• Nenhum resultado encontrado

INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NAS DEMÊNCIAS. Profa Dra Carla da Silva Santana FMRP-USP

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NAS DEMÊNCIAS. Profa Dra Carla da Silva Santana FMRP-USP"

Copied!
29
0
0

Texto

(1)

Profa Dra Carla da Silva Santana

FMRP-USP

INTERVENÇÃO DA TERAPIA

(2)

Sobre as Demências

As demências podem ser didaticamente divididas em dois grandes grupos:

as demências primárias e as secundárias.

 Demências primárias-são desordens degenerativas do Sistema Nervoso Central (SNC),

com curso progressivo e que se manifestam clinicamente por declínio cognitivo

acompanhado ou não de outras alterações do exame neurológico ou por transtornos de comportamento (Doença de Alzheimer, demência com corpos de Lewy e a demência Fronto-temporal).

 Demências secundárias-são consequências de desordens não degenerativas que

acometem SNC, acompanhadas ou não de outras alterações neurológicas (demência vascular, demência hidrocefálica, demência secundária a tumores, entre outras.)

(3)

Estágios da demência e os cuidados

que devem ser tomados em cada um:

LEVE:

acometimento das capacidades de trabalho e sociais, mas

mantém grau de independência das (AVDs).

Há comprometimento da memória recente.

Nesta fase, deve

se estimular independência, estabelecer rotinas com

atividades repetitivas. Além disso, não se deve dirigir, deve haver também, cuidado com

questões financeira e jurídica.

MODERADA:

Necessita de supervisão para as AVDs. Aqui há o perigo de sair

sozinho,

necessita-se de supervisão para higiene, prevenção de acidentes e

estímulo para se fazer o que consegue.

GRAVE:

Incapacidade para AVDs, necessita supervisão e cuidados

(4)

DEMÊNCIA E SEUS IMPACTOS NA

SAÚDE DO IDOSO

Os impactos gerados pela demência variam de acordo com a etiologia, porém há

progressiva perda na função cognitiva, com maior ênfase na perda de memória, e interferência nas atividades sociais e ocupacionais (GALLUCCI et al 2005).

 Pode-se observar prejuízo de pelo menos uma das seguintes capacidades de cognição:  atenção,  imaginação,  compreensão,  concentração,  raciocínio,  julgamento,  afetividade,  percepção (CANINEU, 2003),

em como pode haver afasia, apraxia, agnosia e perturbações nas funções de execução

(5)

Sinais e Sintomas

Dificuldades em desempenhar tarefas que são familiares e que costumavam fazer facilmente

Mudanças na personalidade e nas habilidades sociais

Perder-se em trajetos familiares Perda do padrão de sono, frequentemente anda durante a noite

Problemas de linguagem, como encontrar no nome de objetos familiares

Desilusão, depressão, agitação

Perder o interesse em coisas que a pessoa gostava anteriormente

Dificuldades no desempenho das AVDs

Afeto superficial Dificuldades na leitura e escrita

Colocar itens em lugares errados Esquecimento de detalhes sobre eventos correntes

(6)

Sinais e Sintomas

Esquecimento de eventos de sua própria vida, perda da consciência de quem é

Problemas para compreender a linguagem

Alucinação, argumentação, golpes e comportamento violento

Dificuldades para reconhecer membros familiares

Julgamento empobrecido e incapacidade de reconhecer o perigo

Incontinência

Uso de palavras erradas, erros de pronúncia, fala com sentenças confusas

Dificuldades no desempenho das AVDs básicas

(7)

10 Sinais de alerta

Perda de memória que impactam (interferem) no cotidiano

Problemas novos com palavras na linguagem falada ou na escrita

Desafios no planejamento e na solução de problemas

Trocar as coisas de lugar e ter dificuldade para refazer os passos

Dificuldade para completar tarefas familiares da casa, de trabalho ou de lazer

Diminuição ou empobrecimento do julgamento

Confusão com o tempo ou lugares Interrupção das atividades de trabalho ou sociais

Dificuldades para entender imagens visuais ou relações espaciais

(8)

Acompanhando problemas de saúde e

psicossociais

Abusos por e para com os cuidadores Quedas e fraturas

Escaras Comportamento prejudicial ou violento para

si ou aos outros Perda da função muscular que causa a

inabilidade para movimentar-se

Perda da função e capacidade de cuidar de si mesmo

Infecção (urinária e pneumonia) Perda da capacidade de interagir Outras complicações relacionadas à

imobilidade

(9)

Curso da Demência no Cérebro

Formação de Memória

(Diminuição da capacidade de formar novas memórias)

Processamento Sensorial

(Causa “estragos” nos sentidos, alucinações visuais)

