História de
História de
Pedro
Pedro
Abelardo e Heloisa
Abelardo e Heloisa
– História
– História
do Ressurgimento da Lógica no Século XII
do Ressurgimento da Lógica no Século XII
Homero Fraga Bandeira de Melo
Homero Fraga Bandeira de Melo
Professor de Filosofia
Professor de Filosofia
homerofraga@holosinformatica.com
“O universal não
“O universal não é mas signi!ica" #ão é mas signi!ica" #ão é uma coisa nem signi!ica uma coisa" é uma coisa nem signi!ica uma coisa" Sim$lesmSim$lesmenteente
signi!ica um modo de ser" Por e%em$lo o universal &omem não signi!ica uma coisa mas o
signi!ica um modo de ser" Por e%em$lo o universal &omem não signi!ica uma coisa mas o
modo de ser $ró$rio do &omem '
modo de ser $ró$rio do &omem 'esse hominemesse hominem(" O modo de ser segundo o )ual (" O modo de ser segundo o )ual todos ostodos os &omens são iguais é algo
&omens são iguais é algo a$enas $ensado* '+OS,A -... $$" /.("a$enas $ensado* '+OS,A -... $$" /.("
“Queremos que os nomes universais existam quando,
“Queremos que os nomes universais existam quando,
tendo sido destruídas as suas coisas, eles já não sejam
tendo sido destruídas as suas coisas, eles já não sejam
predicáveis a respeito de muitos, porquanto eles n
predicáveis a respeito de muitos, porquanto eles n
ão são
ão são
comuns a quaisquer coisas, como ocorre com o nome da
comuns a quaisquer coisas, como ocorre com o nome da
rosa, quando já não existem mais rosas, o que, entretanto,
rosa, quando já não existem mais rosas, o que, entretanto,
ainda é significativo em virtude do intelecto, embora
ainda é significativo em virtude do intelecto, embora
careça de denominação, pois de outra sorte não haveria a
careça de denominação, pois de outra sorte não haveria a
seguinte proposição nenhuma rosa existe! "
seguinte proposição nenhuma rosa existe! "
LÓGICA
LÓGICA
PARA PRINCIPIAN!"
PARA PRINCIPIAN!"
,
,
Cf. !d. #s Pensadores$ %ol. &II$
Cf. !d. #s Pensadores$ %ol. &II$
'a.ed.$ '()*$ ++. ,-, A+/d0 C#"A$ 1os2 "il%eira da$
'a.ed.$ '()*$ ++. ,-, A+/d0 C#"A$ 1os2 "il%eira da$
'(*34.
'(*34.
# $scolástica %ristã &edieval
# $scolástica %ristã &edieval
. Rio de 1aneiro0 1.".
. Rio de 1aneiro0 1.".
da Costa$ '((($ ++. -56
História de Pedro Abelardo e Heloisa
História de Pedro Abelardo e Heloisa
Pedro A8elardo foi /m grande +rofessor de
Pedro A8elardo foi /m grande +rofessor de
dial2tica. Nascido em '5)($ na +e9/ena
dial2tica. Nascido em '5)($ na +e9/ena
localidade de Le Pallet$ +erto
localidade de Le Pallet$ +erto
de Nantes$
de Nantes$
Fran:a$ foi /m homem de consider;%el c/lt/ra.
Fran:a$ foi /m homem de consider;%el c/lt/ra.
!ntre os al/nos de
!ntre os al/nos de
A8elardo encontra%a4se
A8elardo encontra%a4se
Heloisa$ mo:a de grande 8ele<a e
Heloisa$ mo:a de grande 8ele<a e
atri8/tos
atri8/tos
intelect/ais. #s dois
intelect/ais. #s dois
a+ai=onaram4s
a+ai=onaram4s
e
e
+erdidamente.
História de Pedro Abelardo e Heloisa
A dedica:>o de A8elardo +ela ?o%em 2
tamanha 9/e os o/tros al/nos come:am a
ressentir4se. A +ai=>o arre8atadora de 9/e
foi %tima A8elardo fe< com 9/e ele dei=asse
em seg/ndo +lano a filosofia e a escola. A
rela:>o entre os dois 2 conhecida +or todos$
menos +elo cnego F/l8ert$ tio de Heloisa.
