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UNIDADE XIV – PRESCRIÇÃO

VALDINEI CORDEIRO COIMBRA

Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF

Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium

Coordenador do www.conteudojuridico.com.br

Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal

Ex-analista judiciário do TJDF

Ex-agente de polícia civil do DF

Ex-agente penitenciário do DF

Ex-policial militar do DF

vcoimbr@yahoo.com.br

Prescrição

Conceito: é a perda da pretensão punitiva ou executória do Estado pelo

decurso do tempo sem o seu exercício (Damásio).

Natureza Jurídica: a prescrição é um instituto de Direito Penal, elencada pelo

CP como causa de extinção da punibilidade (art. 107, IV). Embora leve também a

extinção do processo, esta é mera conseqüência da perda do direito de punir, em razão

do qual se instaurou a relação processual.

Fundamentos:

 Inconveniência da aplicação da pena muito tempo após a prática da

infração penal;

 Combate à ineficiência: o Estado deve ser compelido a agir dentro de

prazos determinados.

Diferença entre prescrição e decadência:

 Prescrição atinge o direito de punir do Estado (direito material),

impossibilitando o ajuizamento da ação penal, enquanto a decadência

atinge o direito de ação e, após, como conseqüência, atinge o direito de

punir do Estado;

 Os prazos prescricionais são mais dilatados (3 a 20 anos), enquanto que

a decadência, em regra, é de 6 meses e tende a ocorrer primeiro do que a

prescrição, entretanto, é possível que a prescrição venha a ocorrer

primeiro ex.: um crime de injúria (art. 140 do CP, pena máxima de 6

meses de detenção, prescrição em 2 anos) praticado contra um

adolescente de 15 anos, do qual somente os pais poderiam promover a

queixa-crime ou o adolescente após completar 18 anos, ocasião em que

já estaria prescrito o delito.

 A prescrição pode ocorrer antes ou depois do trânsito em julgado,

enquanto a decadência só pode ocorrer antes do trânsito em julgado (na

verdade, somente antes do ajuizamento da ação privada ou condicionada

a representação);

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 A prescrição, ressalvada às exceções constitucionais, ocorre em todos os

crimes independentemente do tipo de ação penal, enquanto a decadência

só ocorre nos crimes de ação penal privada ou pública condicionada à

representação;

Crimes imprescritíveis: os crimes de racismo (Lei 7.716/89 e CF art. 5º inc.

XLII da CF) e as ações de grupos armados, civis ou militares contra a ordem

constitucional e o Estado de Democrático, definidas como crimes (Lei 7.170/83 - Lei de

Segurança Nacional e CF, art. 5º, inc. XLIV).

Os crimes de guerra, julgados perante o Tribunal Penal Internacional

(justiça subsidiária), também são imprescritíveis, visto que o Estatuto de Roma, no

seu art. 29 (ratificado pelo Brasil através do Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de

2002), prevê que os crimes de competência do Tribunal Penal Internacional não

prescrevem (crime de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e

crime de agressão)

Obs.: o STF, recentemente julgou Hábeas Corpus nº 82.424/RS, referente a

crime de racismo e anti-semitismo, entendendo que escrever, editar, divulgar e

comerciar livros fazendo apologia de idéias preconceituosas e discriminatórias contra a

comunidade judaica, constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de

inafiançabilidade e imprescritibilidade.

Atenção: o crime de tortura, o terrorismo e o trafico de drogas, bem como os

crimes hediondos não são imprescritíveis.

Cálculo do prazo prescricional (art. 109)

PENA MÁXIMA PRAZO PRESCRICIONAL

Inferior a 1 ano

03 anos (+ 1/3 se reincidente P.Exec.)

De 01 a 02 anos

04 anos

Acima de 02 a 04 anos

08 anos

Acima de 04 a 08 anos

12 anos

Acima de 08 a 12 anos

16 anos

Acima

de

12

anos

20

anos

Pena de Morte no CPM 30 anos

Contravenção: a LCP foi omissa em relação à prescrição, vindo a

jurisprudência a firmar entendimento pela aplicação do menor prazo prescricional do

CP para as contravenções penais, aplicando a regra do art. 12 do CP, ou seja, restou

pacificado que a prescrição da reincidência seria de 2 anos. Ocorre que a Lei n°

12.234/2010, alterou o menor prazo prescricional no art. 109 do CP, para 03 anos,

motivo pelo qual, este deverá ser o novo prazo para as contravenções penais.

A lei de Drogas, n° 11.343/2006, prevê (art. 30) a prescrição de 2 anos para

o crime de porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 e § 1°, da referida

Lei.

O prazo prescricional conta-se pela metade, se o réu for menor de 21 anos

na data do fato ou maior de 70 anos por ocasião da sentença (art. 115, CP).

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O reconhecimento de agravantes e atenuantes genéricas descritas nos arts.

61, 62 e 65 do CP não são considerados para fins de prescrição, portanto não alteram

os prazos prescricionais.

As causas de aumento e de diminuição de pena devem ser consideradas na

análise de prazo prescricional, pois alteram a pena em patamares fixos (1/6, 1/3, 2/3

etc.), podem fazer com que a pena máxima sofra alteração. No caso das causas de

aumento, utiliza-se a causa que mais aumente e no caso da diminuição de pena,

utiliza-se a causa que menos diminua, ou seja, leva-se em consideração a pior

hipótese de pena possível a ser aplicada.

Espécies:

Se a prescrição ocorrer antes do transito em julgado, denomina-se

prescrição da pretensão punitiva (art. 109 e no art. 110, § 1º prescrição intercorrente

e retroativa), se após o transito em julgado, será prescrição da pretensão executória

(art. 110 caput).

Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita (ou prescrição pela

pena abstrata): o reconhecimento dessa forma de prescrição impede o inicio (rejeição

da denúncia ou queixa) ou interrompe a ação penal que está em andamento. Somente

ocorre antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, de tal forma que o

art. 61 do CPP, estabelece que esta - a prescrição - pode ser decretada em qualquer

momento, antes ou durante a ação penal, de ofício ou mediante requerimento de

qualquer das partes. Assim o juiz não julga o mérito da ação, apenas decreta a

extinção da punibilidade pela prescrição.

Efeitos: a) impede o início (arquivamento de inquérito policial) ou interrompe

a persecução penal em juízo; b) afasta todos os efeitos, principais e secundários,

penais e extrapenais, da condenação; c) a condenação não pode constar da folha de

antecedentes, exceto quando requisitada por juiz criminal (RTJ, 101/745).

Inicio do prazo da prescrição punitiva (art. 111 do CP)

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,

começa a correr:

I - do dia em que o crime se consumou: o código adotou a teoria do

resultado, embora o art. 4º considere que o crime é praticado no momento

da ação ou omissão, ainda que outro seja o resultado (teoria da

atividade).

II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;

III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;

crime permanente é aquele cujo momento se prolonga no tempo (ex.:

seqüestro)

IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento

do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido (do delegado

de polícia, juiz ou promotor).

Atenção: No crime continuado a prescrição incide isoladamente sobre

cada um dos crimes componentes da cadeia de continuidade delitiva (art. 119 do CP),

como se não houvesse concurso de crimes. Igualmente ocorre com os casos de

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STF: SÚMULA Nº 497 - Quando se tratar de crime continuado, a

prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo

decorrente da continuação

1

.

Obs.: conta-se o prazo prescricional pela regra do art. 10 do CP, ou seja,

computa-se o dia do começo, contando os meses e anos pelo calendário comum (não

leva em consideração se o ano é bissexto ou se é de 365 dias, se a contagem de um

ano iniciou-se no dia 05.05.2003, o último dia será em 04.05.2004).