Processamento da Linguagem

(diminuição da capacidade para usar as palavras corretamente)

memória de armazenamento (perda de memórias mais antigas) Pensamento Lógico

(Declínio da habilidade de resolver problemas, captar conceitos e fazer planos)

Equilíbrio e Coordenação

(perda da capacidade de andar e desempenhar a maioria das AVDs)

Regulação emocional

(Diminuição de controle sobre o humor e sentimento)

Funções Automáticas

(afeta a respiração, a digestão, frequência cardíaca e pressão arterial)

(10)

Não há cura para a demência, assim as

terapias tem foco nas seguintes intervenções

(11)

Manejo terapêutico das condições

Diminuir a progressão da doença (algo

extremamente difícil de se conseguir)

Manejar sintomas, tais como problemas

comportamentais, problemas para dormir e

confusão,

Adaptar o ambiente doméstico buscando melhor

desempenho nas atividades de cotidiano.

Dar suporte aos membros da família e aos

cuidadores

(12)

ÁREAS DE OCUPAÇÃO

Atividades Instrumentais da vida

diária

Atividades da vida diária

 A demência pode comprometer as

habilidades de desenvolver as AIVD

 (dirigir, controlar as finanças, gerenciar a

medicação, preparar as refeições, etc)

- Podem ocorrer incidentes como:  - Esquecer as chaves dentro do carro;

 - Perder-se no trajeto;

 -Ter crises por não manejar corretamente

os medicamentos;

-Ter perda de peso por não se alimentar

direito, etc

A capacidade cognitiva para planejar,

iniciativa, completar as AVD com segurança, consistência e eficácia nas tarefas como vestir-se, banhar-vestir-se, etc

 Exemplo:

- Não vestir a roupa adequada ao clima ou

à situação;

-Comportamento combativo ou

resistente para algumas tarefas como tomar banho, etc

(13)

ÁREAS DE OCUPAÇÃO

Sono e Descanso

Educação e Trabalho

O sono muda nas demências:

Dificuldade para dormir

Cochilos durante o dia podem alterar

o ciclo sono-vigilia,

Podem experimentar a alteração do

“sol poente”.

Dentre outros fatores, a inabilidade

para resolver problemas, captar

novos conceitos, comunicar-se com

eficácia e executar tarefas mais

complexas impactam o desempenho

nestas áreas de ocupação.

(14)

ÁREAS DE OCUPAÇÃO

Lazer e Participação Social

Com a demência, ocorre a retirada gradual das atividades de lazer devido a

inabilidade de desempenhar ou causadas pela frustração dada ao aumento

das mudanças cognitivas.

Pode ocorrer uma tendência da privação do trabalho pode se as demandas

da atividade não forem reformados para atender aos habilidades reduzidas

dos sujeitos

Existe a tendência de isolamento social

Os problemas de linguagem tais como a afasia expressiva ou receptiva ou

agnosia pode afetar a comunicação social;

Pode desejar esconder a doença de ex-conhecidos;

Alguns indivíduos com demência pode apresentar comportamentos

desinibidos, incluindo piadas ou comentários inapropriados, negligenciar a

higiene pessoal, demonstrar proximidade/familiaridade com estranhos, ou

desrespeito com regras sociais.

(15)

ÁREAS DE OCUPAÇÃO

Habilidades

sensório-perceptivas

Habilidades Motoras e

Práxicas

 Progressivamente afetada através do

curso das demências

 Todas as áreas sensoriais podem ser

afetadas (visual, auditiva, tátil,

proprioceptiva, vestibular, olfativa e gustativa)

 - Poderá reportar distúrbio na

percepção visual;

 - Poderá reportar certo tipo de

aversão a alimentos ou textura dos alimentos;

- Asterognosia não é incomum.

As habilidades motoras começam a declinar nos

estágios intermediários – especialmente nas áreas de planejamento motor, sequenciamento e

execução de novos movimentos;

Déficits cognitivos impedem a função motora.  No meio dos estágios moderados a avançados, o

risco de quedas aumenta como também o desenvolve a apraxia.

 Quedas podem causar uma falta de julgamento na

habilidade para descer uma escada, disfunção perceptiva, ou falha para acionar os freios de uma cadeira de rodas para fazer uma transferência,

As habilidades motoras nos últimos estágios são

severamente comprometidas e o paciente pode ter que permanecer na cadeira de rodas ou acamado.

(16)

ÁREAS DE OCUPAÇÃO

Habilidades de regulação emocional

Habilidades Cognitivas

 Pode haver um senso de perda de luto, se a pessoa

tem consciência da perda de memória.

 Podem variar de depressão leve a raiva evidente e

agressão.

