elementos humanos e não-humanos dentro de um acontecimento social ou organizacional (CAMILLIS et al., 2013).

Dessa forma, com o objetivo de elucidar e revelar o uso e a influência da Teoria Ator-Rede (TAR) pelos pesquisadores brasileiros, serão apresentados 13 estudos recentes que a utilizaram como base teórica, método ou como lente de análise na realização, discussões e conclusões de suas pesquisas.

3. REVISÃO DOS ESTUDOS BRASILEIROS QUE UTILIZARAM A TAR

Incentivada pelos desafios propostos por Latour (2005, p.53) que propõe “a presença do social precisa ser demonstrada recorrentemente no nosso cotidiano” essa pesquisa partiu de uma revisão teórica, embrenhando-se em autores da literatura nacional que utilizaram a TAR (Teoria Ator-Rede) em suas pesquisas recentes.

O levantamento inicial foi realizado a partir do banco de dados da Capes, onde se identificou, a partir das palavras-chave “ator, rede, ator-rede” mais de 200 trabalhos entre artigos, dissertações e teses, oriundos de diversos campos do conhecimento (administração, ciências sociais, ciências computacionais, comunicação, psicologia, sociologia e entre outros). Em uma segunda etapa, o filtro foi buscar somente estudos realizados na área de negócios e estudos organizacionais, os quais se utilizaram da TAR como teoria de base ou método em suas pesquisas empíricas recentes. Um dos pré-requisitos da pesquisa foi encontrar somente artigos recentes de no máximo 10 anos e que consideraram em seus estudos as dimensões Ator-Rede para explicar ou propor novas teorias ou pressupostos aos estudos organizacionais brasileiros.

Foram identificados 13 estudos restantes empregando o termo “ator”, “rede” e “Latour”, aos quais seus achados permitem novas discussões e reflexões sobre o uso da TAR como base teórica ou como método de investigação nos estudos organizacionais brasileiros.

Embora a TAR tenha sido elaborada para o entendimento das relações e associações dos seres humanos com os artefatos não-humanos e, principalmente, para explicar os fatos e fenômenos recentes relacionados aos estudos da ciência e da tecnologia, diversos campos do conhecimento nos estudos organizacionais a utilizam buscando estabelecer novas produções científicas (TONELLI, 2016).

Nesta revisão de literatura, foram encontrados cinco estudos que utilizaram a Teoria Ator-Rede como base para as análises de ciência e tecnologia; três estudos sobre processos organizacionais; dois com o objetivo de proposições teóricas; e outros três divididos nos temas

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empreendedorismo, gestão de políticas públicas e para implementação de uma unidade de serviços.

Como já mencionado anteriormente, a Teoria Ator-Rede vem inspirando alguns pesquisadores brasileiros desde o início dos anos 2000, com maior intensidade a partir de 2010. As pesquisas têm explorado diversas conjunturas entre eles, Gestão de Políticas Públicas (ANDRADE, 2006), Estudos Críticos e Teóricos em Administração (ALCADIPANI e TURETTA, 2009; CAMILLIS et al., 2013), Inclusão Digital (LEMOS, 2010; TELES e JOIA, 2012), Empreendedorismo (TONELLI et al., 2011), Sistemas e Processos Organizacionais (ALCADIPANI e CAVALCANTI, 2013; CAMILLIS et al., 2015; TONELLI, 2016), Implementação de uma Unidade de Serviço Compartilhado (CERETTO et al.,2016), Ciência e Tecnologia (FORNAZIN e JOIA, 2015; GIGLIO e NETO, 2016; TONELLI, 2016).

Andrade (2006) apresenta em seu estudo uma abordagem de redes onde, a partir de uma ótica de relações múltiplas de atores, tenta explicar, no contexto da gestão pública brasileira, os processos e organizações das políticas públicas e dos diversos agentes que trabalham na erradicação do trabalho infantil no país. A Teoria Ator-Rede foi cunhada como base teórica e metodológica na pesquisa empírica suportada por uma articulação e ordenação de uma rede de atores, podendo narrar as conectividades entre a administração pública, as políticas públicas e as relações coletivas entre os indivíduos, normas e processos que traduzem o fenômeno.