História de Pedro Abelardo e Heloisa
F/l8ert 2 ad%ertido do 9/e se +assa +elos
amigos e se torna mais atento. Come:a a
es+ionar e a mandar es+ionar A8elardo.
Conseg/e$ ent>o$ s/r+reender os dois amantes.
F/l8ert se indigna com a sit/a:>o e fa< com
9/e os dois amantes se se+arem. Heloisa
ref/gia4se na casa da irm>. Astrol;8io$ fr/to do
amor entre A8elardo e Heloisa %em ao m/ndo$
ent>o.
História de Pedro Abelardo e Heloisa
A8elardo +lane?a casar4se secretamente e %ia?a +ara a Bretanha$
onde se encontra Heloisa. "/r+reendentemente$ a amante rec/sa
a +ro+osta. Alega 9/e se/ tio n>o admitiria /m casamento secreto
e /m casamento +8lico seria incon%eniente +ara os dois. #
m/ndo inteiro iria maldi<4la +or tomar somente +ara si /m homem
t>o im+ortante.
Por o/tro lado$ Heloisa +ensa 9/e casar4se n>o con%2m a /m
filDsofo$ +ois o go%erno de /ma casa 2 incom+at%el com o est/do
e o ensino.
Preferia ser amante e n>o es+osa$ +ara 9/e as alegrias 9/e eles
e=+erimentassem fossem tanto mais intensas 9/anto mais raros os
encontros.
História de Pedro Abelardo e Heloisa
“ Abelardo era clérigo apenas no sentido de receber
uma bolsa da Igreja através da escola episcopal de Notre
Dame, mas sem nenhuma obrigação quanto ao celibato.
Entretanto, procurou evitar a publicidade do casamento
com eloisa para não prejudicar a !ama que j"
alcançara como pro!essor e intelectual de sucesso. Não
queria # e eloisa era a maior de!ensora desse ponto de
vista # comprometer a sua aura de !il$so!o com as
preocupaç%es corriqueiras da vida de um homem casado.
&as o c'nego (ulberto, tio e respons"vel pela moça, não
se convenceu dessa e)plicação e vingou*se cruelmente de
Abelardo, mandando castr"*lo enquanto dormia+
História de Pedro Abelardo e Heloisa
Assim como a +ersonalidade e o +ensamento de "anto
Anselmo marcam o +erfil do s2c/lo EI$ o +erfil do s2c/lo EII tem
a marca inconf/nd%el de Pedro A8elardo$ /ma fig/ra
contro%ertida e +olmica$ +or2m 8rilhante e at/ante no am8iente
c/lt/ral do se/ tem+o.
# as+ecto mais marcante$ em A8elardo$ e 9/e 2 t+ico de s/a
+ost/ra intelect/al 2 o do %alor h/mano atri8/do in%estiga:>o
e refle=>o filosDfica.
Pedro A8elardo +erseg/i/ e a+rof/ndo/ a e=igncia anselmiana
de f/ndamentar racionalmente toda e 9/al9/er %erdade 9/e
+retenda a+resentar4se e im+or4se como tal +ara o homem.
História de Pedro Abelardo e Heloisa
A8elardo radicali<o/ o
racionalismo de "anto Anselmo.
Isto +osto$ tanto Anselmo de
Cant/;ria 9/anto Pedro
A8elardo s>o considerados os
%erdadeiros criadores do m2todo
escol;stico de fa<er filosofia e
teologia$ /m m2todo onde a
cren:a no ogma est; +resente$
+or2m 9/e n>o for:a a ra<>o a
a8dicar de se/s direitos e
e=igncias. Neste sentido$
A8elardo seg/e a fDrm/la
anselmiana0 creio a+enas no 9/e
+osso entender.