Subespécies de prescrição da pretensão punitiva (PPP):

a) Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita: Começa a correr da

consumação do crime até o recebimento da denúncia ou da queixa, ou a partir

deste momento até a sentença. O prazo dessa prescrição regula-se pela pena

em abstrato, ou seja, pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao

crime (pena abstrata). Leva-se em conta as causas de aumento e diminuição

de pena, devendo ser analisada a causa que mais aumente ou a causa que

menos diminua, para poder achar a pena máxima possível para delito sub

examinem.

|  PPPPD  | 

PPPPD

|

|---|---|---

Data do fato Rec. Denúncia Sentença

b) Prescrição da pretensão punitiva intercorrente ou superveniente à

sentença condenatória (art. 110, §1º do CP): calculada com base na pena

efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória e aplicável sempre após

a condenação da primeira instância (ou primeira condenação nos casos de

crimes julgados originariamente nos Tribunais). É regulada pela pena

concretamente fixada na sentença quando esta transitar em julgado para a

acusação ou quando seu recurso for improvido, ou se provido não ensejar o

aumento de pena. Leva-se em conta o período entre a data da publicação da

sentença ou acórdão condenatório e a decisão de 2ª instância (acórdão).

Como se reconhece:

b1) se a condenação tiver transitado em julgado para a acusação, o tribunal,

antes de examinar o mérito do recurso da defesa, irá analisar se a pena fixada,

com transito em julgado para a acusação foi atingida com o prazo prescricional

1

STF - HC N. 70.593-SP - RELATOR: CELSO DE MELLO - E M E N T A: “HABEAS CORPUS” - CRIME CONTINUADO - ALEGAÇÃO DE ERRÔNEA DOSIMETRIA DA SANÇÃO PENAL - INOCORRÊNCIA - EXACERBAÇÃO DA PENA - POSSIBILIDADE - DECISÃO PLENAMENTE MOTIVADA - PRETENDIDO RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO - IMPOSSIBILIDADE - PEDIDO INDEFERIDO. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reconhecido a possibilidade de o magistrado sentenciante fixar a pena em limite superior ao mínimo legal, desde que indique, concretamente, as razões justificadoras da exacerbação penal. - A ficção jurídica do delito continuado, consagrada pela legislação penal brasileira, vislumbra, nele, uma unidade incindível, de que deriva a impossibilidade legal de dispensar, a cada momento desse fenômeno delituoso, um tratamento penal autônomo. Não podem ser considerados, desse modo, isoladamente,

para efeitos prescricionais, os diversos delitos parcelares que compõem a estrutura unitária do crime continuado.HC N. 70.593-SP.

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previsto no art. 109 do CP, e, no caso positivo, declarará extinta a punibilidade

pela prescrição;

b2) se a acusação tiver recorrido, o tribunal julga em primeiro lugar o recurso da

acusação. Se negar provimento, antes de examinar o mérito do recurso da

defesa, analisa a prescrição.

|  p. superveniente  |

|---|---|---|---

Data do fato Rec. Denúncia Sentença

TJ analisa presc.

condenatória

antes de entrar no

mérito.

2

Obs.: o juiz julgador de primeira instância, não pode reconhecê-la, uma vez que,

ao proferir a sentença condenatória, esgota sua atividade jurisdicional, sendo

impossível reconhecer que o Estado tem o direito de punir e, em seguida,

declarar extinto esse direito. Entretanto, há uma hipótese possível: a

condenação já transitou em julgado para a acusação, de maneira que é

impossível a pena ser aumentada. O juiz ao decidir sobre o processamento do

recurso da defesa, se verificar que, pela pena fixada, já se operou a prescrição

entre a data do recebimento da denúncia e a publicação da sentença, seguindo

o estabelecido pelo art. 61, caput do CPP, por economia processual, nada

impede este juiz julgar extinta a punibilidade, pois se assim o fizer, não estará

decidindo no processo com transito em julgado, mas em decisão ulterior.

c) Prescrição da pretensão punitiva retroativa (art. 110, § 1º): calculada com

base na pena efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória, desde que

haja transito em julgado para a acusação ou improvido o seu recurso. É contada

da publicação dessa sentença para trás, ou seja, em marcos anteriores que

interrompem a prescrição. Dessa forma, o Tribunal ao constatar que não ocorreu

a prescrição pela pena concreta entre a publicação da sentença condenatória e

o acórdão (prescrição intercorrente), passará imediatamente a conferir nos

marcos de interrupção existentes entre o recebimento da denúncia e a

publicação da sentença, conforme seqüência após o gráfico a seguir:

| |   p. retroativa  |

|---|---|---

Data do fato Rec. Denúncia Sentença

(pena em concreto

3

)

c.1) entre o recebimento da denúncia ou queixa e a pronúncia ( procedimento do

Tribunal do Júri);

c.2) entre a pronúncia e sua confirmação por acórdão (Tribunal do Júri);

c.3) entre a pronúncia ou seu acórdão confirmatório e a sentença condenatória

(Tribunal do Júri);

2

Antes de adentrar no mérito, o relator analisa se não ocorreu a prescrição entre a data da sentença e o momento em que analisa o recurso, se positivo, ocorreu a prescrição superveniente.

3

Pega-se a pena aplicada (em concreto) e verifica o prazo prescriconal correspondente no art. 109 e em seguida analisa os marcos anteriores à sentença.

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c.4) entre o recebimento da denúncia ou queixa e a publicação da sentença

condenatória (nos casos de crimes não dolosos contra a vida).

Além do Tribunal, poderá o juiz da execução analisar a prescrição da

pretensão executória de forma retroativa, pois com base na pena concreta aplicada,

com transito em julgado, analisa entre os marcos anteriores, acima mencionados, se

verificar que ocorreu a prescrição, julgará a extinção da pretensão executória.

d) Prescrição da pretensão punitiva antecipada, projetada, perspectiva ou

virtual: Antes da Lei 12.234/2010, era possível o reconhecimento da prescrição

da pretensão punitiva virtual, reconhecida antecipadamente, com base na

provável pena fixada em uma futura condenação. Trata-se do reconhecimento

da prescrição, ainda na fase extrajudicial, com base na provável pena mínima,

que será fixada pelo juiz. Fundamentava-se no princípio da economia

processual (uma vez que de nada adiantaria movimentar inutilmente a máquina

jurisdicional com processos que já nascem fadados ao fracasso). Com a Lei n°

12.234/2010 extinguindo a prescrição retroativa entre a data do fato e o

recebimento da denúncia, não cabe mais falar em prescrição virtual, visto que

esta tinha como fundamento a prescrição retroativa.

A reincidência prevista no art. 110, caput: somente tem influencia na

prescrição da pretensão executória (Súmula 220 do STJ). Significa dizer que o juiz da

Execução Penal deverá verificar se a sentença condenatória reconheceu a

circunstância agravante da reincidência, caso positivo o prazo prescricional, com base

no art. 109, será aumentado em 1/3.

Obs.: não se deve esquecer que a reincidência, também, é caso de

interrupção da prescrição da pretensão executória do delito anterior (que já deverá ter

condenação definitiva), entretanto só poderá ser considerada após a condenação do

delito que a ensejou, sendo que o marco inicial desta interrupção será a da data do

novo crime.

Prescrição da pretensão executória:

Conceito: é a perda do direito de executar a sanção imposta, em face da

inércia do Estado, durante determinado lapso temporal.

