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SEÇÃO 4 SUA PETIÇÃO. Direito Constitucional

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Academic year: 2021

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Sua causa!

Seção 4

Direito Constitucional

Olá, aluno! Bem-vindo a mais uma Seção do nosso NPJ!

Ainda estamos no mesmo contexto da Defensoria Pública, onde estagia o nosso personagem José Afonso. Após resolvida a situação de Magnólia, assistida que acompanhas nas seções passadas, José realizou um novo atendimento, o qual vamos conhecer agora.

Justino, é um jovem senhor de 54 anos, nascido e criado em Caicó, no Ceará, de onde jamais saíra. Seus antepassados todos se criaram na cidade, o que faz com que Justino tenha um apego afetivo ainda maior pela cidade. É conhecido por quase todos os moradores do município, está sempre ativo nas causas da cidade e luta para manter a cidade limpa, bem cuidada e segura. Porém, muitas vezes ele luta sozinho, sem conseguir o apoio dos governantes locais.

Sr. Justino, em 01.12.2000, movido pelo amor que sente pela cidade, fundou a Associação dos moradores unidos de Caicó, uma entidade com personalidade jurídica de direito privado, sem fi ns lucrativos, a qual possui como objetivo a preservação do patrimônio histórico, cultural e do meio ambiente do município de Caicó. Diversos moradores imbuídos do mesmo intuito se juntaram ao Sr. Justino e passaram a compor a Associação, que atualmente conta com mais de 200 associados.

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Caicó uma cidade pequena e muito pouco desenvolvida do ponto de vista urbanístico, porém, possui algumas ruínas da época da colonização portuguesa, as quais fazem parte do patrimônio histórico e cultural da cidade. A ruína mais famosa “Colosseu” é administrada por uma empresa privada, a GUARARAPES ADM LTDA. e virou um ponto turístico de intensa visitação no município. Ocorre que nos últimos meses, mas precisamente desde de setembro de 2017, a empresa tem deixado de lado a manutenção do local, o qual está gravemente deteriorado precisando de sérios reparos, os quais a empresa promete que vai realizar, porém não faz.

Sr.Justino, ciente e muito preocupado com o futuro convocou os diretores da Associação para buscar uma solução para o problema. Como é uma associação sem fins lucrativos sem muitos recursos financeiros, sempre que precisam de auxílio jurídico recorrem a Defensoria Pública do Estado para buscar orientação, e dessa vez não foi diferente, o grupo de moradores foi até a Defensoria noticiar a situação e verificar o que pode ser feito do ponto de vista jurídico. Os moradores foram atendidos por José Antonio, que prontamente preparou um Ofício à Prefeitura Municipal de Caicó, com quem a empresa GUARARAPES possui o contrato de convênio, solicitando informações e providências. A Prefeitura, no dia 10/01/2018 informou que já havia diligenciado junto à empresa as providências cabíveis, mas que também ainda não tinha obtido retorno. O Prefeito informou também quem em reunião com o responsável da empresa convocada para tratar do assunto, foi dado prazo a resolução do problema, porém que o mesmo não havia sido cumprido. O contrato firmado entre a Prefeitura local e a empresa continua vigente mesmo com o descumprimento da contratação, sem que sejam tomadas as devidas providências para a revitalização do local, seja pela Prefeitura seja pela empresa privada responsável pela administração do local.

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Fundamentando!

Agora, aluno, imagine você na condição de advogado, qual a ação cabível para resolver a situação? Como a Associação dos Moradores Unidos de Caicó pode pleitear juridicamente a preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade? Este é o problema que você tem que resolver nesta seção!

Mãos à obra, advogado. Agora é com você! Elabore a peça processual da ação coletiva que pode ser ajuizada em nome da Associação, constituída há mais de 1 ano, para resguardar direito difuso da população do município de Caicó. Lembre-se de identifi car corretamente o polo ativo e o polo passivo da ação, bem como da fundamentação legal correta

DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS

O que são?