História de Pedro Abelardo e Heloisa
# moti%o 9/e le%o/ F/l8ert a mandar castrar A8elardo reside no fato
de o cnego ter +ensado 9/e A8elardo a8andonara Heloisa 9/ando o
filDsofo le%a4a +ara a a8adia de Argente/il$ onde Heloisa de%eria fa<er
+rofiss>o de f2 e %estir o h;8ito mon;stico$ sem$ cont/do$ colocar o
%2/$ sm8olo da %irgindade.
e+ois de castrado$ se+ara4se definiti%amente de Heloisa e torna4se
monge. Ingressa na a8adia de "aint4enis. #s o/tros monges
consideram indese?;%el s/a +resen:a$ re+ro%ando s/a cond/ta
anterior$ como dissol/ta. !m contra+artida$ os est/dantes +edem +ara
9/e ele retome se/s c/rsos. A8elardo retoma$ ent>o$ a %ida
acadmica. Por2m$ as calamidades n>o cessam de se a8ater so8re
s/a %ida. !m s/ma$ s/as o8ras s>o condenadas ao fogo +or decreto
+a+al. Falece no dia ,' de a8ril de ''-,$ de+endendo da caridade
alheia. A Igre?a$ infal%el e eterna na eternidade$ tri+/dio/ so8re o
homem A8elardo$ +or2m$ s/a +essoa se erg/e so8re os tem+os.
História de Pedro Abelardo e Heloisa
A +arte mais +rod/ti%a do +ensamento
filosDfico de A8elardo origino/4se de s/a
ati%idade como +rofessor de lDgica. Como
todos os est/diosos da filosofia da +rimeira
metade do s2c/lo EII$ o +rinci+al +ro8lema +or
ele tratado foi a 9/est>o dos /ni%ersais.
# +ro8lema tem s/as origens na Gr2cia antiga$
9/ando "Dcrates afirma%a contra os sofistas
9/e o %erdadeiro o8?eto do conhecimento 2
a9/ilo 9/e e=iste de com/m em todos os seres
indi%id/ais de determinado gr/+o$ e n>o a9/ilo
9/e disting/e +artic/larmente cada /m deles.
História de Pedro Abelardo e Heloisa
# 9/e %imos at2 a9/i
Fomos a+resentados$ imediatamente$ ao entrar na a/la de ho?e$ a /m +ro8lema
filosDfico. !sse +ro8lema 2 o +ro8lema dos /ni%ersais$ o/$ ainda$ a chamada
9/erela dos /ni%ersais. !sse +ro8lema marca +rof/ndamente a !scol;stica e a
mant2m oc/+ada nele$ +elo menos$ at2 o s2c/lo E&. No s2c/lo E&I$ Cartesi/s
m/da o foco do +ensamento do homem +ara o ser. e toda forma$ em
+ensadores escol;sticos da at/alidade como Manoel Garcia Morente e 1os2
Ferrater Mora nos defrontaremos com a at/ali<a:>o dessa 9/est>o. #/tra
forma$ tam82m$ de at/ali<ar a 9/est>o 2 cons/ltar o C/rso de Filosofia
&ater $clesiaede om !ste%>o Betenco/rt e 8/scar ?/nto a Bi8lioteca de A/tores
Cristianos$ em Madrid$ %ia internet$ o 9/e se tem de mais no%o acerca da
9/est>o e ordenar a im+orta:>o. Jm +ortal interessante +ara manter4se
informado acerca de ass/ntos relacionados a eologia$ Filosofia !scol;stica e
Neo4omismo 2 a +;gina K
'te ad (homam 9/e$ atra%2s do +ainel KHome do
Face8oo$ nos mant2m informados acerca dos lan:amentos da BAC0
htt+0OOO.face8oo.com+agesIte4ad4homam',,(*)-)3- .