 As famílias podem encontrar frustração crescente

que a pessoa tem dificuldade em verbalizar a experiência de perda de memória ou expressando os temores sobre o futuro.

Sentimentos de confusão podem alterar as

emoções

Nos estágios finais da doença estes

comportamentos podem se transformar em agressão ou reações catastróficas.

 O impacto primário em habilidades de

desempenho é relativo aos déficits cognitivos

 Embora o desafio cognitivo primário

seja na memória, os pacientes perdem também a função executiva incluindo:

 - Julgamento,  - Habilidades de resolver problemas;  - Sequenciamento;- Organização;  - Priorização  - Planejamento,  - Iniciativa

(17)

ÁREAS DE OCUPAÇÃO

Comunicação e Habilidades Sociais

Pode perder a capacidade de interagir.

Este sintoma pode se manifestar como afasia expressiva ou

receptiva

Agnosia ou problemas para recordar os acontecimentos

recentes podem prejudicar o fluxo da conversa, e o indivíduo

pode recuar a partir de discussões em grupo

Podem ficar constrangido pelos desafios de comunicação e

podem tentar esconder o problema, retirando de situações

sociais

Podem repetir perguntas ou perseverar em um evento recente

ou problema de saúde que pode levar a aborrecimentos para o

cuidador principal

(18)

PADRÕES DE DESEMPENHO

Padrões de desempenho são os hábitos, rotinas, rituais e papéis

na atividade diária.

Hábitos tornam-se fortes que o paciente pode desenhar a partir

de quando ele ou ela não é mais capaz de se lembrar como

executar.

Pode ter de se demitir de funções atuais devido ao declínio

cognitivo

Experiência uma capacidade diminuída ou completa

incapacidade de aprender novas rotinas

Pode tornar-se incapaz de participar de rituais que são

complexas e / ou cognitivamente mais exigente

(19)

Contexto e Ambiente

Contexto Ambiental

Contexto Pessoal

A demência pode ser vista como algo normal

do envelhecimento entre negros, africanos,

americanos, latinos, etc

A demência pode ser vista como uma

punição por problemas do passado, como

sangue ruim ou doença mental.

Famílias podem não procurar por tratamento

porque eles não desejam trazer vergonha

para a família

A demência pode ser atribuída para o mal

“olho do demônio” ou dos nervos.

A demência é uma doença relatada

na velhice, porém em geral os

primeiros sintomas aparecem na

fase final da vida adulta

Os pacientes tendem a se tornar

desorientados de seus atributos

pessoais, idade, estado civil, ou

composição familiar.

Os primeiros sintomas (antes dos

65 anos) representam um desafio

pois demandam uma alto

investimento emocional e isto pode

afetar negativamente a auto-estima

(20)

Contexto e Ambiente

Contexto Temporal

Contexto Virtual

Os ritmos circadianos são

alterados na pessoa com

demência devido a “síndrome

do por do sol”

O contexto virtual mantem a

pessoa segura quando ele ou ela

estão na própria casa ou num

residencial

Questões comportamentais

relacionadas a vaguear ou sair de

áreas seguras ou atividades

potencialmente perigosas, podem

requerer monitorização (sistema

de vigilância em casa).

(21)

Contexto e Ambiente

Contexto Físico

Contexto Social

O paciente pode encontrar dificuldade

para negociar ou navegar em seu

ambiente físico devido ao avanço dos

problemas cognitivos;

Iluminação, contrastes visuais, cores

podem afetar os níveis funcionais dos

sujeitos.

A relação com a esposa, amigos e

cuidadores pode se tornar tensa.

Relacionamento com os sistemas

(legal, policial, econômico ou

institucional) que são influentes no

estabelecimento de normas,

expectativas de papéis, rotinas e

nível social podem dissolver

(22)

FATORES DOS CLIENTES

Devido à natureza debilitante da demência, os valores, as

crenças, a espiritualidade, as funções corporais, e estruturas do corpo que residem no desempenho ocupacional do sujeito e influência o desempenho ocupacional do paciente.

Cada cliente com demência é um ser único e individual como um conjunto distinto no que se refere aos seus aspectos físicos, e motivacionais.

Barreiras para um ótimo desempenho com base em funções fisiológicas dos sistemas orgânicos ou pessoais, valores e crenças devem ser identificados pelo profissional de TO

O indivíduo pode ter deficits visuais que a mobilidade na comunidade sem supervisão

A pessoa com demência pode ter apraxia que contribui para um ambiente inseguro, mas pode não ter a capacidade cognitiva para aprender a usar aum suporte de mobilidade.