São direitos que possuem titularidade indeterminada, também por isso chamados de direitos transindividuais ou metaindividuais. Grandes exemplos desses direitos são os direitos fundamentais de 30 dimensão, como: direito ao meio

ambiente protegido e equilibrado, direito à proteção do patrimônio cultural, dentre outros.

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A Constituição os menciona no art. 129, III, porém não os conceitua, vejamos:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

Também possuem previsão infraconstitucional no Código de Defesa do Consumidor, onde já se encontra um conceito, nos seguintes termos (grifo nosso):

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.

Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;

II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.

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DIREITOS OU INTERESSES DIFUSOS DIREITOS OU INTERESSES COLETIVOS DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

Transindividuais Transindividuais transindividuais Natureza Indivisível Natureza Indivisível Divisíveis Titularidade: pessoas indeterminadas Titularidade: grupo de pessoas, categoria ou classe determinada Pessoas determinadas Pessoas ligadas por

circunstâncias de fato

Pessoas ligadas por uma

relação jurídica base Origem em comum

Tabela da Classificação dos Direitos Coletivos Fonte: elaborado pela autora

Tanto os direitos coletivos como os direitos difusos e os individuais homogêneos são transindividuais, o que significa dizer que não pertencem à um indivíduo específico. Os difusos e coletivos são de natureza indivisível, ou seja, não é possível determinar o quantum devido a cada detentor do direito. Nos casos em que as ações judicias que os pleiteiam gerarem algum tipo de restituição pecuniária, como indenização, este valor, por ser indivisível, não será divido entre as pessoas, mas sim direcionado a um fundo destinada a reconstituição do bem lesado. Já os direitos individuais homogêneos são divisíveis, sendo possível identificar o que é devido a cada pessoa, logo, logo, no caso de uma ação judicial cada qual receberá o seu

quantum no momento da execução.

Há, portanto diferença entre eles, apesar das similaridades. Tais diferenças deverão ser verificadas de acordo com o caso concreto, pois um mesmo fato pode afetar tanto direitos difusos, como direitos coletivos. Por exemplo, imagine que há um grave dano ambiental próximo a um local de intensa produção agrícola, e que este dano afete os produtores da associação agrícola do

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local e ao mesmo tempo cause a poluição de um rio. Quando se falar no direito dos produtores se estará tratando de direito coletivo (grupo pessoas ligadas por uma relação jurídica base, compõe uma associação). Entretanto, tal fato também afeta direito difuso de pessoas indeterminadas, vez que se trata de dano ambiental e atinge o direito fundamental ao meio ambiente de todos os indivíduos, tirem ele algum proveito direto do local ou não.

Os direitos individuais homogêneos, por sua vez, podem ser pleiteados tanto individualmente como coletivamente, sendo esta última uma opção política ou estratégica e não necessária. O processo coletivo facilita, mas não impede que a pessoa acesse a justiça de forma individual.

Entendido o que são esses direitos, passemos então a conhecer os meios processuais disponíveis para a sua proteção judicial.

DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS

A proteção judicial dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos se dá por meio das chamadas ações coletivas.

• AÇÃO POPULAR: É um importante meio de exercício da democracia direta no Brasil. É uma ação que pode ser proposta por qualquer cidadão para proteção de direitos difusos, que visem o benefício da coletividade e não interesse individual. Previsão Constitucional: Art. 50, LXXIII “qualquer cidadão

é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,

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ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência” (BRASIL, 1988). Previsão infraconstitucional: Lei nº 4.717/85 “art.1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos”. (BRASIL, 1985). Objeto: ato ilegal lesivo ao patrimônio público ou entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Visa a proteção de direito difuso. A pessoa que irá propor a ação não está em defesa de direito subjetivo individual, mas de direito da coletividade. O art. 20, da Lei da Ação Popular determina que

são nulos os atos lesivos ao patrimônio público, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade. Finalidade: Anular o ato ilegal lesivo e buscar o ressarcimento dos danos causados por ele. É uma forma de controle da atuação da administração pública pelos próprios cidadãos. O art. 11 da Lei 4.717/85 trata da condenação ao ressarcimento aduzindo que “a sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários

