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24/03/2017

Número: 0601295-24.2017.6.00.0000

Classe: MANDADO DE SEGURANÇA

Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Superior Eleitoral Órgão julgador: Ministro Luiz Fux

Última distribuição : 24/03/2017 Valor da causa: R$ 0.0

Processo referência: 0000110-53.2017.6.16.0000 Assuntos: Pesquisa Eleitoral

Objeto do processo: Trata-se de MS impetrado pelo INSTITUTO PARANÁ DE PESQUISAS E ANÁLISE

DE CONSUMIDOR LTDA contra ato do Juiz Relador do TRE/PR, IVO FACCENDA, que deferiu

liminar, nos autos do MS 11053, para suspender a divulgação de pesquisa eleitoral registrada sob o número PR07230/2016, relativa ao município de Foz do Iguaçu-PR, supostamente pela ocorrência de equívoco quanto à estratificação do eleitoral, com a adoção do critério fornecido pelo IBGE PEA - Público Economicamente Ativo. Processo Referência: MS 11053 // PR 07230 (Registro da

Pesquisa).

Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? NÃO

Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM Tribunal Superior Eleitoral

PJe - Processo Judicial Eletrônico

Partes

Tipo Nome

ADVOGADO GUSTAVO BONINI GUEDES

FISCAL DA LEI Procurador Geral Eleitoral

IMPETRANTE INSTITUTO PARANA DE PESQUISAS E ANALISE DE CONSUMIDOR LTDA -EPP

ADVOGADO ORIDES NEGRELLO NETO

IMPETRADO IVO FACCENDA

TERCEIRO INTERESSADO COLIGAÇÃO FOZ ACIMA DE TUDO

Documentos Id. Data da

Assinatura

Documento Tipo

(2)

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 0601295-24.2017.6.00.0000 – CURITIBA – PARANÁ

Ministro Luiz Fux

Relator:

Instituto Paraná de Pesquisas e Análise de Consumidor Ltda.

Impetrante:

Gustavo Bonini Guedes

Advogado:

: Ivo Faccenda, Juiz do TRE/PR

Autoridade Coatora

DECISÃO

MANDADO DE SEGURANÇA. EMENTA:

CONCESSÃO DE PEDIDO LIMINAR. IMPETRADO EM FACE DE ATO

WRIT

DE JUIZ MEMBRO DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ. A T O T E R A T O L Ó G I C O . EXCEPCIONALIDADE. PROIBIÇÃO. VEICULAÇÃO. PESQUISA ELEITORAL. VIOLAÇÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO. LIMINAR DEFERIDA.

Cuida-se de mandado de segurança, aparelhado com pedido liminar inaudita

, impetrado pelo Instituto Paraná de Pesquisas e Análise de Consumidor Ltda.

altera parte

contra ato praticado por Ivo Faccenda, Juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, relator do Mandado de Segurança nº 110-53.2017.6.16.0000/PR.

Noticia que o Impetrado deferiu liminar nos autos do Mandado de Segurança citado “para impedir a divulgação de pesquisa eleitoral registrada sob o número PR07230/2016, relativa ao Município de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, supostamente pela ocorrência de equívoco quanto à estratificação do eleitorado, com a adoção do critério fornecido pelo IBGE

” (Num. 79924 – Pág. 2).

(3)

Argumenta que interpôs agravo regimental contra esta decisão, “todavia, o mesmo não encontra expectativa para julgamento próximo, tendo em vista ainda pender de remessa ao Ministério Público Eleitoral, sendo a próxima sessão de julgamento do TRE/PR somente segunda-feira dia 27 de março de 2017 e outra na quarta-feira dia 29 de março de 2017, prejudicando a atualidade da pesquisa, a qual, se for publicada em período posterior,

” (Num. 79924 – Pág. 3).

pode já não mais retratar a realidade daquele Município

Pondera que “se está a exatos 9 dias das eleições, e que a pesquisa foi realizada dentro de todos os conformes legais, é que se faz necessário impetrar o presente mandado”

(Num. 79924 – Pág. 4).

Aduz que a irregularidade apontada na decisão atacada “se limita a adoção do critério de estratificação do eleitorado com base nas informações do IBGE em relação à

” (Num. 79924 – Pág. 9).

população economicamente ativa

No ponto, sustenta que a Resolução-TSE nº 23.453/2015 “é bastante genérica

” (Num. 79924 – Pág. 9),

quanto à exigência de dados para a formulação de pesquisa eleitoral

e, assim, “a adoção do critério utilizado pelo IBGE quanto a segmentação da sociedade com a população economicamente ativa, não encontra nenhuma vedação legal, pois faz parte do

” (Num. 79924 – Pág. 11).

âmbito de metodologia própria do instituto de pesquisa

Prossegue argumentando que “em momento algum a Resolução 23.453 – TSE exige a estratificação do plano amostral de determinada forma; o que se exige, única e exclusivamente, é que a origem dos dados seja pública/oficial e que tais resultados sejam

” (Num. 79924 – Pág. 12).

ponderados

Quanto ao periculum in mora, aduz que “se os resultados não puderem ser divulgados, todos os dados colhidos se perderão, e de nada terão valido. Não se pode esperar

(Num. 79924 – Pág. 17).

pelo saneamento completo do processo, e aguardar pela sentença”

Requer a concessão do pleito liminar, para que seja permitida a divulgação da pesquisa eleitoral objeto dos autos nº 35-70.2017.6.16.0016/PR. Ao final, pugna pela concessão definitiva da segurança.

É o relatório suficiente. Decido.

, assento que o mandado de segurança, previsto no art. 5º, LXIX, da

Ab initio

Constituição da República , é remédio constitucional destinado a coibir ilegalidade ou abuso de1 poder praticados por autoridade, visando à proteção de direito líquido e certo que seja incontroverso e possa ser facilmente percebido.