História de Pedro Abelardo e Heloisa
Mas$ afinal$ 9/e s>o os /ni%ersais
Q/ando "Dcrates di< 9/e o conhecimento %erdadeiro 2 a9/ilo 9/e e=iste em com/m
em todos os seres indi%id/ais de determinado gr/+o$ "Dcrates transforma o
conhecimento em /m o8?eto$ n>o 2 mesmo Jm o8?eto a8stracto acerca do 9/al
+odemos$ at2 mesmo$ formar /ma imagem dele$ de%ido ao fato de nosso intelecto
tra8alhar com a8stra:es de forma a dar sentido a /m m/ndo 9/e n>o +ode
a+reender. !nt>o$ 8aseados na afirma:>o de "Dcrates +odemos di<er 9/e o
conhecimento 2 /m /ni%ersal$ +ois 9/e est;$
a priori$ em todos os indi%d/os. Jma
%e< ad9/irido o conhecimento$ o/ mesmo admitindo s/a nat/re<a inata$ ele 2 algo
+ermanente e im/t;%el em nossa mente$ gra:as a nossa memDria$ n>o 2 mesmo
Podemos lem8rar at2 mesmo as %;rias fases de /m dado conhecimento at2 chegar
ao 9/e$ ho?e$ acreditamos ser mais %erossmil 9/e s/a %ers>o anterior$ n>o 2 assim
#/tra forma de com+reendermos os /ni%ersais$ e$ +or conseg/inte$ o m2todo
escol;stico$ 20 se 9/eremos est/dar algo como a ?/sti:a$ +or e=em+lo$ necess;rio 2
%isar a ?/sti:a em geral /m /ni%ersal6. A+Ds isso$ +osso +artic/lari<ar$ +ois ?; tenho
id2ia do todo. "e %o/ a Roma$ tenho id2ia de 9/e Roma est; na It;lia$ a It;lia se
sit/a na !/ro+a e a !/ro+a 2 +arte do +laneta erra$ 9/e$ +or s/a %e<$ est; contida
na &ia L;ctea$ e$ esta est; contida em /m /ni%erso. Roma 2 /m +artic/lar m/ito
+artic/larS +or2m$ +ara 9/e e/ cheg/e a essa concl/s>o +reciso ter no:>o do todo.
História de Pedro Abelardo e Heloisa
Mas$ e$ ent>o$ +or9/e tenho 9/e sa8er o 9/e s>o /ni%ersais Isso me +arece
t>o D8%ioT
1; di<ia o %elho AristDteles 9/e somente os im8ecis n>o en=ergam +ro8lemas
no D8%io. "e +arece D8%io$ ent>o$ ?; 2 /m +ro8lema.
Posteriormente$ a defini:>o socr;tica$ 9/e a+resentei a %ocs nesses slides
mais recentes6$ foi a+erfei:oada +ela lDgica do !stagirita. e+ois$ Porfrio ,*,4
*5- A..6$ coloco/4se a seg/inte 9/est>o0 os /ni%ersais +oss/em %erdadeira
e=istncia na realidade o/ s>o meros +rod/tos do +ensamento h/mano
!=em+lificando0 e=iste a animalidade em geral o/ somente e=iste /m animal em
+artic/lar # atri8/to Kanimalidade n>o +oderia ser /ma a8stra:>o do intelecto
a fim de conferir /ma M;9/ina de "al%ar as A+arncias #+erati%a com a
finalidade$ de em tratando as +artic/laridades como /ma coisa sD$ Kefeti%ar /ma
+r;=is no m/ndo0 o/ se?a$ %i%er f/ncionalmente #s Medie%ais tentar>o$ de
dentro das 8i8liotecas dos mosteiros$ e refletindo acerca dessas 9/estes$
a+resentar sol/:es assemelhadas a /m em+irismo transcendental e ao modo
aristot2lico.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
# +ro8lema dos /ni%ersais$ o/ a 9/erela dos /ni%ersais$
rece8e/ d/as sol/:es o+ostas$ dadas +elos filDsofos.
A +rimeira sol/:>o fico/ conhecida como Krealismo e
te%e como /m de se/s re+resentantes nosso 9/erido
"anto Anselmo. A seg/nda chama4se Knominalismo e
te%e como defensor e=tremado Roscelino. Nos
+rD=imos momentos %amos nos esfor:ar +ara recriar a
histDria desses conceitos.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
A8elardo identifica%a o real ao +artic/lar e
considera%a o /ni%ersal como sendo
o sentido das +ala%ras em si mesmas
nominum significatio
6$ re?eitando o
nominalismo. essa forma$ o significado dos
nomes +ermitiria esclarecer os conceitos$ de
forma a emanci+ar a lDgica da metafsica$
tornando4a /ma disci+lina a/tnoma.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
Antes de prosseguirmos, porém, preciso expic!r ! "oc#s o $ue é “re!ismo%. A&in! do $ue Ansemo de C!ntu'ri! e edro Ae!rdo tr!t!m* !&in!, o $ue, em +tim! instnci!, de&endem- O “re!ismo% é um! concep/o &ios0&ic! segundo ! $u! se cr# muito &ortemente existir um! re!id!de exterior. O “re!ist!% !credit! mesmo $ue ! re!id!de exterior existe e $ue ! mesm! independe do conecimento $ue ten!mos de!. 2sto posto, os re!ist!s !credit!m com muit! &or! $ue o
“conecimento "erd!deiro% é ! coincid#nci! entre os nossos u45os e ess!, supost!, re!id!de. O re!ismo puro, como "oc# ' notou, é um! teori! p!r!dim!tic!mente &r!c!, pois &ios0&ic! (e p!r!dim!tic!mente &!!ndo) ninguém consegue pro"!r $ue !! re!id!de !gum! e ninguém prope "i! segur! de !cesso ! ess! c!m!d!