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dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa”. Legitimidade ativa: qualquer cidadão, ou seja, pessoa física em pleno gozo de seus direitos políticos. A Súmula 365 do STF determina que pessoa jurídica não pode propor ação popular. A prova da cidadania deve ser feita através da certidão de quitação eleitoral ou do título eleitoral, que deve ser anexada na petição inicial para comprovar a legitimidade ativa, conforme dispõe o art. 10, §30 da Lei 4.717/85.

Legitimidade passiva: Art. 60 da Lei da Ação Popular “A

ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 10, contra as autoridades,

funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo”. Logo, são três categorias de réu na ação: a pessoa jurídica, o agente e o beneficiário, em cada uma delas pode ter mais de um réu” ATENÇÃO! Em relação a legitimidade passiva na ação popular, é importante observar uma especificidade na legislação que aponta a pessoa jurídica lesada como ré. Na realidade, ela deveria figurar como assistente do autor, e não no polo passivo. Nesse sentido o §30 do art. 60, determina

que a pessoa jurídica de direito público pode se abster de contestar a ação sem nenhum prejuízo processual, como também pode ainda deixar o lado passivo para atuar ao lado do autor. Porém, na petição inicial ela deverá ser indicada como ré, e deve ser requerida a sua citação independente da citação do agente que praticou o ato lesivo. Competência: A competência para julgar a ação popular é determinada pela origem do ato impugnado. Se for um ato cometido por agente de pessoa jurídica de direito público da União, será competente Justiça Federal, se for de pessoa jurídica de direito público do Estado, a competência será determinada

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conforme as regras da organização judiciária Estadual, e assim por diante, conforme determina o art. 50 da Lei 4.171/85.

ATENÇÃO! A Ação popular é sempre proposta no primeiro grau, não tem ação popular de competência originária do Tribunal. Do processo: Art. 70 da Lei da Ação Popular determina que

a ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código de Processo Civil, que além da citação dos réus, deve haver a intimação do representante do Ministério Público. O art. 50, § 40 da Lei também observa a possibilidade de pedido

liminar para a suspensão do ato lesivo.

• AÇÃO CIVIL PÚBLICA: Assim como a ação popular, também é um meio de controle da Administração Pública, e visa a tutela de interesses difusos e coletivos. Entretanto ela não pode ser proposta diretamente pelo cidadão, existe um rol de legitimados ativos para a propositura da ACP. Previsão Constitucional: Art. 129, III “Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: II - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. (BRASIL, 1988). Previsão infraconstitucional: Lei n0 7.347/85

Objeto: ato lesivo que cause danos morais e patrimoniais ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, à ordem urbanística, à honra e a dignidade de grupos raciais étnicos ou religiosos, ao patrimônio público e social, ou a qualquer outro interesse difuso e coletivo. As pretensões que envolvem tributos, contribuições previdenciárias, FGTS ou outros fundos institucionais com beneficiários individualmente determinados, não podem ser objeto da ACP. (art.10 da Lei 7.347/85)

Finalidade: responsabilização por danos morais e patrimoniais, que pode ser através de condenação em dinheiro ou em

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obrigação de fazer ou não fazer (art. 30 da Lei 7.347/85).

Legitimidade ativa: Está prevista no art.50 da Lei da ACP.