, vislumbro a presença dos requisitos autorizadores para a concessão da

In casu

segurança. Explico.

É cediço que não compete a este Tribunal Superior a análise e o julgamento de mandado de segurança contra ato de membro de Corte Regional , bem como para2 desconstituir decisão judicial passível de recurso específico nos termos do disposto no art. 21, VI, da Lei Complementar nº 35/78 . Excetua-se, entretanto, quando há teratologia do ato3 judicial, o que se vislumbra na espécie.

Nesse sentido, este Tribunal já decidiu pela admissão de mandado de segurança contra ato de membro de Tribunal Regional Eleitoral, excepcionalmente, nos casos de proibição de divulgação de pesquisa eleitoral:

(4)

“Mandado de segurança. Situação excepcional. Pesquisa. Proibição de divulgação na véspera do pleito eleitoral. Liminar. Indeferimento. Agravo regimental.

- Não cabe mandado de segurança, impetrado ao Tribunal Superior Eleitoral, para impugnar ato de relator de representação em tribunal regional.

- Em caso excepcional - proibição, por liminar, de divulgação de pesquisa eleitoral, na véspera do pleito - admite-se o mandado de segurança.

- As pesquisas eleitorais podem ser divulgadas até a véspera da eleição. - Agravo regimental provido para deferir a liminar”.

(AgR-MS nº 3518/SP, Rel. Min. Gerardo Grossi, PSESS de 30/9/2006).

No mesmo sentido, destaco recente decisão no MS nº 0601970-21.2016.6.00.0000/PR, Rel. Min. Luciana Lóssio, PSESS em 04/10/2016.

O Impetrante assevera teratológico o ato de Juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, Relator do Mandado de Segurança nº 110-53.2017.6.16.0000/PR, que concedeu liminar para suspender a divulgação de Pesquisa Eleitoral registrada sob o nº PR07230/2016

“pela ocorrência de equívoco quanto a estratificação do eleitorado, com a adoção do critério

” (Num. 79924 – Pág. 2).

fornecido pelo IBGE PEA – Público Economicamente Ativo

Para melhor compreensão da controvérsia, transcrevo a decisão liminar proferida pelo Impetrado (Num. 79926 – Pág. 4):

“De forma bastante resumida e premido pela iminência da divulgação da pesquisa, apego-me apenas a questão da falta de critério de nível econômico.

Neste ponto, observo que às fls. 34/35 o registro da pesquisa traz plano amostral de sexo, idade, grau de instrução e, em especial, quanto ao nível econômico, foi informado que será utilizado o PEA – População Economicamente Ativa.

O PEA que é fornecido pelo IBGE é assim descrito por esse Instituto: ‘É composta pelas pessoas de 18 a 65 anos de idade que foram classificadas com ocupadas ou desocupadas na semana em referência da pesquisa’.

Este índice apenas indica qual a porcentagem da população brasileira que é ativa, mas não traz dados acerca do nível econômico. Em meu entender, a distinção de nível econômico não quer endereçar a existência de renda, mas quais as faixas de renda nas quais se divide a população brasileira.

Neste ponto absolutamente específico, penso que o registro da pesquisa eleitoral desatende a legislação eleitoral porque deveria informar os estratos econômicos nos quais se divide a sociedade brasileira”.

Entendo que assiste razão ao Impetrante, tendo em vista que a pesquisa realizada informa o critério econômico PEA fornecido pelo IBGE, atendendo, portanto, ao critério estabelecido no art. 2º, IV, da Resolução-TSE nº 23.453/2015, verbis:

“Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2016, as entidades e as empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar no

(5)

Juízo Eleitoral ao qual compete fazer o registro dos candidatos, com no mínimo cinco dias de antecedência da divulgação, as seguintes informações (Lei n° 9.504/1997, art. 33, caput, incisos I a VII e § 1º):

[...]

IV - plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico do entrevistado e área física de realização do trabalho a ser executado, nível de confiança e margem de erro, com a indicação da fonte pública dos dados utilizados;”

Ademais, quanto ao periculum in mora, milita em favor da pretensão veiculada pelo Impetrante a iminência do pleito suplementar no Município de Foz do Iguaçu/PR, marcado para o próximo dia 02 de abril de 2017.

Assim, considerando que o agravo regimental interposto pelo Impetrante na origem ainda aguardará a remessa ao Ministério Público Eleitoral, revela-se praticamente inviável a sua análise pela Corte Paranaense antes da realização do pleito municipal, perecendo, consequentemente, seu direito.

Desse modo, visando a resguardar o direito à informação dos eleitores do Município de Foz do Iguaçu/PR, postulado insculpido no art. 5º, XIV, da Constituição da República, impõe-se a concessão de tal medida in limine litis.

defiro o pleito liminar requerido, a fim de que seja suspensa a decisão

Ex positis,

proferida no MS nº 110-53.2017.6.16.0000/PR, autorizando, via de consequência, a divulgação da Pesquisa Eleitoral registrada sob o nº PR07230/2016.

Comunique-se com urgência.

Notifique-se a autoridade apontada como coatora, para que, no prazo legal, preste as informações.

Após, dê-se vista à Procuradoria-Geral Eleitoral. Publique-se.

Brasília, 24 de março de 2017. Ministro LUIZ FUX

Relator

CRFB/88. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 1

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

AgR-MS nº 138149, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe de 24/11/2014 2

Art. 21. Compete aos Tribunais, privativamente: 3

(6)

VI - julgar, originariamente, os mandados de segurança contra seus atos, os dos respectivos Presidentes e os de suas Câmaras, Turmas ou Seções.

Referências

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