“re!id!de%. nt/o, ! supost! correspond#nci! entre “re!% e “mente% é &ruto de um! potente e oper!ti"! 8'$uin! de S!"!r !s Ap!r#nci!s, $ue por su! "e5, é !pen!s um re&exo d! “8ente, ens!mento e ingu!gem% (outr! m'$uin!) !rticu!dos com ! &in!id!de de emprest!r sentido !o $ue n/o se conece e se con"encionou c!m!r “re!id!de% (:;<A<=S, >??@). orém, Ae!rdo emprest!ri! um signi&ic!do no"o !o ;e!ismo n! medid! em $ue mesmo
!dmitindo ! re!id!de do mundo, nos dir' $ue nomes s/o somente nomes e $ue esses nomes n/o di5em do mundo o $ue ee é.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
e! !gor! como o “nomin!ismo% nos p!rece &ios0&ic! (e p!r!dim!tic!mente) m!is consistenteB o “nomin!ismo% interpret! !s idéi!s ger!is ou “uni"ers!is% como n/o tendo nenum! exist#nci! re!, se! n! mente um!n! (en$u!nto conceitos), se!
en$u!nto “&orm!s sust!nci!is% (“&orm! sust!nci!% é um! d!s cren!s &ortes do “re!ismo% o conceito pro"ém d!s doutrin!s de !t/o e Arist0tees e esse tipo de r!cioc4nio !ind! reside em =esc!rtes, eini5, Spino5! e =eeu5e* pergunte !o Sr. de ot!ire se ee cr# em !gum! met!&4sic! e esotéric! “&orm! sust!nci!%-). O
nomin!ismo, coerentemente com ! postur! de um &i0so&o, !credit! $ue o $ue ' s/o !pen!s p!!"r!s, signos com os $u!is identi&ic!mos cois!s $ue p!recem extern!s ! n0s. Cri!mos os nomes p!r! &!ciit!r noss! comunic!/o oper!ti"! no mundo* porém, n/o conseguimos pro"!r, em +tim! instnci!, $ue exist! $u!$uer re!id!de ness!s cois!s ou no mundo. Como di5 A"icen!B ! +nic! cois! $ue podemos, com certe5!, pro"!r é $ue existimos en$u!nto inteectos, nem mesmo podemos pro"!r ! exist#nci! de nosso corpo pois nosso corpo é outr! cois!, um instrumento (se muito o &or), distint! de n0s. Apen!s n0s somos princ4pio de “re!id!de% e ! re!id!de se &und! em n0s. <0s d!mos todo o signi&ic!do ! e!. Todos, em noss!s "id!s, somos os !tores princip!is. Sem n0s o mundo n/o &!5 sentido. Como di5i! o "eo poet!B somente &!5emos &!t! ! n0s
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
Agora %oc ?; +ode com+reender a +osi:>o filosDfica$ em rela:>o a 9/erela dos /ni%ersais$
adotada +or Pedro A8elardo$ n>o 2 mesmo !m s/ma0 A8elardo cr 9/e os nomes das coisas tem certa rela:>o com as coisas /ma rela:>o criada$ artificial6$ mesmo 9/e nosso filDsofo acredite as coisas tenham e=istncia real no m/ndo.