Os achados facilitaram o entendimento desta produção e a teoria auxiliou a compreender os papéis, as ações e as relações entre os atores atuantes em diferentes formas, escalas e interesses. A análise dos conteúdos, normas e leis dentro do processo investigaram a translação dos Atores-Rede e auxiliaram a entender a associação existente entre estes no combate ao trabalho infantil.

Nos estudos de Alcadipani e Turetta (2009) e Camillis et al. (2013) existe uma abordagem de verificar, dentro dos estudos críticos da Administração, a contribuição existente da Teoria Ator-Rede para com as teorias organizacionais brasileiras. Alcadipani e Turetta (2009) recomendam que a TAR pode explicar os movimentos de associações podendo a organização ser gerida pelo meio e não pelo fim, ou seja, algumas ideias e proposições podem ser relevantes na explicação das práticas ou ações realizadas e que se tornam objetos de dominação, exploração, imperialismo, dentro de um contexto ou mercado.

No entanto, Camillis et. al. (2013) avaliam na sua discussão, que a TAR preconiza o estabelecimento de ligações diretamente próximas entre os elementos. A ideia das autoras foi provocar uma discussão de como os elementos humanos e não-humanos são vistos e como podem interagir, integrar e provocar problemas, perturbações, mudanças e contribuições dentro de um processo. Os elementos não-humanos estudados (projetor de cinema e máquina de bordado) geraram situações mutantes no decorrer das ações e estimularam novas movimentações, sentimentos e ocorrências durante os processos.

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No campo da inclusão digital, Lemos (2010) e Teles e Joia (2012) utilizam-se da TAR para compreender a trajetória dos Atores-Rede dentro de um processo de translação dos agentes inseridos na ação. Os pesquisadores descrevem projetos de mídia de geolocalização (LEMOS, 2010) e inclusão digital na cidade de Piraí (TELES e JOIA, 2012). Em ambos os estudos a teoria embasou os achados empíricos, proporcionando um melhor entendimento de como os elementos são imbricados dentro da rede e de como se ajustam em um modelo de associação.

Tonelli et al. (2011) exploraram a simetria existente entre as perspectivas subjetivistas e objetivas, analisando o empreendedorismo na ótica da Teoria Ator-Rede. Os autores desenvolveram um modelo teórico suportado pela TAR que tenta explicar o caráter subjetivo do indivíduo e objetivo das normas dos elementos não-humanos, explicando melhor a dinâmica de um empreendimento. Na proposta de Tonelli et al. (2011), a TAR pode explicar o empreendedorismo a partir das relações e dos movimentos indissociáveis, simétricos e com foco nas redes sociotécnicas, os quais ocorrem entre os humanos e não-humanos.

Nos Sistemas e processos organizacionais (ALCADIPANI e CAVALCANTI, 2013; CAMILLIS et al., 2016; TONELLI, 2016), investigaram, através da TAR, como os processos organizacionais estão acontecendo e como os seus objetos de estudo tornam-se transladados através das inter-relações existentes, retratando as associações e relações entre os elementos.

Os autores, em seus estudos, reforçam o fato de não estabelecer somente o elemento humano ou social como foco nos processos ou sistemas organizacionais, mas associar os estudos às materialidades que constituem sua realidade dentro de um cotidiano. O processo de translação entre o elemento “homem” versus “máquina” produz e realiza ações por meio de atributos relacionando-se e associando-se aos demais objetos organizacionais de formas similares.

Cerretto e Domenico (2016) utilizam a Teoria Ator-Rede para explicar, de forma empírica, a implementação de uma unidade de serviço compartilhado. O estudo analisou, a partir de uma observação participante, como a ação entre os agentes humanos e não-humanos pode impactar no processo de mudança em uma unidade nova, na qual os não-humanos têm a capacidade de agir e interferir no curso da inovação dentro dos acontecimentos.