Efeitos: ao contrário da prescrição da pretensão punitiva, essa espécie de

prescrição só extingue a pena principal, permanecendo inalterados, todos os demais

efeitos secundários, penais e extrapenais, da condenação.

Termo inicial:

a) Da data do trânsito em julgado da sentença condenatória para a

acusação (obs.: a execução definitiva da condenação só pode se iniciar

após o trânsito em julgado para ambas as partes, mas a prescrição

executória já começa a correr a partir do trânsito em julgado para a

acusação).

b) Da data que é proferida a decisão que revoga o livramento condicional ou

o sursis (réu foragido que teve revogação dos benefícios);

c) Do dia em que a execução da pena é interrompida por qualquer motivo.

Obs.: nos casos do item "b"e "c", o prazo prescricional é regulado pelo tempo

restante da pena.

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A prescrição da pretensão executória é sempre calculada pela pena

concretamente aplicada, comparando-a com os prazos fixados pelo art. 109.

Não esquecer: o prazo da prescrição executória é aumentado de 1/3 se o

condenado é reincidente (art.110, parte final) e diminuído em 1/2 para os menores de

21 (tempo do crime) e maiores de 70 (data da sentença), conforme art. 115 do CP.

STF súmula 146: A prescrição da ação penal regula-se pela pena

concretizada na sentença, quando não há recurso da acusação.

STF - Súmula 497: quando se tratar de crime continuado, a prescrição

regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente

da continuação.

Diferença entre a PPP superveniente e PP Executória: ambas são reguladas

pela pena aplicada, sendo que a primeira tem início com a publicação da sentença

condenatória e a segunda com o trânsito em julgado para a condenação. A prescrição

superveniente só pode ocorrer antes do transito em julgado para a defesa, a executória

só após transito em julgado para a defesa, tendo como termo inicial o trânsito em

julgado para a acusação.

Obs.:Se a pena foi reduzida pela graça ou indulto, o prazo prescricional será

contado, não pela pena originária e sim pela pena remanescente.

Causas suspensivas da prescrição: são aquelas que sustam o prazo

prescricional, fazendo com que este recomece a correr apenas pelo tempo que restar,

sendo computado o período decorrido, ao contrário do que sucede com as causas

interruptivas.

O art. 116 do CP, dispõe que antes de passar em julgado a sentença final, a

prescrição não corre:

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa

o reconhecimento da existência do crime (ver art. 92 e 93 do CPP). Ex.:

no crime de furto, onde o réu tenta, na esfera cível, provar que é proprietário

do bem subtraído.

II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro (salvo se o fato for

atípico no Brasil)

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória,

a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por

outro motivo.

Nos arts. 366 e 368 do CPP existem mais duas hipóteses de suspensão

do prazo prescricional:

A primeira hipótese é no caso do acusado citado por edital, não comparecer

para ser interrogado nem constituir advogado, fica suspenso o processo e o

prazo prescricional, estendendo-se a suspensão até que intervenha ele ou

seu procurador nos autos do processo, sendo que o referido dispositivo não

prevê o prazo máximo dessa suspensão, tendo a doutrina passado a se

manifestar no sentido de que a suspensão não poderia ser maior do que o

prazo prescricional da pena máxima cominada para o crime. Sendo assim,

coteja-se o máximo da pena abstratamente cominada ao delito, com os

prazos prescricionais do art. 109 do CP, obtém-se o prazo máximo da

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suspensão, voltando a prescrição a correr, enquanto o processo continua

suspenso.

O STJ com o enunciado n° 415 de sua súmula dispôs: “O período de

suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena

cominada”.

Ocorre que não foi este o polemico

4

e recente entendimento da 1ª Turma

do STF:

Penal. Prescrição. Suspensão (art. 366, CPP). Prazo. “Conforme assentou o

Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ext. 1042, 19.12.06, Pertence, a Constituição Federal não proíbe a suspensão da prescrição, por prazo indeterminado, na hipótese do art. 366 do Código de Processo Penal. A indeterminação do prazo da suspensão não constitui, a rigor, hipótese de imprescritibilidade. Não impede a retomada do curso da prescrição, apenas a condiciona a um evento futuro e incerto, situação substancialmente diversa da imprescritibilidade. Ademais, a Constituição Federal se limita, no art. 5º, XLII e XLIV, a excluir os crimes que enumera da incidência material das regras da prescrição, sem proibir, em tese, que a legislação ordinária criasse outras hipóteses. Não cabe, nem mesmo sujeitar o período de suspensão de que trata o art. 366 do Código de Processo Penal ao tempo da prescrição em abstrato, pois,

'do contrário, o que se teria, nessa hipótese, seria uma causa de interrupção, e não de suspensão'. RE provido, para excluir o limite temporal imposto à

suspensão do curso da prescrição” (STF - 1ª T. - RE 460.971 - rel. Sepúlveda

Pertence - j. 13.02.2007 - DJU 30.03.2007).

a. Na segunda hipótese é para os casos em que o réu encontra-se em

outro país e é citado por carta rogatória, cessando essa suspensão

quando a carta rogatória for cumprida.

A lei 9.099/95, art. 89, § 6º, prevê a suspensão da prescrição, se houver a

suspensão condicional do processo.

Suspensão da prescrição pela suspensão do processo crime contra

parlamentar: A CF, art. 53, §§ 3º e 5º, dispõe sobre a suspensão da prescrição,

quando houver a suspensão do processo crime contra o parlamentar enquanto durar o

mandato.

Faz-se necessário dizer que a partir da Emenda Constitucional n. 35

(20.12.2001), não há mais necessidade de licença prévia da Casa respectiva para a

instauração de processo contra deputado ou senador. O Supremo Tribunal Federal

pode receber a denúncia, sem solicitar qualquer autorização ao Poder Legislativo. Há,

no entanto, um controle posterior, uma vez que, recebida a peça acusatória, o Poder

Judiciário deverá cientificar a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal, conforme o

caso, os quais, por maioria absoluta de seus membros (metade mais um), em votação

aberta, que deverá realizar-se dentro de prazo máximo de 45 dias, poderão determinar

a suspensão do processo. A suspensão do processo suspenderá a prescrição,

enquanto durar o mandato (artigo 53, §§ 3.º a 5.º, da Constituição Federal)

Obs.: Não se suspende a prescrição da pretensão punitiva, enquanto se

processa o incidente de insanidade mental do acusado.

4

Polemico, porque a doutrina em peso passou a questioná-lo, dentre eles Luiz Flávio Gomes, conforme texto: Luiz Flávio. MACIEL, Silvio. Contagem da prescrição durante a suspensão do processo: Súmula 415 do STJ. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 30 abr. 2010. Disponivel em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.26700>. Acesso em: 30 abr. 2010

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Causas interruptivas (art. 117): obsta o curso da prescrição, fazendo com

que reinicie do zero, desprezando-se o tempo até então decorrido:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa (por juiz competente): Na

hipótese de co-autor ou partícipe não identificado, a interrupção se estende a

todos. O recebimento do aditamento da queixa ou da denúncia não

interrompe o prazo, a não ser que seja incluído um novo crime;

II - pela pronúncia: nos crimes dolosos contra a vida e nos crimes conexos.

Súmula 191 do STJ - A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda

que o tribunal do júri venha a desclassificar o crime.

III - pela decisão confirmatória da pronúncia: pelo tribunal, ou seja,

acórdão.

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatório recorríveis,

redação dada pela Lei nº 11.596/07

5

.