!nt>o$ se A8elardo % /ma cadeira$ essa cadeira e=iste %erdadeiramente no m/ndo
inde+endente de nossa +erce+:>o o/ n>o da cadeira. # nome Kcadeira$ ent>o$ significa tanto a cadeira real$ +resente no m/ndo dos sens%eis$ como /ma o/tra s/+osta cadeira 9/e e/ imagine atra%2s de minhas fac/ldades intelecti%as de a8stra:>o. A Kcadeira4
imagem$ a 9/e +rod/<o em minha mente$ 2 /m signo 8aseado em /m dado e=istente real. Podemos +rosseg/ir$ ent>o
Por2m$ ao mesmo tem+o$ A8elardo cr 9/e nomes s>o a+enas nomes e 9/e esses nomes
n>o di<em da realidade o 9/e ela 2$ a+esar de os nomes corres+onderem aos dados da realidade. A8elardo$ ent>o$ f/nda o Kconceit/alismo dentro da do/trina dos /ni%ersais. efende A8elardo 9/e os conceitos o/ os /ni%ersais sD e=istem$ como id2ias$ em nosso es+rito$ n>o +oss/indo nada 9/e lhes corres+onda %erdadeiramente na realidade. !m o/tras +ala%ras$ o Kconceit/alismo 2 /ma do/trina seg/ndo a 9/al as id2ias gerais 9/e ser%em +ara organi<ar nosso conhecimento s>o instr/mentos intelect/ais criados +or nosso es+rito$ mas sem nenh/ma e=istncia fora dele.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
&imos 9/e Pedro A8elardo discorda%a de se/ mestre$
Roscelino de Com+iUgne lem8ra disso6. Mas$ afinal
9/em foi Roscelino
Roscelino foi mestre de Pedro A8elardo e G/ilherme
de Cham+ea/=. Considerado como o f/ndador do
nominalismo. Crio/ /ma do/trina acerca da
"antssima rindade$ +or2m$ +ara manter a ca8e:a
acima do +esco:o$ em +osi:>o %ertical$ a8?/ro/ s/a
+rD+ria do/trina no Conclio de "oissons$ em '5(,.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
! 9/em$ afinal de contas$ foi G/ilherme de Cham+ea/=
Bis+o$ lDgico$ teDlogo e filDsofo francs.
G/ilherme de Cham+ea/= f/ndo/ a Vcole de "aint4&ictor$ em Paris. !sse filDsofo
fico/ conhecido como o mais im+ortante defensor da teoria realista dos /ni%ersais
de ascendncia +latnica. !st/do/ teologia so8 a orienta:>o de Anselmo de Laon$
8is+o de Chalons e 9/e ha%ia sido disc+/lo de "anto Anselmo. G/ilherme de
Cham+ea/= foi +rofessor de Pedro A8elardo de+ois$ Pedro A8elardo se tornaria
se/ inimigo$ +ois Cham+ea/= n>o tolero/ o fato de A8elardo ter acrescentado
teoria dos /ni%ersais o Kconceit/alismo6. "ed/<ido +elo 8rilho eclesi;stico$
a8andono/ a c;tedra e se/ ar9/idiaconato ''56 +ara se retirar +ara ">o &tor$
onde tomo/ o h;8ito de cnego reg/lar de "anto Agostinho$ ren/nciando aos
ensinamentos e aos a+la/sos da escola. A+oio/ as id2ias so8re o realismo de
Anselmo de Laon$ foi nomeado 8is+o de ChWlons4s/r4Marne '''*6$ consagro/4se
ao minist2rio e+isco+al e morre/ em ChWlons4s/r4Marne. No se/
)e *rigine#nimae
$ enfati<o/ o ato criati%o de e/s na feit/ra de cada alma h/mana. !scre%e/
%arias o8ras teolDgicas. Na Bi8lioteca Nacional de Paris e=iste /m man/scrito deste
+relado denominado
#s +entenças.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
&amos %oltar ao ass/nto
# realismo na s/a forma mais com+leta afirma n>o sD 9/e os /ni%ersais
tem e=istncia real$ como constit/em mesmo a mais a/tntica realidade. #
realismo$ o8%iamente$ remete a do/trina +latnica 9/e tem /ma cren:a
m/ito forte em /m m/ndo fora este$ s/+erior$ onde residem as Id2ias. #
realismo ainda afirma 9/e as coisas +artic/lares$ conhecidas atra%2s dos
sentidos$ constit/em a+enas cD+ias im+erfeitas e +erec%eis de Kmodelos
reais 9/e se sit/am em /m hori<onte transcendenteT
Como %oc ?; noto/$ recriar a histDria desses conceitos n>o 2 tarefa m/ito
f;cil. !nt>o$ %amos retornar a "anto Anselmo +ara entender melhor a
9/est>o e conhecer /m +o/co do +ensamento de G/ilherme de
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
G/ilherme de Cham+ea/= afirma%a 9/e em cada
mem8ro de /ma es+2cie estaria +resente /ma
nat/re<a com/m real e os entes indi%id/ais difeririam
a+enas em se/s acidentes e n>o em s/a s/8stWncia.