São legitimados para propor ação civil pública: o Ministério Público; a Defensoria Pública; a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. O Ministério Público, quando não for parte na ação, deverá obrigatoriamente atuar como fiscal da lei. Por isso, quando a ação for de autoria de qualquer outro legitimidade, deverá requerer a notificação do Ministério Público. Legitimidade passiva: qualquer pessoa que cometa ato lesivo nos termos do art. 10 da Lei

da ACP, pode ser o sujeito passivo da ação. Competência: Será competente para julgar a ação o juízo do foro onde ocorreu ou deverá ocorrer o dano, quando a ação for preventiva. O art.20 determinar que a ACP

será proposta foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. Não há foro privilegiado, assim como a ação popular, deverá ser proposta no juízo de primeira instância. Do processo: A ação civil pública seguirá, naquilo que não for conflitante com a sua lei específica, as regras do CPC, conforme determina o art. 19 da Lei 7.347/85). Cabe, no processo da Ação Civil pública, a propositura de ação cautelar na forma do art. 4o da lei que dispõe “poderá ser ajuizada ação

cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar dano ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos

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ou religiosos, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”.

• MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO: a grande diferença entre o mandado de segurança individual e o mandado de segurança coletivo é o seu objeto e a legitimidade ativa. Previsão Constitucional: Art. 50, LXX “o mandado de segurança

coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Previsão infraconstitucional: Lei n0 12.016/09, Art. 21. O

mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. Objeto: assim como o mandado de segurança individual, o mandado de segurança tem por objeto ato ilegal ou abusivo que viole direito líquido e certo. Entretanto, a diferença é que esse direito ou interesse no mandado de segurança coletivo é transindividual, podendo ser um direito coletivo ou individual homogêneo. Sobre isso, o art. 21, parágrafo único da lei 12.016/09 determina que os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria

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de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. Finalidade: Garantir ou evitar a violação de direito líquido e certo transindividual. Por direito líquido e certo entende-se que não precisa de uma dilação probatória, ou seja, o direito é evidente e demonstrado por prova pré-constituída não precisando da fase de instrução processual para a sua constatação. Legitimidade ativa: prevista especificamente na Constituição e no art.21 da Lei do Mandado de Segurança: partido político com representação no Congresso Nacional na defesa do interesse de seus integrantes ou da fidelidade partidária; organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de parte ou totalidade de seus membros ou associados. ATENÇÃO! O requisito de pelo menos 1 ano de constituição e funcionamento aplica-se apenas às associações e não aos sindicatos, conforme jurisprudência do STF. Legitimidade Passiva: é impetrado contra a autoridade pública que comete o ato ilegal ou abusivo, chamada tecnicamente de autoridade coatora. (art.10, §10 da Lei 12.016/2009).

Requisitos formais e materiais: O art. 5o da Lei 12.016/2009

determina que não se concederá mandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. O art. Art. 6o determina que a petição inicial deverá preencher

os requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. O art. 23 da Lei estabelece o prazo de 120 dias para a impetração

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do mandado de segurança, contados a partir da data que o impetrante tomou conhecimento do ato impugnado. Competência: a competência para o julgamento do mandado de segurança é definida pela categoria e sede federal da autoridade coatora. Entretanto, a Constituição Federal possui algumas regras quanto a competência do STF no art.102, I, “d”, e II, “a”.

Pronto! Agora você já possui conhecimento suficiente para identificar e elaborar a peça processual cabível para resolver o problema proposto na situação fática desta Seção. Não esqueça que o objetivo é que você acumule conhecimentos, aluno. Por isso, não esqueça de todo o conteúdo que vimos anteriormente, ok? Por vezes, algum conteúdo pretérito poderá lhe ser solicitado.

PRIMEIRA FASE!

QUESTÃO 01 – questão adaptada (CESPE- MPE/TO 2012)

A Constituição Federal e o Código de defesa do consumidor tutelam a defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos ou quais são chamados de direitos transindividuais por não pertencerem a um indivíduo em específico, mas sim à coletividade ou a um grupo de pessoas.

Com relação à teoria constitucional e à tutela dos direitos difusos e coletivos, assinale a opção correta:

A) Direitos ou interesses transindividuais são aqueles que pertencem a sociedade como um todo.

B) São considerados direitos coletivos os transindividuais, de natureza divisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas

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C) São considerados direitos individuais homogêneos os direitos de uma categoria ou classe de pessoas ligadas por uma relação jurídica base.