Neste caso o prazo a ser contado será

da data do recebimento da denúncia à publicação da sentença condenatória

em primeira instância, bem como a publicação do acórdão condenatório pelo

Tribunal, sendo que o STF vem entendendo que o acordão confirmatório de

condenação, também interrompe a prescrição (mas isso não é ponto

pacífico):

STF - HC 92340/SC - A Lei 11.596/2007, ao alterar a redação do inciso IV do art. 117 do CP (“Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: ... IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;”), apenas confirmara pacífico posicionamento doutrinário e jurisprudencial no sentido de que o acórdão condenatório reveste-se de eficácia interruptiva da prescrição penal. Com base nesse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus em que pleiteada a declaração de extinção da punibilidade do paciente que, inicialmente condenado por abuso de autoridade (Lei 4.898/65, art. 4º, a), tivera sua sentença reformada, pelo tribunal de justiça local, para a prática do crime de extorsão, sendo este acórdão anulado pelo STJ no tocante à causa especial de aumento de pena. Inicialmente, aduziu-se ser juridicamente relevante a existência de dois lapsos temporais, a saber: a) entre a data do recebimento da denúncia e a sentença condenatória e b) entre esta última e o acórdão que reformara em definitivo a condenação, já que o acórdão que modifica substancialmente decisão monocrática representa novo julgamento e assume, assim, caráter de marco interruptivo da prescrição. Tendo em conta a pena máxima cominada em abstrato para o delito de extorsão simples ou a sanção concretamente aplicada, constatou-se que, no caso, a prescrição não se materializara. O Min. Marco Aurélio ressaltou em seu voto que a mencionada Lei 11.596/2007 inserira mais um fator de interrupção, pouco importando a existência de sentença condenatória anterior, sendo bastante que o acórdão, ao confirmar essa sentença, também, por isso mesmo, mostre-se condenatório (HC 92340/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.3.2008)

A sentença que concede o perdão judicial não interrompe a

prescrição, pois segundo a Súmula 18 do STJ, é sentença declaratória de

extinção da punibilidade.

A sentença que reconhece a semi-imputabilidade é condenatória,

portanto interrompe a prescrição.

5

Antes era previsto no inc. IV que a prescrição interropia com a sentença condenatória recorrivel, sendo que na redação anterior, o entendimento que se tinha era que o acordão que confirma a condenação não interromperia a prazo perscricional, ou seja, a contagem do prazo deve retroagir à data da sentença de primeira instância.

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V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena: haverá a

interrupção, mas será levado em conta somente o restante da pena, ou seja,

a pena cumprida será considerada extinta.

VI - pela reincidência: A prescrição interrompida será do delito anterior e

deverá ser considerada a data do novo crime e não a data da sentença que

reconheceu a reincidência.

Comunicabilidade das causas de interrupção (art. 117, §1º, CP):

 Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo (art. 117), a interrupção

da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos

crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos

demais a interrupção relativa a qualquer deles. Assim, a pronúncia de um réu

estende o efeito da interrupção ao co-réu no processo ainda que acusado de

crime que, em regra, não seria julgado pelo Júri.

 § 2º art. 117, CP - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V

deste artigo, todo o prazo começa a correr novamente do dia da interrupção.

Recurso da acusação

O recurso da acusação (MP, querelante e o assistente da acusação) da

decisão condenatória, visando o aumento de pena, provisoriamente afasta o

reconhecimento da prescrição superveniente, pois se provido o recurso e elevada a

pena, não se operará a extinção da punibilidade pela prescrição da pena aplicada. Se,

entretanto o recurso da acusação não objetivar o aumento da pena, pode-se desde

logo, reconhecer a prescrição intercorrente ex.: recurso para exasperar a pena de

multa, recurso contra o sursis, contra a substituição da pena privativa de liberdade por

restritiva de direitos, contra o regime prisional.

Condenação em segunda instância

Quando o réu é absolvido em primeira instância e a acusação recorre com

sucesso, conseguindo a condenação do réu na segunda instância, também poderá

ocorrer a prescrição retroativa, que será contada da data do fato ao recebimento da

denúncia ou desta até a data do julgamento do recurso.

Prescrição e perdão judicial

Se o juiz concede o perdão judicial (não aplicação da pena), como fica o

prazo da prescrição da pretensão punitiva intercorrente? Qual a finalidade de se

reconhecer a prescrição da pretensão punitiva intercorrente? O reconhecimento da

prescrição da pretensão punitiva intercorrente é mais benéfico do que o perdão judicial,

pois este, apesar de não gerar reincidência, gera efeitos penais secundários, tais como

pagamento de custas, inscrição do réu no rol dos culpados, enquanto a prescrição da

pretensão punitiva não gera nenhum efeito.

Já que o perdão judicial não impõe pena, como analisar a prescrição da

pretensão punitiva? Surgiram três orientações:

1. Aplica-se o prazo prescricional mínimo previsto em lei, ou seja, três anos

anos, pois se quando a pena é menor de um ano a prescrição se dá em três

(11)

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anos, não se justificaria aplicar um prazo maior para o caso do perdão judicial

que não há aplicação de pena (esta é a melhor posição).

2. Regula-se pelo mínimo da pena que poderia ser aplicada, em abstrato, ao

ilícito praticado.

3. Regula-se pelo máximo da pena em abstrato prevista para o crime sub

examinem.

Prescrição e detração penal

Segundo o entendimento dos Tribunais, não se pode computar a detração

para fins prescricionais, pois a detração somente é cabível no abatimento da pena

privativa de liberdade ou da medida de segurança, senão vejamos:

STF – Penal. Para a prescrição, a prisão provisória não deve ser

computada - "Prisão preventiva - Condenação - Detração penal

(CP, art. 42) - Evasão - Prescrição regulada pela pena residual

(CP, art. 113) - Impossibilidade de se computar, para efeitos

prescricionais, o tempo de prisão provisória - Pedido indeferido. O

tempo em que o réu esteve sujeito à prisão cautelar somente

deve ser computado para os fins e efeitos do cumprimento da

sanção penal. A prisão provisória é apenas computável na

execução da pena privativa de liberdade. A norma inscrita no art.

113 do Cód. Penal não admite que se desconte da pena in

concreto, para efeitos prescricionais, o tempo em que o réu esteve

provisoriamente preso. Precedentes do STF." (HC nº 69.865-4, 1

Turma, Rel. Min. Celso de Mello, j. 2.2.93, v.u., DJU 26.11.93, p.

25.532)

Prescrição e legislação especial:

Se as leis extravagantes tipificando crimes não dispuserem sobre prescrição

de modo diverso, aplicar-se-á as regras do CP, em virtude do teor do art. 12, que

dispõe: “As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei

especial, se esta não dispuser de modo diverso”. Assim, a Lei de Contravenções

Penais (Decreto-Lei 3.688/41), a lei de Abuso de Autoridade (nº 4.898/65), a Lei de

Drogas (Lei nº 11.343/06), aos crimes eleitorais (Lei nº 4.737/65), entre outras,

seguirão a regra do CP.

Crimes falimentares

A Lei n° 11.101/2005 alterou a prescrição penal do crime falimentar, que no

Decreto-Lei n° 7.661/45 era bienal. Agora estabeleceu as mesmas regras do Código

Penal, senão vejamos:

Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do

Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a correr do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial.

Parágrafo único. A decretação da falência do devedor interrompe a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial.

(12)

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Súmula n. 592 do STF, “Nos crimes falimentares aplicam-se as causas

interruptivas da prescrição, previstas no Código Penal”.

Crimes militares: o CPM trata da prescrição nos mesmos moldes da

prescrição prevista no CP, a diferença é só para os casos de imposição da pena de

morte, cuja prescrição será em 30 anos (art. 125, I).