&oc lem8ra$ do conceito de Kacidente em
AristDteles "er; 9/e e/ o a+resentei a %oc "e
n>o$ ent>o$ %amos re4lem8rar o/ a+render ?/ntos0
Kacidente 2 a9/ilo 9/e 2 efmero$ a+arente$
transitDrio e 9/e n>o afeta a s/8stWncia$ a essncia
o/ a coisa em si.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
Anselmo de Cant/;ria$ +or o/tro lado$ disting/e
trs ti+os de realidade dos /ni%ersais. #
+rimeiro ti+o seria constit/do +elos /ni%ersais
9/e s>o reais na mente de e/s$ como id2ias4
ar9/2ti+os 9/e formam o &er8o esses s>o os
/ni%ersais 9/e +recedem as coisas em si o/
K/ni%ersais antes das coisas
universalia ante
rem
6.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
# seg/ndo ti+o de realidade dos /ni%ersais 9/e
Anselmo disting/e 2 a dos K/ni%ersais nas coisas
universalia in re
6. A cria:>o do m/ndo +or e/s
consistiria na concreti<a:>o dos /ni%ersais e=istentes
em "/a mente.
Finalmente$ os /ni%ersais e=istiriam realmente na mente
de cada s/?eito +ensante$ so8 a forma de Kconceitos.
Anselmo chama isso de K/ni%ersais de+ois das coisas
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
Como %oc %i/ at2 a9/i a reconstr/:>o do
+erc/rso histDrico das id2ias n>o 2 f;cil. !ssa
reconstr/:>o 2 sem+re ine=ata e sem+re algo
fica relegado a /m canto mais esc/ro do tem+o
histDrico enfocado mesmo 9/e esta histDria
9/e contamos se?a a histDria da forma como a
filosofia a %.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
# nominalismo toma +osi:>o diametralmente o+osta a do realismo. Para o nominalismo a
realidade 2 constit/da +elos entes indi%id/ais o nominalismo n>o nega a e=istncia dos entes6S +or2m$ os /ni%ersais n>o s>o nada mais 9/e sim+les emisses de %o< flatus vocis6$ meros nomes.
&oc agora me +erg/nta e com ra<>o6 como /ma do/trina 9/e inter+reta as id2ias gerais
o/ K/ni%ersais como n>o tendo nenh/ma e=istncia real$ se?a na mente h/mana
en9/anto conceitos6$ se?a en9/anto Kformas s/8stanciais +ode conce8er a e=istncia do ente
!/ de%o me a+ressar +or res+onder s/a +erg/ntaT Am8os$ o Nominalismo e o Realismo
conce8em a e=istncia dos entes. A grande 9/est>o$ 9/e f/nda s/as di%ergncias$ 2 acerca da malha teDrica com 9/e tentar>o$ o/ n>o$ dar conta disso. Para o realismo a +ala%ra tem certa corres+ondncia com /ma +oss%el realidadeS +ara o nominalismo os entes e=istem +or2m n>o corres+ondem a nossas +ala%ras essa /rdid/ra 9/e fa<emos entre coisa e significado 2 +/ramente o+eracional e o+erati%a +ara 9/e +ossamos %i%er no m/ndo %oc ?; se +erg/nto/$ afinal de contas$ +or9/e /ma mesa 2 /ma mesa Por9/e$ afinal Kmesa n>o +ode se chamar K+;ssaro Nota 9/e h; /ma con%en:>o a$ /m acordo$ +ara 9/e nDs$ atra%2s das +ala%ras$ +ossamos transmitir o 9/e 9/eremos an/nciar ao m/ndo6.