A TAR serve também em diversos estudos da ciência e tecnologia. Nesta linha, Fornazin e Joia (2015) realizam uma ampla revisão de diversos estudos nacionais que se utilizam da teoria para explicar tais fenômenos. Além dessa proposta, Giglio e Neto (2016) analisaram o paradigma da sociedade em rede traduzindo-se através das relações e interações entre os elementos humanos e equipamentos modernos com acesso a conteúdo informacionais. Por último, Tonelli (2016) apresenta uma reflexão das origens da TAR nos estudos da ciência e tecnologia, bem como questiona a forma de explicar, a partir

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de uma teia sem costuras, a construção do social real através de agentes de mudança híbridos, simétricos e influenciados por ações externas e internas ao meio digital.

Nesse sentido, percebe-se que os estudos os quais se utilizam da TAR são interpretativistas, relativistas e críticos perante o acontecimento ou fato cotidiano. As abordagens analisadas têm um aspecto de transladar os acontecimentos, identificar a simetria entre os elementos, explicar a dinâmica híbrida entre os agentes e apresentar as diferenças e críticas que descrevem a ação dos Atores-Rede. Desse modo, as pesquisas revisadas suportadas pela Teoria Ator-Rede tentam relatar uma realidade capaz de transpor os achados a uma lente de reflexão crítica a ser analisada pelos leitores e pesquisadores.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse estudo realizou uma revisão na literatura de pesquisas organizacionais que se utilizaram da Teoria Ator-Rede para compreender e buscar novas perspectivas no cenário nacional. A partir de abordagens anteriores, as pesquisas em Administração, no Brasil, têm se debruçado sobre casos empíricos para produção de contribuições teóricas dentro da área, inspiradas pela TAR.

Alguns exemplos relatados são os conceitos de compreensão de políticas públicas (ANDRADE, 2006); as perspectivas subjetivistas e objetivistas no desenvolvimento de um modelo para explicar o empreendedorismo (TONELLI et al., 2011); as redes dinâmicas e híbridas buscando explicar a inclusão digital (TELES e JOIA, 2012); bem como revisões de modelos teóricos ou de utilização como método de pesquisa (FORNAZIN e JOIA, 2015; CAMILLIS et al., 2013).

Nesse sentido, a associação da TAR aos estudos organizacionais brasileiros é válida para um entendimento mais aprofundado da perspectiva crítico-interpretativista, pois reúne uma teia heterogênea dos elementos existentes na associação entre indivíduos humanos e objetos não-humanos.

Nas palavras de Latour (1994, p. 27) “os não-humanos deixam de ser meros intermediários para se tornarem mediadores da ação e adquirem essa característica devido sua agência”. Reforçando o conceito, Law (2004, p.1) afirma que “os não-humanos tal como os humanos podem agir e a agência não diz respeito necessariamente às pessoas”.

Portanto, a defesa proposta neste artigo é a de informar que a Teoria Ator-Rede é adequada para analisar novos fenômenos sociais e organizacionais construídos e gerados pelos seres humanos, mas que não dependem somente da ação deste agente, porém da relação deste com os objetos ou dispositivos produzidos e, ao mesmo tempo, desenvolvem novas realidades dentro de um cotidiano.

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estudos e estabelecer novos caminhos para explicar e elucidar a teoria e pesquisas empíricas no Brasil. Nas palavras de Camillis et al.(2016, p.18) “gostaríamos que a nossa discussão provocasse o olhar para que os elementos humanos e não-humanos fossem vistos não de forma separada e dicotomizada e sim através de sua aproximação e relação”. Espera-se, assim, que a TAR continue inspirando e gerando novos estudos no país no intuito de enfatizar a importância de estudos contemporâneos relacionados a problemas e realidades atuais, buscando implicações que agreguem novos caminhos no cenário dos estudos organizacionais brasileiros.

REFERÊNCIAS

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CAMILLIS, Patricia K ; Bussular, Camilla Z.; Antonello, Claudia S .A agência a partir da Teoria Ator-Rede: reflexões e contribuições para as pesquisas em administração.O&S Revista UFBA - Salvador, v. 23, n. 76, p. 073-091, Jan./Mar. 2016.

CERRETTO, C.; Domenico, Silvia M. R.i Mudança e Teoria Ator-Rede : Humanos e Não-humanos em Controvérsias na Implementação de um Centro de Serviços Compartilhados Cadernos Ebape.BR, v. 14, nº 1, Artigo 5, Rio de Janeiro, Jan./Mar. 2016.

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