Crimes de imprensa: Lei 5.250/67, art. 41, dispõe que a prescrição

punitiva ocorre em dois anos após a data da publicação ou transmissão da

notícia incriminadora, ou seja, qualquer que seja a pena a prescrição da pretensão

punitiva será de dois anos, já a prescrição da pretensão executória será o dobro do

prazo em que for fixada a pena transitada em julgado. Não há na lei de imprensa,

regra especial quanto às causas de interrupção da prescrição, aplicando-se as regras

do CP (LEI DE IMPRENSA considerada inconstitucional pelo STF, portanto mantido o

assunto apenas para fins didáticos)

Extinção/Suspensão da prescrição dos crimes tributários (Lei n° 8.137/90) e

crimes previdenciários (art. 168 – A e 337 – A do CP).

A Lei n° 11.941/2009 que introduziu novo regime de parcelamento,

conhecido como Refis IV, dispôs em seus arts. 67 a 69:

Art. 67. Na hipótese de parcelamento do crédito tributário antes do

oferecimento da denúncia, essa somente poderá ser aceita na

superveniência de inadimplemento da obrigação objeto da

denúncia.

Art. 68. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente

aos crimes previstos nos arts. 1° e 2° da Lei no 8.137, de 27 de

dezembro de 1990, e nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei no

2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, limitada a

suspensão aos débitos que tiverem sido objeto de concessão de

parcelamento, enquanto não forem rescindidos os parcelamentos

de que tratam os arts. 1° a 3° desta Lei, observado o disposto no

art. 69 desta Lei.

Parágrafo único. A prescrição criminal não corre durante o

período de suspensão da pretensão punitiva.

Art. 69. Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no art. 68

quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o

pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e

contribuições sociais, inclusive acessórios, que tiverem sido

objeto de concessão de parcelamento.

Parágrafo único. Na hipótese de pagamento efetuado pela pessoa

física prevista no § 15 do art. 1º desta Lei, a extinção da

punibilidade ocorrerá com o pagamento integral dos valores

correspondentes à ação penal. (negritamos)

Verifica-se que a lei 11.941/09 trata da suspensão da prescrição, em caso de

parcelamento do crédito tributário, bem como regula a extinção da punibilidade, no caso em que

houver o pagamento da dívida parcelada ou o pagamento do crédito integral que corresponderia

à ação penal.

(13)

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O art. 114 do CP prevê em seus dois incisos, cinco hipóteses de prescrição

da pena de multa:

a) Multa como única pena cominada em abstrato (hipótese que somente é

possível para contravenção penal): prescrição em 2 anos;

b) Multa como única penalidade imposta na sentença (antes do transito em

julgado): prescrição em 2 anos. Refere-se a prescrição intercorrente ou

retroativa, pois se já transitou em julgado, será considerada dívida de valor,

aplicando-se as normas relativas à dívida da Fazenda Pública, inclusive no

que tange à prescrição. Assim inexiste prescrição da pretensão executória

penal da multa, mas apenas prescrição de caráter tributário (Damásio),

em face da Lei 9.268/96, ou seja, na área tributária, o prazo prescricional é

de 5 anos, sendo que as causas suspensivas e interruptivas da prescrição

passam a ser os da legislação tributária, não incidindo mais nenhum

dispositivo do Código Penal. Há autores que entende que continua valendo o

prazo de 2 anos do CP (que seria mais benéfico).

c) Multa cominada em abstrato alternativamente com pena privativa de

liberdade: prazo igual ao cominado para a prescrição da pena privativa de

liberdade: ex. crime de rixa (art. 137), cuja pena é de detenção de 15 dias a 2

meses, ou multa (prescrição neste caso seria de dois anos).

d) Multa cominada em abstrato cumulativamente com pena privativa de

liberdade: prazo igual ao da pena privativa de liberdade, conforme regra do

art. 118 do CP. Ex.: furto simples (art. 155), cuja pena é de reclusão de 1 a 4

anos, e multa;

e) Multa aplicada na sentença juntamente com pena privativa de liberdade:

prazo igual ao da pena detentiva (art. 118). Essa regra apenas se aplica à

prescrição retroativa ou intercorrente, posto que, havendo trânsito em

julgado, aplicar-se-ão, em relação à multa, as regras tributárias.

Prescrição e medida de segurança

A medida de segurança esta sujeito às regras da prescrição, ou seja, em que

pese não haver limite máximo para aplicação da medida de segurança e não haver

previsão legal com relação a sua extinção pela prescrição, tem se entendido que no

caso dos inimputáveis, a prescrição seria pelo prazo máximo da pena

abstratamente cominada ao delito cometido

6

,

enquanto que para aqueles que

tiveram pena substituída por medida de segurança, o prazo prescricional reger-se-á

pelo período da pena aplicada em concreto.

O STJ já decidiu no seguinte sentido:

Penal. Medida de Segurança. Prescrição. “‘A medida de segurança é espécie do

gênero sanção penal e se sujeita, por isso mesmo, à regra contida no artigo 109 do Código Penal’; portanto, passível de ser extinta pela prescrição. Por não haver uma condenação ao se aplicar a medida de segurança ao inimputável, a prescrição é

contada pelo máximo da pena cominada em abstrato pelo preceito secundário do tipo, no caso 1 (um) ano. A sentença que aplica medida de segurança, por ser

absolutória, não tem o condão de interromper o curso do prazo prescricional, nos termos do inc. IV do art. 117 do Código Penal. Na hipótese, transcorridos mais de 4 (quatro) anos, de acordo com o art. 109, V, do CP, entre o recebimento da denúncia em 19/9/02 e a presente data, está prescrita a pretensão executória estatal” (STJ -

5ª T. - HC 48993/RS - rel. Arnaldo Esteves Lima - j. 04.10.2007 - DJU 05.11.2007).

6

(14)

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Penal. Prescrição. Medida de segurança. Correspondência do lapso prescricional com a pena que seria aplicada se não ocorresse a inimputabilidade. Necessidade.

Veja outra decisão com posicionamento diferente:

EMENTA - PRESCRIÇÃO. MEDIDA DE SEGURANÇA. CORRESPONDÊNCIA DO LAPSO PRESCRICIONAL COM A PENA QUE SERIA APLICADA SE NÃO OCORRESSE A INIMPUTABILIDADE. NECESSIDADE: - O lapso prescricional a considerar, quando imposta medida de segurança, deve guardar correspondência não

com a duração mínima dela, mas com a pena que seria aplicada se não ocorresse a

inimputabilidade. (TACrim 7º Grupo – Revisão Criminal 363150/3 RELATOR : Rene Ricupero: UNÂNIME ROLO/FLASH: 1365/197 17.10.2000

Em ambos os casos, deve-se levar em conta o previsto no art. 115 do Código

Penal que dispõe: “São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o

criminoso era ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da

sentença, maior de 70 (setenta) anos”.

Prescrição e medida socioeducativa (Lei n° 8.069/90 – Estatuto da

Criança e do Adolescente)

O Estatuto da Criança e do Adolescente não disciplinou a prescrição para as

hipóteses de aplicação de medida socioeducativa. Talvez a omissão tenha sido

proposital, visto que o entendimento é de que a medida socioeducativa não é de

natureza penal (sanção).

Para alguns doutrinadores, admitir a incidência de prazos prescricionais à

medida socioeducativa, seria forma de se possibilitar uma intromissão do direito penal

na seara da infância e juventude, algo completamente refutado pela atual ideologia da

proteção integral. De outro lado, o Estado estaria assumindo uma falha ao abrir mão do

seu dever de proporcionar ao adolescente infrator uma resposta sociopedagógica.