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Lógica no Século XII
&oc noto/ 9/e a sol/:>o dada +or A8elardo ao
+ro8lema dos /ni%ersais 2 intermedi;ria entre o
realismo e o nominalismo
&oc noto/ 9/e ao mesmo tem+o em 9/e A8elardo
admite a corres+ondncia entre a +ala%ra e a coisa
ele tam82m admite 9/e +ala%ras s>o id2ias sem
corres+ondncia na realidade &oc noto/ como ele
admite 9/e essa corres+ondncia 2 artificial
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
!s+ero 9/e %oc ainda n>o este?a t>o
cansado. Afinal$ lidamos ho?e com a
escol;stica em si$ e$ como e/ disse a %ocs$
de certa feita0 escol;stica 2$ no f/ndo$
e=erccio do +ensar. V como se a escol;stica
fosse o grande treino 9/e fa<emos antes da
grande com+eti:>o. Bem$ ainda tenho
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
#s /ni%ersais constit/em$ +ara A8elardo$ +ala%ras significati%as$ de
certa forma$ e n>o sim+les emisses da %o< h/mana lem8re 9/e
gra:as a s/a conce+:>o Kconceit/alista dos /ni%ersais$ Pedro
A8elardo fica na fronteira entre o realismo +/ro e o nominalismo
+/ro6.
Para a indaga:>o de Porfrio so8re se os /ni%ersais e=istem
realmente o/ s>o o8?etos de intelec:>o$ encontra4se nas o8ras de
A8elardo a seg/inte res+osta0 +or si mesmos$ os /ni%ersais n>o
e=istem mais do 9/e no intelecto$ mas eles referem4se a seres
reais. Note como a teoria$ a+arentemente ds+ar e a8s/rda$ confl/i
aT
História do Ressurgimento da Lógica
no Século XII
A /ma seg/nda indaga:>o de Porfrio de 9/e
se os /ni%ersais s>o cor+Dreos o/ incor+Dreos$
a res+osta de A8elardo 2 d/+la0 en9/anto
nomes$ eles s>o cor+Dreos$ /ma %e< 9/e s/a
nat/re<a 2 a dos sons emitidos +ela %o<
h/manaS no entanto$ s/a f/n:>o de ser%irem
+ara designar /ma +l/ralidade de indi%d/os
semelhantes 2 incor+Drea.
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Lógica no Século XII
A /ma terceira indaga:>o de Porfrio0 Kse os /ni%ersais e=istem
nas coisas sens%eis o/ fora delas$ A8elardo d; /ma d/+la
res+osta0 alg/ns /ni%ersais e=istem com+letamente fora de
9/al9/er +ossi8ilidade de +erce+:>o sens%elS 2 o caso do
/ni%ersal Kalma. #/tros tanto e=istem no sens%el 9/anto fora
dele. #s /ni%ersais 9/e se referem s formas dos cor+os teriam
e=istncia no m/ndo dos sens%eis
No entanto$ +oderia se dar o caso de os /ni%ersais designarem
as formas dos cor+os como 9/e se+arados do sens%el atra%2s
da a8stra:>oS 9/ando isso acontece$ os /ni%ersais em 9/est>o
e=istiriam fora do +lano do sens%el.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
Finalmente$ o 9/arto +ro8lema le%antado +elo +rD+rio
A8elardo60 se n>o ho/%esse os indi%d/os corres+ondentes$
s/8sistiriam os /ni%ersais
A res+osta e=ige 9/e se le%e em considera:>o dois as+ectos0
+or /m lado$ a significa:>o dos /ni%ersais en9/anto nomes
imediatamente referidos a indi%d/os e$ +or o/tro lado$ s/a
significa:>o en9/anto conceitos. No +rimeiro caso$ os
/ni%ersais cessariam de e=istir$ n>o ha%endo indi%d/os a serem
significados. No seg/ndo caso$ eles contin/ariam a e=istir$ +ois
mesmo 9/e n>o ho/%esse rosas$ +oder4se4ia di<er0 as rosas
n>o e=istem.
História do Ressurgimento da
Lógica no Século XII
As res+ostas dadas +or Pedro A8elardo aos
intricados +ro8lemas dos /ni%ersais colocam4no
como fig/ra de +rimeiro +lano dentro da histDria da
filosofia.