D) São considerados direitos difusos os transindividuais, indivisíveis e que pertencem a pessoas indeterminadas ligas por circunstâncias de fato.

E) Os direitos coletivos são transinidividuais, divisíveis, e pertencem à pessoas indeterminadas ligadas por circunstâncias de fato.

ALTERNATIVA CORRETA: D

RESPOSTA COMENTADA: Os direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos são diretos transindividuais pois não pertencem à um indivíduo em específico, mas sim a sociedade como um todo ou a um grupo de pessoas determinadas ou não. Os direitos difusos e coletivos são indivisíveis, os primeiros pertencem a pessoas indeterminadas ligadas por circunstancias de fato, já os coletivos pertencem a um grupo determinado ou a uma categoria ou classe de pessoas ligadas por uma relação jurídica base, como por exemplo um Sindicato de uma categoria de trabalho. Os individuais homogêneos pertencem a pessoas determinados e são direitos que possuem uma origem comum, entretanto não são coletivos em sua essência, pode ser pleiteados por meio de ação individual e são divisíveis.

QUESTÃO 02 – questão adaptada (CESGRANRIO – LIQUIGÁS – PROFISSIONAL JR 2012)

A Constituição Federal enumera diversos direitos e garantias fundamentais em seu texto. Dentre as chamadas garantias fundamentais, as quais são meios de ação colocados ao dispor de todo indivíduo para a proteção de direitos, está prevista a Ação Popular.

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Sobre a ação popular, considere as assertivas abaixo:

I – A ação popular pode ser ajuizada por pessoa jurídica de direito público

II – A ação popular pode ser ajuizada contra pessoas públicas ou privadas

III – A ação popular deve ser ajuizada por cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos.

Analise as assertivas acima e identifique os itens certos e errados. Após, assinale a alternativa abaixo que contêm apenas os itens corretos: A) I B) I, II C) I,II,III D) I,III E) II,III ALTERNATIVA CORRETA: E

RESPOSTA COMENTADA: A principal característica da ação popular é o fato de ser uma ferramenta de exercício da democracia direta no Brasil, isso porque a sua legitimidade ativa é restrita ao cidadão em pleno gozo dos seus direitos políticos. A Sumula 365 do STF veda o ajuizamento de ação popular por pessoa jurídica. A legitimidade passiva, por sua vez, pertence tanto a pessoas de direito público como de direito privado.

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Vamos peticionar!

Aluno, você está pronto para elaborar o que lhe foi solicitado no “Sua Causa”, fi que tranquilo e vá com calma e atenção. Lembre-se que você estará atuando como advogado da Associação, em defesa de direito difuso da população do município de Caicó. Procure identifi car qual a ação coletiva que pode ser proposta por Associação, ou seja, em que esta pode fi gurar no polo ativo da demanda. Veja ainda quais os requisitos legais para que reste confi gurada a legitimidade ativa da ação, você deve deixá-los demonstrados de forma expressa em sua peça. Atente também para o local em que a ação será ajuizada, o foro competente será o do local onde o patrimônio público que a ação visa proteger está situado.

Você viu ainda que cada ação coletiva possui suas hipóteses de cabimento, logo, identifi cado que o objeto da ação será a proteção de patrimônio histórico e cultural, você deverá fazer o enquadramento legal do objeto na hipótese legal da respectiva lei que regulamenta a ação a ser proposta, demonstrando para o juiz que irá julgar a sua petição que a você propôs a peça processual correta.

Não esqueça de fazer uma robusta exposição dos fatos, e também de deixar expressa a fundamentação legal da peça e dos pedidos, obedeça também aos requisitos formais das ações coletivas, lembrando de verifi car se há a necessidade de notifi cação do Ministério Público e se deve haver o recolhimento de custas e emolumentos. Por fi m, não esqueça de atribuir valor à causa, seguindo minimamente uma correspondência com o valor econômico que se busca resguardar na ação, data-la e assina-la. Dito isso, vamos à prática!

Referências

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