(23)

FATORES DOS CLIENTES

A forte crença na auto-determinação pode influenciar o desejo de manter-se independente, mas o pobre julgamento por causa do declínio cognitivo pode criar uma situação de risco de vida para os pacientes que vivem sozinho.

O desejo de buscar engajamento em atividades espirituais deve influenciar recomendações na intervenção do processo de planejamento.

O indivíduo pode ter déficits visuais que a mobilidade na comunidade sem supervisão

A pessoa com demência pode ter apraxia que contribui para um ambiente inseguro, mas pode não ter a capacidade

(24)

Questões de destaque

Como as alterações do indivíduo interferiram nos relacionamentos e no grau de independência?

Essas questões são importantes porque quando o quadro de déficits é leve ou moderado, o diagnóstico por testes pode ser mais difícil, sendo necessário dar mais peso à história da apresentação.

Testes não retratam inteiramente o funcionamento no dia-a-dia. Permitem examinar processos, porém não são a medida da função em si mesma.

Idosos podem desempenhar mal nos testes e funcionarem bem na vida diária.

(25)

Passos a seguir

Coletar a história

Avaliar a funcionalidade (função motora, cognitiva,

social)

Observar o desempenho geral do idoso

(comparar o relato do cuidador com os dados da

avaliação

Estabelecer um plano de tratamento

Desenvolver estratégias que incluam o setting, o domicílio,

os familiares, a comunidade e a comunidade local (igreja,

(26)

ESTIMULAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS

Memória

(Curto e longo prazo verbal e não-verbal Implícita e explícita Retrógrada e anterógrada Semântica e episódica) Função executiva (Planejamento Seriação, classificação Solução de problemas Auto-crítica) Linguagem (Fala espontânea Compreensão verbal Nomeação Repetição) Atenção

(seletiva, alternada, sustentada)

Funções Perceptivas

(visual, auditiva, olfativa, gustativa,

tátil, cinestésica) Orientação espacial e temporal

Raciocínio e Abstração Formação de conceitos e Elaboração

do pensamento Cálculo

Praxias e Performance Motora

(Desenhar, montar, obedecer comandos

Força, destreza, coordenação, velocidade) Personalidade e Funções sócio-adaptativas (Aparência Orientação Pensamento/insight Atenção, concentração, memória

Funcionamento emocional e intelectual)

(27)

Pensar nos contextos onde tais

estimulações se dão

No setting

No contexto da

casa

No contexto da

casa de outros

familiares

Nos espaços

(28)

Sub-Programas

Diferenciação Cognitiva Percepção Social Competências Sociais Comunicação Verbal Resolução de Problemas Inter-pessoais

Técnicas e estratégias

Exercícios de classificação e categorização Exercícios com conceitos verbais Exercícios com material numérico

Descrição e interpretação de estímulos sociais Discussão do significado de situações sociais

Instruções e reestruturação cognitiva Modelagem, Role-plays, Feedback

Discussão e trabalhos de casa Exercícios de repetição verbal

Exercícios de ensaio verbal Conversação sobre um tópico

Conversação livre

Identificação e análise de problemas Treino da resolução de problemas

Transferência de soluções para situações reais de vida Sub-programas e técnicas utilizadas na intervenção de grupo para desenvolvi-mento de competências cognitivas baseados no Integrated Psychological Therapy (Brenner et al., 1994)

(29)

Referências

http://www.slideshare.net/chevysota/alzheimers-dimentia-vs-occupational-therapy

Referências

Documentos relacionados

Está expresso no artigo 22 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), que a educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a

Falando em qualidade, a porcentagem de pessoas insatisfeitas com sua tatuagem é de 20% e o motivo maior para esta insatisfação é o trabalho mal-feito, despertando o desejo de fazer

ergonomia. O secretário de cada sub-comitê era um técnico de segurança e apresentava o mesmo perfil da secretária geral. Este funcionário ficou responsável pelo controle documental

Para a realização das simulações no ambiente urbano e rodovia, foram consideradas diferentes densidades veiculares para cada caso. Além disso, a velocidade também

Seu programa deve gerar uma ´ unica linha de texto, mapeando os caracteres da entrada para U, para letras mai´ usculas, L, para letras min´ usculas, W, para espa¸cos em branco e D

Com o estudo anterior (AMARAL, 2009) sobre a evolução da infografia no meio, surgiram dúvidas a respeito de alguns exemplos pesquisados. Percebemos que a fronteira

Nestes contratos estão definidas metas de trabalho para as equipes técnicas, representadas pelas metas estaduais (que são gerais e estratégicas para todos os

Contudo, poderão ser ventiladas outras possibilidades, nomeadamente a força, peso ou influência exercida pelo “lobby” do Ministério do Ambiente e Ordenamento do