7

Por outro lado, como bem leciona o professor Denival da Silva, “o fim

pedagógico é a premissa na medida socioeducativa, conquanto não se pode olvidar

que possui, também, fins sancionatórios e daí retributivo”.

8

Ora se possui fim sancionatório e retributivo deve se sujeitar às regras da

prescrição penal previstas no Código Penal, pois as hipóteses de imprescritibilidade no

ordenamento jurídico pátrio encontra-se na Constituição Federal, ocasião em que o

legislador constituinte vedou a prescrição apenas para os crimes de racismo e ação de

grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado

Democrático (CF, art. 5°, incs. XLII e XLIV).

Daí que para se aplicar a prescrição do Código Penal à medida

socioeducativa, deve-se levar em consideração alguns pontos importantes, quais

sejam:

7

DIGIÁCOMO, Murilo José. Apud SARAIVA, João Batista Costa. Direito Penal Juvenil: Adolescente e Ato Infracional: Garantias Processuais e Medidas Socioeducativas.2a. edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado. 2002. p. 38

8

Silva, Denival Francisco da. PRESCRIÇÃO: DIREITO E GARANTIA FUNDAMENTAL (ART. 5O., XLII,

CF) E PORQUANTO, INSTITUTO QUE ALCANÇA TODA FORMA DE SANÇÃO IMPOSTA À PESSOA HUMANA, INCLUSIVE, E EM ESPECIAL, AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS, disponível em:

http://www.abmp.org.br/sitestemplates/_engine.php3?aut=1&user=denival&cod_usu=1468. Acesso em: 31 jan.2006.

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a) a medida socioeducativa de maior duração é de três anos, prazo este

que pela regra do art. 109 do CP, prescreve em 8 anos;

b) a medida socioeducativa somente tem aplicação aos maiores de 12 e

menores de 18 anos, daí a necessidade de se aplicar as regras do art.

115, caput, 1ª parte do Código Penal, que reduz o prazo prescricional

pela metade ao menor de 21 anos na data do fato, ou seja, a prescrição

máxima da medida socioeducativa, nos termos do item anterior seria de 4

anos;

c) Aplicada a medida socioeducativa, e em se tratando de uma daquelas

previstas no art. 112 do ECA, nos incisos I (advertência), II (reparação do

dano) e III (prestação de serviços à comunidade), vez que nenhuma

extrapolará 6 meses, o prazo prescricional será de 1 ano e 6 meses (art.

109, VI, c/c 115, 1ª. parte, CP);

d)

Aplicada as demais medidas sócio-educativas – art. 112, IV

(liberdade assistida), V (inserção em regime de semiliberdade), VI

(internação em estabelecimento educacional) –, concretizadas na

sentença, o prazo prescricional não poderá seguir mais a regra do

máximo da pena em abstrato (art. 109, CP), visto que a estas

medidas a lei não prevê prazo determinado, devendo sua

manutenção ser avaliada a cada 06 meses (art. 121, § 2° do ECA).

Assim, faz-se necessário uma interpretação in bona partem

utilizando-se o prazo prescricional da pena mínima em abstrato

prevista para o tipo penal incriminador (art. 110, § 1º, c/c 115, 1ª.

parte, CP), que não poderá passar de quatro anos que é o

máximo possível, conforme exposto no item “a”.

9

O STJ, por meio do verbete nº 338 de sua Súmula dispôs que: A prescrição

penal é aplicável nas medidas sócio- educativas. Entretanto não adentrou no mérito

quanto ao cálculo da prescrição na medidasocioeducativa.

Outras causas de extinção de punibilidade não previstas no art. 107 do CP.

As hipóteses de extinção da punibilidade previstas no art. 107 do CP, não

são taxativas, pois existem várias outras causas extintivas da punibilidade, descritas na

Parte Especial e em outras leis, ex.:

 Morte da vítima no crime de induzimento a erro essencial e ocultação de

impedimento, art. 236 do CP (uma vez que a ação é personalíssima);

 Ressarcimento do dano no crime de peculato culposo (art. 312, § 3º);

 O pagamento do cheque sem fundos até o momento do recebimento da

denúncia implica a extinção de punibilidade (art. 171, § 2.º, inc. VI -

estelionato).

 Homologação da composição quanto aos danos civis nos crimes de

menor potencial ofensivo de ação privada ou pública condicionada à

representação (art. 74, parágrafo único da Lei 9.099/95);

 Término do período de prova da suspensão condicional do processo sem

que o agente tenha dado causa à revogação do benefício (art. 89, §5º, da

Lei 9.099/95).

9

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 O pagamento do tributo extingue a punibilidade dos crimes contra a

Ordem Tributária.

EXERCÍCIOS

1) JUIZ DO DF 2004 TJDFT (Penal, questão 2). A prescrição da pretensão executória relativa a uma pena definitiva de 4 (quatro) meses de detenção, imposta por infração ao artigo 22 da Lei de Imprensa (Lei nº 5.250, de 09/02/1967), injúria, ocorrerá em:

a) 2 (dois) anos; b) 8 (oito) meses; c) 1 (um) ano; d) 4 (quatro) meses.

2) JUIZ DE DIREITO DF 2005 TJDFT (Penal, questão 75). Nemésio, após processo regular, é condenado a uma pena total de 1 (um) ano e 1 (um) mês de detenção, sendo 10 (dez) meses pelo crime de desacato (artigo 331 do Código Penal) e 3 (três) meses pelo crime de desobediência (artigo 330 do Código Penal), em concurso material. Os crimes se consumaram em 05/05/2003, data em que Nemésio contava com 20 (vinte) anos de idade. A sentença condenatória é publicada em 10/05/2005. Transita em julgado para o Ministério Público em 25/05/2005. Considerando que a denúncia foi recebida em 05/03/2004:

a) não ocorreu a prescrição pelas penas concretizadas na sentença, porque o prazo, no caso, é de 4 (quatro) anos, não decorridos da data da consumação dos crimes até a do recebimento da denúncia ou desta data até a da sentença condenatória;

b) ocorreu a prescrição pelas penas concretizadas na sentença, porque o prazo, no caso, é de 1 (um) ano, decorrido da data do recebimento da denúncia até a da sentença condenatória;

c) não ocorreu a prescrição pelas penas concretizadas na sentença, porque o prazo, no caso, é de 2 (dois) anos, não decorridos da data da consumação dos crimes até a do recebimento da denúncia ou desta data até a da sentença condenatória;

d) ocorreu a prescrição pelas penas concretizadas na sentença, porque o prazo, no caso, é de 2 (dois) anos, decorrido da data da consumação dos crimes até a da sentença condenatória.

3) DELEGADO CIVIL DF 2005 NCE/UFRJ (questão 7). Depois de pronunciado por homicídio consumado e tentativa de homicídio conexos, Tício é condenado a dois anos de detenção (art. 121, par. 3o, do Código Penal), porque foi reconhecido excesso na Legítima Defesa, e a um ano de detenção, já que foi desclassificada a tentativa para o crime de lesões corporais (art. 129 do Código Penal). O co-réu Mévio apela da decisão alegando a extinção da punibilidade do crime de lesões corporais, já que, ao contrário do que se verificou com Tício, somente foi pronunciado em grau de recurso imediatamente após o decurso de quatro anos do recebimento da denúncia. Assim, é correto afirmar que:

a) ocorreu a prescrição do crime de lesões corporais para ambos os agentes, porque o benefício merece interpretação extensiva;

b) não ocorreu a prescrição, porque a interrupção da prescrição ocorrida com a pronúncia de Tício produz efeito relativamente ao outro participante do crime;

c) ocorreu a prescrição do crime de lesões corporais apenas para Mévio porque, quando Tício foi pronunciado, interrompeu-se em relação ao mesmo o lapso prescricional;

d) não ocorreu a prescrição, porque seu prazo se suspendeu quando houve a pronúncia de um dos agentes;

e) ocorreu a prescrição em ambos os crimes e para ambos os agentes porque, havendo co-autoria e conexão de crimes, a prescrição atinge todos os fatos.

4) PROMOTOR DF 2004 XXVI MPDFT (Penal, questão 9). A prescrição, depois de transitar em julgado a sentença condenatória, começa a correr:

a) do dia em que o crime se consumou.

b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa.

c) do dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a acusação. d) do dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a defesa. e) do dia em que cessou a atividade criminosa, nos crimes permanentes.

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5) JUIZ DF 2004 TJDFT (Penal, questão 5). Assinale a alternativa correta. O curso da prescrição interrompe-se:

a) pela confissão judicial do acusado; b) pela sentença absolutória;

c) pela oferta da denúncia ou da queixa; d) pela reincidência.

6) DELEGADO DE POLÍCIA MG 2007 (questão 37) É correto afirmar sobre a prescrição no direito penal, EXCETO:

a) A publicação da sentença de pronuncia, o tempo em que o agente cumpre pena no estrangeiro e o prazo de suspensão condicional do processo são causas suspensivas ou impeditivas da

prescrição.

b) A prescrição superveniente ou intercorrente ocorre após o trânsito em julgado para a acusação ou após o improvimento de seu recurso, regulando-se pela pena aplicada.

c) É termo inicial da prescrição da pretensão executória a data do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação.

d) Nos crimes conexos, que sejam objetos do mesmo processo, a interrupução relativa a qualquer deles estende-se aos demais.

7) OABDF 2006 EXAME III (questão 32). Sobre os crimes imprescritíveis no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a alternativa CORRETA:

a) os crimes praticados contra crianças e adolescentes;

b) os crimes hediondos, de tortura e de tráfico de entorpecentes;

c) crimes de racismo e ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

d) os crimes de terrorismo e racismo.

8) DELEGADO DE POLICIA PR 2007( Penal, questão 22 ) Sobre a prescrição, considere as seguintes afirmativas: 1. No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo total da pena aplicada na sentença condenatória. 2. Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. 3. A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na sentença, quando não há recurso da acusação. 4. São exemplos de causas interruptivas da prescrição: a decisão confirmatória da pronúncia, o início ou continuação do cumprimento da pena e a reincidência. Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

9) PROMOTOR DF 2003 MPDFT (Penal, questão 4). O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Zé Pequeno pois este, no dia 4/10/1996, tentou matar Buscapé, seu amigo de infância. A vítima não veio a óbito por circunstâncias alheias à vontade do agente, pois foi socorrida por populares e recebeu atendimento médico. Recebida a denúncia em 16/5/1997, e observado o devido processo legal, o réu foi pronunciado como incurso nas penas do art. 121, caput, c/c art. 14, inciso II, ambos do Código Penal (CP). A referida decisão prolatada em 12/8/2001 foi publicada em 14/8/2001. Inconformada, a defesa interpôs recurso em sentido estrito, o qual foi julgado e improvido no dia 24/2/2002, tendo o acórdão sido publicado em 10/3/2002. O tribunal do júri, em sessão plenária realizada no dia 18/10/2002, desclassificou a conduta. O magistrado, com base nas provas existentes nos autos, condenou Zé Pequeno à pena de dois anos de reclusão, em regime aberto, pela prática de lesão corporal gravíssima, e substituiu a referida sanção por duas penas restritivas de direitos, nos termos do art. 44, § 2.o, do CP. Em face dessa situação hipotética e considerando que o art. 109, inciso V, do CP, fixa o prazo de quatro anos para a prescrição de uma pena de dois anos, julgue os itens que se seguem.

I Segundo posicionamento sumulado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o tribunal do júri venha a desclassificar o crime.

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III Uma vez proferida sentença condenatória, somente pode ocorrer a prescrição da pretensão executória.

IV Adecisão proferida no recurso emsentido estrito não interrompe a prescrição, pois apenas confirmou a decisão de primeira instância.

A quantidade de itens certos é igual a a) 1 b) 2 b) 3 d) 4

10) Aponte a alternativa que está em desacordo com disposição do Código Penal relacionada com

extinção de punibilidade.

(A) Não se estende à receptação a extinção de punibilidade do crime antecedente, que é seu pressuposto.

(B) A sentença que concede perdão judicial pode ser considerada para efeito de reincidência. (C) A perempção só pode ser reconhecida em ação penal exclusivamente privada.

(D) No delito de falso testemunho, a retratação só produz efeito se ocorrida antes da sentença no processo em que se deu esse ilícito.

(E) Reconhecida a prescrição da pretensão executória, subsistem os efeitos secundários da condenação.

11) Considere os seguintes enunciados, relacionados com prescrição:

I. O art. 89, § 6.º, da Lei n.º 9.099/95, estabelece causa interruptiva de prescrição ao dispor que "não correrá a prescrição" durante o prazo da suspensão condicional do processo.

II. Reconhecida a prescrição da pretensão punitiva, não prevalece nenhum efeito da sentença condenatória eventualmente existente.

III. Reconhecido crime continuado na sentença condenatória, não se computa o acréscimo da pena decorrente da continuação no cálculo da prescrição retroativa ou intercorrente.

Estão corretos (A) todos os três. (B) nenhum dos três. (C) apenas I e II. (D) apenas I e III. (E) apenas II e III.

12) Um empregado de instituição bancária privada apropriou-se de quantias depositadas no caixa do banco em que trabalhou, em todos os dias de expediente, durante os seis meses em que ficou na empresa. No último dia de trabalho, foi preso em flagrante antes de levar a quantia que havia separado do caixa. A prescrição relativa aos fatos começa a correr do dia em que:

a) o empregado foi preso em flagrante. b) ocorreu a primeira apropriação de valores. c) cada crime ocorreu, respectivamente. d) foi praticado o último ato de tentativa. e) passou-se a desconfiar do empregado.

13) Assinale a alternativa CORRETA:

a) A prescrição extintiva da punibilidade nos crimes previstos na Lei nº 11.101/05 opera-se em dois anos, começando a correr do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial.

b) Nos crimes militares a prescrição da pretensão punitiva é regulada pelo dobro da pena privativa de liberdade cominada ao delito.

(19)

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c) A prescrição da pena de multa ocorrerá em dois anos, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

d) A prescrição nos crimes definidos na Lei nº 5.250/1967, ocorrerá dois anos após a data da publicação ou transmissão incriminada, e a condenação, no triplo do prazo em que for fixada. e) No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.

14) A prescrição, depois de transitar em julgado a sentença condenatória, começa a correr: a) do dia em que o crime se consumou.

b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa.

c) do dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a acusação. d) do dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a defesa. e) do dia em que cessou a atividade criminosa, nos crimes permanentes. 15) A interrupção da prescrição ocorre quando

a) o réu confessa o crime em juízo b) é instaurado o inquérito policial c) é oferecida a denúncia

d) Prolatada sentença absolutória e) Prolatada sentença condenatória

16) No que se refere à prescrição no direito penal, é correto afirmar que:

a) A prescrição da pretensão executória não gera eventual futura reincidência;

b) Levam-se em conta as circunstâncias legais e as causas de aumento de pena na prescrição da pretensão punitiva em abstrato;

c) A sustação do processo criminal em que for o réu Senador interrompe o prazo prescricional; d) Nos delitos instantâneos de efeitos permanentes, o termo inicial da prescrição antes de

transitar em julgado a sentença será o dia em que o crime se consumou; e) O oferecimento da denúncia é causa interruptiva da prescrição.

17) Assinale a alternativa correta:

a) reduz-se de metade o prazo prescricional, se o réu é menor de 18 anos; b) o oferecimento da denúncia constitui causa interruptiva de prescrição; c) a prescrição não corre enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro;

d) nos crimes permanentes, a prescrição tem, como termo inicial, o dia em que iniciou a permanência.

18) É correto afirmar:

a) as penas mais leves prescrevem primeiro que as mais graves, quando aplicadas conjuntamente;

b) a sentença que conceder perdão judicial será considerada para efeitos de reincidência; c) no caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade não incidirá sobre a pena de cada um isoladamente;

d) o curso da prescrição interrompe-se pela decisão confirmatória da pronúncia. 19) O curso da prescrição interrompe-se;

a) Pelo recebimento da denúncia ou queixa; b) Pelo oferecimento da denúncia ou queixa; c) Pela instauração do inquérito policial; d) Pela citação válida;

e) Nenhuma das anteriores.

20) No dia 29.09.1983, no interior de um bar, Luciano, já penalmente responsável, por contar, comprovadamente, 20 anos de idade, agrediu Flávio, namorado de sua irmã, causando-lhe lesões corporais que o impediram de trabalhar por cinqüenta dias. Luciano é denunciado e a denúncia recebida em 30.06.1987. Vem a ser condenado em 19.01.1989, a pena de 1 ano e dez meses, sem que as partes tenham recorrido. Na hipótese, pode-se dizer que ocorreu a seguinte prescrição da pretensão:

(20)

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a) executória

b) punitiva abstrata

c) punitiva retroativa

d) punitiva intercorrente

21) Assinale a alternativa correta:

a. ( ) causa suspensiva da prescrição faz com que, uma vez cessada a causa, o lapso prescricional seja contado do início novamente;

b. ( ) se o acusado, citado por mandado, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional;

c. ( ) o recebimento da denúncia ou queixa é causa suspensiva da prescrição da pretensão punitiva do Estado;

d. ( ) os pressupostos da prescrição retroativa são: a inocorrência da prescrição abstrata, a sentença penal condenatória e o trânsito em julgado para a acusação ou o improvimento de seu recurso;

e. ( ) se o agente era, ao tempo do fato, maior de setenta anos, o prazo prescricional reduzir-se-á pela metade.

22) Assinale a alternativa que indica, corretamente, a situação em que o curso da prescrição da pretensão punitiva não fica suspenso.

a) enquanto não for resolvida, noutro processo, questão de que depende o reconhecimento da existência do crime.

b) enquanto o réu cumpre pena em país estrangeiro.

c) enquanto se processa o incidente de insanidade mental do acusado.

d) enquanto o réu, citado por edital, não comparece em juízo, nem constitui advogado. 23) São algumas das causas interruptivas da prescrição, exceto:

a) a sentença condenatória recorrível; b) a pronúncia;

c) o recebimento da denúncia ou queixa; d) a impronúncia.

24) A. foi condenado a 2 anos e 8 meses de reclusão, pela prática de dois crimes de furto, em continuidade delitiva. O juiz, com amparo no artigo 71 do CP, chegou a esse quantum aplicando a pena fixada para o crime mais grave (2 anos), aumentando-a de 1/3, pela continuidade delitiva, e desprezando a pena fixada para o crime menos grave (1 ano). Isto posto, e considerando que A. não se enquadra em quaisquer das hipóteses legais de aumento ou redução dos prazos de prescrição, o prazo prescricional da pretensão executória, in casu, regula-se pela seguinte pena:

a) 2 anos. b) 2 anos e 8 meses. c) 4 anos. d) 3 anos e 8 meses. e) 5 anos.

25) Assinale a alternativa CORRETA: A pena restritiva de direitos, se aplicada isoladamente, prescreverá:

a) em dois anos. b) em cinco anos.

c) no mesmo prazo da pena privativa de liberdade. d) no dobro do prazo da pena privativa de liberdade. e) na metade do prazo da pena privativa de liberdade.

26) Assinale a alternativa correta: A interrupção do prazo de prescrição da pretensão punitiva de acordo com o art. 117 do CP, ocorre:

a)- enquanto não resolvido em outro processo questão que dependa do reconhecimento de outro crime.

b)- enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

c)- interrompe depois do trânsito em julgado da sentença condenatória, regulando-se pela pena aplicada.

(21)

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d)- suspende o curso do prazo prescricional o incidente de sanidade mental, por não se tratar de questão prejudicial.

e)- pelo recebimento da queixa ou denúncia, pela sentença condenatória recorrível, pela sentença de pronúncia confirmatória, pelo inicio ou continuação do cumprimento da pena. 27) O curso da prescrição interrompe-se, exceto:

a) pelo recebimento da denúncia ou da queixa; b) pela sentença condenatória recorrível; c) pela decisão confirmatória da pronúncia; d) pelo acórdão confirmatório de condenação; e) pela reincidência.

28) Com relação à prescrição das condutas tipificadas nas leis especiais, assinale a opção correta. a) As causas interruptivas da prescrição, previstas no Código Penal (CP), não são aplicadas aos crimes falimentares, em face da Lei 11.101/2005.

b) Aos crimes tipificados na Lei n.º 6.368/1976 não se aplicam os prazos prescricionais previstos no CP, pois a lei especial citada regulamenta essa matéria de maneira diversa.

c) A Lei de Imprensa prevê, expressamente, prazos para a prescrição da pretensão punitiva e para a prescrição da pretensão executória.

d) Às condutas tipificadas penalmente no Código Eleitoral não se aplicam os prazos prescricionais previstos no CP.

29) Assinale a alternativa correta:

a) causa suspensiva da prescrição faz com que, uma vez cessada a causa, o lapso prescricional seja contado do início novamente;

b) os pressupostos da prescrição retroativa são: a inocorrência da prescrição abstrata, a

sentença penal condenatória e o trânsito em julgado para a acusação ou o improvimento de seu recurso;

c) o recebimento da denúncia ou queixa é causa suspensiva da prescrição da pretensão punitiva do Estado;

d) se o acusado, citado por mandado, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional;

30) Qual das causas abaixo relacionadas não interrompe o curso da prescrição? a) decisão de pronúncia

b) decisão confirmatória da pronúncia c) sentença condenatória recorrível

d) início ou continuação do cumprimento da pena e) oferecimento da denúncia ou da queixa

31) Tendo réu menor de 21 anos praticado crime com pena máxima de 04 anos, qual o prazo necessário à prescrição da pretensão punitiva?

a) 08 anos; b) 12 anos; c) 04 anos; d) 02 anos.

32) A prescrição da condenação, afasta: a) a prisão para o cumprimento da pena; b) absolve e extingue o crime;

c) afasta o precedente criminal; d) os efeitos da reincidência.

33) Em termos de prescrição, a sentença absolutória, da qual o Ministério Público apela, pleiteando a condenação do réu,

a) interrompe o prazo da prescrição superveniente. b) interrompe o prazo da prescrição retroativa.

c) não interrompe o prazo da prescrição da pretensão punitiva. d) interrompe o prazo da prescrição da pretensão punitiva.

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